Fanfic: Dança Comigo? | Tema: Romance e dança

Era uma tarde quente de verão, e sol brilhava forte através das cortinas daquela pequena janela. Assim como todos os dias, Anne estava em seu quarto esperando e sonhando com o seu futuro.

Desde criança, ela sempre foi apaixonada por algo ligado a arte, mais precisamente a dança e ao canto. Colecionava troféus, medalhas e fotos de quando era criança e fazia balé na escola. Sua tia era e é sua maior fã, ela acompanhava e levava Anne em todas as competições de dança e de canto que tinha em sua cidade.

E foi assim, com esse incentivo, que sua paixão pela dança foi crescendo, que viu ali, naquelas sapatilhas e na roupa de balé o seu futuro.

Anne havia se inscrito em uma das melhores academias de artes de Nova York. Estudar ali sempre foi seu sonho. Quando vinha para Nova York com seus tios, ela sempre passava em frente à escola e ficava olhando admirada com todas aquelas bailarinas, e todo aquele prédio enorme e ela jurou que um dia iria estudar ali. Ela estava esperando a carta de admissão chegar, pois como a escola era cara e ela e nem seus tios tinham como pagar, ela havia se inscrito na primeira fase em um concurso de bolsas de estudo, e se a carta chegasse ela iria para a segunda fase, e se passasse iria poder realizar aquele sonho que sempre esteve com ela.

A companhia tocou, e ela sem esperar saiu correndo escada a baixo com a esperança e o coração na mão. Logo ela abriu a porta e lá estava o carteiro que até tinha virado seu amigo, porque ela sempre perguntava se tinha alguma carta para ela, e todas às vezes ele dizia que não, mas que um dia essa carta iria chegar e tinha chegado mesmo, quando ela perguntou, ele acenou e disse que tinha chegado algo para ela e lhe desejou boa sorte.

Anne pegou com as mãos trêmulas a carta, e com medo e com esperança abriu-a e viu escrito ali as palavras que rondaram seus sonhos até os dias atuais.

- Aceita, eu fui aceita. Ah meu Deus! Eu não acredito que finalmente dei o primeiro passo para o meu grande sonho. Eu preciso ligar para os meus tios, não, ligar não, irei à doceria contar pessoalmente, eles ficarão tão felizes por mim.

E assim foi Anne pegou sua bolsa e o papel de admissão e saiu correndo para a doceria que seus tios eram os donos. Ela agradeceu a Deus pela loja não ser tão longe, senão a emoção e a ansiedade não iriam aguentar. Assim que ela chegou a frente à loja parou para respirar e controlar a sua emoção para não assustar seus tios, abriu a porta e logo sentiu o cheiro de sua infância, porque foi ali que ela passou boa parte de sua vida quando não estava no colégio ou no balé. O cheiro dos bolos saindo do forno, com cheiro de chocolate e vários doces que eram vendidos ali fizeram lembrar que ela iria sentir saudades de trabalhar ali, como vendedora ou até mesmo como confeiteira, feito que ela tinha aprendido com a sua tia que era a melhor confeiteira e cozinheira de toda a cidade. Anne trabalhava meio período, apesar de seus tios sempre falarem para ela se dedicar somente aos estudos, mas ela gostava daquele lugar, era como uma segunda casa e não tratava como um emprego com alguns empregados, para ela todos ali formavam uma família e claro, todo o dinheiro que ela guardou durante esse tempo era para as despesas da faculdade, porque mesmo querendo ser bolsista tinha gastos que ela queria pagar com o seu próprio dinheiro.

De longe avistou sua tia que estava acabando de atender um cliente, tentou não parecer tão exasperada e controlou sua boca para não gritar ali mesmo que ela tinha recebido a sua tão sonhada carta.

- Oi tia, tudo tranquilo por aqui?

- Oi minha querida, ah está cheio, mas graças a Deus hoje por incrível que pareça está tranquilo.

_ Que bom tia, achei que a minha falta de hoje iria te atrapalhar em alguma coisa.

­­-Imagina minha filha, você sabe que sempre te falei que você nunca precisava trabalhar, mas você sempre gostou de ficar aqui então nunca mais me impus.

_ Eu sei tia, e eu fui e sou muito feliz por tudo isso, por ver cada conquista que a senhora conseguiu, enfim minha tia querida, eu preciso te falar uma coisa muito importante, não sei se a senhora prefere que eu fale aqui ou se quer ir a um lugar mais reservado.

- Ai menina, pelo amor de Deus, você está me assustando. Você mais do que ninguém sabe que eu sou curiosa, ande me fale antes que eu tenha um ataque cardíaco aqui mesmo.

_ Ei, calminha tia, irei te contar. Bem é que hoje enquanto eu estava em casa arrumando umas coisas, o carteiro veio e trouxe uma coisa, aquela coisa tia.

- O QUÊ? Mentira. Ah Meu Deus, é aquilo que eu pensando mesmo?  Sua carta de admissão chegou Anne?

- Sim, sim, sim, ah tia eu quase morri de tanta felicidade, a senhora e o tio sabem o quanto eu sonhei com esta carta e ela finalmente está em minhas mãos.

- Ah minha menina, seu tio irá pular de tanta felicidade, você não contou para ele por telefone contou?

- Não dona Rachel, assim que eu recebi eu vim correndo pra cá. Se eu contasse por telefone ele iria morrer com certeza.

- E iria mesmo. Já sei, iremos fazer um jantar em comemoração, com todos os nossos amigos daqui da doceria e seus amigos, o que você acha?

- Eu amei a ideia, afinal todos torceram e rezaram por mim. Apesar de que essa carta é só um primeiro passo, ainda tem a audição que eu irei fazer.

