Fanfics Brasil - Capitulo 17 Encanto - Mine-DyC --Finalizada

Fanfic: Encanto - Mine-DyC --Finalizada | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 17

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Ela já estava acordada quando Christopher abriu a porta de seu quarto na manhã seguinte, mas continuou de olhos fechados. Ele ficou parado por um breve momento e, com um suspiro pesado, fechou a porta novamente. Mesmo assim, Dulce não se mexeu até ouvir o barulho do carro dele saindo em alta velocidade pela rua. E quando o fez, sentiu-se tonta e sufocada. Era como se as paredes do seu quarto estivessem se fechando, espremendo-a aos poucos, deixando-a sem uma saída. Respirou fundo duas vezes e foi decidida até o banheiro. Precisava sair, precisava correr um pouco, ouvir vozes, sentir cheiros. Tomou um banho rápido, colocou uma roupa confortável e aquecida e, sem dar satisfações a empregada ou a Rob, ela saiu. 

A rua cheia e agitada pelo horário, mas ninguém parecia se importar com ela ali. Se alguém sabia quem ela era, não disse nada. Continuou caminhando e sentindo o aperto no peito diminuir. Sua mente permanecia num fluxo de pensamentos e lembranças, questionamentos e certezas. Tinha certeza de que não parecia muito normal para as pessoas que lhe observavam. Os olhos ainda estavam vermelhos e pesados, provavelmente tinha olheiras pela noite mal dormida. Será que sua vida com Liam seria sempre assim? Sempre voltando àquele velho assunto? Não sentia mais falta de ar, nem estava tonta, mas se sentia perdida e insegura. Talvez à noite, ela pudesse conversar com ele, com mais calma, sem todo aquele clima. Tentaria tirar dele uma explicação plausível. 

Distraída demais com seus pensamentos, Dulce não percebeu a sombra atrás dela. Provavelmente acostumada com a sensação de estar sempre seguida, até mesmo quando estava nos braços de Christopher na sala de estar, ou segura em sua cama, ela parecia não ligar. Seus passos eram lentos e olhava tudo ao redor, sorrindo com um bebê brincalhão que passava na sua frente ou com algum casal de idosos brigando sobre algo mais apimentado na relação. 

Sem motivo algum, quando ela conseguiu sorrir, se sentiu livre. Por um breve momento, distraída pela sensação de liberdade, ela virou uma esquina e depois outra e outra, caindo num lugar desconhecido. As pessoas continuavam a passar em menor quantidade e as casas não eram as que ela costumava a ver. 

- Dulce... – alguém cantou atrás de si – Dulce... 

A voz tentava sair melodiosa, porém, para ela, parecia o sopro de um torturador medieval. O que ele não deixava de ser. Talvez fosse um torturador pós-moderno. Em sua cabeça, as possibilidades pintavam quadros, todos sangrentos no final. Se gritasse, sangue. Se corresse, sangue. Se ligasse para Christopher, sangue dele. 

Sem saída, ela se virou para olhar o homem que a chamara. Lá estava ele, com seu sorriso amarelado e a barriga que parecia querer explodir. “O Médico” a encarava deliciado com o pavor estampado em seu rosto. 

- Minha doce, Dulce. – ele se aproximou enquanto ela continuava travada no mesmo lugar. 

- Por favor... 

O Médico segurou o braço dela com força e descrição, guiando-a até um muro decorado com trepadeiras espinhosas e empurrou-a ali, com as costas forçadas contra as pontas afiadas. Um choramingo por causa da dor escapou e Dulce sentiu sua pele rasgando em diversos pontos. 

- Você tem sido uma menina muito má. – o Médico censurou.

- Eu não... 

- Você é sim. – ele falou, colocando seu corpo encostado no dela, escondendo-a de quem passasse. 

Dulce sufocou o grito e refreou seu corpo que teimava em fugir, quando sentiu o cheiro de nicotina e álcool dele em seu rosto e uma parte nojenta, dura demais para seu gosto, encostando lascivamente em suas pernas. 

