Fanfic: Breathing Your Love. | Tema: Romance, Drama, Hot. (Rebelde, RBD, TVD, entre outros).

CAPÍTULO VINTE E NOVE:

 D O C E S   S A C R I F Í C I O S 

          — E então o senhor achou que escondendo isso da gente melhoraria alguma coisa? — Alfonso indagou. No momento ele e os outros três irmãos homens estavam na mansão do pai. Dentro do escritório do mesmo. O dia havia sido cheio demais para Alonso, praticamente toda a família fora até ele tirar perguntas, chorar e até brigar. O silêncio de Marie era o que mais preocupava a todos.

— Filho, entenda, eu tive uma escolha. Ou eu sofria o resto da minha vida numa cama buscando um tratamento da doença e vendo vocês sofrerem também, ou eu omitia tudo e só deixaria vocês sofrerem quando eu morresse.

— Você foi egoísta em nem tentar lutar por nós, papai! Você desistiu de viver sem nem antes ter lutado! — Christopher falou, estava irritado, triste.

— Eu sei que fui, mas pense comigo, são poucas as pessoas que sobrevivem a um tratamento de câncer no cérebro, filho. Em qualquer uma das opções, a morte seria o meu destino.

— Mas em uma delas você teria tentado viver. Mas nem isso o senhor fez! — Christopher falou rouco, então virou-se e caminhou até a porta, prestes a sair dali. — Tenham uma boa noite, pra mim já deu! — E saiu. Alonso suspirou.

— Eu nunca pensei que concordaria com o Christopher, mas ele está certo. — Christian falou.

— Por Deus, Christian, me entenda.

— Então nos entenda também, Herrera. — Alejandro começou e todos se surpreenderam com o tom seco do mesmo, ele nunca agia assim, mas o mesmo estava quebrado por dentro, o primeiro filho deles, o que vivera mais tempo com o pai. Alonso era a sua base. E sem a sua base, o que ele seria? — Não será hoje, nem amanhã, espero que nem semana que vem, ou mês que vem, mas será em breve! Iremos ficar sem o nosso pai, a nossa âncora! — Ele desabafou. Os olhos azuis do mesmo marejaram.

— A morte é inevitável, filho. E como eu imaginei, já estão sofrendo por antecedência.

— Nesse caso, pelo menos por agora, ela poderia ser evitada. — Christian respondeu pelo irmão.

— Vocês estão se agarrando a uma possibilidade como forma de justificativa por não aceitarem que eu vou...

— Que o senhor vai morrer. Pois é. — Alejandro riu amargo. — Tenham uma boa noite, é muito informação pra processor em uma dia só e bom... Eu tenho uma família que precisa de um marido e um pai em casa. Com licença. — Alonso suspirou, exausto.

— Vocês não vão entender o meu lado também, não é? — Indagou mirando Christian e Alfonso que foram os únicos que restaram na sala. O silêncio se fez por alguns segundo e prestes a derrubar lágrimas, Christian virou-se para sair dali, mas parou na porta, ao ouvir que Alfonso finalmente começara a falar.

