Fanfics Brasil - Capítulo 13 Amanhecer Contigo - AyA

Fanfic: Amanhecer Contigo - AyA | Tema: RBD, AyA, Ponny Love


Capítulo: Capítulo 13

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Depois de se preparar para se meter na cama, chamou suavemente à porta de Alfonso; ao não ouvir resposta abriu a porta o suficiente para se debruçar. Estava profundamente dormido, tombado de costas, com a cabeça caída sobre o ombro. Iluminado pela luz que entrava do corredor parecia mais jovem. As rugas do sofrimento não apareciam. Anahí fechou a porta sem fazer ruído e regressou a seu quarto. Estava cansada, tanto que lhe doíam os membros, mas depois de meter-se na cama descobriu que não podia conciliar o sono. Sabia o porquê, e permaneceu acordada olhando o teto, consciente de que não poderia dormir a noite toda.


Que coisa tão estúpida e trivial... Só porque Christopher a havia tocado. Apesar de tudo, não era trivial, e ela sabia. Talvez poderia afugentar os pesadelos e reconstruir sua vida por inteiro, mas seu passado era seu, formava parte dela, e não era trivial. Uma violação nunca era trivial. Desde essa noite, não podia suportar que ninguém a tocasse. Havia chegado a um compromisso consigo mesma e satisfazia suas necessidades afetivas trabalhando com seus pacientes, tocando-os, mas só suportava o contato enquanto fosse ela quem dominava a situação.


Em aparência se havia recuperado completamente; havia edificado um muro entre seu eu de agora e seu eu do passado, sem parar pra pensar no ocorrido, obrigando-se literalmente a reunir os farrapos de sua vida decomposta e remendá-los com determinação, a base de força de vontade, até construir um tecido mais forte. Podia rir e desfrutar a vida. E, o que era mais importante ainda, havia aprendido a respeitar a si mesma, o mais difícil de tudo.


Mas não suportava que nenhum homem a tocasse.


Essa noite a havia impedido para sempre de se casar e formar uma família. Dado que essa faceta da vida lhe havia sido negada, procurava ignorá-la, e jamais lamentava o que poderia ter sido. Havia se convertido em uma espécie de vagabunda que viajava ao redor do país para ajudar os outros. Enquanto estava concentrada em um caso, mantinha uma relação intensa, cheia de afeto e atenções, mas despojada de qualquer matiz sexual. Queria seus pacientes e, inevitavelmente, eles a queriam... enquanto durava. Se convertiam em sua família até o dia em que tudo acabava e ela os deixava com um sorriso na cara, pronta para passar ao próximo caso e à sua nova «família».


Ao começar sua formação, havia se perguntado se alguma vez seria capaz de trabalhar com um homem. Aquilo a preocupou até que chegou à conclusão de que, se não podia, prejudicaria seriamente sua carreira, e decidiu fazer o que fosse preciso. A primeira vez que trabalhou com um homem teve que apertar os dentes e fazer provisão de vontade para obrigar-se a tocá-lo, mas ao cabo de uns minutos se deu conta de que um homem que necessitava terapia não estava, obviamente, em condições de atacá-la. Os homens eram seres humanos que necessitavam ajuda, igual que os demais.


Mas, de todos os modos, preferia trabalhar com crianças. As crianças amavam tão livremente, de forma tão completa... As únicas carícias que tolerava eram as das crianças. Havia aprendido a desfrutar da sensação que produziam nela seus bracinhos ao enlaçá-la pelo pescoço em um alegre abraço. Se havia algum pesar de que não conseguia se desprender totalmente, era o pesar de não poder ter filhos. O dominava redobrando seus esforços quando trabalhava com crianças, mas no fundo sentia a necessidade de ter seus próprios filhos, alguém que pertencesse a ela e ao qual ela pertenceria, alguém que formasse parte de seu ser.


Tão logo um som amortecido captou sua atenção e ela levantou a cabeça do travesseiro, esperando ver se se repetia. Seria Alfonso? Estaria chamando por ela?


Só ouvia silêncio, mas não poderia descansar até se assegurar de que Alfonso estava bem. Se levantou, pôs a bata e se aproximou sigilosamente da porta do quarto contíguo. Abriu-a o suficiente para olhar dentro e viu-o deitado na mesma posição.


Ia fechar quando viu que ele tentava girar de lado e que, ao não mover suas pernas, proferia o mesmo som, a meio termo entre um suspiro e um gemido, que havia ouvido antes.


