Fanfic: Night chances | Tema: AyA
Havia se passado quase dois meses, não aguentava mais esperar pelo resultado. Não conseguia dormir, muitas das vezes na faculdade não conseguia prestar atenção nas aulas, o que ocasionou uma pequena “conversa” com a minha professora de Literatura. Mas a verdade é que a possibilidade de estar próxima a ele, jantar acompanhada por ele, era algo que me deixava extremamente feliz por talvez ser escolhida e ao mesmo tempo triste por não ser a vencedora do concurso.
— Você vai ganhar. — dulce sorriu — Sonhei com isso, e você sabe que meus sonhos sempre acontecem. — sorri e assenti. As aulas passaram tão rápidas que só percebi quando o sinal da última aula tocou e enfim estávamos liberados para irmos para casa.
— Tem como você me dar uma carona? — sorri e minha amiga assentiu. Assim que adentramos o carro dela, sintonizei em uma rádio bem conhecida de Londres e tocava “Steal My Girl”, fechei meus olhos e comecei a cantar sem me importar que as pessoas na rua me olhassem. Ouvia a minha amiga, que mesmo sem ser fã, cantarolava para me acompanhar. Assim que chegamos ao meu prédio, agradeci e me despedi da dulce.
— Boa tarde. — sorri enquanto cumprimentava o novo porteiro.
Esperei pelo elevador, porém, não percebi que Arthur estava ao meu lado. Ignorei como venho fazendo nos últimos dias, desde o nosso término. Adentrei o elevador e Arthur imitou meu gesto. Para completar a minha alegria, além de morarmos no mesmo prédio, o meu ex-namorado era meu vizinho. Tenho que anotar em minha agenda: “Nunca, repito, nunca namore com o seu vizinho.” Por quê? Quando você o pega na cama com uma vadia da universidade dele, a última coisa que você quer ver é ele, porém, lembra que ele é o seu vizinho. Quando a porta do elevador se abriu, agradeci por não ter que aturar mais um segundo respirando no mesmo local que aquele idiota.
— Anahi, – Arthur puxou meu braço — sinto muito. Não queria magoá-la e eu sinto a sua falta.
— Azar o seu. — tirei suas mãos do meu braço — Não desculpo traição. Aceita que acabou. — sorri. — Você deveria dar pulos de alegrias, afinal está livre para dormir com quantas quiser. — saí o mais rápido possível e me tranquei em meu apartamento. A verdade? Doeu para caramba vê-lo na cama com outra, porém não me sujeitarei a isso. Depois de dois anos de namoro você vê o seu namorado na cama com uma vadia qualquer, você se sente a pior das mulheres. Tomei um longo banho e preparei algo para comer, já que a minha última refeição havia sido o café da manhã. Estava lavando os pratos quando o interfone tocou, estranhei, mas fui atendê-lo.
— Alô.
— Senhorita poente, um homem deixou um envelope para a senhorita. — reconheci a voz do novo porteiro.
— Ah, obrigada pelo recado. — sorri. — Mas disseram se era algo urgente?
— Senhorita, disseram que era urgente e mandaram avisar que era do Today. — paralisei quando o porteiro disse de onde era o tal envelope. — Senhorita? Tem como vir buscá-lo? Não posso deixar a portaria sozinha.
— Sim! — gritei, animada. — Estou descendo. — desliguei, peguei as minhas chaves e esperei pelo elevador. Ao chegar na portaria, o homem que se apresentou como Manoel entregou-me o envelope que com certeza alguém da produção do Today deixou ele.
— Senhorita, você está bem? — Manoel olhou a minha expressão, digamos que, engraçada. Estava parada no meio da portaria, olhando fixamente para o envelope, mas sem abri-lo.
— Nunca estive melhor. — sorri. — Obrigada, Manoel. — adentrei novamente o elevador. Decidi que só abriria o envelope quando estivesse em meu apartamento. Assim que cheguei, coloquei o envelope em cima da mesa de centro, o observava, mas não tinha a coragem de abri-lo. Quando o abri, meus olhos se encheram de lágrimas e jamais conseguirei definir exatamente o que eu senti.
° Esteja pronta ás 19h00
° O traje é formal
Equipe Today
Com uma certa dificuldade me recompus, afinal, tinha um jantar para ir e adivinha? Não tinha o que vestir. Passavam das 16h00, ou seja, tinha pouco tempo e teria que fazer uma missão impossível em no mínimo duas horas. Tomei um banho bem rápido, peguei minha bolsa e sai o mais rápido que pude.
— Senhorita, precisa de ajuda? — uma vendedora educada sorriu e eu assenti.
— Tenho um jantar com o cara mais especial do mundo. — sorri. — Porém não sei o que vestir. — franzi o cenho.
— Tenho o vestido perfeito. — sorriu. Caminhamos em direção a uma área reservada para os vestidos. — Tenho a certeza que irá lhe cair super bem. — entregou-me o vestido para que pudesse prová-lo. Entrei em um dos provadores. Quando fechei o zíper olhei minha imagem refletida no espelho do provador. Saí para ouvir a opinião da vendedora e a mesma sorriu e soltou um: Perfeito!
