Fanfic: Encanto - Mine-DyC --Finalizada | Tema: Vondy
Na manhã seguinte, pablo e Dulce conversavam na sala enquanto almoçavam, e Christopher parecia terrivelmente entediado. Essa era apenas uma máscara para observar a garota. Ela sorria envergonhada e constantemente colocava o cabelo para trás da orelha. Parecia não perceber como aquilo era sedutor. Mas pelo olhar de pablo, ele percebeu que o amigo pensava o mesmo. Parecia difícil para pablo não encostar a mão, como se fosse sem querer, no braço ou na mão de Dulce. Isso o incomodava muito mais do que pensara que fosse incomodar alguma vez.
A cena parecia congelada, girando num ciclo sem fim, até que os três foram tirados do mundo particular que viviam quando poncho, tomaz e pollito entraram; o último com uma grande sacola roxa de uma loja de grife qualquer.
- Chegamos! – um grito ecoou pela casa
Entraram na sala como um furacão e, instantaneamente, formaram uma fila indiana para conhecer a garota. Os três pararam, mas foi poncho que resolveu falar primeiro. Tomando a mão de Dulce, ele beijou galantemente e sorriu.
- Você é a merda mais bonita que o Christopher já fez na vida. – ele disse, levando um soco no braço de tomaz.
- Obrigado, poncho. – Christopher disse, emburrado no canto da sala.
- Desculpe, acho que eu deveria agradecer. – foi a vez de Dulce se pronunciar.
Houve um minuto de silêncio, onde todos se olharam.
- Foi um elogio, não foi? – ela perguntou confusa.
Explodiram em gargalhadas altas e escandalosas. Até Christopher pareceu sorrir um pouco. tomaz se apresentou, o último lhe deu as roupas que pablo havia separado no dia anterior.
- Agora, você pode se trocar. - pablo falou calmamente.
Presa a algum tipo de sentimento maluco, ela olhou para Christopher, sem perceber que perguntava com os olhos se tinha permissão para fazer aquilo. Apenas pollito percebeu isso.
- Vai lá trocar de roupa, essa é a camisa mais feia do Urckermann. – ele disse rindo.
- E olha que ele tem várias, você deve ter um dom pra isso. – poncho brincou.
- Só coloque um casaco. – a voz de Christopher surpreendeu – Você ainda está tremendo de frio.
Enquanto Dulce se afastava, todos os rostos dos amigos viraram para ele. Perguntas e comentários rolaram ao mesmo tempo.
- Eu quero saber de tudo!
- Que preocupação foi essa?
- O que você vai fazer com essa garota?
- E o prêmio do ano vai para...
Sentaram-se. Um melhor jeito para a conversa acontecer. Eram mais que amigos; eram irmãos, mas fazia tempo que não sentavam os cinco para uma conversa. Mas havia algo no ar que deixava tudo pesado. A tensão partia de pollito e Christopher, e todos sentiam.
- Você sabe que essa menina ainda pode correr risco, não é? – tomaz disse preocupado – Isso é uma máfia. Só Deus sabe o que pode acontecer com ela se algum daqueles caras a encontrarem de novo...
- Como cuidar dela? Faz tempo que o Christopher não cuida nem de si mesmo. – poncho perguntou fazendo o garoto bufar.
- Eu a comprei! É meu dever cuidar dela.
- Então comece a não tratá-la como um objeto. Vai deixar tudo mais fácil. – pollito falou exasperado – A garota vive num estado de medo. Pensa que você vai atirá-la na cama e....
- E se eu quiser? – Christopher perguntou mais alto – Paguei caro por ela! CARO! Acredite em mim, qualquer coisa terrível que eu queria fazer, parecerá um ato de bondade.
- Urckermann, se você sonhar em encostar nessa menina só para tentar satisfazer esse desejo sadomasoquista que você tem pra acabar com a falta da natalia....
- Cala a boca, pollito.
- Se você encostar nela...
- Ok, você vai acabar com ele e ele com você. Agora chega! Vocês só estão de cabeça quente. – pablo interrompeu, escondendo o fato ocorrido anteriormente. Podia apostar que ninguém queria lembrar.
