Fanfics Brasil - II - A Verdade Presas da Paixão

Fanfic: Presas da Paixão | Tema: Anime, Vampire Knight


Capítulo: II - A Verdade

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Yuki mexeu suas mãos. Sentia-se leve. Tonta. Tentou levanta-las, mas foi em vão. Não havia força suficiente, a tontura a imobilizara, não sabia o que estava acontecendo. 


- Yuki!


Ela conseguia ouvir ao fundo alguém chamando-a, mas não distinguia quem. 


Por que ela se sentia assim? Por que estava tremendo? 


- Yuki!


A voz insistia. Mas suas mãos a desobedeciam. Ela tentara com toda a sua força levanta-las e não havia sucesso. Foi quando sentiu algo. Parecia molhado, sentia-se como se sua roupa estivesse coberta de algum líquido. Os seus olhos tateava numa imagem destorcida, não conseguia decifrar o que era.


- Yuki, por favor! Por favor, responda. Então você decaiu para o monstro que persegue o cheiro de sangue, Haru?


Foi quando ela conseguiu ver. Vermelho. Havia algo muito vermelho sobre ela. 


Sangue.


Seus olhos clarearam rapidamente, sua primeira imagem foram os olhos caídos de Haru, eles não a encaravam. Ele estava há uns dois passos dela. Havia outra pessoa ali segurando-a.


- Yuki! - uma mão estendeu-se em seu rosto. -  Você está bem?


"Não pode ser. Ren... o que está fazendo aqui? Por que você?", Yuki perdeu-se em pensamentos. Por que justo naquele momento ele estaria ali? Ele teria visto? E Haru, o que aconteceria com ele? Yuki rapidamente desvencilhou-se dos braços de Ren, saltou para frente de Haru com os braços abertos como se estivesse tentando impedir Ren de fazer algo contra ele. A cena daquele garoto de 10 anos atrás surgiu em sua mente. Ela não queria que algo ruim acontecesse com Haru.


- Por favor, Ren. Não conte a ninguém. O Haru não fez por mal... ele, ele... - ela começou a ficar fraca.


Suas pernas começaram a amolecer. Quando ela estava prestes a cair no chão, Haru a segurou.


Seus olhos cinzentos arregalaram-se. Ele estava apavorado. Sua boca coberta com o sangue de Yuki, sentia a mão tremer ao segurar ela em seus braços.


Yuki já não estava mais em si. Seus olhos fecharam e ela havia perdido a consciência.


- Sinto muito... Yuki... - Haru baixou a cabeça.


- Haru... está feliz? Está feliz por ter bebido o sangue dela? - Ren aproximou-se e estendeu os braços tirando Yuki dos braços dele. - Você não controlou sua sede por sangue. Agora Yuki mal pode se manter em pé. O sangue da Yuki é tão gostoso assim?


Ele se encaravam. Haru estava perdido mal conseguia encara-lo. 


Jay, o pai adotivo de Yuki e Haru apareceu. Ele ficou apenas encarando o garoto do olhos acinzentados com a boca coberta de sangue. Observou Ren sair com sua filha nos braços e caminhou em direção a Haru, levando-o para dentro do prédio onde encontrava-se sua sala da diretoria.


Enquanto isso. Ren dirigiu-se com Yuki até a enfermaria da universidade. 


Por mais que Yuki tentasse voltar a si seus pensamentos atormentavam-a. A imagem de Ren coberto de sangue naquele dia, os dentes sobressaltados de Haru enquanto ele estava cabisbaixo, o sangue em suas roupas... nada fazia sentido. Desde quando seria? Como ela não perceberia? Lentamente seus olhos foram abrindo e a imagem de Ren foi se construindo em sua frente.


"O que vai acontecer com você, Haru? Por que não me contou? Será que... apenas eu não sabia?". Yuki percebeu que Ren estava muito calmo deitando-a na cama da enfermaria e procurando curativos. Ela manteve-se calada enquanto ele estava longe procurando-os. Ele estava muito calmo, como se já havia passado por momentos semelhantes... "Claro que passou, sua boba. Ele a salvou de um vampiro."  Yuki se perdeu então em um único pensamento que veio em seguida: "Se Ren conseguiu me proteger de um vampiro naquele tempo... será que... não, impossível. Não pode ser. Ele não poderia ser um vampiro..." 


Ela levantou a cabeça e deu de cara com ele, olhando-a fixamente, como se conseguisse ler seus pensamentos. Aquele rosto que mais parecia o sol. Tão quente, tão aconchegante.


"Ele definitivamente não é."


