Fanfic: Dança Comigo? | Tema: Romance e dança

Eram 09h30, quando Anne acordou, estava sorrindo e lembrando-se da noite anterior. As risadas, o jantar, a alegria de ver todos ali presentes deixaram o coração dela emocionado. Ela viu a hora e deu um pulo da cama, e logo foi fazer sua higiene matinal. Escolheu usar um short jeans, e uma blusinha rosa branca com estampa de um ursinho. Desceu as escadas e logo ouviu risos, achou estranho já que seus tios sempre saiam cedo para trabalhar.

- Uai, vocês por aqui ainda?

- Oi minha querida. - Disse sua tia.

-É que também somos filhos de Deus né. Então eu decidi que iria abrir a confeitaria mais tarde, até porque todos estavam aqui e foram embora tarde, seria covardia se eu mandasse todos irem trabalhar cedo não é?

- Com certeza tia, é que eu nem pensei nisso. E o senhor tio?

- Hoje eu decidi tirar um dia de folga. E antes que você pergunte: Como assim tio Jonathan dia de folga? É que eu também estava cansado e hoje irei ajudar a sua tia na loja.

- Ah sim, entendi senhores. Agora eu vou tomar este café da manhã maravilhoso.

- Anne querida, eu fiz o que você gosta. Panquecas doces e uma salada de frutas. E claro, seu leite esta ai na jarra, pode se servir à vontade.

- Obrigada tia mais linda do mundo. Hoje eu vou me fartar de panquecas.

- Aproveita, pois logo você irá se mudar e você mesma terá que cozinhar viu.

- Pois é tia, apesar de gostar de cozinhar, é tão bom acordar e ver que está tudo pronto.

- Pois é minha filha, aproveita muito os seus tios aqui.

- Irei aproveitar mesmo hein.

Logo após o café, Anne seguiu para o seu quarto, onde ficou pensando e escrevendo em seu diário como era de costume. Na hora do almoço sua família decidiu comer algum fast food já que seria algo mais rápido e logo eles partiriam para a doceria.

Chegando à confeitaria Fairy cake, Anne já fora ajudar a todos. Começou decorando os cupcakes e atendendo os clientes. E foi ali que ela se lembrou de que sua tia tinha um sonho de abrir o próprio negócio de doces, que começou vendendo seus bolinhos em casa e depois de um tempo o negócio dos doces deu tão certo que ela pegou o dinheiro que havia guardado que era hora de abrir um pequeno estabelecimento onde poderia vender mais de suas maravilhas. Então, ela conseguiu alugar um lugar que não era tão grande e nem pequeno, e o melhor era que daria para ela pagar, e ali naquele lugar nascia o sonho de sua tia.

- Tia, a senhora fala de mim, mas você também realizou o seu sonho não é?

- Claro minha filha. Eu sempre fui uma sonhadora, assim como a sua mãe. Eu sempre quis ser uma chefe e de cozinha, mas com especialidade em doces, foi então que seus avós conseguiram pagar um tempo a mensalidade do curso de gastronomia, logo depois com o meu esforço e boas notas eu consegui uma bolsa de estudos. Logo depois eu me casei com o seu tio, e ele sempre me apoiou em tudo, comecei a vender doces em casa mesmo ou para alguns amigos que pediam para festas, depois você nasceu e minha querida irmã foi morar no céu e eu fiquei responsável por uma coisinha branquinha, gordinha, com seus cabelos castanhos e olhos verdes que encheram a minha vida de alegria. E você foi crescendo e eu fui te ensinando a arte de cozinhar e decorar bolos junto com a arte do balé, arte esta que está no seu sangue. Daí, decidi abrir a loja e estou até hoje feliz e completa. Mas filha acredite, meu maior sonho é ter você ao meu lado, eu sempre quis ser mãe, mas eu não posso e quando você veio para os meus braços pela primeira vez eu senti que você seria a minha menina para sempre. Minha queria irmã tinha ido embora, mas para não me deixar sozinha, me presenteou com o meu anjinho, você sem dúvidas realizou o meu maior sonho: se tornar mãe.

Naquele momento Anne já estava se derrubando em lágrimas, sua tia sempre falou e deixou claro que tinha ela como uma filha, mas aquelas palavras deixaram a garota muito emocionada e sem palavras. Ela amava sua tia como se fosse sua mãe, apesar de que Rachel sempre dissera sobre sua mãe e nunca escondeu que ela era sua tia, mas ela foi criada pelos seus tios e foi muito amada, não faltando nada. Ela sempre se espelhou neles e via ali que apesar de sentir falta de sua mãe por não tê-la conhecido, ela se via feliz por ter a melhor tia e o melhor tio do mundo.

