Fanfic: ♥ Sem Limites ♥ FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Anahí dormia ajoelhada com a cabeça encostada na cadeira e o crucifixo enrolado nas mãos. A noviça ao se aproximar fez o sinal da cruz e negou com a cabeça. Era sempre assim, Anahí procurava briga, era posta de castigo e dormia no meio da reza pra se redimir de seus pecados.
- Anahí... Anda menina acorda.
Any: O que foi?! - acordou assustada.
- Sua tia esta aqui veio te ver.

Any: Até que enfim uma boa noticia. - se levantou com dores no joelho. - Toma, combina com suas vestes. - entregou o crucifixo e saiu correndo.
Ao chegar na sala um sorriso brotou de seus lábios ao encarar a tia.
- Não vai me dar um abraço?
Any se aproximou e a abraçou com força. Sempre admirara a tia e sentia um carinho por ela, lembrava pouco da mãe, mas a imaginava elegante como Graciella. Talvez um dia fosse linda como a tia, já que se sentia alta e desengonçada às vezes.
- Feliz aniversário, meu amor... Tenho uma boa notícia pra vc, seu pai chega de viajem hoje e me deu autorização pra te levar pra minha casa, sua prima estará lá, seu tio, Peter e... Seu pai.
Any se afastou séria.
- Tia quantos anos acha que eu ainda tenho?
Graciella: Any...
Any: Eu já estou aqui, nesse inferno há seis anos e nunca esse homem que vc diz ser meu pai veio me procurar, ele me enterrou nessa droga de lugar e agora a senhora quer que eu o receba de braços abertos?
Graciella: Seu pai sofreu muito quando sua mãe...
Any: E acha que eu não sofri?... As garotas daqui me chamam de órfã sabia? Porque eu tenho 12 anos, minha mãe ta morta e mal lembro da cara do meu pai, já passou a fase que eu era uma garotinha tonta que esperava que o pai iria aparecer e tirá-la daqui, se a senhora quer me deixar feliz diga que vai me tirar dessa droga de lugar.

Graciella: Eu não posso... Só seu pai pode fazer isso Any. - suspirou.
Any: Então diga à ele que esta morto pra mim, que o odeio de todo coração e que eu prefiro ficar aqui até meus 18 anos do que ver a cara dele e quer saber eu acreditei durante todo esse tempo que um dia vc ia me tirar daqui, mas quer saber vc não se importa comigo, eu sou um grande problema pra vc e todos naquela casa... Eu te odeio também Graciella.
Graciella: Anahí isso não é verdade e vc nunca falou assim comigo.
Any: Então prove que gosta de mim me tirando daqui, só volto a falar com a senhora quando me tirar dessa droga de lugar. - respondeu furiosa e saiu batendo a porta ignorando os chamados da tia.
Ao chegar ao pátio Any chutou uma pedra com força e quando olhou pra frente viu uma garota de cabelos ruivos, descalça e chorando. Na certa era uma interna nova, pois, Any não a conhecia e estava descalça. Ali era considerado um batizado entre as internas roubar os sapatos de uma garota quando ela entrasse pro convento.
- Oi... Perdeu seus sapatos?
- Isso é uma brincadeira muito idiota sabia?
Any: Idiota e sem graça. - suspirou revirando os olhos. - Vem, comigo eu sei onde essas idiotas deixaram seus sapatos.
- Verdade? - a encarou enxugando o rosto.
Any: Sim e a propósito me chamo Anahí, mas pode me chamar de Any. - estendeu a mão.

- Dulce Maria! - pegou a mão dela se levantando. - Mas pode me chamar de Dulce ou Dul.
Any: Ok Dul... Enquanto vamos até o sótão vc me conta o que ta fazendo nesse lugar horroroso.
Dulce: Meus pais viajam muito e agora que eu fiz 12 anos eles resolveram me colocar num convento pra que eu tenha bons modos. - sorriu desdenhando. - Mas eu não os culpo sempre me entedio com as viagens que eles fazem, sempre pessoas fúteis, filhinhas de papai, mauricinhos e o único assunto é negócios e sociedades.
Any: Pelo menos vc viaja, eu to aqui desde os 06 anos e o mais longe que fui foi conhecer Guadalajara pra visitar a Virgem de Guadalupe. - suspirou.
Dulce: Poxa vc ta aqui desde os 06 anos?
Any: Sim... Eu tinha 06 quando entrei e hoje faço 12 anos.
Dulce: É seu aniversário?
Any: Sim, mas não quero que ninguém saiba... Eu não me dou bem com ninguém daqui.
Dulce: Empatamos, porque não fui com a cara da metade das meninas daqui.
Any: Você não viu nada, elas conseguem ser piores, mas não se preocupe, eu defendo vc, adoro arrumar brigas com elas principalmente a Brenda.
Dulce: Eu sei quem é... A nojenta de cabelos negros. - fez uma careta. - Mas não te castigam?
Any: Sim... Ai sou obrigada a rezar terços e pedir pelos meus pecados e o blá, blá, blá das freiras, mas eu sempre durmo no meio da reza e nunca vou às aulas de bordado, canto e costura. - sorriu orgulhosa.
Dulce: E o que vc faz nesse tempo?

Any: Pesquiso assuntos na internet, vejo vídeos de dança e até aprendo alguns passos se quiser te ensino... Vai por mim é muito mais cultural ficarmos na internet durante essas aulas do que aprendendo o que elas querem nos ensinar.
Dulce: Mas e se nos expulsarem?
Any: Acredite enquanto seus pais estiverem pagando vc pode por fogo nesse lugar e não será expulsa, palavra de quem ta há 06 anos aqui gritando pra ir embora e não consegue... Eu fico mais na sacristia de castigo do que nas aulas.
Dulce: Poxa vida.
Any: Bom aqui é o sótão, vamos agora procurar onde aquelas nojentas esconderam seus tênis.
Dulce: Acho que eu achei. - sorriu apontando o teto.
Any: A criatividade delas me surpreende. - resmungou puxando a escada e subiu desamarrando o nó feito com o cadarço. - Na semana em que eu entrei aqui elas fizeram a mesma coisa, só que eu tinha metade desse tamanho então tive que esperar as freiras descobrirem onde elas tinham escondido e pegá-los pra mim.
Dulce sorriu e agarrou os sapatos quando Anahí os jogou pra ela.
- Obrigada! - sorriu sentando numa cadeira velha e os calçando.
Any: Bom vou te mostrar o restante do colégio. - sorriu pulando os dois últimos degraus da escada.