- Por favor, me deixa ir. – ela suplicou. 

Apertou mais ela contra os espinhos, tornando muito difícil de respirar. Dulce começou a sentir o sangue escorrer e ela procurou se concentrar em escapar dali. 

- Sabe a Ilasha? Aquela indiana calada? Ela morreu há duas semanas. Encontraram o corpo numa vala, muito triste. – ele segurou o pescoço de Dulce, apertando um pouco forte. - Aquela sua amiga... Como se chamava mesmo? A que te tratava como uma irmã mais nova? 

- Charlotte. – Dulce sussurrou chorando e ele sorriu mais, descendo a mão. 

- Ela mesma. Está numa casa podre que só recebe os piores clientes. Da última vez que eu a vi, podia jurar que ela fedia. – o Médico continuou – E tantas outras,Candy, se deram mal. Você acha que seja realmente justo ser a única a se dar bem? Não, eu não acredito nisso. 

Dulce parou de lutar. Ele havia acertado um golpe forte demais. A garota estava nocauteada, completamente dominada. 

- Você quer que eu volte? – ela perguntou, tentando parar de chorar.

- Não sabemos ainda o que faremos com você, mas andar livremente por aí não é o que queremos, querida. – o homem respondeu, parando a mão na barra da calça dela. 

- Por favor... 

- Você é muito educada, não é? Sempre por favor, sempre submissa. – ele brincou com o botão – Imagino, então, porque você continua do jeito que deixamos. O garoto não sabia o que estava comprando e queria alguém mais experiente? 

Dulce ficou em silêncio. 

- Você tem brincado de casinha e eu não tive a oportunidade de brincar com você ainda. – ele falou com a voz carregada de malícia. 

- Dulce! – um grito grave e forte fez com que o Médico saísse de perto dela. 

Ele conhecia Rob, conhecia a voz dele e sabia que ele era perigoso demais. 

- Até breve, Candy. 

E simplesmente sumiu, como um fantasma. Rob chegou a tempo de ver Dulce caindo desfalecida na calçada. Ela tremia com os olhos abertos, mas não estava lá. Não estava olhando para Rob, não estava com a razão. O segurança continuou calmo e, sem chamar atenção das pessoas que passavam ali, pegou a garota nos braços, sentindo o sangue sujando seu paletó. 

- Você vai ficar bem, Candy. – ele sussurrou e sua voz era cálida, tão próxima da bondade que ela fora afastada bruscamente por aquele homem. 

Então chorou, sufocando os gritos de dor e desespero na blusa branca que o segurança usava. Como uma pedra, Rob continuava andando, quase sem movê-la, falando em tom baixo palavras de conforto, embalando-a como uma criança. 

- Christopher... – Dulce balbuciou enquanto entravam pela sala.

- Ele está vindo. – Rob respondeu subindo as escadas – Precisei ligar para ele, menina. 

Ela não respondeu nada. Rob colocou-a na cama virada de lado, tentando não prejudicar mais os pequenos furos que pareciam um pouco profundos. Rob virou-se para pegar o kit de primeiros socorros, mas Dulce segurou a mão dele com força. 

- Por favor, não me deixe sozinha. – ela pediu.

- Também acho que quando você fica sozinha, coisas ruins acontecem. Nesse quarto você pode causar a Terceira Guerra Mundial. – Rob falou quase sorrindo.

Ele ficou ao lado dela, olhando por vezes preocupado para a garota que mantinha os olhos fechados, mesmo sem estar dormindo. Ouviu o carro de Christopher estacionar na garagem, mas continuou ao lado dela até que seu patrão entrasse no quarto. Esbaforido e vermelho, o rosto alarmado. 

- Ela não está dormindo. – Rob disse se levantando – Ela precisa de um banho e limpar os machucados. 

