Fanfics Brasil - Capítulo 24 Amanhecer Contigo - AyA

Fanfic: Amanhecer Contigo - AyA | Tema: RBD, AyA, Ponny Love


Capítulo: Capítulo 24

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Anahí ficou boquiaberta de estupor. Como ele se atrevia a dizer algo assim?


Ela havia levantado a camisola ao subir na cama para ter mais liberdade de movimentos, e a abaixou de repente para tampar as pernas.


- Você merecia uma bofetada - disse com a voz trêmula pela ira - Que droga, o que há com você? Sabe que não me vejo com Christopher, e fico triste que jogue isso na minha cara. Foi você quem me chamou, lembra? Não entrei aqui para me aproveitar de ti.


- Custaria fazer isso, não? - replicou ele com ironia. - Está muito seguro de si mesmo desde que se sente mais forte, né? - disse ela sarcasticamente.


Ela ficava duplamente furiosa que ele se comportasse assim depois do que havia ocorrido entre eles esse dia. Havia beijado ela. Naturalmente, ignorava que era o único homem que a havia tocado desde os dezoito anos, fazia doze anos, mas ainda assim... Aquilo era tão injusto que se pôs de joelhos sobre a cama e se inclinou para ele enquanto o apontava com o dedo.


- Escuta aqui, maldito resmungão. Me esforcei muito para te ajudar e você não deixou de me por obstáculos. Não sei o que acontece com você e nem me importa, mas não penso deixar que interfira em sua terapia. Se acredito que suas pernas precisam de uma massagem, darei ainda que tenha que te amarrar primeiro. Você entende que é um cabeça dura?


- Quem você pensa que é? Deus? - bramou ele. Seu rosto havia se entristecido tanto que Anahí podia vê-lo apesar de que pelas janelas entrava uma luz muito tênue - O que você sabe sobre o que quero ou que preciso? Só pensa em sua maldita reabilitação. Há outras coisas que necessito, e se não posso...


Se deteve e virou o rosto. Anahí esperou que continuasse, e ao ver que não o fazia disse:


- Se não pode... o que?


- Nada - resmungou toscamente.


- Alfonso! - disse, exasperada, e agarrando-o nos ombros começou a balançá-lo - O que está acontecendo?


Ele se soltou e deitou de costas. Girou a cara para as janelas com expressão sombria.


- Acreditava que aprender a caminhar de novo era a resposta - sussurrou - Mas não é. Meu Deus, Anny, você leva semanas aqui, às vezes passeia pela casa meio nua ou com essas camisolas quase transparentes. Ainda não notou que não posso...?


Quando sua voz se apagou de novo, Anahí acreditou que ia explodir.


- Não pode o que? - perguntou de novo, modulando a voz com esforço.


- Sou impotente - respondeu em voz tão baixa que Anahí teve que se inclinar até ele para ouvi-lo.


Ela se jogou para trás apoiada nos calcanhares, atônita.


Uma vez que disse aquilo, o resto saiu a borbotões, como se não pudesse controlar-se.


- Não havia pensado nisso antes, porque o que havia que pudesse me excitar? Não tinha importância, se não podia andar, mas agora descubro que há a outra cara da moeda. Se não posso viver como um homem em vez de como um eunuco, então o que me importa andar ou não?


Anahí ficou branca.


Era fisioterapeuta, não sexóloga. Resultava irônico que Alfonso lhe mencionasse aquele problema precisamente a ela, que estava no mesmo barco que ele. Talvez ela o havia sentido desde o princípio e por isso não tinha medo dele.


Mas não podia permitir que aquilo lhe fizesse mal, ou se daria por vencido. Pensou freneticamente em algo para dizer.


- Não vejo por que te ocorre sequer que eu deveria te excitar - balbuciou - Sou fisioterapeuta. Não seria nada ético que houvesse entre nós uma relação que não fosse puramente profissional. Eu não tenho tentado te seduzir, desde logo. Nem sequer despertar teu interesse. Você não deveria pensar em mim desse modo. Sou... sou mais uma figura materna que outra coisa, assim que me estranharia provocar em você um efeito físico.


- A mim não me lembra nem um pouco minha mãe - disse ele com esforço.Ela buscou de novo algo que dizer.


- De verdade esperava recuperar todas as suas capacidades da noite para o dia, só porque conseguiu ficar de pé? - perguntou por fim - Eu haveria me surpreendido se conseguisse... responder dessa maneira. Você tem muitas coisas na cabeça e estava muito fora de forma.


- Agora já não estou mais - respondeu Alfonso cansado. 


Não, não estava.


Anahí ficou observando-o enquanto permanecia ali deitado, vestido só com a calça do pijama.


Fazia várias semanas que não colocava a parte de cima. Continuava magro, mas por baixo de sua magreza se apreciava uma dura capa de músculo. Até as pernas haviam ficado mais bonitas ao ganhar peso, e graças ao rigoroso programa de exercícios que seguia tinha inclusive músculos nas pernas, apesar de que ainda não podia movê-las.


Era, de todos modos, um atleta nato, e seu corpo havia respondido imediatamente ao treinamento. Seus braços, seus ombros e seu peito mostravam os efeitos dos pesos, e as horas na piscina haviam dado à sua pele um resplendor bronzeado. Parecia incrivelmente bom, ao fim e ao cabo.


O que podia dizer-lhe? Não podia tranquilizá-lo dizendo que seu corpo e sua mente se recuperariam, porque ela ainda não havia se recuperado. Nem sequer sabia se queria «recuperar-se». Talvez estivesse perdendo grande quantidade de calor humano ao viver como vivia, mas ele permitia também aludir o sofrimento da crueldade humana.