Concordei com ela. Realmente, pela primeira vez, um vestido caiu perfeitamente pelo meu corpo. A vendedora me ajudou com os sapatos e uma bolsa de mão. Paguei minhas compras sem me importar com o preço. Cara, eu jantaria com o meu homem, poncho herreira. Ao passar em frente ao salão de beleza tive uma ideia e iria colocá-la em prática.
— Ele vai amar. — uma cabeleireira sorriu e fechou a capa que cobria minha roupa.
Logo veio a manicure, começou a cuidar das minhas unhas das mãos e em seguida, cuidou das minhas unhas dos pés. A cabeleireira não deixou que visse o que ela estava fazendo. Pedi que fosse algo especial, mas ao mesmo tempo algo simples para combinar com o meu jeito. Quando a cabeleireira terminou, chegou a maquiadora e expliquei que não gostava de nada muito cheguei.
— Pronto, Anahi. — as meninas do salão tiraram a capa e viraram-me para me encarar no espelho. Deus, não sabia que eu podia ficar tão linda como estou. Meus cabelos estão soltos, porém com pequenos cachos e tranças laterais. E a maquiagem? Deus, esses lábios marcados em um tom vinho, estou me sentindo tão linda que chega a ser estranho eu mesma pensar algo assim de mim.
Paguei a minha despesa no salão e fiz questão de deixar um agrado especial para as meninas que cuidaram de mim com todo o carinho do mundo. Para a minha sorte, o shopping tem uma frota exclusiva de táxis e eu já estava pronta, só faltava o vestido. Cheguei ao meu prédio e passava das 18h00. Corri o mais rápido que pude. O porteiro me olhou de uma maneira diferente, mas ignorei e adentrei apressadamente o elevador. Quando estava girando a chave, ouvi a voz do Arthur e meu estômago embrulhou.
— Anahi poente? — debochou. — Não sei o que fizeram como você, mas sinto ainda mais vontade de pegar você, de novo. — sua voz tinha um tom malicioso, porém ele me causava repulsa desde que o vi na cama com aquela… Deus, por que estou perdendo meu tempo com o Arthur? Tenho um jantar com o poncho, não tenho tempo para perder com um babaca que pisou no que eu sentia.
O ignorei e adentrei meu apartamento. Tirei o vestido do embrulho da loja, o vesti e sorri ao me olhar no espelho. Calcei a sandália que tinha um salto pequeno, não posso exagerar e nem estou acostumada a usar salto, imagina o mico de cair na frente do poncho? Sorri ao me encarar no espelho. Anahi poente, pela primeira vez em toda sua vida você consegue sorrir com o que vê refletido no seu espelho. Peguei a minha bolsa e desci para aguardar a produção do Today que, pela hora, já está a minha espera.
— Boa noite, senhorita Anahi. — o motorista sorriu e abriu a porta da limousine, sim, estou em uma limousine e em poucos minutos estarei jantando com o homem que amo.
Não demorou muito, porém, ao chegarmos em frente ao restaurante, o reconheci. Meus olhos não acreditavam, iríamos jantar no Clos Maggiore, Convent Garden WC2, considerado o restaurante mais romântico de Londres. Nunca tinha tido a oportunidade de vir, mas era tão lindo. Sua fachada é vermelha, com umas plantas espalhadas e um enorme logo com o nome do restaurante. Entretanto, nada mais era mais bonito ou especial do que ver poncho herreira segurando um buquê de flores e em seus lábios o sorriso de lado que eu tanto amava. Minhas pernas ameaçaram falhar quando notei que se aproximava e, Deus, ele não tirava o sorriso dos seus lábios.
— Boa noite, Anahi. — sorriu e entregou-me um buquê de rosas vermelhas. — Não sei se você gosta, mas ao olhar sua foto imaginei que gostasse. — poncho sorriu e entrelaçou nossos braços.
— São as minhas preferidas. — sorri. Ele me olhou, sorrindo logo depois.
Ainda com nossos braços entrelaçados, caminhamos em direção a nossa mesa. Um homem nos cumprimentou e pediu para guardar o meu buquê. Caminhamos pelo espaço das mesas, era tão lindo. Tinham umas plantas que estavam com luzes brancas e as mesas cinzas com as cadeiras pretas. Esse lugar é adorável, não é à toa que é considerado o restaurante mais romântico de Londres.
— Senhorita. — poncho puxou a cadeira e me sentei. Nossa mesa era perto da lareira e sem dúvidas alguma era tudo extremamente lindo e encantador. — Vinho? — sorriu e assenti. O garçom despejou o conteúdo em nossas taças e se retirou. poncho entregou-me uma taça e pegou uma.
— Um brinde. — sorri. — A esse momento tão especial. — herreira sorriu e brindamos ao momento mais feliz de toda a minha vida.
— Já escolheu seu pedido, linda? — poncho sorriu com o cardápio em suas mãos.
— Não. — sorri. — Não tenho a mínima ideia do que pedir.
