Fanfic: Amanhecer Contigo - AyA | Tema: RBD, AyA, Ponny Love
Todavia estava muda de assombro quando o repique de uns saltos sobre as lajotas captou sua atenção, e ao girar a cabeça viu aproximar-se uma jovem alta. Tinha que ser Dulce. Tinha o cabelo vermelho, os mesmos olhos verde acastanhados, as mesmas límpidas feições. Mas não sorria, como o homem da fotografia. Seu olhar era colérico e atormentado.
- Christopher - disse em voz baixa e irada - Aonde você tem se metido nos dois últimos dias? Como se atreve a desaparecer sem dizer uma palavra e a se apresentar logo com esta... Com esta cigana?
Anahí esteve a ponto de começar a rir. A maioria das mulheres não haviam arremetido tão de frente contra ela, mas estava na cara que aquela jovem possuía a mesma determinação que Christopher atribuía a Alfonso. Ela abriu a boca para dizer-lhe umas verdades, mas Christopher interveio suavemente.
- Anahí - disse enquanto olhava com frieza a sua mulher - gostaria de lhe apresentar minha esposa, Dulce. Dulce, esta é Anahí Portilla. Eu contratei a senhorita Portilla como a nova fisioterapeuta de Alfonso, e fui à Flórida buscá-la e trazê-la aqui. Não disse a ninguém porque não tinha intenção de discutir este assunto. Contratei-a e ponto. Creio que isso responde a todas as suas perguntas - concluiu com cortante sarcasmo.
Dulce Christopher não se acovardava facilmente, apesar de que o rubor cobriu suas bochechas. Voltou-se para Anahí e disse com franqueza:
- Peço desculpas, ainda que me negue a ficar com toda a culpa. Se meu marido tivesse me informado de suas intenções, não teria feito uma acusação tão terrível.
- Entendo - sorriu Anahí - Dadas as circunstâncias, duvido que eu teria sido mais amável.
Dulce lhe devolveu o sorriso e logo se adiantou e deu a seu marido um tardio beijo na face.
- Muito bem, está perdoado - suspirou - ainda que tema que você tenha perdido tempo. Já sabe que Alfonso não estará de acordo. Não suporta que lhe chateiem, e já o tem pressionado bastante.
- Evidentemente não, ou já andaria - respondeu Anahí com petulância.
Dulce pareceu hesitante, e logo deu de ombros.
- Continuo pensando que é uma perda de tempo. Alfonso se negou a ver o último terapeuta que Christopher contratou, e você não o fará mudar de idéia.
- Eu gostaria de falar com ele pessoalmente, se fosse possível - insistiu Anahí com delicadeza.
Dulce não havia se colocado como um guarda diante do salão do trono, mas era evidente que se mostrava muito protetora com seu irmão. Mas isso não era tão estranho. Quando alguém sofria um acidente grave, era lógico que sua família o superprotegeria durante uma temporada. Talvez, quando ela descobrisse que Anahí ia monopolizar o tempo de Alfonso, prestaria a seu marido a atenção que ele merecia.
- A esta hora do dia Alfonso está sozinho no quarto - disse Christopher, tomando o braço de Anahí - Por aqui.
- Christopher! - o rubor tornou a inundar o rosto de Dulce, mas esta vez por aborrecimento - Está dormindo a sesta. Deixe-o tranquilo ao menos até que desça. Você já sabe que ele dorme muito mal. Deixe-o descansar enquanto pode.
- Ele dorme a sesta todos os dias? - perguntou Anahí, pensando que, se ele dormia durante o dia, não era de se estranhar que não dormisse à noite.
- Ele tenta, mas geralmente fica de cara feia depois.
- Então, não se importará se o importunarmos agora, não é? - perguntou Anahí.
Havia chegado à conclusão de que era o momento de mostrar sua autoridade. Notou uma leve vibração nos lábios de Christopher, o assomo de um sorriso, e depois, com a mão cálida e firme sobre seu cotovelo, ele a conduziu às amplas e curvas escadas. Anahí notava atrás deles o fogo do olhar de Dulce; logo ouviu o repique dos saltos aproximando-se deles.