- Annelise Rose Delary, eu não te criei desse jeito, você sempre foi de pensar positivo e não agora que você virá com pessimismo hein. Você estudou e batalhou todos os dias e eu sinto e tenho certeza que você irá passar.

- Ah tia, o que seria de mim sem você e o tio Jonathan. Bom, então está combinado o jantar, eu vou adiantando algumas coisas em casa.

- Sim querida, eu vou avisar a todos por aqui que iremos fechar mais cedo porque a minha filha recebeu a carta de admissão da mais importante academia de dança do mundo.

- Ok tia, vai lá, apesar de que eu acho que eles e os clientes já devem saber, porque a senhora com seus gritinhos já deve ter alertado a todos sobre isso.

- Uma tia não pode ficar feliz pelo sonho de uma sobrinha filha estar se realizando hein?

-Claro que pode tia linda, bem deixa eu ir senão fica muito tarde e eu ainda quer falar para o tio, beijos tia.

- Beijos querida, até mais tarde.

-Até tia.

E lá se foi Anne, sua primeira parada seria o supermercado. Era difícil escolher algo para um jantar, apesar de que esse não seria o primeiro jantar que Anne fizera, já que ela cozinha muito bem e ela já ajudou muitas vezes sua tia na cozinha, mas, desta vez a palavra jantar lhe soa como algo diferente, era um jantar para comemorar algo que ela sempre sonhara algo que ela passou dias e noites escrevendo em seu diário e fazendo planos.

Ela havia escolhido o Fricassé de Frango com mais algumas de suas especialidades, prato que ela mais gostava de cozinhar e de comer. Para a sobremesa, fez um dos seus famosos bolos de chocolate e alguns cupcakes que modéstia a parte, eram maravilhosos.

Escutou a porta da sala sendo aberta e sabia que era seu tio, pois ele chegava sempre um pouco mais cedo quando dá para ajudar na doceria ou para trabalhar em casa mesmo.

Assim que viu Anne na cozinha fazendo tudo aquilo ficou espantado, por havia muita comida sendo feita e logo ele perguntou:

- Anne querida, tudo isso de comida para o jantar para 3 pessoas ?

- Oi tio, bem... É que hoje será um jantar especial, então terá mais de 3 pessoas, por isso esse reboliço todo na cozinha.

- Mais de 3 pessoas ?  Jantar especial? Annelise Rose Delary, você não está como eu estou pensando né?

- NÃO, claro que não tio, o senhor sabe muito que sou muito nova para ser mãe, e bem, para isso precisa-se de um pai ou para mim um namorado, coisa que eu não tenho e não terei tão cedo.

- Eu sei minha filha, mas foi o susto né. Pois bem, você não me falou o motivo desse jantar especial.

- Bem senhor Jonathan, o motivo é esse.

Jonathan pegou a carta das mãos de Anne e logo abriu um largo sorriso, seus olhos que antes eram que curiosidades deram lugar a olhos marejados. Ele sabia o quanto a sobrinha sonhava com aquilo, e ao mesmo tempo sabia que ele estaria perdendo a companhia dela, já que desde criança enquanto sua esposa estava trabalhando ou estudando ele cuidava dela. Anne sempre foi sua parceira em tudo e vendo aquela carta viu que logo provavelmente ela mudaria de cidade e a sua pequena borboleta estava criando asas e voando para realizar o seu maior sonho.

- Minha pequena borboleta, eu não acredito você conseguiu, eu estou tão orgulhoso de você.

- Tio, não se conseguiria sem o apoio de vocês, eu amo e sempre amarei vocês acima de qualquer coisa nesse mundo. Eu sempre serei sua pequena borboleta e você sempre será meu melhor amigo, padrinho, tio e pai.

- Você quer me fazer chorar né, isso não é justo com este velho aqui. Eu só estou triste que você irá voar, apesar de que eu sempre te falei que isso seria bom para você, mas hoje vendo que isso irá acontecer meu coração se apertou e já estou com saudades.

- Ah tio, eu sempre estarei pertinho de vocês, só irei mudar de cidade, mas é pertinho, mas você sabe que ainda falta mais um passo, então não é certo sobre a minha entrada na academia.

- Minha Anne, eu te conheço desde sempre, e eu sou seu pai de coração, e você sabe que pais sentem quando algo irá acontecer né, e eu sabe o que eu estou sentindo neste momento?

- Não, o senhor está passando mal?

- Não minha querida, estou orgulhoso de ver que você cresceu e se tornou estar menina/mulher maravilhosa. Valeu a pena cada esforço que fizemos por você. Meu maior orgulho é ser seu pai, e eu estou sentindo bem no fundo do meu coração que você irá voar bem longe e bem alto, mas que sempre permanecerá com os pés no chão. Então sinto lhe informar, mas você terá que ficar sem nós, porque eu tenho certeza que você já entrou para a academia.

- Ok, Anne aqui chorando. Obrigada por tudo, e eu fiquei sem palavras.

- Não precisa falar, apenas dance e encante como você sempre fez. E claro faça o jantar pois eu estou com fome e claro teremos um jantar e é feio deixar os convidados esperando muito tempo a comida ficar pronta.

- Verdade, então bem que um tio maravilhoso poderia me ajudar não é.

- Tio maravilhoso é, desconheço esse seu tio Anne.

- Ele está bem aqui na minha frente e irá me ajudar, senão sua esposa e minha tia irá nos matar.

- Pior que é verdade, então mãos a massa com esse jantar.

E assim Anne e seu tio continuaram a fazer o jantar, entre uma música e outra para relembrar os velhos tempos.