Até o acidente, Alfonso havia levado uma vida plena. Amava e era amado, seguramente por mais mulheres das que recordava.


Para ele, uma vida sem sexo era uma vida incompleta.


Como iria convencê-lo de algo que nem ela mesma não acreditava?


Ao final disse cautelosamente:


- Você está melhor, sim, mas seu estado físico ainda não é ótimo. O corpo está formado por uma série de sistemas complementares. Quando uma parte está com problema, todos os sistemas cooperam para acelerar a cura. Com o programa de reabilitação que você está seguindo, tem concentrado sua mente e seu corpo em reabilitar os músculos. Forma parte do processo de recuperação, e até que não tenha progredido o suficiente para que já não seja necessária uma concentração tão intensa, creio que você estará enganando a si mesmo se espera recuperar suas funções sexuais. Deixe que as coisas aconteçam a seu tempo - depois de olhá-lo um momento mais, meneou a cabeça - Calculo que você esteja com sessenta e cinco por cento de sua capacidade física. Está esperando muito.


- É mais do que qualquer homem normal espera da vida - disse Alfonso com aspereza - Quando você me prometeu que voltaria a caminhar, inspirava confiança, mas disto não está segura, verdade?


- Não sou sexóloga - replicou - Mas tenho senso comum e tento usá-lo. Não há nenhuma razão física para que não volte a praticar o sexo, assim que te aconselho que deixe de se preocupar por isso e se concentre em caminhar. A natureza se encarregará do resto.


- Deixe de se preocupar! - resmungou ele - Não estamos falando do tempo, sabes? Se não sirvo como homem, que sentido tem viver? Não falo só de sexo. Não poderia me casar, nem ter filhos, e ainda que não queira me casar, sempre pensei que algum dia gostaria de ter uma família. Você não entende? Você nunca quis ter um marido, filhos?


Anahí levou um susto e se afastou dele.


Alfonso tinha um estranho talento para golpeá-la onde mais lhe doía.Antes que pudesse se conter, balbuciou com voz pastosa:


- Sempre quis ter filhos. E estive casada. Mas não deu certo.


Alfonso respirou fundo, seu peito subiu e baixou, e Anahí sentiu como esquadrinhava seu rosto na escuridão.


Seguramente não distinguia mais que seu contorno, pois estava sentada longe da luz suave que entrava pelas janelas, assim que por que se sentia como se Alfonso pudesse ver com toda clareza como seu lábio inferior tremia ou como suas bochechas haviam empalidecido subitamente?


- Maldita seja - disse ele em voz baixa - Fiz de novo, não é mesmo? Cada vez que digo algo, dou uma fora.


Ela se encolheu de ombros, tentando que ele não visse o quão fina era sua couraça.


- Não passa nada - murmurou - Foi já há muito tempo. Eu era só uma criança, muito jovem para saber o que fazia.


- Quantos anos você tinha?


- Dezoito. Hayes, meu ex-marido, tinha vinte e três, mas nenhum dos dois estava preparado para o casamento.


- Quanto durou?


Um riso áspero saiu de sua garganta.


- Três meses. Um record, né?


- E desde então? Não voltou a se apaixonar?


- Não, nem quis. Estou contente como estou - a conversa tinha se prolongado demais; não queria revelar nada mais.


Como era possível que Alfonso seguisse cavoucando o muro que ela havia levantado ao redor de seu passado?


A maioria das pessoas nem sequer reparavam na sua existência.


Desdobrou as pernas e se levantou, abaixando a camisola.


Alfonso proferiu um impropério.


- Você está fugindo, Anny. Sabe quanto tempo você está aqui sem receber uma única chamada telefônica, nem uma carta, sem ir sequer de compras? Você se isolou nesta casa comigo e deixou o mundo lá fora. Não tem amigos, nem namorados de faz-de-conta? O que há aí que tanto te assusta?


- Nada - disse com calma, e era certo.


Todos seus terrores estavam encerrados dentro dela, suspensos no tempo.


- Eu acredito que tudo te assusta - disse ele e, estirando o braço, acendeu a lâmpada da mesinha de cabeceira.


Seu suave resplendor afugentou as sombras e iluminou Anahí, que permanecia ali parada, com sua camisola branca e o cabelo castanho mel caindo pelas costas. Parecia uma donzela medieval, presa numa fortaleza que ela mesma havia edificado.


Os olhos verdes e ardentes de Alfonso passearam sobre ela enquanto dizia com suavidade:


- A vida te dá medo. Por isso não deixa que ninguém te toque. Você precisa de terapia tanto quanto eu. Pode ser que meus músculos não funcionem, mas é você quem não sente nada. 


Por favor, se tem alguém acompanhando me avise! Beijos.


 



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Autor(a): livros adaptados aya

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • francielle_oliveira Postado em 01/08/2016 - 01:46:26

    Posta mais!

  • fersantos08 Postado em 31/05/2016 - 13:54:11

    Oiie leitora nova! Só de ter lido a sinopse eu amei *---* começando a ler. Continuaaa

  • livros adaptados aya Postado em 30/05/2016 - 12:35:36

    Francielle_oliveira: Vou postar hoje mais sim querida, voce é minha xará.. beijoss

  • francielle_oliveira Postado em 30/05/2016 - 03:51:47

    adorando a fic! Posta mais!

  • ponyyaya Postado em 26/02/2016 - 13:22:42

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • ponyyaya Postado em 19/02/2016 - 18:57:57

    Amo essa história **----------------------** Já pode postar mais kkkkkkkkk Continuaaaaaa

  • camillatutty Postado em 18/02/2016 - 00:44:14

    Ai, gente... Eu amo essa história! É muito linda!

  • tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:49:49

    Esse Poncho é meio ignorante

  • tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:47:33

    Continua <3


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