Fanfic: Encanto - Mine-DyC --Finalizada | Tema: Vondy

Dulce estava sentada no sofá, abraçada com tomaz enquanto os outros quatro continuavam discutindo. Até mesmo Rob parecia interessado no assunto, menos eles. tomaz estava quieto e distraído olhando para o nada, passando a mão levemente no braço da garota. Christopher olhava ocasionalmente para ela, mas voltava logo para os amigos. 

- Eles parecem estar se divertindo. – Dulce sussurrou para o garoto que a abraçava – Por que você não vai lá entrar na brincadeira? 

tomaz suspirou pesadamente e a apertou mais contra o peito. 

- Da última vez que abri minha boca, você parou no hospital e meu amigo ficou estranho comigo. Faço um melhor trabalho te segurando aqui. 

- As revistas vão adorar isso, vou pegar três da banda. – ela riu, fazendo todos olhar para ela. 

- Aposto que o poncho será o próximo. – ele continuou.

- Provavelmente... 

Rob dava um discurso longo e todos olhavam para ele, pareciam entender perfeitamente o ponto de vista do segurança. Não que isso fosse algo de bom, muito pelo contrário, era apenas mais um ponto de vista contrário e deprimente que mostrava quão grave a situação era. tomaz sentiu a garota ficar tensa. 

- Então, você e o Christopher, hein... – ele disse cutucando-a de leve – Vocês estão... sabe... 

- Acho que sim. – Dulce cortou sorrindo – Nunca usamos rótulo, mas estamos juntos. Seja lá o que isso for. 

- Nunca vi o Christopher assim antes. De verdade, ele parece outro e não é só pela fase negra. É por tudo. 

- Eu queria ter certeza disso. – um tom de dúvida, um suspiro cansado.

- Já tentou olhar nos olhos ele? Dizem que os olhos são a janela da alma. – tomaz disse.

Dulce afundou o rosto no peito de tomaz, parecendo confusa e envergonhada, de um jeito infantil, não dengoso. 

- Estou com medo. – ela confessou. 
- Não precisa, Candy. Nós vamos conseguir achar um jeito, não se preocupe. 

- Não é isso. – falou tirando o rosto da blusa carmim que ele usava – Estou com medo do que estou sentindo, tomaz. Eu o quero tanto por perto que chego a ser egoísta ao ponto de não me importar com a segurança dele, ou a de vocês... 

- A gente meio que não se importa também. – tomaz brincou.

Dulce revirou os olhos. 

- Ok, me desculpe. Pelo visto você precisa de uma amiga. – ele disse afastando-a.

Cruzou as pernas no sofá, fingiu jogar os cabelos para trás e colocou as mãos caídas. Soltou a respiração num agudo de si sustenido e olhou para a garota em sua frente. Pronto, ele era a mulher. 

- Agora me conte tudo, querida. Como esse bofe maravilhoso te trata? As coisas estão esquentando, hein? – ele disse com a voz anasalada.

Para Dulce, a versão britânica do filho da Vera Verão com o David Brasil era melhor do que nada. Ela virou-se para ele completamente e, tentando não rir, confessou: 

- Não sei como lidar com isso... 

- Você não precisa saber, Candy. Você precisa sentir, apenas. – tomaz falou com sua voz normal, embora a postura tivesse congelada daquele jeito. 

- Como pode? Um sentimento tão grande e intenso ocorrer em tão pouco tempo? – Dulce perguntou com a voz sufocada.

tomaz segurou sua mão. 

- Como não pode acontecer? 

Antes de a garota responder, a reunião tinha terminado e os outros presentes na sala olhavam para eles, enquanto Christopher caminhava em sua direção. O rosto parecia tenso, mas ele sorria. 
- Você transformou a Fera num príncipe novamente, Bela. – tomaz sussurrou antes de se levantar.

Ele passou por Christopher, sendo veemente ignorado. 

- Uma hora você vai ter que voltar a falar com ele, sabe disso, certo? – ela perguntou enquanto, Christopher sentava ao seu lado. 

- Você perdoa fácil demais. 

- E você é grande demais para brincar de Grumpy. 

- Desculpe atrapalhar, mas já está tarde e nós estamos indo. – poncho falou. 

- Não! Vamos pedir uma pizza, comida tailandesa, japonesa? 

- Fica para amanhã, cara. 

- Depois a gente se fala. 

- Tchau, Candy. 

E assim que pollito fechou a porta, Rob foi para seu posto nos fundos da casa, deixando o casal sozinho. Christopher olhou para Dulce e acariciou seu rosto. 

- Você é linda. – ele disse, examinando pela enésima vez com cuidado cada parte dela. 

- Christopher... 

- Shiii. Hoje nós só vamos falar do quão linda e perfeitamente feita para mim. 

Então ele se aproximou e a beijou. Era incrível como esse simples ato havia se tornado comum, espontâneo. Como suas bocas se encaixavam, como a língua dele sabia desvendá-la com cuidado, desejo e um pouco de ousadia. Como ela conseguia fazê-lo tremer e acelerar cada beijo, cada toque, numa urgência cega de sentir seu corpo. 

A respiração ofegante começou em ambos. No mesmo compasso, sem desgrudar os lábios, Christopher colocou seu corpo sobre o dela, e Dulce deitou-se no sofá. Não havia tempo para se olharem, estavam desesperados, seguindo as batidas aceleradas dos corações animados. As mãos de Christopher desceram para o corpo dela, contornando a forma, tocando a pele, descobrindo em movimentos pensados. 

- Christopher... – a garota gemeu quando os beijos dele foram para seu pescoço. 

Arranhou as costas quando sentiu o caminho quente traçado pelos seus lábios pelo seu colo. O corpo dele ficava mais pesado, rígido e exigente. Então Dulce abriu os olhos quando os dedos ágeis dele abriram sua calça jeans. 

- Christopher, para. – Dulce pediu, afastando-o. 

Mas ele se aproximou mais uma vez, os olhos transbordando desejo e... medo. Ela não reconhecia o homem que a encarava. Dulce espalmou a mão em seu peito, impedindo uma nova sessão de beijos. 

- Christopher, não. – ela falou tentando sair de perto dele, mas continuava presa embaixo dele. 

- Candy... 

- Saia de cima de mim, por favor. – ela pediu cada vez mais assustada. 

- Vai me dizer que não estava bom? Que você não estava gostando? É a resolução dos nossos problemas e... 

- O que? Resolução dos nossos problemas? 

- Não, você entendeu errado... 

- Eu entendi perfeitamente, Christopher. Agora sai de cima de mim! 

A voz quase esgoelada e os olhos cheios de lágrimas fez com que Christopher pulasse para longe e Dulce saiu do sofá como se estivesse ferida. 

- Meu amor.... 

- Não vai ser assim, Christopher. Não vai ser como uma resolução. Não foi desse jeito quando eu era a prostitutazinha que você comprou num bar. Não vai ser agora que você me chama de amor. Seu amor. 

Sem a resposta de Christopher, ela subiu para o quarto segurando as inúteis lágrimas. Ele ouviu a porta de seu quarto bater fortemente e suspirou pesadamente. Tinha feito tudo errado. Tinha feito tudo o que seus amigos disseram para ele não fazer. Mas, misturando a vontade de tê-la, o bilhete em seu bolso queimava todo seu autocontrole. Ele estava sendo irracional. 

Pegou o papel amassado mais uma vez, já tinha decorado desde cedo quando o recebera, mais cedo na porta de sua casa vigiada, mas mesmo assim leu tudo novamente.