Fanfic: Amanhecer Contigo - AyA | Tema: RBD, AyA, Ponny Love
No princípio apenas pode levantar pesos. Até os mais pequenos podiam com ele, apesar de que apertava os dentes e tentava seguir inclusive quando Anahí lhe dizia que parasse. Estava empenhado em chegar ao limite de sua resistência, que por sorte não era muita. Depois, sempre lhe fazia falta uma larga sessão na banheira de hidromassagem para aliviar a dor de seus músculos torturados, mas seguia e seguia, consciente de que pagaria com dor os pesos que carregasse.
Para alívio de Anahí, não tornou a fazer mais perguntas nem a referir-se em modo algum ao que lhe havia contado sobre sua infância. A causa do muito que lhe exigia a seu corpo, sempre estava profundamente dormido quando de noite entrava em seu quarto para ver como estava, de modo que sua conversa não voltou a se repetir.
Fazendo caso omisso das queixas de Dulce, começou a lhe dar terapia na piscina. Dulce se horrorizava que pudesse se afogar, já que tinha as pernas atrofiadas e obviamente não podia espernear, mas o próprio Alfonso se encarregou de desautorizar suas objeções. Disse que gostava dos desafios, e que não pensava arredar o pé ante aquele.
Graças a sua experiência como engenheiro desenhou e dirigiu a construção de um sistema de trilhos e polias que permitia a Anahí baixá-lo à piscina e tirá-lo dela quando acabava a sessão, coisa que logo poderia fazer Alfonso por si só.Uma manhã, quando levava ali pouco mais de duas semanas, Anahí o estava observando devorar o café da manhã que Alberta havia preparado. Já parecia ter começado a ganhar peso. Tinha a cara mais cheia, e menos macilenta que antes. Havia se queimado um pouco os primeiros dias que passou ao sol, mas não tinha descascado, e seu leve bronzeado fazia que seus olhos parecessem ainda mais verdes.
- O que está olhando? - perguntou enquanto Alberta lhe retirava o prato e colocava diante dele uma tigela de morangos com chantilly.
- Está engordando - lhe disse Anahí com imensa satisfação.
- Não me estranha - bufou Alberta ao sair do quarto - Come como um cavalo .
Alfonso a olhou com a testa franzida, mas enfiou a colher na tigela e levantou um morango de bom tamanho. Seus dentes brancos cravaram na fruta vermelha. Logo sua língua lambeu o suco que manchava seus lábios.
- Isso era o que você queria, não? - perguntou com aborrecimento - Me encha de comida!
Ela sorriu e não disse nada, se limitou a observá-lo enquanto comia a fruta com apetite. Quando estava acabando Ângela entrou com um telefone que colocou sobre a mesa, frente a ele. Depois de ligá-lo, lhe dirigiu um sorriso tímida e se foi.
Alfonso ficou olhando o telefone. Anahí dissimulou um sorriso.
- Creio que isso significa que você tem uma chamada - disse.
Ele pareceu aliviado.
- Menos mal. Temia que você quisesse que eu o comesse.
Anahí caiu na risada e se levantou. Enquanto ele levantava o fone, ela lhe tocou ligeiramente o ombro e murmurou:
- Estarei na academia; vá lá quando acabar.
Ele a olhou nos olhos e assentiu com a cabeça, concentrado já na conversação. Anahí ouviu o suficiente como para deduzir que estava ele falando com Christopher, e o pensar em Christopher bastou para que franzisse o cenho, preocupada.
Dulce tinha se portado muito bem depois daquele primeiro dia. Ia ver Alfonso na última hora da tarde, quando ela já havia completado o horário do dia. Havia aprendido também que não podia chegar muito tarde, ou se arriscava a encontrar Alfonso dormindo. A maioria das noites, Christopher também ia jantar.
Christopher era um homem genioso e divertido, possuidor de uma fina ironia e de um repertório de piadas que ao poucos fazia Anahí rir a gargalhadas, apesar de que não podia repeti-los quando Alfonso ou Dulce lhes perguntavam de que riam tanto.
Anahí só podia dizer dele que se portava como um cavalheiro. Não havia dito nem feito nada que pudesse ser considerado uma insinuação. Ela notava uma admiração crescente em seus olhos, uma ternura cada vez mais intensa em seu modo de tratá-la. Ela não era a única que notava que talvez Christopher lhe estivesse dando demasiado carinho; Dulce era sutil, mas observava seu marido com dureza quando falava com ela. Em certo sentido, Anahí se sentia aliviada. Isso significava ao menos que Dulce fazia caso a seu marido. Mas não queria complicações dessa classe, sobretudo quando não tinham nenhum fundamento.