Pela disposição da casa, Anahí suspeitava que todos os quartos do piso superior davam para a formosa galeria que corria ao largo da forquilha que formava o edifício, debruçando-se ao pátio interior. Christopher tocou suavemente em uma porta que havia sido alargada para permitir a passagem de uma cadeira de rodas. Ouviu-se uma resposta em voz baixa, Christopher abriu a porta e Anahí viu de imediato que, ao menos o que dizia respeito àquele quarto, era correto. O sol, que en¬trava pelas cortinas abertas, inundava a espaçosa estância, ainda que as vidraças corrediças que davam para a galeria permanecessem fechadas.
A silhueta de um homem se recortava contra a luz radiante do sol, junto à janela: uma figura misteriosa e melancólica afundada na prisão de uma cadeira de rodas. Então esticou o braço e, puxando uma corda, fechou as cortinas, e o quarto ficou na penumbra. Anahí pestanejou um momento antes que seus olhos se acostumassem à repentina escuridão. Logo começou a distinguir ao homem e a impressão deu-lhe um nó na garganta...
Acreditava ter ido sobre aviso; Christopher a havia dito que Alfonso tinha perdido o chão e estava se deteriorando rapidamente, mas até que não o viu com seus próprios olhos não compreendeu a seriedade da situação. O contraste entre o homem da cadeira de rodas e o que ria na fotografia era tão brutal que, a não ser por seus olhos esverdeados, não teria podido crer que eram a mesma pessoa. Seus olhos, sem embargo, já não brilhavam. Eram apagados e amortecidos, mas sua cor não havia mudado.
Estava extremamente magro; tinha que ter perdido ao menos vinte quilos desde que tirou aquela fotografia, e naquela época já era pura fibra. Tinha o cabelo sem brilho pela má nutrição, e desgrenhado, como se fizesse muito tempo que não o cuidava. Sua tez era pálida, suas maçãs do rosto enfraquecidas.
Anahí manteve a compostura, mas em seu interior desmoronou-se em mil pedaços. Sempre, inevitavelmente, se compadecia de seus pacientes, mas nunca tinha sentido como se estivesse morrendo; nunca havia sentido raiva pela injustiça que era aquilo, pela espantosa obscenidade que tinha se apropriado do corpo perfeito de um homem, deixando-o indefenso. O sofrimento e a desesperança tinham ficado gravados em seu rosto abatido, que deixava transpassar com assombrosa claridade sua estrutura óssea. Negras olheiras rodeavam seus olhos verdes como a meia noite; suas têmporas tinham um toque acinzentado. Seu corpo, outrora poderoso, se desmanchava na cadeira, com as pernas retorcidas e imóveis. Anahí compreendeu então que Christopher tinha razão: Alfonso Herrera não queria viver.
Autor(a): livros adaptados aya
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Ele a olhou sem interesse e em continuação fixou o olhar em Christopher. Era como se ela não existisse. Alfonso pousou nela um olhar desinteressado e contemplou-a sem dizer nada. Anahí guardou o silêncio enquanto o observava, fixando-se nas suas reações, ou melhor dizendo, na falta delas. Christopher lhe tinha dito que Alfonso ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 9
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francielle_oliveira Postado em 01/08/2016 - 01:46:26
Posta mais!
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fersantos08 Postado em 31/05/2016 - 13:54:11
Oiie leitora nova! Só de ter lido a sinopse eu amei *---* começando a ler. Continuaaa
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livros adaptados aya Postado em 30/05/2016 - 12:35:36
Francielle_oliveira: Vou postar hoje mais sim querida, voce é minha xará.. beijoss
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francielle_oliveira Postado em 30/05/2016 - 03:51:47
adorando a fic! Posta mais!
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ponyyaya Postado em 26/02/2016 - 13:22:42
Continuaaaaaaaaaaaaaaaaa
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ponyyaya Postado em 19/02/2016 - 18:57:57
Amo essa história **----------------------** Já pode postar mais kkkkkkkkk Continuaaaaaa
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camillatutty Postado em 18/02/2016 - 00:44:14
Ai, gente... Eu amo essa história! É muito linda!
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tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:49:49
Esse Poncho é meio ignorante
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tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:47:33
Continua <3