Fanfics Brasil - Capítulo 8 Amanhecer Contigo - AyA

Fanfic: Amanhecer Contigo - AyA | Tema: RBD, AyA, Ponny Love


Capítulo: Capítulo 8

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De pronto se sentia muito cansada. Havia sido um dia muito longo, e ainda que fosse de tarde, necessitava descansar. A batalha começaria de manhã, e precisava adormecer para afrontá-la. A partir da manhã seguinte estaria muito ocupada.


Alberta advertiu ao súbito cansaço que crispava seus traços e um par de minutos depois havia posto sobre a mesa um sanduíche e um copo de leite.


- Coma - disse, e Anahí cuidou para não contrariá-la. Sentou-se e se pôs a comer.


Na manhã seguinte, o despertador tocou às cinco e meia. Anahí se levantou e tomou uma ducha, movendo-se com altivez e firmeza desde o momento em que saiu da cama. Sempre despertava imediatamente, com a mente despojada e uma coordenação perfeita. Por isso,entre outras razões, era tão boa terapeuta. Se um paciente necessitava dela durante a noite, não ia dando tropeções e esfregando os olhos. Podia fazer o que fora preciso imediatamente.


Alguma coisa lhe dizia que Alfonso não acordava de bom humor, e notou que seu coração acelerava enquanto penteava o cabelo comprido e fazia uma trança grossa. A expectativa diante da batalha que se aproximava corria por suas veias como uma alegria líquida, fazia brilhar seus olhos e dava à sua tez um tom ruborizado.


O tempo, todavia estava fresco, mas ela sabia por experiência própria que os exercícios a fariam passar calor, de maneira que se pôs uma calça curta azul, uma camiseta de algodão sem mangas com alegres detalhes, amarelos e azuis, e um par de tênis velhos. Tocou as pontas dos pés vinte vezes, estirando braços e pernas, e depois fez vinte abdominais. Podia fazer muitos mais, mas pretendia fazer só alguns exercícios para entrar no pique.


Ia sorrindo quando entrou no quarto de Alfonso depois de bater rapidamente na porta.


- Bom dia! - disse alegremente enquanto cruzava o quarto, se aproximava do balcão e abria as cortinas, inundando de luz o quarto.


Ele estava tombado de costas, com as pernas colocadas em uma posição um tanto forçada, como se tivesse tentado movê-las durante a noite. Abriu os olhos, e Anahí viu neles um lampejo de ansiedade. Voltou a tentar incorporar-se movendo as pernas; logo se tocou e caiu para trás com expressão sombria.


Com quanta freqüência ocorria aquilo? Quantas vezes ele despertava sem recordar o acidente e sentia pânico ao não poder mover as pernas? Não seguiria assim por muito mais tempo, pensou Anahí com decisão, e foi sentar-se na cama, junto a ele.


- Bom dia - disse de novo.


Ele não lhe devolveu a saudação.


- Que horas são? - perguntou com aspereza.


- Seis, mais ou menos, talvez um pouco mais cedo.


- O que você está fazendo aqui?


- Estou aqui para começarmos sua terapia - respondeu com serenidade. Viu que Alfonso estava de pijama e se perguntou se era capaz de se vestir sozinho ou necessitava que alguém lhe ajudasse. 


- Não há ninguém acordado há essa hora - resmungou ele, fechando os olhos de novo.


- Eu sim, e agora você também. Vamos, hoje temos muito que fazer -aproximou a cadeira de rodas da cama e retirou as mantas, deixando descobertas suas pernas fracas, enfurnadas no pijama azul claro. Levava os pés cobertos por meias brancas.


Ele abriu os olhos e a ira estava de novo ali.


- O que está fazendo? - bufou.


Esticou um braço para tornar a se tapar. Não queria que ela o visse, mas Anahí não podia permitir que o pudor se interpusesse em seu caminho. Pouco tempo depois estaria tão familiarizada com seu corpo como ele com o seu próprio, e Alfonso tinha que tomar consciência disso. Se lhe avergonhava sua condição física, teria que se esforçar para melhorá-la.


Ela voltou a afastar as mantas e com um movimento ágil lhe fez girar as pernas até que ficaram na borda da cama.


- Levante-se - disse com firmeza - Tem que ir ao banheiro antes de começarmos. Necessita ajuda?


Um fogo puro brilhou em seus olhos verdes.


- Não - grunhiu, tão furioso que apenas podia falar - Posso ir ao banheiro sozinho, mamãe.


- Eu não sou sua mãe - replicou ela - Sou sua tera¬peuta, ainda que ambas tenhamos muitas coisas em comum.


