Fanfics Brasil - Capitulo 06 Encanto - Mine-DyC --Finalizada

Fanfic: Encanto - Mine-DyC --Finalizada | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 06

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Capítulo 6



Uma semana havia se passado desde que Dulce chegara à casa de Christopher e nem nos melhores sonhos ela poderia pensar que no fim do túnel haveria uma luz. Ele ainda era bem reservado, mas se esforçava para ser educado e até um pouco amigável. Tinha parado de beber e durante toda a semana esteve em reuniões com a banda para decidir o que fariam nesse retorno surpreendente.

Embora saísse cedo, Christopher não tomava mais café da manhã sozinho. Ele esperava Dulce, que geralmente tinha o rosto amassado e cheio de olheiras e bocejava com frequência enquanto comiam tudo em silêncio. Silêncio de palavras porque seus olhares pareciam sempre dizer alguma coisa. Não fora diferente naquela manhã. Dulce desceu e foi até a cozinha vestindo, finalmente, shorts jeans e uma bata branca. O dia estava quente e ela feliz por isso.

- Bom dia! – cumprimentou Christopher com um sorriso e ele retribuiu fracamente.

- Bom dia.

Ela sentou-se e as ações já haviam virado um ritual. Christopher serviu-lhe um pouco de café e Dulce colocou duas panquecas em cada prato. O sol já estava entrando pela janela com força, o que não era comum.

- Vocês apareceram no jornal ontem. – Dulce falou calmamente. – É verdade que estão pensando num CD novo?

- Pensei que não fosse nossa fã. – Christopher retrucou debochado.

- Não sou, mas sou curiosa demais para ignorar. – ela disse sorrindo de forma ironicamente doce.

- Só estamos conversando sobre o que fazer. Meu sumiço trouxe alguns problemas e questionamentos e eu não quero ser o elo fraco. – ele explicou.

- Você não é o elo fraco, Christopher. – a garota protestou.

Christopher balançou a cabeça, deixando o assunto morrer. Ele sabia disso, mas não se sentia assim no momento. Não estava acostumado a ser o debilitado, o que sofria. Até o acidente, sua vida tinha sido muito boa, não poderia se queixar. Ao que parece, essa foi a razão pela qual quando sofreu, se quebrou.

Tudo ficou quieto e Christopher voltou à realidade quando percebeu que Dulce havia se calado. Nos últimos dias ela parecia menos como um gato assustado e mais como uma maritaca. Sempre tinha um assunto, sempre tentava fazê-lo rir, mesmo que singelamente. No entanto, naquele momento, ela ficara quieta. Christopher passou toda a conversa mentalmente, enquanto a observava brincar distraída com as panquecas, para ver se tinha dito algo que a deixasse triste ou com medo. Ainda fazia isso constantemente, mesmo sem querer. Não percebeu nada. O problema não havia sido a conversa, então.

- O que houve, Dulce? – ele perguntou.

Ela suspirou profundamente e continuou olhando para o prato, quieta. Sua mão segurava o garfo tão firme que seus dedos estavam ficando brancos com a força que fazia.

- Dulce, olhe para mim. – o tom de voz ficou mais sério – O que houve?

Levantou os olhos com as pestanas escuras que ele tanto admirava, sem uma maquiagem.

- Eu quero sair. - a frase quase não saiu, seu tom de voz era baixo, quase sufocado. Sim, ela ainda sentia medo dele.

- Você quer sair. – Christopher repetiu como se as palavras não fizessem sentido. – Não, é perigoso demais. Esqueça isso.

- Não! Não é perigoso. - ela agora parecia uma criança birrenta e irracional.

Christopher se levantou e, aproximando-se da garota, tentou manter a voz baixa.

- Os homens que te sequestraram no Brasil ainda estão lá fora, - ele disse - E não sei o que você pensa, mas quando eles vendem uma prostituta, não esperam encontrá-la feliz passeando pelas docas.

A palavra prostituta causou um impacto mais do que o fato de que ela ainda corria risco. Talvez por ter sido tratada como igual naquela semana, esquecendo de onde viera e os motivos que a faziam tremer sempre que Christopher se aproximava para pegar um copo ou o controle remoto.

- Não sou uma prostituta. - a voz de Dulce saiu esganiçada.

- Não, querida, você não é. Se fosse, estaria morta de fome, você não tem talento para a coisa. - Christopher a olhava de cima a baixo como nunca a olhara.