- Ah tia, você sempre me faz chorar com essas palavras. Você é a melhor mãe que alguém poderia ter no mundo inteiro. Eu me sinto a garota mais sortuda do mundo por ter o tio e a senhora como meus pais e claro por ter a minha mãezinha que está no céu.

- Anne eu é que vou chorar agora. Eu te amo viu. Agora vamos voltar aos nossos bolos senão nossos clientes irão reclamar não é.

- Verdade tia.

E assim, passaram o resto da tarde. Chegando a casa eles jantaram e Rachel e Jonathan foram assistir televisão, enquanto Anne decidiu ligar para Nicole.

- Oi Anne

- Oi Nic, tudo bem?

- Tudo bem amiga, só estou cansada, é muita coisa para estudar em moda, espero que em artes cênicas não seja assim.

- Bom amiga, eu acho que todo o curso é difícil, mas enfim, estou feliz que você decidiu fazer artes cênicas depois de moda.

- Pois é, até eu me surpreendi, estava com medo, mas ai eu vi você realizando seu sonho e toda feliz, então decidi que talvez eu vá para Nova York.

- JURA? Ai amiga você é a melhor. Estou tão feliz e eu espero você por lá viu.

- Pode esperar. Mudando de assunto Anne, você não sentiu que o Petter ficou estranho depois que você contou que iria viajar?

- Eu também senti que ele mudou de uma hora pra outra, eu cheguei a falar com ele, mas desviou o assunto e disse que tinha que ir embora porque tinha aula cedo, então nem prolonguei de deixei quieto.

- Pois é, acho que ele não gostou de saber que você irá ficar longe dele, você sabe mais do que ninguém que ele gosta de você.

- É eu sei, mas eu não posso fazer nada se eu não gosto dele do jeito que ele gosta de mim. Eu o vejo como um irmão, e eu já disse isso pra ele.

- Bom amiga pelo menos você foi sincera com ele, e convenhamos ele terá que aceitar ou não a sua viagem, ele não tem que falar nada.

- É, bom, mas meu coração fica triste com isso sabe.

- Você e seu coração bondoso demais, ai Anne como você é calma e boa, haha.

- E você é má e engraçada, haha. Somos completamente diferentes mesmo.

- Por isso que nos damos bem, porque somos como água e vinho. Enquanto eu boto fogo você com essa calma apaga.

- Sério só você mesmo. Bem amiga tenho que desligar, amanhã irei a doceria e preciso acordar cedo. Beijos te amo!

- Beijos amiga, te amo também!

Na manhã seguinte Anne faz toda a sua rotina e assim que estava de saída o telefone toca.

- Alô

- Oi, eu posso falar com a senhorita Annelise Rose Delary ?

- Sim é ela, com quem eu falo?

- Ah, olá Srta Delary, eu estou falando da academia “ School of Art Banks”, e estou aqui para pedir que a Srta venha até aqui para fazer a audição e quem sabe sua matrícula.

- É sério? Ah meu Deus, claro que eu vou. Que horas eu posso ir?

- Bom, pelo o que eu vi a Srta não é daqui não é?

- Oh não, eu sou de Easton na Pensilvânia.

- Ah claro, bem se a Srta não se importar de estar aqui na sexta feira às 13h30.

- Sim claro, estarei ai. Obrigada por ter ligado.

- Imagina Srta Delary, e boa sorte.

Depois de encerrar a ligação Anne deu um grito de alegria, e aquele grito estava guardado para aquele momento. Assim que saiu de casa indo diretamente ao encontro de seus tios, Anne havia ligado para a sua amiga e as duas surtaram ao mesmo tempo. Chegando ao local, Anne logo foi contando para todos sobre a ligação, e claro recebeu muitos abraços e lágrimas de sua tia.

Depois de ter planejado tudo para sexta, ela não aguentava mais de ansiedade, ensaiava os passos quase toda a hora, só parava para comer, tomar banho e dormir.

Na sexta sua ansiedade estava a mil, todos ali tinham acordado cedo para não pegar trânsito, já que eles iriam de carro. Anne só estava levando uma pequena mala com tudo o que iria precisar, pois ela não sabia se seus tios iriam querer voltar no mesmo dia ou se hospedarem em algum hotel.

