Fanfic: Amanhecer Contigo - AyA | Tema: RBD, AyA, Ponny Love
Anahí jazia acordada, contemplando as luzes que a lua nova projetava sobre o teto brando. Christopher havia operado milagres e essa noite, durante o jantar, lhe havia dito que a academia estava pronta para ser usada. Mas seu problema era Alfonso.
Inexplicavelmente, havia tornado a recolher-se sobre si mesmo e parecia deprimido. Comia o que Alberta lhe dava, e permanecia calado, sem se queixar, enquanto Anahí lhe exercitava as pernas, mas tudo aquilo era mau sinal. A reabilitação não era algo que um paciente tivesse que aceitar passivamente, como fazia Alfonso. De momento podia ficar deitado e deixar que ela lhe movesse as pernas, mas quando começassem a trabalhar na academia e na piscina, teria que participar ativamente.
Não falava com ela do que o preocupava. Anahí sabia exatamente quando havia começado aquilo, mas não conseguia entender qual havia sido o estopim. Estavam lançando pulhas um no outro enquanto ela lhe dava uma massagem antes de começar os exercícios, e de repente os olhos de Alfonso haviam adquirido um olhar inexpressivo e vazio.
Desde então não tinha tornado a replicar nenhuma de suas brincadeiras. Anahí não acreditava que se devesse a algo que ela havia dito; esse dia, suas gracinhas haviam sido inofensivas e alegres, devido a que Alfonso parecia encontrar-se de muito melhor humor.
Anahí girou a cabeça para ler o marcador luminoso do relógio e viu que era pouco mais de meia noite. Como fazia cada noite, se levantou para ver como estava Alfonso. Não havia ouvido os ruídos que ele fazia quando tentava se girar, mas suas cismas a deixavam preocupada.
Quando entrou no quarto viu que as pernas dele pareciam torcidas, como quando tentava mudar de postura. Pôs suavemente a mão esquerda sobre ombro dele e a direita sobre as pernas, pronta para movê-lo.
- Anahí?
Sua voz baixa e insegura a sobressaltou, e retrocedeu de um salto. Estava tão concentrada em suas pernas que não havia notado que ele tinha os olhos abertos, ainda que a luz da lua que brincava sobre a cama era o bastante intensa como para que o visse com claridade.
- Pensei que estivesse dormindo - murmurou.
- O que você estava fazendo?
- Ajudando você a ficar de lado. Faço isso toda noite. É a primeira vez que você acorda.
- Não, já estava acordado - um lampejo de curiosidade se filtrou em sua voz enquanto movia os ombros, inquieto - Você quer dizer que entra aqui todas as noites para me virar na cama?
- Parece dormir melhor de lado - contestou ela a modo de explicação.
Ele soltou uma risada breve e amarga.
- Durmo melhor de barriga para baixo, ou pelo menos era assim antes. Faz dois anos que não durmo de barriga pra baixo.
A agradável intimidade da noite, o quarto iluminado pela lua, davam a impressão de que eram as únicas pessoas sobre a face da terra.
Anahí percebia nele um profundo desânimo. Talvez ele sentisse também por ela uma estranha cumplicidade; talvez agora, emboscado na escuridão, quisesse falar do que o angustiava.
Anahí se sentou sem vacilar na borda da cama e envolveu as pernas com a camisola.
- O que você tem, Alfonso? Tem alguma coisa te incomodando... - disse suavemente.
- Bingo! - resmungou ele - Você também estudou psicologia quando treinava para ser a Mulher Maravilha?
Ela ignorou o sarcasmo e lhe pôs uma mão sobre o braço.
- Diz pra mim, por favor. Seja o que for, está interferindo em sua terapia. A academia está pronta, mas você não.
- Eu poderia ter dito isso à você. Olha, tudo isto é uma perda de tempo - disse, e Anahí quase sentiu seu cansaço como uma grande pedra que estava oprimindo ele - Você pode me entupir de vitaminas e estimular minha circulação, mas pode me prometer que eu voltarei a ser o de antes? Não entende? Não quero só melhorar, nem qualquer outra solução de compromisso. Se não posso ser eu mesmo cem por cento, o mesmo de antes, então não me interessa.