Ele estava analisando-a com detalhes como se quisesse comprovar de que falava a verdade. Para Dulce, seus olhos nunca pareceram tão profundos e tão surpreendentes. Havia uma pequena lavareda queimando neles, quase imperceptível, mas ela podia sentir o calor ainda mesmo que distante. Ela queria ficar quieta e esquecer aquele momento todo, no entanto resolveu que não ia mais se ofender, não mais.

- Talvez eu precise ir para a rua aprender. Te garanto que não morreria de fome. - Dulce disse, se colocando de pé também - Sou uma ótima aluna.

Queria apenas não sair como a garotinha ofendida e frágil quando disse essas palavras tão próxima a ele que podia sentir a respiração e o hálito dele com cheiro de café. Sim, ela queria apenas se reerguer da posição submissa que estava há tanto tempo. Não tinha pensado que tais palavras transformariam a pequena labareda em uma fogueira a queimar intensamente nos olhos de Christopher Urckermann.

- Você só sabe provocar, menina. - ele disse com a voz repentinamente rouca.

- E você acha que pode mandar e controlar a minha vida.

- Você é uma criança teimosa, sabia?

- Quando é que você vai perceber que eu não sou uma criança, Urckermann? Temos quase a mesma idade, não preciso de proteção. - Dulce quase gritou, sentindo seu rosto quente e corado.

Christopher e, logo depois, ela estava sentindo a parede fria da cozinha bater em suas costas num baque surdo. O calor das chamas dançantes em seus olhos tocava a pele de Dulce, queimando-a. Seu coração parecia bombear mais sangue para seu corpo e sua mente entrara em stand-by. As mãos grossas de Christopher seguravam seus braços, enquanto seu corpo era preso pelo dele. Suas peles estavam tão juntas e seus corpos tão colados que era possível sentir a batida do coração dele, era possível senti-lo fingir estar no controle quando estava tão descontrolado quanto ela.

- Imagino que você não vá se importar quando um homem te jogar assim na parede com tanto ódio que você sentirá sua espinha desmontar. E quando as mãos dele te ferirem porque ele gosta, porque ele quer. - Christopher não se mexia, e sabia que estava surtindo efeito cada palavra, principalmente porque não agira com brutalidade para mostrá-la.

O empurrão não doera, fora... específico. Nem mesmo suas mãos a seguravam com brutalidade, mas possessão. Ela entendera isso, Christopher soube olhando em seus olhos. Ele falava de uma coisa, mas provava outra.

- Acredite em mim, Dulce. - sua voz suavizara, mas não o restante de seu corpo - Você não vai querer ter outras mãos, outros lábios, outro corpo sob o seu desse jeito. Muito menos passar a vida imaginando como seria... - e a mão direita dele foi para a cintura da menina - ser tocada - acariciou-a suavemente - por alguém que se importasse com você e você com ele.

A voz de Christopher foi morrendo enquanto seu olhar foi direcionado exclusivamente para a boca da menina, que estava trêmula em seus braços. Teve certeza de que por um milagre, nunca alguém havia dito aquilo a ela, a tocado daquele jeito.

- Você não deveria se importar com isso, sou só uma prostituta. - Dulce disse com o que restou de suas emoções - Pelo menos me venderam assim.

- Exatamente, candy. - Christopher falou - Eu não deveria me importar.

- Eu não entendo você. - ela sussurrou fechando os olhos.

- Estou perdido, candy. - ele confessou.

A mão dele saiu da cintura, indo diretamente para o rosto dela e num carinho calmo e quase afetuoso, ele desfez seu primeiro muro de proteção. Era um campo perigoso e estava perdido nele, completamente perdido. Dulce respirou fundo, deixando os lábios entreabertos. Ela não percebeu que algo tão comum pudesse ter um efeito tão intenso em alguém sempre contido como Christopher, inconscientemente se tornou irresistível.

Tão próxima, tão tocável. Era só ele se aproximar um pouco que a beijaria.... de novo. Não se esquecera completamente dos beijos roubados enquanto ele alucinava por causa do álcool e da dor, mas fingira que nada acontecera. Um pouco pela vergonha, um pouco pelo fato de que só conseguia se lembrar de ter uma mistura dela com natalia. E um pouco porque uma parte sórdida do seu interior não se importava, apenas queria mais.
E seria tão fácil conseguir...

- Querida, cheguei! - a voz de pollito os alertou e de repente. Cada um estava num canto da cozinha, esbaforidos e vermelhos.

pollito e pablo entraram rindo de alguma piada que só os dois entendiam e, distraídos, viram apenas duas pessoas que tomavam café da manhã. pollito cumprimentou Christopher e deu um beijo estalado na bochecha de Dulce, que riu. pablo fez um mesmo, num beijo um pouco mais demorado, menos brincalhão.