— O senhor me tirou, literalmente, do lixo. Desde quando eu tinha sete anos me criou como se eu fosse o seu filho e eu acreditei que era. Eu acredito que sou. O senhor me tornou um Herrera, o senhor é o meu pai e a primeira coisa que me disse quando me colocou dentro da sua casa foi que me daria o mundo e o senhor realmente cumpriu a sua promessa. Não só pra mim, mas para nós todos, todos os meus irmãos, mas agora eu peço para que por favor, se tiver o que dizer, me diga, pai, por que até agora eu tento entender... Do que adianta ter o mundo, se não teremos o nosso pai? — Alonso engoliu a seco. — A morte é inevitável e nós sabemos disso, mas se o senhor morresse naquela cama de hospital, lutando pela sua vida, lutando por nós por mais doloroso que fosse, ainda teríamos a chance de olhá-lo dentro de um caixão e pensar: “ele tentou. Ele morreu lutando para sua vida. Morreu lutando para continuar ao nosso lado. Morreu lutando por nós”, mas e agora, pai? E quando chegar a hora da despedida o que pensaremos? O senhor não tentou! Não lutou pela sua vida, não lutou por nós e eu não estou jogando na cara de ninguém, nem me lamentando, porque o senhor sabe mais do que ninguém que eu não faço isso. Mas eu perdi a minha mãe biológica, a minha mulher, os meus dois filhos que céus... Não tiveram nem a chance de vir ao mundo e agora o senhor... Eu sinceramente não sei o que fazer, pai. Eu vou ver o meu mundo caindo, de novo, e quando eu olhar ao redor, o de todos que eu amo, das únicas pessoas que eu amo, que é a minha família, estará destruído. Eu não sei o que acontecerá depois disso... Mas sei que os Herrera não ficam no chão. Ou melhor, não chegamos lá até hoje porque o senhor estava lá em baixo pra nos reerguer. E sem o senhor? O que faremos? O futuro é incerto e eu só tenho mais uma coisa pra te dizer, pai... O meu único desejo, ou melhor, o nosso, meu, dos meus irmãos e da minha mãe, era que, ao menos, o senhor tivesse tentado. Mas como já é tarde demais pra voltar atrás, só nos resta aceitar. Tenha uma boa noite, pai, e não pense que porque estamos te dando tchau agora, não vamos estar ao seu lado quando essa doença te derrubar. Muito pelo contrário: Estaremos juntos, mesmo sofrendo. Mas e quando um de nós cair... O senhor estará lá? — Indagou e claro, aquela pergunta não precisava de resposta. — Todos nós sabemos a resposta. E é isso que nos assusta e nos faz ter essa reação... O senhor não estará mais lá, não estará mais aqui. — Ele suspirou. — Preciso ir, depois conversamos mais. Boa noite, pai. Boa noite, Christian.

— Boa noite, filho... — Alonso sussurrou e os dois irmãos saíram juntos, deixando o mesmo pensativo pra trás. Alfonso disse que ele não estaria mais lá... Fisicamente não, mas de outra forma quem sabe? E foi pensando na família que ele teve uma ideia; uma brilhante ideia.

Ao saírem do escritório do pai, encontraram Candice, Alejandro e Marie, todos olhando Alfonso atônitos, ficaram atrás da porta, ouvindo tudo, ele não era de falar as coisas que sentia assim... Decidindo que já estava cansado demais para falar mais alguma coisa.

— Tenho que ir, estou exausto, tenham uma boa noite e creio que foram emoções demais em um só dia, descansem.

— Alfonso. — Alejandro chamou e ele o mirou, já com a mão na maçaneta da porta. — O que fazemos agora?

— O faremos feliz nos seus últimos dias, meses, não sei, de vida... Ele errou sim, mas ainda é o nosso pai, o seu marido... E o que eu puder para fazê-lo feliz, eu farei. Porque foi isso que ele fez por nós durante toda a sua vida.

E em um aceno básico com a cabeça, ele saiu dali. No caminho para a sua casa, ele estava pensativo com o que ele mesmo acabara de dizer... Faze-lo feliz... E o maior sonho do seu pai era vê-lo casar, ser feliz novamente, amar alguém novamente. Aquilo era impossível! Então a opção era fingir. Afinal, às vezes temos que fazer certos “sacrifícios” por quem amamos. Na mesma hora, seu celular apitou e pegando-o, ele viu que havia recebido um e-mail, abriu o mesmo desinteressado até ver que era Maite.

De: Maite Green

Para: Alfonso Herrera

Assunto: Planilha de Abril.

Data: 05/05/2015 22:33

Segue o anexo que o senhor pediu com a planilha de custos do mês de Abril.

Boa noite, querido chefinho.

Durma bem.

Srta. Green.

Ele sorriu de lado negando com a cabeça, mas era uma menina insolente mesmo... E então, percebeu que lá estava a sua salvação, com uma ideia em mente. Maite Green que se preparasse... O contra-ataque de Alfonso viria melhor do que o esperado.

Sim. Vai acontecer o que vocês tão pensando que vai acontecer, se é que estão pensando o que eu estou pensando que vocês estão pensando que vai acontecer. 

Opa, acho que buguei um pouco aqui. 

Enfim, até amanhã! 

Beijos <3