Dulce abriu os olhos devagar e quando viu Christopher, esperou a grande bronca, como uma criança comportada. No entanto, ele ficou quieto. Apenas estendeu-lhe a mão que ela aceitou depois de um tempo indecisa. O toque de sua pele quente contra a dele, fria como um gelo por causa do tempo lá fora, a deixou apreensiva. Pensou algumas vezes em falar algo, até abriu a boca em tentativas fracas. Palavras não eram necessárias e ela se sentiu envergonhada por saber que havia sido descuidada demais. Consciente de que cada furo dolorido em suas costas era culpa exclusivamente sua. Garota tola e idiota. 

Christopher caminhou com ela até o banheiro e, soltando sua mão, abriu o chuveiro. A água quente já descia com seu vapor e em questão de segundos o banheiro estava embaçado. Ele continuou parado, esperando o que Dulce demorou pra perceber que era a retirada de suas roupas. Torcendo para que o banheiro estivesse embaçado demais para que ele visse algo, ela começou a tirar sua blusa. Tentou, em vão, não gemer de dor quando o tecido grudado com sangue nas feridas começou a ser retirado. 

- Para. – Christopher mandou – Vai sair melhor debaixo do chuveiro. 

Ela concordou em silêncio, mantendo os olhos baixos. Mais uma vez, ele a guiou e, sem parecer se importar com suas próprias roupas, ficou embaixo da ducha de água quente. Dulce respirou fundo e ficou de frente para ele, só então percebendo o quanto ele era mais alto que ela. Quando a água bateu em sua ferida, não sentiu dor até Christopher olhá-la preocupado. Caia gotas transparentes para rolar pelo chão gotas tingidas de vermelho. 

- Eu vou começar a tirar. – ele falou e Dulce enlaçou o tronco dele num abraço forte enquanto sentia cada parte desgrudar de sua camisa. 

Ela chorava baixinho, sem imaginar que silenciosamente Christopher também derramava lágrimas no topo de sua cabeça. Nem imaginou que esse fosse o motivo de suas próprias lágrimas estarem mais salgadas.



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Autor(a): Anna Uckermann

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • cmsvondy Postado em 04/11/2015 - 01:10:09

    Muitooo linda essa fanfic, parabéns foi mega bem escrita, a história foi incrível !!!! Ameei

  • stellabarcelos Postado em 22/10/2015 - 00:56:14

    Amei muito! Muito lindo! Parabéns

  • ana_vitoria_gadelha_de_souza Postado em 21/10/2015 - 17:32:36

    Postado

  • marianasvs Postado em 20/10/2015 - 22:47:47

    CONTINUAAAAAAAAAAAAAAA MDS, VICIEI, CONTINUA

  • Dulce Amargo Postado em 20/10/2015 - 19:47:16

    Continuaaaaaaaa

  • stellabarcelos Postado em 20/10/2015 - 15:21:29

    Eles não podem conseguir fazer nada com ela!!! Por favor! Continua

  • stellabarcelos Postado em 20/10/2015 - 05:14:33

    Leitora nova chegando agora! Haha tô louca pra você continuar! Postaaaaa

  • heloise_savinon_uckermann Postado em 20/10/2015 - 03:59:46

    Meus* sofrendo* desse* faz* meu* simplesmente tudo* teclado loco eu hein pirou na batatinha ta louco

  • heloise_savinon_uckermann Postado em 20/10/2015 - 03:53:06

    Criatura eu TO chorando aqui com menús bebés sorprendo desde jeito. Gosto de fanfics Assim q me faxes chorra de emoção,qué faz ter Raiva quando algo da errado,ou seja,que mechem com me u emocional,e essa é simplemente tu do isso!! Quando se le essa web VC pensé "O MUNDO PRECISA LER ISSO" e é ISSO q eu desejo q varios leitores venham aqui ler essa Coisa MARAVILLOSA e se emocione tbm......CONTINUUUAAA esto u ansiosa para os próximos capítulos bjinhos:)

  • Juju Uckermann_ Postado em 19/10/2015 - 13:11:55

    Continuuaaa!!!! Q fofos :))!


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