- Que cara de criança emburrada é essa, candy? – pollito perguntou enquanto se servia sem pedir permissão ou licença

- Ela quer sair. – Christopher respondeu debochado – Conhecer Londres, dar um passeio...

- Mas, isso é loucura! – o amigo disse espantado – Você está clandestinamente aqui e ainda tem..

- Sim! Eu já entendi isso, claramente. – ela interrompeu grosseiramente.

- Eu desisto. – Christopher bufou.

- Vem comigo. – pablo disse oferecendo a mão para Dulce.

Um coro de “para onde”? Ecoou no corredo e pablo sorriu como se tivesse um plano mirabolante.

- Nós vamos andar pela rua, ué. – ele explicou – Você vai poder esticar as pernas e olhar gente diferente, talvez até ver algum passarinho. É perigoso, concordo. Mas, a vida te espera lá fora, Dulce.

Ela olhou para Christopher, que deu de ombros, se levantando da mesa, deixando-a sozinha com aquela escolha. Estava muito perto do mundo dela, da vida dela. Uma influência desnecessária, achava.

- Tome cuidado. – foi pollito que precisou falar para quebrar o silêncio.

- Milady. – pablo falou teatralmente sorrindo e Dulce aceitou, finalmente, sua mão e caminhou com ele até a porta.

Ela afrouxou os dedos, mas pablo não soltou sua mão. Talvez estivesse confundindo o tremor de sua carne com o fato de estar saindo pela primeira vez, mesmo não sendo isso, ela nunca diria a verdade. Colocar os pés na rua e ver o mundo por outro ponto de vista fez com que ela esquecesse todo o nervosismo.

- Sensação de liberdade, não é? – o garoto perguntou.

- Dá até vontade de correr. – ela respondeu ainda com o olhar atento, enquanto andava rapidamente.

- Por que não? – pablo sugeriu fazendo com ela virasse o rosto espantada.

- Você não está falando sério.

- Aposto que te alcanço em cinco segundos. – ele desafiou cruzando os braços.

Dulce sorriu como uma criança levada que tinha recebido permissão de fazer qualquer besteira que quisesse. E sem responder nada, se pôs a correr rua abaixo, rindo alto. pablo esperou e começou a persegui-la. Ainda que com uma corrente presa no calcanhar, o passarinho estava solto. candy havia esquecido como era bom voar.


(...)



Na casa, Christopher rabiscava palavras aleatórias num pedaço de folha enquanto pollito dedilhava no violão uma das músicas da banda. Christopher sabia bem a música e todos os significados dela. O primeiro sucesso, a canção que havia levado o nome One Direction para a mídia.

- Estou aberto a conversas constrangedoras, sabe? – pollito falou sem parar de tocar.

- Chame o poncho, aposto que ele tem vários assuntos assim. – Christopher disse sem tirar os olhos do pedaço de papel.

- Você sabe que só está se punindo. – o outro começou.

Já estava adiando aquela conversa há tanto tempo que não fazia mais sentido. Esperou a dor dele passar, todo o seu luto, mas parecia ilógico deixá-lo se afundar mais ainda. Especialmente por tudo o que estava acontecendo.

- pollito, não.

- Sim, Christopher. Alguém precisa te lembrar de tudo antes do acidente. – ele disse calmo e seguro.

- Eu não vou ouvir. – Christopher ameaçou sair da sala, mas pollito começou a soltar as palavras como navalhas em sua direção...

Sem errar o alvo uma vez:

- Vocês tinham terminado, Christopher! Quatro meses de brigas e vocês seguiram suas vidas. Quantas vezes você me falou que não a amava mais? Quantas vezes você se lamentou por não sentir o que suas músicas falavam? Duas semanas depois, a natalia morreu, mas não foi sua culpa, Christopher. Ela teria ido com ou sem você!

- Ela ainda me amava, pollito! - Christopher falou encostando a cabeça na parede.

- Mas você não, não mais. Você fica fingindo, convencendo a si mesmo, enquanto bebe, que a amava tanto que sua vida foi junto com ela, quando você apenas perdeu uma grande amiga. – o amigo retrucou – Não foi seu desamor que a matou, Christopher.

As lágrimas desceram sem pudor. A verdade doía como um remédio que fazia arder a ferida antes de curá-la.

- Não foi sua culpa, amigo. – pollito disse abraçando-o pela primeira vez desde tudo começar.