Durante toda a viagem a ansiedade de Anne só aumentava, era como se um filme estivesse passando em sua cabeça, da primeira vez que viu a escola pela janela do vidro do carro, as fotos que via pela internet e em seus sonhos.

Por volta das 13h00, ela havia chegado ao seu destino, e era ali, olhando para aquela escola grande que ela viu que iria pisar pela primeira vez em seu castelo de contos de fadas.

- Ansiosa minha filha? Perguntou Jonathan

- Muito tio, eu ainda não sei se estou pronto emocionalmente para isso, porque eu sempre sonhei em pelo menos conhecer e hoje eu irei entrar e tentar uma vaga aqui.

- E você irá conseguir querida. Disse sua tia

- Então vamos entrar né, sei que chegamos cedo, mas é sempre bom assim.

- Verdade, vamos querida?

E foi assim, Anne entrou naquele prédio glorioso, e ficou mortificada com o tamanho dele. Ela nunca havia imaginado que seria tão lindo e maravilhoso por dentro. Ela sentiu suas pernas ficarem mole de tanta emoção. Logo avistou o expediente central e foi pedir informações para uma bela moça:

-Oi, eu sou a Annelise Rose Delary, ligaram na minha casa para eu vir aqui para fazer a audição. Disse Anne toda afobada.

-Oi, deixe-me ver aqui se o nome da Srta está aqui. Ah sim, aqui está, você pode ir para o teatro que fica no terceiro andar, é só pegar o elevador ali na direita.

-Obrigada!

Anne e seus tios se dirigiram para os elevadores, e cada vez que o elevador subia parecia que eu coração iria parar na garganta. Suas mãos suavam, sua respiração estava acelerada e se não estivesse escorada na parede ela com certeza já teria caído ali de tanta emoção, medo ou de ansiedade.

Quando ouviram um bip, as portas do elevador se abriram e ela que já tinha achado a recepção maravilhosa nunca iria imaginar que aquela sala que e aquele teatro poderia ser mais perfeitos do que qualquer lugar que ela já tenha visto.

O teatro era enorme, com vários assentos acolchoados, o palco era maravilhoso, grande e chamativo. Tinha uma bancada bem em frente ao palco, onde provavelmente ficariam os “juízes”.

Anne ficou de boca aberta com tudo aquilo, e parecia que seus pés tinham-se fincado no chão, pois ela não conseguia sair do lugar. Seus tios logo a chamaram para sentar. Ela observava tudo com muita atenção, e reparou que tinha algumas pessoas nos assentos em frente ao palco, ela pensou e acabara de chegar à conclusão de que deveria ser alunos para serem aprovados também. Mas na bancada não havia ninguém ainda, e ela estava curiosa para conhecê-los.

Os minutos pareciam horas, parecia que chegaria o natal, mas a hora de começar não. Até que todos ouviram passos e olharam para o palco, e lá estavam às três pessoas que poderiam mudar o futuro da Anne.

-Olá, boa tarde a todos. Meu nome é Ryan Smith coordenador do espaço de dança.  Disse um homem alto com seus cabelos escuros e pele morena, ele parecia ser simpático. Anne observava o homem e tentava adivinhar a sua idade, ele era novo, provavelmente teria uns 30 anos no máximo.

-Olá, sou Logan Miller, diretor desta escola. Já esse era um pouco mais baixo muito bonito e novo também. Sua pele era branca e tinha cabelos em tom castanho claro. Sua idade, bem, provavelmente estaria na casa dos 30.

E foi então que uma estonteante loira, muito bonita, magra e alta começou a falar.

-Bem, e eu sou uma das professoras de dança daqui. Meu nome é Sarah Banks, e eu espero que todos se saiam bem.

E lá foram eles para seus lugares, e deram início as apresentações.

Anne seria uma das últimas e isso só piorava sua ansiedade, viu as apresentações de todos e realmente todos ali mereciam entrar na escola. Tinha vários estilos, desde clássico até o pop.  Até que ouviu o seu nome e era agora ou nunca.

-Senhorita Annelise Rose Delary, por favor.

-Olá, bem eu sou a Annelise e estou muito feliz e nervosa por estar aqui.

-Seja bem vinda Srta Delary – Disse Sarah com um sorriso estampado em seu lindo rosto.

-Obrigada Srta Banks.

-Bem o que você preparou para nós? – Perguntou Ryan.