Foi nesse instante que Dulce começou a descer as escadas, vestida com shorts jeans e um suéter azul. A cena lhe parecia estranha, mas ela preferiu não falar nada. Aqueles meninos já eram estranhos demais.
- Ao menos perceba que ela merece melhor. E que, talvez, ela seja tudo o que você precisa para sair disso. – pollito disse, saindo de encontro a Dulce.
O clima ruim foi se dissipando aos poucos e depois parecia que ninguém conseguia se lembrar da briga anterior. Sentaram para conversar, riram, e até ensinaram a Dulce algum dos códigos estranhos que inventaram quando eram mais novos.
O X-BOX foi ligado e a sala se encheu de testosterona enquanto eles brigavam para escolher o jogo e saber quem ia jogar contra quem. Decidiram por boxe primeiro e Christopher e tomaz formaram a primeira luta. poncho pegou uma almofada quadrada e passeou rebolando pela sala como uma dessas garotas que contam o round.
- LINDAAAA! – pollito gritou com a voz mais grossa que o normal.
poncho se jogou em cima dele e a luta começou. Sentada ao lado de pablo, Dulce ria ao ver como os dois lutadores se esforçavam.
- É uma velha rixa, sabe? – pablo explicou – Christopher e tomaz não gostam de perder, por isso quase se matam na luta. Olha, o tomaz já está até suando.
- Como se isso fosse novidade. – alguém comentou, mas Christopher ganhou o primeiro round e todos se levantaram, gritando para tomaz reagir.
Em silêncio, pablo pegou a mão da garota e a guiou para fora da sala de estar. Sem dúvida ou insegurança, ela o acompanhou e o sorriso tranquilo dele, assim como os olhos tão aconchegantes, a fizeram sorrir também. Entraram na segunda porta do corredor do térreo. Ela nunca tinha entrado ali, mas não se surpreendeu ao ver que o piano na sala não era a única coisa relacionada à música. Numa mistura de almofadas jogadas entre instrumentos e caixas de som, o quarto se mostrava como o lugar favorito de Christopher. Tinha o jeito dele, o cheiro dele.
- Ainda não tinha vindo aqui? – pablo perguntou, pegando o violão - Melhor aqui do que na sala com os malucos gritantes?
Ela estava gostando daquela confusão, mas preferiu não dizer isso a ele. Notas de um acorde começaram a sair do violão enquanto pablo tocava concentrado. Conhecia a melodia, mas não se recordava. Na verdade, não sabia dizer quando havia sido a última vez que ouvira alguma música de qualidade.
- É uma música brasileira, mas eu não sei cantar. – ele disse depois de um tempo.
Um brilho acendeu no olhar de Dulce na mesma hora. Claro que era uma música brasileira. Um clássico da MPB, uma relíquia e uma lembrança. Sua mãe gostava tanto de cantarolar enquanto cozinhava o jantar que ficou surpresa por ter esquecido. Lulu Santos, Apenas mais uma de amor. Sim, era essa.
- Minha mãe costumava cantar... Não sei como fui esquecer. – confessou envergonhada.
pablo parou por um momento e a encarou.
- Às vezes bloqueamos as lembranças boas porque elas machucam mais do que as ruins. – ele justificou.
- Faz parte de alguma música?
- Não. Uma filosofia furada qualquer. – o garoto brincou.
- Não sabia que gostava tanto das músicas brasileiras. – Dulce disse.
Claro que não sabia quase nada deles, mas não valia a pena comentar isso.
- Vocês têm ótimas músicas. Na verdade, a grande pergunta é como não gostar do que é do Brasil. – pablo disse, ignorando o violão por completo, concentrando-se apenas nos olhos dela.
Dulce passou horas olhando nos olhos tempestuosos de Christopher e de repente se encontrara perdida na calmaria que havia nos de pablo . Tentou se bater mentalmente, mas não tinha forças. Era cedo, era errado e era reconfortante. Qualquer sinal de carinho lhe era mais do que esperado.
- Você sabe que está segura agora, não é? – mas não parecia uma pergunta.
- Sim. Aparentemente vocês gostaram da ideia de proteger uma estranha. – ela brincou.