Não chegara a fazê-lo, nem mesmo no funeral, nem depois. Christopher havia se fechado no mais profundo dos seus sentimentos e ele ficara sem espaço.

- Você precisa recomeçar, Christopher. – ele disse por fim, após alguns minutos, soltando-o.

- E não é isso o que eu tenho feito essa semana? – Christopher perguntou.

- Então retribua esse presente para a pessoa que te deu essa chance. Leve a candy para sair. – pollito aconselhou no momento em que a porta se abria, revelando uma garota com os cabelos bagunçados pelo vento, o rosto vermelho e suado pelo esforço e a respiração pesada.

Christopher limpou o rosto e fingiu que nada havia acontecido.

- Você perdeu, aceite. – Dulce ria enquanto pablo, no mesmo estado, argumentava o contrário.

- Dulce! – Christopher chamou a atenção dela – Vá se arrumar, vamos sair para almoçar. Acho que você precisa de um passeio turístico por Londres.

- Sério? – ela perguntou animada.

A corrida, os risos, tudo parecia ter feito com que ela tivesse recarregada de energia. Para Christopher, ela nunca brilhara tanto quanto naquele momento.

- Sério. – ele respondeu, tentando não achar graça.

Ela correu em sua direção e lhe deu um beijo rápido na bochecha esquerda e logo foi subindo os degraus de dois em dois, animada, feliz como nunca fora ali.

- Essa aí tem energia. – pollito brincou.

- É... – Christopher concordou – Eu vou colocar uma roupa e....

- Nós vamos embora. – pollito falou rapidamente – Temos outros compromissos e já demoramos demais. Divirtam-se e façam tudo o que eu faria.

Christopher encarou pablo por um momento, mas este permanecera mudo, observando a cena. Resolveu, então, dizer apenas um “adeus” e subiu para seu quarto, deixando os amigos sozinhos.

- Eles vão sair sozinhos. – pablo, enfim, disse algo.

- Sim.- pollito já estava saindo da casa, o outro fora atrás dele ainda esperando respostas mais sérias.

- Mesmo ele a tratando como um louco que não sabe o que quer? – ele perguntou.

- Sim.

- Só eu que estou vendo isso como...

- pablo. – pollito interrompeu – Esqueça isso. É código preto.

Ele não abriu a boca em choque ou para retrucar, aquilo havia encerrado todos os seus argumentos. Código preto era mais do que urgente, era lei. A lei que dizia que a garota já era de um amigo e ele precisava deixá-la. Mesmo que não parecesse certo.



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Autor(a): Anna Uckermann

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • cmsvondy Postado em 04/11/2015 - 01:10:09

    Muitooo linda essa fanfic, parabéns foi mega bem escrita, a história foi incrível !!!! Ameei

  • stellabarcelos Postado em 22/10/2015 - 00:56:14

    Amei muito! Muito lindo! Parabéns

  • ana_vitoria_gadelha_de_souza Postado em 21/10/2015 - 17:32:36

    Postado

  • marianasvs Postado em 20/10/2015 - 22:47:47

    CONTINUAAAAAAAAAAAAAAA MDS, VICIEI, CONTINUA

  • Dulce Amargo Postado em 20/10/2015 - 19:47:16

    Continuaaaaaaaa

  • stellabarcelos Postado em 20/10/2015 - 15:21:29

    Eles não podem conseguir fazer nada com ela!!! Por favor! Continua

  • stellabarcelos Postado em 20/10/2015 - 05:14:33

    Leitora nova chegando agora! Haha tô louca pra você continuar! Postaaaaa

  • heloise_savinon_uckermann Postado em 20/10/2015 - 03:59:46

    Meus* sofrendo* desse* faz* meu* simplesmente tudo* teclado loco eu hein pirou na batatinha ta louco

  • heloise_savinon_uckermann Postado em 20/10/2015 - 03:53:06

    Criatura eu TO chorando aqui com menús bebés sorprendo desde jeito. Gosto de fanfics Assim q me faxes chorra de emoção,qué faz ter Raiva quando algo da errado,ou seja,que mechem com me u emocional,e essa é simplemente tu do isso!! Quando se le essa web VC pensé "O MUNDO PRECISA LER ISSO" e é ISSO q eu desejo q varios leitores venham aqui ler essa Coisa MARAVILLOSA e se emocione tbm......CONTINUUUAAA esto u ansiosa para os próximos capítulos bjinhos:)

  • Juju Uckermann_ Postado em 19/10/2015 - 13:11:55

    Continuuaaa!!!! Q fofos :))!


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