-Bem eu pensei muito na minha apresentação, então eu escolhi o dançar jazz com uma música conhecida.

-Muito bem, pode começar Srta Delary.

Então os primeiros toques do piano de “Just give me a reason” da Pink começou a tocar, e ali perdida na música Anne se entregou de corpo e alma naquela apresentação. E ela flutuava como uma pena parecia que só havia ela presente no teatro, a sensação era libertadora, e em cada melodia ela se entregava a dança. Quando os acordes finais acabaram ela agradeceu e esperou que eles dissessem  alguma coisa, um elogio, uma crítica, algo que tirasse dela essa ansiedade.

-Uau, você realmente é muito talentosa. - Disse Sarah.

- Você escolheu uma música conhecida, fez um jazz diferente do que eu já vi. Você usou a sensualidade o que é algo perigoso de se fazer, pois muitos tentam a acabam parecendo vulgar ou ridículos. - Disse Ryan.

-Pois é eu fiquei surpreendido e com medo também?

-Medo?- Disse Anne.

-Sim, medo por você. A Srta se arriscou, pois você fez passos magníficos e ao mesmo tempo soube ser sensual sem ser vulgar. - Disse Logan.

-Pois é eu pensei muito se seria certo fazer este tipo de dança, mas eu estava confiante, ensaiei muito e bem, eu pensei que seria algo inovador talvez.

-E foi Srta Delary.- Disse Sarah.

- Obrigada pela presença Srta Delary. Você pode aguardar que daqui a mais ou menos 1 hora teremos o resultado nas mãos. - Disse Ryan.

-Obrigada!

Anne saiu de lá com um pensamento de dever cumprido, seus tios estavam maravilhados com a apresentação da sobrinha e tinham certeza de que ela iria passar.

Para passar essa 1 hora, eles foram comer alguma coisa em um pequeno restaurante simples e aconchegante.

Depois do comerem foram passear no Central Park. Respirar aquele ar puro, ver tudo aquilo, aquele gramado, o sol que brilhava forte, crianças brincando com seus cachorros a fez pensar na sua infância. Quando seus tios levavam ao parque, o quanto ela gostava de brincar, correr e andar de bicicleta. E hoje ela já está grande, mas pode-se dizer que aproveitou muito a sua infância e que foi e é muito feliz.

Já era15h20 quando já estavam no teatro novamente. A tia de Anne estava rezando, seu tio estava coçando a mão, mania que ele tinha quando ficava muito nervoso ou ansioso e a Anne estava balançando as pernas e com as mãos suando e com o coração palpitando.

Quando avistou Ryan, Logan e Sarah sabia que tinha chegado a hora. No teatro havia cerca de oito alunos, e ela não sabia se ali todos poderiam passar, ou se alguns iriam voltar pra casa. Ela estava com medo de ser um desses alunos que voltaria para casa, apesar de sempre tentar pensar positivo. A voz da Sarah ecoou naquele teatro como uma campainha para ela voltar e deixar esses pensamentos de lado.

-Bem, olá de novo. Posso dizer que eu me surpreendi com cada um. Vocês abusaram de coreografias, de músicas dançantes e isso foi realmente muito bom.

-Mas o bom aqui não basta. Vocês devem saber que aqui é uma das melhores escolas, senão não estariam aqui não é? Todos querem o que é de melhor e nós não somos diferentes. Somos exigentes e quem entrar para a nossa escola terá que se dedicar 100% focar em todas as aulas e nunca esquecer que também podemos ser malvados. - Disse Logan.

-Meu Deus Logan, assim irá assustá-los. Somos exigentes sim, mas não ao ponto de sermos malvados, pelo menos eu não me acho má. - Disse Sarah.

-Enfim, pela cara de vocês presumo que estão nervosos e quem saber o resultado não é? Pois bem irei falar os nomes e quero que subam aqui ao palco. –Disse Ryan.

Neste momento Anne não prestava atenção em nada, parecia que havia passado horas e que eles nunca iriam chamar o seu nome. Suas pernas não paravam de balançar, seu coração acelerado, suas mãos estavam suando e seu rosto mostrava a quão nervosa ela estava.

-Infelizmente teve alguns que não deram a sorte e não conseguiram passar, eu fiquei com o coração partido, mas tivemos que fazer isso.-Disse Sarah.

-Por favor, subam aqui no palco: Tassy, Noah, Kristin e por último, mas não menos importante é....