Segurou a cadeira enquanto ele se sentava. Logo Alfonso saiu disparado, cruzou o quarto e entrou no banheiro antes que Anahí pudesse reagir. Ela riu para si mesma. Ao ouvir o estalido da fechadura, disse levantando a voz: - Não pense que pode se fechar aí a manhã toda! Colocarei essa porta abaixo se necessário.


Ele a amaldiçoou, e ela tornou a rir. Aquilo ia ser interessante... Quando Alfonso por fim saiu, ela havia começado a pensar que realmente teria que pôr a porta abaixo. Ele tinha se penteado e lavado a cara, mas não parecia mais contente que antes.


- Você está com roupas de baixo? - perguntou ela, sem fazer nenhum comentário acerca do tempo que ele havia passado no banheiro. Ele havia calculado muito bem, havia demorado o possível, mas havia saído justo antes que ela fizesse algo a respeito.


O estupor congelou suas feições.


- O que? - perguntou.


- Está com roupas de baixo - repetiu Anahí. 


- E o que isso te importa?


- Me importa porque quero que tire o pijama . Se não está de roupa de baixo, pode querer por uma cueca, ainda que em realidade eu não me importe. Já vi mais de um homem pelado.


- Não tenho dúvidas - resmungou ele com desdém - Estou de cueca, mas não penso em tirar o pijama.


- Pois não o tire. Tirarei eu! Acredito que ontem você notou que tenho força suficiente. Vai tirar esse pijama por bem ou por mal. O que decide?


- Por que quer que eu o tire? - perguntou ele para ganhar tempo - Não será para admirar minha figura - acrescentou com amargura.


- Nisso você tem razão - disse ela - Parece um passarinho. Por isso estou aqui; se não parecesse um passarinho, não precisaria de mim.


Ele ficou vermelho.


- O pijama... - insistiu Anahí.


Ele desabrochou com raiva a camisa e a atirou ao outro lado do quarto. Anahí notou que ele teria gostado de fazer o mesmo com as calças, mas lhe custava um pouco mais tirá-los. Sem dizer nenhuma palavra, Anahí lhe ajudou a voltar à cama, lhe baixou as calças e as deixou sobre o braço da cadeira de rodas.


- Deite-se de barriga para baixo - disse, e fez ele se girar habilmente.


- Ei! - protestou ele com a cara enterrada no travesseiro. Tirou este com uma bofetada. Estava tremendo de fúria.


Anahí puxou e soltou o elástico de sua cueca.


- Acalme-se - disse - Esta manhã não será doloroso.


Seu gesto impertinente fez com que o torso de Alfonso se enrijecesse por completo de raiva . Ela sorriu e começou a massagear com firmeza seus ombros e suas costas.


Ele deixou escapar um gemido.


- Cuidado! Não sou um lombo de porco.


Ela caiu na risada.


- Como você é delicado! - disse em tom de brincadeira - Isso tem sua razão de ser.


- Qual? O castigo?


- Em uma palavra, circulação. Sua circulação está muito ruim. Por isso suas mãos estão sempre frias e tem que por meias para manter os pés aquecidos, até na cama. Aposto que agora mesmo ainda os tem gelados, você vai ver?


Sua resposta foi o silêncio.


- Os músculos não funcionam sem uma boa irrigação do sangue - comentou.


- Tá... - repôs ele com sarcasmo - Sua massagem mágica vai fazer com que eu me levante num salto.


- Absolutamente. Minha massagem mágica é só o primeiro passo, e você deveria ir se acostumando porque lhe vou dar muitas.


Passaram os minutos enquanto trabalhava em silêncio. Ele às vezes resmungava, quando seus dedos vigoro¬sos lhe davam um pouco de dor. Uma fina película de suor começava a brilhar no rosto e no corpo de Anahí.


Tombou-o de costas e começou a massagear seus braços, seu peito e seu ventre côncavo. As costelas sobressaíam por baixo da pele. Ele jazia com os olhos cravados no teto e uma expressão amarga na boca.


Anahí voltou a massagear-lhe as pernas.


- Quanto tempo vai ficar assim?


Ela levantou a vista e olhou a hora. Havia passado um pouco mais de uma hora.


- Suponho que é o suficiente no momento - disse - Agora, os exercícios.


Tomou primeiro uma perna e logo a outra e as flexionou, obrigando-o a levantar os joelhos até o peito e repetindo aquele movimento uma e outra vez. Ele suportou em silêncio durante quinze minutos; logo, prontamente, se incorporou e a afastou com um empurrão.


- Basta! - gritou, o rosto abatido - Meu Deus, é porque tem que seguir e seguir? É uma perda de tempo. Me deixe em paz!


Ela o observou surpreendida.


- O que quer dizer com uma perda de tempo? Acabo de começar. Realmente esperava notar diferença em uma hora?


- Não gosto que me manuseiem como se fosse argila.