- Vai ficar tudo bem, Yuki. Eu prometo. - ele estendeu os dedos até os furos do pescoço dela e passou lentamente seus dedos no ferimento. - É profundo. Ele mordeu com muita força? 


Quando ele voltou seus olhos para ela, viu que lágrimas corriam de seus olhos. Ele segurou-se por um momento com raiva, de ter que vê-la chorando... 


- Está doendo?


Ela parecia voltar a si com a pergunta.


- O quê? Desculpe... não está doendo. - passou a mão no rosto para limpar as lágrimas.


- Os vampiros te assustam?


Ela olhou dentro de seus olhos. Pareciam tão tristes. Como posso achar que essa criatura tão doce seria um vampiro, ela pensou. A imagem de Haru veio em sua mente. 


Ela também não desconfiou dele. "Como Ren teria conseguido enfrentar aquele vampiro?"


- Ren... eu...


Ele a olhava. Prestando atenção em cada letra que ela dizia. Ela corou por um momento com tal fixação, tomou folego e continuou.


- Como você... matou aquele vampiro naquela noite? - seus olhos começaram a encher de água. - Tudo bem se não quiser responder, eu apenas...


- Porque sou um vampiro. - ele havia ficado sério.


Yuki sentiu seu coração passar a bater muito mais rápido do que o normal. Não era por amor. Era por medo. O homem que ela amava. Um vampiro. Ela sentiu-se tonta e começou a rir desengonçadamente.


- Você está brincando não é? - ela colocou a mão no rosto e sentiu lágrimas caírem de seus olhos. - Você... não é mesmo um? Não é?


- Você está com medo?


Os olhos dele tornaram-se cada vez mais triste. Seria eu que o estava deixando triste?, pensou ela. "Por que meu coração está voltando a bater como normalmente? Não estou com medo?"


- Eu... - ela engoliu seco. - Ren...


- Ren. - outra voz adentrou a sala.


Ele olhou em direção a porta enquanto Yuki já havia reconhecido a voz. 


- Você poderia voltar para seu dormitório? - Jay aproximou-se deles. - O cheiro de sangue está perturbando alguns alunos da turma da noite.


"Perturbando alunos?", Yuki virou-se para olhar o diretor-pai. 


- Entendi. Voltarei para lá.


Ren havia levantado e saiu da sala sem dizer mais nada. Apenas ficou Yuki e  Jay. Ele aproximou-se, olhou com cuidado o ferimento de seu pescoço e levou um pequeno curativo até a área. Ficaram ali por alguns minutos sem falar, até que Jay decidiu quebrar o silêncio.


- Levei o Haru de voltar ao quarto dele. Ele já deve ter se acalmado. Não fui capaz de te contar a verdade. A total verdade. Você deve estar chocada, por algo assim ter acontecido. Sinto muito, Yuki.


Sinto muito, Yuki. Ela lembrou-se de ter ouvido a voz de Haru lhe dizendo isso momentos antes.


Então ela percebeu como teria sido dificil para todos tentarem lhe contar tudo o que estava acontecendo. Haru, Ren e tantos outros vampiros que existiam em volta dela. 


- O que tem esses outros alunos?


- Os alunos da noite, são vampiros. Por isso que abrimos a turma da noite alguns anos atrás. Lembra-se? Ren conseguiu trazer vampiros confiaveis para dentro da universidade. Vampiros que queriam a paz entre eles e os humanos. E eu, concordo com isso. Porque sei que há muitos outros lá fora.


- Ren...


- Sim. - ele baixou-se para ficar cara a cara com ela. - Ele também é, querida.


Yuki não sabia se sentia-se traída. Pessoas queridas para ela. Pessoas que ela amava. Eram vampiras. Pessoas que salvaram a vida dela, pessoas que a cuidavam. Ela odiara tanto aquele que a tentou matar, mas agora, tudo virou uma confusão de sentimentos.


- E você, pai? - ela engoliu seco, tentava direcionar seus olhos nos dele. - Você é um vampiro?


Ele sorriu.


- Não, querida. Há muito tempo atrás, antes de abrir a universidade, eu caçava vampiros. Muitos deles faziam muito mal para as pessoas. Existia um grupo que fazia essa exterminação. E lá estava eu. Até conhecer  o Ren.


O rosto gentil de Ren veio novamente em sua mente, misturando-se com sangue do vampiro mau que tentou mata-la.


- Não lembro de ter visto algo no Haru que fosse vampiresco....


- Porque ele era humano a principio...


- A principio?