Tampouco acreditava que pudesse dizer nada a Christopher a respeito disso. Como iria repreendê-lo quando ele se limitava a se mostrar amável? Amava sua esposa, Anahí estava segura disso. Sentia afeto e admiração por seu cunhado. Mas, ainda assim, Anahí sabia que não se equivocava ao interpretar sua atitude para com ela.
Outras vezes havia sido objeto de atenções indesejadas, mas aquela era a primeira vez que essas atenções não eram óbvias. Ignorava como encarar a situação. Sabia que Christopher jamais tentaria nada com ela, mas Dulce estava muito ciumenta.
Anahí se sentia em parte (em uma parte profundamente feminina de seu ser) bajulada por seu interesse. Se Dulce tivesse dedicado a seu marido a atenção que merecia, nada daquilo teria acontecido.
Mas tudo aquilo carecia de importância, dizia a si mesma. O único que importava era Alfonso, que começava a sair da prisão de sua paralisia, e se revelava cada vez mais como o homem que havia sido antes do acidente. Anahí esperava que um mês depois fosse capaz de se levantar. Não de caminhar, mas sim de sustentar em pé. Assim suas pernas se acostumariam a suportar de novo o peso de seu corpo. O que estava fazendo era assentar os cimentos, devolver-lhe a saúde e aumentar suas forças o suficiente para que fosse capaz de se pôr em pé quando ela pedisse.
Encheu de água quente um recipiente de plástico e meteu dentro para o frasco de óleo que usava para a massagem que, em um esforço por impedir que se resfriasse, lhe dava sempre antes dele se entrar na piscina. Não era provável que se constipara um dia de verão em Phoenix, onde as temperaturas superavam os trinta e sete graus, pensou Anahí com ironia, mas estava ainda tão magro e tão débil que não queria se arriscar. Ademais, Alfonso parecia gostar da massagem com o óleo morno, e desfrutava de muito poucas alegrias em sua vida.
Inquieta, Anahí passeou sem rumo pela academia, detendo-se para fazer alongamentos. Necessitava fazer exercício para liberar parte de sua energia, pensou, e se colocou no banco de pesos.
Gostava de levantar pesos. Seu objetivo era ganhar força, não desenvolver a massa muscular, e a tabela de exercícios que seguia estava desenhada para esse propósito. No caso de Alfonso, havia alterado o programa para reconstituir sua massa muscular sem inflá-lo como Mister Universo.
Se concentrou no que fazia, regulou cuidadosamente sua respiração e começou a fazer seus exercícios. Cima, baixo. Cima, baixo.
Acabou os exercícios de pernas e ajustou o sistema de polias e pesos para exercitar os braços. Começou de novo, ofegando. Quando as exigências que fazia a seus músculos alcançavam seu limite, experimentava uma sensação quase prazerosa. Outra vez. E outra.
- Maldita trapaceira! - aquele bramido a sobressaltou, e se endireitou bruscamente, alarmada.
Ficou olhando Alfonso com surpresa. Estava sentado na cadeira de rodas, ao lado da porta, a cara muito corada e crispada pela fúria.
- O que está acontecendo? - balbuciou ela.
Ele apontou para os pesos.
- Você levantas pesos! - gritou, tão zangado que até tremia - É uma trapaceira. O dia que fizemos guerra de braço, já sabia que iria ganhar. Diabos, quantos homens poderiam ganhar de você?
Ela ficou vermelha.
- Nem todos - respondeu modestamente, o qual pareceu fazê-lo se zangar ainda mais.
- Não posso acreditar! - cada vez gritava mais - Sabia como eu me sentiria porque me ganhou no braço, e ainda assim você apostou, e me enganou!
- Em nenhum momento eu disse que não me daria bem - pontualizou ela, tentando não cair na gargalhada.
Alfonso estava maravilhoso.Se a raiva pudesse devolver a ele o movimento, teria começado a andar nesse momento. Deixou escapar uma risadinha, e Alfonso ao ouvi-la começou a esmurrar com o punho o braço da cadeira de rodas. Por desgraça, golpeava os comandos, de modo que a cadeira começou a se mover para frente e para trás como um potro selvagem que tentava se livrar de um jóquei inoportuno.
Anahí não pôde evitar: deixou de tentar se por séria e caiu na gargalhada até que lhe saltaram as lágrimas. Uivava. Golpeava o banco de pesos com o punho, imitando de brincadeira a maneira em que Alfonso havia esmurrado os comandos da cadeira; cruzou os braços sobre o estômago e boquejou, buscando ar, mas cada arrebato de raiva de Alfonso lhe produzia um novo paroxismo.
- Pare de rir! - gritou ele, e sua voz ricocheteou pelas paredes - Sente-se! Veremos quem ganha desta vez.