Ela encolheu os ombros e dissimulou um sorriso.


- De todas as maneiras são quase sete e meia. Seu café da manhã já estará pronto. Não sei você, mas eu estou com fome.


- Eu não - disse ele, e um instante depois uma expressão de surpresa cruzou seu olhar, e Anahí compreendeu que acabava de se dar conta de que tinha fome, seguramente pela primeira vez desde meses. Ajudou-o a se vestir, ainda que ele voltasse a se zangar. Estava tão aborrecido como um menino quando entraram no elevador que haviam instalado expressamente para ele.


Mas o aborrecimento desapareceu de imediato quando viu o que havia no seu prato. Anahí, que o estava observando, teve que morder o lábio para não cair no riso. Primeiro horror e logo raiva crisparam seus traços.


- O que é isso? - bramou.


- Oh, não se preocupe - disse ela tranquilamente - Não é o único que vai comer, mas sim o primeiro. São vitaminas - acrescentou em tom condescendente.


Poderiam ter sido cobras pela cara com que Alfonso olhava o prato. Anahí tinha que reconhecer que impressionava um pouco. Alberta havia contado as pílulas tal e como ela lhe havia ordenado, e não teve que contá-las para saber que havia dezenove.


- Não vou tomá-las!


- Vai sim. Precisa delas. E precisará ainda mais depois de uns dias de terapia. Além do mais, não poderá comer nada até que as tenha tomado.


Alfonso não gostava de perder. Agarrou as pílulas e as foi tragando a punhados, fazendo-as passar com goles de água. - Pronto - grunhiu- Já tomei as condenadas pílulas.


- Obrigada - disse ela, muito séria.


Alberta deveria estar ouvindo tudo, porque em momento depois entrou com as bandejas do café da manhã. Alfonso olhou para a meia toranja, a torrada de pão integral, os ovos, o bacon e o leite como se fossem porcaria.


- Quero em wafle com cerejas - disse.


- Sinto muito - Anahí respondeu - Isso não está na sua dieta. É doce demais. Coma a toranja.


- Odeio toranjas.


- Precisa de vitamina C.


- Acabei de tomar vitamina C para um ano!


- Olhe, - disse ela com doçura - este é o seu café da manhã. Coma-o ou deixe-o. Mas não vai comer um wafle com cereja.


Ele lhe atirou a bandeja.


Anahí esperava algo assim, e abaixou a cabeça rapidamente. A bandeja se espatifou contra a parede. Ela se deixou cair sobre a mesa, sacudida pelas gargalhadas que levava retraindo toda a manhã. Ele tinha praticamente o cabelo em pé de tão enraivecido que estava. Estava muito bonito. Seus olhos verdes brilhavam como turmalinas; e ele se ruborizava.


Digna como uma rainha, Alberta saiu da cozinha com uma bandeja idêntica e a colocou diante dele.


- Ela disse que seguramente atiraria a primeira - comentou sem inflexão alguma.


Ao saber que ela havia atuado exatamente como Anahí havia predito o fez enraivecer-se ainda mais, mas de repente se sentia bloqueado. Não sabia o que fazer, temendo que, fizesse o que fizesse, ela já teria previsto. No final não fez nada. Comeu em silêncio, metendo a comida na boca com determinação, e logo tornou a ladrar contra o leite.


- Não suporto leite. Um café não pode me fazer dano.


- Não, mas tampouco lhe fará algum bem. Façamos um trato - ofereceu ela - Beba o leite, o necessita pelo cálcio, e logo pode tomar um café.


Ele respirou fundo e depois tomou o copo de leite.



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Autor(a): livros adaptados aya

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • francielle_oliveira Postado em 01/08/2016 - 01:46:26

    Posta mais!

  • fersantos08 Postado em 31/05/2016 - 13:54:11

    Oiie leitora nova! Só de ter lido a sinopse eu amei *---* começando a ler. Continuaaa

  • livros adaptados aya Postado em 30/05/2016 - 12:35:36

    Francielle_oliveira: Vou postar hoje mais sim querida, voce é minha xará.. beijoss

  • francielle_oliveira Postado em 30/05/2016 - 03:51:47

    adorando a fic! Posta mais!

  • ponyyaya Postado em 26/02/2016 - 13:22:42

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • ponyyaya Postado em 19/02/2016 - 18:57:57

    Amo essa história **----------------------** Já pode postar mais kkkkkkkkk Continuaaaaaa

  • camillatutty Postado em 18/02/2016 - 00:44:14

    Ai, gente... Eu amo essa história! É muito linda!

  • tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:49:49

    Esse Poncho é meio ignorante

  • tatianaportilla106 Postado em 17/02/2016 - 00:47:33

    Continua <3


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