Ninguém nunca pensa em ajudá-lo a trocar de postura?, se perguntou, e entrou sem fazer ruído no quarto com os pés descalços.


Se levava dois anos dormindo de costas, não era de estranhar que tivesse o temperamento de um búfalo aquático . Anahí não sabia se estava acordado ou não; parecia que não. Seguramente só tentava mudar de postura, como fazia todo mundo de maneira natural enquanto dormia. Como todo mundo tinha ido dormir, a luz do corredor estava apa¬gada. À tênue luz das estrelas que entrava pelas janelas de vidro não o via com bastante claridade como para chegar a uma conclusão. Talvez, se estivesse ainda dormido, pudesse mudá-lo de posição sem sequer despertá-lo. Era algo que fazia com a maioria de seus pacientes, uma atenção da que eles não precisavam saber.


Primeiro lhe tocou um pouco o ombro deixando a mão pousar sobre ele, e deixou que seu subconsciente se acostumasse ao contacto. Ao cabo de um momento aplicou um pouco de pressão e ele obedeceu e tentou girar-se para a direita, de frente para ela. Anahí o ajudou com delicadeza, lentamente, movendo-lhe as pernas para que não o incomodassem. Exalando um suave suspiro, Alfonso fundiu a cara no travesseiro, se relaxou e sua respiração se fez mais profunda.
Anahí sorriu, tapou-lhe os ombros com o lençol e regressou a seu quarto.


Alfonso não se parecia com seus demais pacientes. Uma hora depois seguia acordada e tentava descobrir porque estava tão empenhada em fazê-lo andar outra vez. Não se tratava da devoção que mostrava diante de qualquer paciente; de certa forma, que ainda não entendia, era importante para ela, desde um ponto de vista pessoal, que Alfonso voltasse a ser o de antes.


Havia sido um homem muito forte, um homem tão vibrante e cheio de vida que se convertia no centro das atenções aonde ia. Anahí sabia. E tinha que devolvê-lo seu antigo ser.


Alfonso estava muito perto da morte. Christopher tinha razão ao dizer que, tal e como estava, não viveria outro ano. Estava disposto a se deixar morrer. Ela havia conseguido fisgar sua atenção essa manhã com suas táticas de choque, mas tinha que manter seu interesse até que Alfonso começasse a ver progressos, até que compreendesse que podia se recuperar.


Jamais poderia se perdoar se o decepcionava. Por fim conseguiu dormir umas duas horas, e se levantou antes da aurora impulsionada por uma espécie de expectativa nervosa. Sair e correr pela praia a havia encantado, mas em Phoenix não havia praia, e não conhecia o jardim o suficiente para trotar por ele às escuras. Que ela soubesse, Alfonso podia ter cães de guarda patrulhando a propriedade de noite. Apesar do pouco que havia dormido, se sentia transbordante de energia. Tentou desafogar-se um pouco fazendo exercício, e a ducha que se deu depois a deixou tão fresca que se sentiu pronta para encarar o mundo inteiro.


Ou, ao menos, Alfonso Herrera.



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Autor(a): livros adaptados aya

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Era mais cedo ainda que o dia anterior quando cedeu a seu entusiasmo e entrou no quarto de Alfonso, acendendo a luz porque ainda era de noite. - Bom dia - cantarolou. Ele ainda estava de lado; abriu um olho, a olhou com expressão horrorizada e proferiu um impropério que, se ele fosse mais jovem, o faria com que tivesse que lavar a boca com sabão . Ana ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • francielle_oliveira Postado em 01/08/2016 - 01:46:26

    Posta mais!

  • fersantos08 Postado em 31/05/2016 - 13:54:11

    Oiie leitora nova! Só de ter lido a sinopse eu amei *---* começando a ler. Continuaaa

  • livros adaptados aya Postado em 30/05/2016 - 12:35:36

    Francielle_oliveira: Vou postar hoje mais sim querida, voce é minha xará.. beijoss

  • francielle_oliveira Postado em 30/05/2016 - 03:51:47

    adorando a fic! Posta mais!

  • ponyyaya Postado em 26/02/2016 - 13:22:42

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • ponyyaya Postado em 19/02/2016 - 18:57:57

    Amo essa história **----------------------** Já pode postar mais kkkkkkkkk Continuaaaaaa

  • camillatutty Postado em 18/02/2016 - 00:44:14

    Ai, gente... Eu amo essa história! É muito linda!

  • tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:49:49

    Esse Poncho é meio ignorante

  • tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:47:33

    Continua <3


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