Fanfic: Um olhar de amor AyA (Adaptada) | Tema: AyA - Ponny

  Enquanto protelava, ainda tentando decidir por que estava entrando naquele jogo maluco que os dois empurravam um para o outro, ela perguntou:

  - O que aconteceu com a outra garota nua? Ainda está esperando um ménage?

  - Eu a mandei para casa.

  Anahi decidiu que não havia mais muitos motivos para segurar sua língua afiada. Fez uma careta e soltou o comentário:

  - Coitada. Ela ficou decepcionada por você ter chegado lá tão rápido?

  Alfonso soltou uma risada abafada.

  - Temo que não fosse o dia de sorte dela. Ela pegou as roupas e saiu logo depois de você.

  Hum. Bem, aquela era uma surpresa. Ela não conhecia muitos homens que pudesses mandar uma mulher bonita e nua para casa sem aproveitar o que ela oferecia. Por que ele não a deixava em paz também? E, mais importante, por que ela não queria ser deixada em paz?

  Os dois sabiam que, se ela começasse a gritar, se realmente quisesse que ele saísse, ele sairia. Em vez disso, ficavam naquele joguinho. Um joguinho com o qual ela estava se divertindo demais. Tanto, na verdade, que, se continuasse por muito tempo, com certeza faria algo muito idiota. Muito, muito idiota. Não. Já bastava de ser idiota. Afinal, havia agido assim durante todo o casamento. E veja o que conseguira com isso. Um grande ferimento no rosto, o carro em uma vala... enquanto ela se escondia na casa de um estranho e tentava ignorar o fato de que ainda precisava descobrir como lidar com tudo aquilo.

  O pensamento frustrante a fez esquecer o jogo com Alfonso por tempo suficiente para que se levantasse para pegar a toalha, antes de perceber o que fizera. Pasma, ficou parada na frente dele, assustadoramente ciente de cada gota d'água que escorregava pela sua pele . As pupilas de Alfonso dilataram-se até seus olhos ficarem quase pretos quando ele olhou para ela.

  - Meu Deus, você é linda Anahi.

  Ela não sabia se ele havia reparado que dissera aquilo em voz alta, mas o tom de veneração a chocou. Ninguém nunca havia olhado para ela assim, como se nunca houvesse visto nada nem ninguém mais bonito. Não, não bonito. Lindo.

  Talvez fosse o poder daquela palavra, quando, até então, ela ouvira apenas gostosa e sexy, que a segurava ali em pé, nua e pingando. Esperando. Ansiando. Querendo.

  Tinha certeza do que aconteceria depois, podia quase coreografar o que qualquer homem da Terra faria naquela situação. Alfonso a seduziria para que fizesse sexo com ele e, de manhã, ela o odiaria por tirar vantagem de sua fraqueza sesual, mesmo não estando realmente envolvida com ele. Mas, acima de tudo, ela acabaria odiando a si mesma.

  No entanto, conforme os segundo eram marcados pelos batimentos altíssimos do coração dela, embora fosse claro que Alfonso não queria nada além de arrancar as calças e juntar-se a ela na banheira, ele não fez isso, ele não se aproximou ne um centímetro.

  Anahi não acreditava. Ela não havia dado permissão para ele tocá-la e, por mais incrível que fosse, ele não estava forçando nada, não estava se aproveitando dela só por ser mais forte. Uma dor aguda atingiu-a por trás dos ossos do peito, bem no meio daquele coração que havia sido tão magoado.

  Seria possível que, pela primeira vez na vida, houvesse mesmo encontrado um homem que não tocaria nela, nem mesmo tentaria nada sem que ela deixasse? Era mesmo possível que, apesar do desejo intenso estampado nas pupilas dilatadas e na maneira como prendia o maxilar que lutavam contra o autocontrole que ele estava usando para se manter imóvel, Alfonso nunca colocasse as mãos ou os lábios nela a não ser que ela pedisse com clareza? Seria possível que ele nunca juntasse seus lábios aos dela a não ser que ela implorasse por um beijo, até que estivesse pronta e desesperada pelo toque dele, para fazer amor com ele?

  As visões daquele desespero não deveriam ser tão claras para ela, não deveriam já estar passando pela cabeça dela como um filme erótico. Porém, eram tão ridiculamente claras - que Anahi precisou de todo seu autocontrole para afastá-las antes de expelir as palavras de seus pulmões ofegantes:

  - Eu aceito a toalha agora, obrigada.

  Nunca houve uma afirmação menos sexy dita entre um homem e uma mulher. Então por que ela de repente se sentia sem fôlego?