Ela ficou calada. Não, não podia prometer de boa fé que não sofreria nenhuma incapacidade, uma manqueira ou dificuldades que o acompanhariam o resto da vida. Segundo sua experiência, o corpo humano podia se recuperar de maneira prodigiosa, mas as lesões que sofria sempre deixavam vestígios de dor e cicatrizes.
- Você liga tanto para ficar manco? - perguntou por fim - Eu tampouco sou como gostaria de ser. Todo mundo tem fraquezas, mas nem todos se dão por vencidos e se deixam entristecer por isso. E se você estivesse no lugar de Dulce, por exemplo? Gostaria que ela ficasse aí estendida e se deteriorando lentamente até se converter em um vegetal? Não gostaria que ela lutasse, que tentasse superar o problema com todas suas forças?
Ele levantou o antebraço para tapar os olhos.
- Você joga sujo, Anahí! Sim, gostaria que Dulce lutasse. Mas eu não sou Dulce, nem minha vida é a dela. Antes do acidente nunca me havia dado conta do importante que é a qualidade de vida. As coisas que fazia eram temerárias e perigosas, mas, meu Deus, estava vivo! Nunca fui um homem dos que vão ao escritório das nove às cinco. Preferiria estar morto, ainda que sei que milhões de pessoas são perfeitamente felizes com essa classe de rotina, e se conformam. Isso está bom para eles, mas não para mim.
- E ficar manco te impediria de voltar a fazer todas essas coisas? - insistiu ela - Você pode voltar a saltar de pára-quedas, ou escalar montanhas. Pode seguir pilotando aviões. É tão importante o ritmo que você ande que está disposto a morrer por isso. Ele baixou o braço bruscamente e olhou para ela.
- Por que você se empenha tanto em dizer isso? - perguntou com aspereza - Não me lembro de ter me jogado com a cadeira de rodas pela escada, se é isso o que você está pensando.
- Não, mas você está se matando de outro modo. Está deixando que seu corpo morrer de abandono. Christopher estava desesperado quando foi me buscar na Flórida. Me disse que você não viveria outro ano tal como estava, e depois de te ver creio que tinha razão.
Ele ficou mudo, contemplando o teto que havia olhado já mais horas que Anahí podia imaginar. Ela desejou estreitá-lo em seus braços e oferecê-la consolo, como fazia com as crianças com as que trabalhava; Alfonso era um homem, mas parecia tão perdido e assustado como uma cria.
Autor(a): livros adaptados aya
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Ficou tonta por aquela estranha necessidade de tocá-lo, cruzou os braços com força sobre o colo. - Qual é a sua fraqueza? - perguntou ele - Você disse que todo mundo tem uma. Fale-me de seus tormentos, Anahí. A pergunta era tão inesperada que Anahí não pode conter a onda de dor e um súbito estremecimento ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 9
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francielle_oliveira Postado em 01/08/2016 - 01:46:26
Posta mais!
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fersantos08 Postado em 31/05/2016 - 13:54:11
Oiie leitora nova! Só de ter lido a sinopse eu amei *---* começando a ler. Continuaaa
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livros adaptados aya Postado em 30/05/2016 - 12:35:36
Francielle_oliveira: Vou postar hoje mais sim querida, voce é minha xará.. beijoss
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francielle_oliveira Postado em 30/05/2016 - 03:51:47
adorando a fic! Posta mais!
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ponyyaya Postado em 26/02/2016 - 13:22:42
Continuaaaaaaaaaaaaaaaaa
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ponyyaya Postado em 19/02/2016 - 18:57:57
Amo essa história **----------------------** Já pode postar mais kkkkkkkkk Continuaaaaaa
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camillatutty Postado em 18/02/2016 - 00:44:14
Ai, gente... Eu amo essa história! É muito linda!
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tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:49:49
Esse Poncho é meio ignorante
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tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:47:33
Continua <3