Fanfic: ♥ Sem Limites ♥ FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Anahí acordou de madrugada, não tinha noção de hora nem nada. O corpo parecia estar todo adormecido, a cabeça rodava e estava doendo, o estômago estava embrulhado e ela se sentia zonza. Tudo isso somado ao incomodo em seu braço.
Sentiu um nó na garganta, um nó que não sentia desde criança, ao virar a cabeça e ver Poncho dormindo desconfortável no sofá-cama. Mas não foi isso que chamou sua atenção, foi à mão dele estendida segurando firmemente a dela. O único ponto quente e confortável que ela sentia vinha da mão dele. Aproveitando que estava dormindo ela moveu a mão querendo apertar a dele e acreditar que alguém, que ele se importava com ela, mas o mínimo movimento o acordou.
- Any?! - abriu os olhos assustado e sorriu ao vê-la acordada. - Como vc ta? - voltou a segurar a mão dela apertando.
Any abaixou os olhos e encarou o cobertor que a cobria sem dizer nada.
Poncho: Any por que fez aquilo? Por que se dopou? Você podia ter morrido. - a olhou preocupado.
Any: Não foi má idéia. - resmungou.
Poncho: Any não diz isso, não repete uma besteira dessas outra vez me ouviu?
Any não respondeu e fechou os olhos queria dormir e nunca mais acordar daquele pesadelo.
Poncho: Descansa... Eu vou cuidar de vc! - sussurrou mais calmo e acariciou os cabelos dela, estranhamente sentiu algo diferente dentro dele.
De manhã Poncho já havia acordado quando o médico entrou no quarto pra examinar Anahí que também acordara.
- E então como ela esta?... Ah, acordou que bom.
Poncho: Sim acordou, mas não fala nada... Estou preocupado, eu pergunto as coisas pra ela, mas ela não responde.
- Imagino que o choque que ela sofreu tenha sido muito grande... Alguns pacientes reagem de um modo e outros de outro, no caso dela, Anahí se isolou do mundo, uma forma de negar o que aconteceu, por isso ela não reagiu, apenas teve uma fúria momentânea como me contou e em seguida ela passou a negar o que esta havendo... Eu vou aplicar um antidepressivo, se ela permanecer nesse estado inerte por mais de três dias quero que a traga aqui.
Poncho: Ta, mas o que eu faço enquanto isso?
- Tente fazê-la se alimentar e não a deixe sozinha, se não puder ficar com ela peça pra alguém ajudá-lo e retire todas as chaves das trancas para evitar que ela se tranque em algum lugar.
Poncho: O senhor acha que ela pode repetir o que fez ontem?
- É possível, por isso vamos tomar a maioria dos cuidados... O senhor venha comigo assinar a alta dela, uma enfermeira irá vesti-la enquanto isso, não se preocupe não ficará sozinha.
Poncho: Ok! - encarou Anahí que estava deitada de lado e saiu.

Meia hora depois Poncho estacionou o carro e suspirou encarando Anahí, a mesma permanecia calada e estava com a cabeça encostada no vidro encarando o nada ou os lugares.
- Já chegamos, vamos entrar? - perguntou segurando a mão dela.
Sem resposta desceu do carro e abriu a porta do lado dela. Any se levantou e Poncho segurou a mão dela guiando-a até o elevador. Quando entraram em casa Any foi direto pro quarto e deitou na cama.
- Any não quer comer nada?
Ela abraçou o travesseiro e fechou os olhos sem responder.
Poncho: Eu posso tentar fazer algo que vc goste de comer, o que acha?
Anahí se encolheu na cama e não respondeu. Poncho suspirou e se levantou, parou na porta e tirou a chave da tranca fazendo o mesmo em todas as portas do apartamento. Escondeu todas em alguma parte do próprio quarto e voltou ao de Anahí. A respiração dela estava calma, regular e ela parecia relaxada, havia dormido de novo, constatou.
- Não faz isso comigo Any... Arrebenta esse apartamento, me xinga, mas não fica desse jeito, por favor. - sussurrou a olhando.

À noite Graciella parou na porta do escritório do irmão e deu dois toques chamando sua atenção.
- Posso falar com vc?
Guilherme: Claro, entra. - respondeu assentindo e guardou os papéis dentro de uma pasta.
Graciella: Eu fiquei sabendo do que aconteceu entre vc e a Anahí, vc precisava contar tudo à ela?
Guilherme: Ela veio me acusando de ter traído a mãe dela, achei justo ela saber a verdadeira traidora.
Graciella: Tudo bem contar do amante, mas porque disse que Mariana a abandonou? Podia ter dito que ela estava indo embora com outro, mas que queria levar a Any com ela.
Guilherme: Não foi culpa apenas minha, ela não estava crendo em, mim até Peter confirmar tudo.
Graciella: Mesmo assim, fico com pena dela.
Guilherme: Então por que não vai atrás dela ao invés de ficar torrando meu saco? - respondeu sendo estúpido.
Graciella: Sabe não acho justo Anahí pagar pelos seus erros e os da Mariana... Se eu pudesse voltar no tempo eu teria feito Leon entrar na justiça e pedir a tutela da Any, pelo menos ela cresceria dentro de uma família.
Guilherme: Você teve 12 anos pra tirar ela de lá e não fez.
Graciella: Porque vc me convenceu e acreditei em vc quando me disse que a tiraria de lá que o lugar dela era com vc.
Guilherme: Já chega Graciella... Não adianta mais brigar, Anahí não tem mais 06 anos e ela já sabe de tudo.
Graciella: Quer saber se vc não vai fazer nada a respeito eu vou, Deus me ajude, pois, vou tentar me aproximar da minha sobrinha, talvez eu possa conseguir o carinho dela outra vez, se vc não quer sua filha por perto eu quero. - deu as costas e saiu.

Poncho abriu a porta do quarto com cuidado e suspirou vendo que Anahí dormira. Mais cedo ela acordara, mas não respondeu nada quando ele perguntou se ela estava bem e se queria comer. Ao fechar a porta Poncho suspirou sentando no sofá e cobriu o rosto com as mãos, não sabia quanto tempo agüentaria aquilo. Era a primeira vez em mais de 20 anos que ele sentia medo por outra pessoa. E ele estava com muito medo do que poderia acontecer à Any se ela não começasse a voltar ao normal.
Seu celular tocou despertando-o e ele atendeu num suspiro ao ver que era Dulce.
- Oi?!
Dulce: Oi Poncho, como Any esta?
Poncho: Na mesma! - suspirou sem saber o que fazer.
Dulce: Ela não reagiu ainda?
Poncho: Não... Dul, eu vou ficar louco, to com medo de deixá-la sozinha, de sair de perto dela, tenho medo dela nunca mais sair desse... Estado inerte ou adoecer... Ela não comeu nada desde que chegamos.
Dulce: Eu vou até ai ver o que posso fazer. - respondeu preocupada.
Poncho: Eu já tentei conversar com ela, mas ela não reage, não sei se ela não me entende ou se entende e não quer responder.
Dulce: Tudo bem eu to aqui com o Ucker, estamos indo ai... Até daqui a pouco. - respondeu e desligou.