- Complexo de príncipe encantado. Somos britânicos, atos nobres estão no sangue. – pablo fez uma reverência engraçada – Ou talvez não.
Antes que o silêncio constrangedor se instalasse, a porta foi aberta por um poncho agitado que pareceu não perceber ou achar a cena estranha.
- GUITAR HERO! – ele gritou com tamanho entusiasmo, que pablo apenas conseguiu sorrir, pedindo desculpas para candy antes de sair correndo com o amigo de volta para o vídeo game.
O sol brilhava entre nuvens e o tempo cinzento parecia estar lá para ficar. Christopher olhava para seu jardim, distraído. Achava que estava sozinho, mas da janela da cozinha, olhos negros e atentos o observavam com grande curiosidade. Havia algo naquele mau humor, naquela brutalidade que a incomodava. Não parecia real, não parecia ele. Quase podia ouvir a voz da irmã exaltando suas qualidades, dizendo como ele era o príncipe encantado.
Parecia que o príncipe encantado estava quebrado.
- Esse jardim era da natalia . – a voz suave de pollito a despertou – Ele fica ali sempre que está sóbrio.
- Faz muito tempo? – candy perguntou.
- Dois meses. – pollito respondeu desleixadamente – Mas, parece que já se passaram vários anos.
- Só sabe da dor de uma perda quem já perdeu. – ela disse, se abraçando um pouco.
- Foi isso o que te trouxe aqui? A dor da perda?
Ela sorriu amargamente.
- Foi o medo dessa dor. – ela disse – Não adiantou muito.
De repente os olhares, tanto Christopher quanto os de candy, ficaram distantes, perdidos em seus passados sombrios. A mão de pollito pousou em seu ombro, mas ela não pulou. Mais um gesto carinhoso, ela podia se acostumar com isso.
- Você vai ficar bem, candy. – ele disse – Vocês dois vão.
Quando todos foram embora, a casa caiu no mais profundo silêncio. Desconsertados, Christopher e Dulce se olharam por um momento. Havia sido um longo dia. E as palavras de cada amigo ainda ecoavam na mente de Christopher, misturadas aos sorrisos e gestos feitos por Dulce durante todo o tempo. Ele estava parecendo um animal enjaulado e ferido, tratando-a mal. Sabia que não era assim, nunca fora desse jeito. Então com um esforço, que ele achou ser quase sobrenatural, Christopher sorriu para ela.
O choque no rosto de Dulce o fez querer rir, mas se segurou. Pigarreando algumas vezes, Christopher estendeu a mão.
- Acho que a gente pode recomeçar. – ele disse – Oi, eu sou o Christopher.
Ela sorriu e segurou a mão quente e um pouco áspera.
- Dulce, mas seu amigo me chama de candy.
- Não vou dizer do que o pollito me chama. – Christopher brincou ainda meio sério.
A garota riu e abaixou a cabeça quando o silêncio retornou, mais constrangedor que antes. Cruzou os braços, o que Christopher percebeu ser uma mania. Talvez fizesse isso toda vez que se sentia desprotegida, insegura. Querendo que ela não ficasse daquele jeito, ele teve uma ideia. Idiota, em sua opinião, mas ainda assim uma ideia.
- Você quer assistir a um filme? – ele perguntou ansioso – Deve estar passando algo bom na TV. Só se você quiser, é claro... Esqueça, você está cansada e...
- Eu adoraria ver um filme agora. – candy o cortou, fazendo com que ele respirasse aliviado.
- Vou pegar a pipoca e você escolhe o filme. – dizendo isso, ele saiu correndo para a cozinha.
Poucos minutos depois, Christopher entrava na sala equilibrando uma vasilha de pipoca e duas latinhas de refrigerante. Não achava estranho o fato daquela ser a primeira noite, em muito tempo, que não bebia uma gota de álcool. Encontrou Dulce no sofá, encolhida e enrolada numa coberta de lã. Não estava tão frio para ele, mas qualquer vento parecia ser uma ameaça de congelamento para a garota.
- Pronto. – ele disse, sentando-se ao lado dela, colocando a vasilha entre os dois e dando uma lata para ela.