- Logo depois que adotei você, a familia de Haru foi atacada por um vampiro. Embora ele tivesse pais e um irmão gêmeo, como você já sabe, somente ele sobreviveu. Quando ele foi encontrado havia marcas profundas de uma mordida em seu pescoço...


"Haru... foi mordido? Mas..."


- Sei que você deve estar pensando nas histórias que lemos quando você era pequena. De vampiros que já são vampiros quando nascem. Que as histórias das mordidas eram lendas...


- Sim.. ele era um humano e transformou-se em um vampiro por causa da mordida?


- Mas, isso realmente existe. O poder de transformar humanos em vampiros... isto é restrito a um pequeno grupo de vampiros, chamados de Sangues-Puros.


- Sangues-puros? - ela levou a mão até o ferimento. 


- Sei que agora parece ser muita informação para você assimilar. Lhe darei o tempo que for preciso para conversarmos isso novamente. Apenas confie no seu pai. Você não precisa se preocupar, Yuki. Haru não é um sangue-puro. Então, você não se tornará vampiro.


Ela engoliu seco. Ela sentiu como se estivesse sonhando, que a qualquer momento iria acordar e daria risada disso tudo. Mas os olhos do diretor pareciam muito profundos para dizer que tudo isso era mentira.


- Então, Haru... esteve sofrendo por todo esse tempo...


Ele baixou a cabeça como se concordasse. Ela apenas levantou e saiu caminhando porta a fora da enfermaria, ele não a impediu. 


Ela voltou até onde havia acontecido tudo. O sangue já não estava mais lá. 


"Haru, o que você pensava enquanto estava sozinho?". ela levou seus dedos até o curativo no seu pescoço. Ela sentiu um forte aperto em seu peito. As imagens do vampiro há 10 anos atrás veio em sua mente, em seguida veio a imagem de Ren e depois do momento em que Haru havia penetrado seus dentes em seu pescoço.


- Haru... - ela começou a chorar. Sentiu-se sozinha, mas sentia-se por medo de que poderia acontecer com ele. 


Ela imaginou se ele iria perder-se em pensamentos e não voltaria mais ser o mesmo Haru de antes. Ela correu até o prédio onde era a sala do diretor. Ela precisava de respostas. Mais respostas. Tudo ainda estava confuso. Passou por corredores até chegar em frente a porta da sala. Ela estava entre aberta, ela conseguia ouvir claramente uma voz conhecida que vinha de lá.


- Por quanto tempo você o manterá na turma do dia? Você sabe que ele é o único lá.


"É a voz do Ren.".  A voz de Ren estava por toda sua mente agora.


"Porque sou um vampiro."


"Os vampiros te assustam?"


Ela continuava a ouvir a conversa.


- Você pretende mantê-lo aqui, onde ele ameaça a paz que você vem criando?


- Os pais dele foram mortos por um vampiro. E ele foi milagrosamente salvo daquele mar de sangue. Mesmo depois disso tudo, você não consegue entende-lo, Ren?


- Não foi um vampiro qualquer, você sabe. Era um vampiro puro sangue, como eu.


"Ren é um puro sangue?!"  Seus pensamentos ficava cada mais turvos. Já não sabia mais no que estava ouvindo.  "Se foi um sangue-puro que matou os pais de Haru, então... Ren também é perigoso?"


- Você sabe que ele só veio para ver sua vida terminar. Humanos mordidos por sangues-puros, apenas há duas coisas que podem acontecer. Seu sangue poderia se tornar tóxico, e eles morrem. Ou eles podem se transformar lentamente, até se tornarem vampiros. Haru jamais será capaz de retornar a forma humana... e nos ultimos anos ele lutou contra seus instintos vampirescos. Nunca imaginei que ele teria tanta força. Entretanto... - ele pausa. 


Ren sente como se houvesse algo estranho vindo da porta da sala. Ele vira sua cabeça olhando fixamente para porta.


- O que houve, Ren? Algo errado?


- Senti cheiro de sangue. - ele já havia reconhecido o cheiro. - Acho que foi coisa da minha cabeça.


Ele baixou a cabeça e sorriu pelo canto da boca.


Yuki saiu pelos corredores o mais rápido que podia. E voltou com seus pensamentos turvos ao seu dormitório para repensar em toda a verdade dita.


O rosto daquele senhor estranho naquela tarde veio em sua mente. "Conhecer sua verdadeira forma, ele disse.". Ela fechou os olhos e tentou evitar qualquer tipo de pensamento sobre vampiros. No momento ela estava preocupada com aqueles olhos acinzentados, e de como eles iriam seguir dessa vez....



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Autor(a): ayase

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