Ela estava tão débil que lhe custou chegar até a mesa de massagem, donde Alfonso havia apoiado o cotovelo e a estava esperando com cara de poucos amigos. Todavia rindo, se deixou cair contra a mesa.
- Isto não é justo! - protestou, dando-lhe a mão - Não estou preparada. Espere até que pare de rir.
- Foi justo me deixar acreditar que eu iria enfrentar uma mulher normal? - replicou ele.
- Sou perfeitamente normal! - contestou Anahí - Venci você limpamente, e sabe disso.
- Eu não sei nada parecido. Foi uma trapaça, e quero revanche.
- Está bem, está bem. Me dá só um minutinho - sufocou rapidamente o riso que teimava por sair e lhe apertou a mão. Começou a tencionar os músculos - De acordo. Estou pronta.
- No três - disse ele - Um! Dois! TRÊS!
Anahí, por sorte, havia adivinhado que ele se contrairia a toda pressa. Pôs todo seu corpo no esforço, consciente de que o peso que Alfonso havia ganhado e os dias que levava levantando pesos haviam aumentado suas forças. Não muito, talvez, mas o ímpeto que lhe dava a raiva e as gargalhadas que ela dera, talvez bastassem para que conseguisse vencê-la.
- Você me enganou! - lhe acusou com os dentes apertados enquanto colocava todas as suas forças ao empuxo de seu braço.
- Você merecia!
Passaram vários minutos ofegando, bufando e grunhindo, e o suor começou a correr pelos seus rostos.
Estavam bem próximos, quase cara a cara, e seus braços se tencionavam cada vez mais.
Anahí grunhia em voz alta.
O primeiro arrebato de força de Alfonso a havia superado, mas não havia bastado para por fim à guerra.
Agora era uma questão de resistência, e ela acreditava que poderia vencê-lo. Podia tê-lo deixado ganhar para aplacar seu ego, mas não tinha valor para enganá-lo desse modo.
Se Alfonso ganhasse, faria às custas de todos seus esforços.
A determinação estava dando para notar no rosto dela, porque Alfonso grunhiu:
- Maldita seja, agora você deveria me deixar ganhar!
Ela ofegava, buscando oxigênio.
- Se quiser me ganhar, vai ter que se esforçar - disse - Eu não deixo ninguém ganhar.
- Mas eu sou um paciente!
- É um oportunista, isso sim!
Ele apertou os dentes e empurrou mais forte.
Ela abaixou a cabeça de modo que a apoiou no oco do ombro de Alfonso e contra-atacou com todas suas forças.
Começou a notar que o braço de Alfonso ia retrocedendo bem devagar.
A exaltação que sempre lhe produzia vencer atravessou suas veias, e derrubou o braço de Alfonso sobre a mesa de golpe, deixando escapar um grito de júbilo.
Suas respirações encheram o lugar.
O coração trovejava nos ouvidos de Anahí como os cascos de um cavalo à galope. Seguia recostada contra ele, com a cabeça apoiada sobre seu ombro, e notava o batimento do seu coração através de todo seu corpo. Se afastou dele lentamente e deixou cair seu peso sobre a mesa.
Autor(a): livros adaptados aya
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Alfonso se colocou em frente e caiu também sobre a mesa como um fantoche, inalando profundas baforadas de ar enquanto sua cara ia perdendo seu rubor até adquirir um tom quase normal. Ao cabo de um momento, ele apoiou o queixo no braço dobrado e a olhou com uns olhos verdes nos que, todavia havia nuvens de tormenta. Anahí respirou fundo e o olhou ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 9
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francielle_oliveira Postado em 01/08/2016 - 01:46:26
Posta mais!
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fersantos08 Postado em 31/05/2016 - 13:54:11
Oiie leitora nova! Só de ter lido a sinopse eu amei *---* começando a ler. Continuaaa
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livros adaptados aya Postado em 30/05/2016 - 12:35:36
Francielle_oliveira: Vou postar hoje mais sim querida, voce é minha xará.. beijoss
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francielle_oliveira Postado em 30/05/2016 - 03:51:47
adorando a fic! Posta mais!
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ponyyaya Postado em 26/02/2016 - 13:22:42
Continuaaaaaaaaaaaaaaaaa
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ponyyaya Postado em 19/02/2016 - 18:57:57
Amo essa história **----------------------** Já pode postar mais kkkkkkkkk Continuaaaaaa
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camillatutty Postado em 18/02/2016 - 00:44:14
Ai, gente... Eu amo essa história! É muito linda!
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tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:49:49
Esse Poncho é meio ignorante
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tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:47:33
Continua <3