Observando por um momento a lata de Coca-cola na mão dele, Dulce abriu a sua própria e pegou um pouco de pipoca.
- Espero que goste de comédia romântica e clichê. – ela disse.
- Ah, eu adoro! – a ironia era quase palpável, mas não bruta.
Logo o filme começou e a garota já tinha os olhos presos na TV, mas não Christopher. Percebeu que a menina sentada ao seu lado o encantava. Não que estivesse apaixonado, longe disso. Mas pollito, talvez, tivesse razão. Por capricho do destino, aquela menina perdida aparecera em sua vida. Não havia motivo para tratá-la mal. Não era culpada, nem tinha feito nada de errado. Pelo contrário, ele havia feito tudo aquilo para protegê-la. Tinha estragado o começo, mas mudaria a situação.
Devagar, seus olhos examinaram o rosto. Com olhos brilhantes, sonhadores, ela observava cada cena, com uma esperança muda em sonhos impossíveis. A boca parecia um desenho perfeito, os lábios cheios na medida exata que se desfaziam num sorriso doce. Descendo um pouco mais ele viu apenas a coberta azul que a enrolava, mas era bela. Sem dúvidas.
Dulce pareceu perceber os olhos concentrados no seu rosto, porque virou-se para ver o que estava acontecendo. Ele teve vontade de desviar os olhos, mas não o fez. Não era mais um adolescente assustado. Conectado àqueles lindos olhos, numa profundidade irreal, ele disse:
- Me desculpe.
Ela não achou palavras. Por um momento hesitou, mas sua mão esquerda pareceu criar vida e logo tocou a dele. Sorriu e foi correspondida. Retirou-a tão lentamente que parecia estar com preguiça de tirá-la, ou com pouca vontade de fazê-lo. Voltou atenção para o filme, mas seu “sim” silencioso ecoava na cabeça de Christopher.
Autor(a): Anna Uckermann
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Capítulo 6 Uma semana havia se passado desde que Dulce chegara à casa de Christopher e nem nos melhores sonhos ela poderia pensar que no fim do túnel haveria uma luz. Ele ainda era bem reservado, mas se esforçava para ser educado e até um pouco amigável. Tinha parado de beber e durante toda a semana esteve em reuniões com a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 11
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cmsvondy Postado em 04/11/2015 - 01:10:09
Muitooo linda essa fanfic, parabéns foi mega bem escrita, a história foi incrível !!!! Ameei
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stellabarcelos Postado em 22/10/2015 - 00:56:14
Amei muito! Muito lindo! Parabéns
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ana_vitoria_gadelha_de_souza Postado em 21/10/2015 - 17:32:36
Postado
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marianasvs Postado em 20/10/2015 - 22:47:47
CONTINUAAAAAAAAAAAAAAA MDS, VICIEI, CONTINUA
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Dulce Amargo Postado em 20/10/2015 - 19:47:16
Continuaaaaaaaa
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stellabarcelos Postado em 20/10/2015 - 15:21:29
Eles não podem conseguir fazer nada com ela!!! Por favor! Continua
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stellabarcelos Postado em 20/10/2015 - 05:14:33
Leitora nova chegando agora! Haha tô louca pra você continuar! Postaaaaa
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heloise_savinon_uckermann Postado em 20/10/2015 - 03:59:46
Meus* sofrendo* desse* faz* meu* simplesmente tudo* teclado loco eu hein pirou na batatinha ta louco
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heloise_savinon_uckermann Postado em 20/10/2015 - 03:53:06
Criatura eu TO chorando aqui com menús bebés sorprendo desde jeito. Gosto de fanfics Assim q me faxes chorra de emoção,qué faz ter Raiva quando algo da errado,ou seja,que mechem com me u emocional,e essa é simplemente tu do isso!! Quando se le essa web VC pensé "O MUNDO PRECISA LER ISSO" e é ISSO q eu desejo q varios leitores venham aqui ler essa Coisa MARAVILLOSA e se emocione tbm......CONTINUUUAAA esto u ansiosa para os próximos capítulos bjinhos:)
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Juju Uckermann_ Postado em 19/10/2015 - 13:11:55
Continuuaaa!!!! Q fofos :))!