— Confia em mim?
— Sim. — nos olhamos e logo chegou o garçom para anotar nossos pedidos. herreira estava tão adorável em seu terno preto. Seus cabelos bagunçados e esse sorriso desgraçado em seus lábios.
— Decidiram o pedido? — o garçom sorriu.
— Eu e a senhorita queremos o especial do chefe. — poncho sorriu. — Pedi a ele para preparar especialmente para o meu jantar com a Anahi. — não consegui conter o meu sorriso. Um momento tão mágico estar com ele naquele lugar tão lindo e romântico.
— O que achou do concurso? — bebi um pouco do meu vinho.
— Incrível! — sorriu. — Sabe, são poucas as oportunidades em que temos um contato tão especial com as nossas meninas. Então esse concurso foi algo que me deixou muito animado.
— Ah, meu Deus, como você é adorável. — sorri. — Meu coração não aguenta quando você fala assim tão carinhosamente de todas nós. — herreira acariciou minha mão.
— Vocês são especiais demais. Mas me fale um pouco mais sobre você. — seus olhos estavam fixados nos meus.
— Sou a Anahi poente, uma estudante de literatura. — sorri. — Ah, tenho dezoito anos. Nasci em Liverpool, porém, me mudei para Londres devido a universidade.
— Literatura? — sorriu e eu assenti. — Estou diante de uma futura escritora? Quero um livro autografado, poente.
Ah, meu amor, você pode ter tudo o que quiser. Um livro, meus beijos, meu corpo, meu coração. Porém me limitei a apenas sorrir, afinal não queria assustá-lo com meus sentimentos incontroláveis.
— herreira, se um dia isso vier a acontecer, pode deixar que farei questão de autografar o seu exemplar. — sorri e ele acariciou a minha mão pela segunda vez.
O garçom voltou com o nosso pedido e nos concentramos em nosso jantar. A comida estava maravilhosa, sem dúvidas alguma a melhor que já comi. O garçom despejou novamente o vinho em nossas taças, perdi a conta de quantas vezes repetiu o tal gesto, porém sabia que já tinham sido muitas, porque digamos que não sou muito forte para bebidas.
— Você fica linda, quando sorri assim. — poncho acariciava as minhas mãos. Como estava adorável, não sei se suas palavras foram por causa das taças de vinhos, mas aquilo não me importava nem um pouco. O cara que eu amo está bem na minha frente e solta: Você fica linda, quando sorri assim. Me beija, meu amor, porque sonho com o dia em que sentirei meus lábios sendo tomados pelos seus com amor, com desejo, com vontade e até nossas respirações ficarem descompassadas, por fim cessarmos o beijo por falta de ar.
— Ah, poncho… — não consegui terminar a minha frase, porque um homem, ou melhor, o idiota do meu ex-namorado vulgo Arthur acabara de entrar no restaurante assustando a todos com seu jeito ogro e sem um pingo de educação. Deus, como pude namorar com alguém assim? Aonde estava com a cabeça?
— Anahi poente, levanta dessa mesa agora. — Arthur gritava. Quem esse babaca pensa que é? — E você — puxou poncho pela gravata e o levantou. — Só porque você é famosinho entre as adolescentes, não quer dizer que tem o direito de pegar a minha garota.
— Opa, opa, não sou a sua garota e nem de ninguém. — gritei. — Por favor, largue o poncho e volte para a sua casa, de onde não deveria ter saído. — disse, impaciente e observei que todos olhavam para a cena. Um lembrete: matar meu ex-namorado.
— Tira as mãos de mim, agora. — poncho gritou. Arthur permaneceu com suas mãos na gravata do poncho. — Qual o seu problema? — poncho empurrou Arthur para longe.
— Meu problema? — riu debochado. — Um otário que acha que pode se meter com a minha garota. — Arthur pegou uma taça de água e tacou em poncho. Em seguida, pegou o que havia sobrado do jantar e despejou sobre os cabelos do poncho. Sabia que aquilo havia sido o clímax para herreira liberar o lado enfurecido que existe dentro de si. Estava tão envergonhada com a atitude do Arthur.
— Ah, vou matar você, seu desgraçado! — poncho o olhou com muita raiva, porém o segurei e tentei acalmá-lo, mas poncho tentava se desvencilhar dos meus braços e eu sabia que ele machucaria o Arthur. Os seguranças tiraram o Arthur do restaurante, e eu abaixei a cabeça de tamanha vergonha.
— Me desculpa. — olhei em seus olhos . — O Arthur é um babaca que não aceita o fim que ele mesmo deu ao nosso relacionamento.
— A culpa não é sua, linda. — poncho sorriu e pegou a tolha que trouxeram para ele se limpar. Entretanto me aproximei do herreira, peguei a toalha das suas mãos e a joguei sobre a mesa. Colei os nossos corpos e coloquei seus braços envoltos ao meu corpo.
— annie, estou todo sujo e fedendo a… — não deixei que ele terminasse, aproximei nossos rostos. Parecendo entender o recado, poncho levou seus lábios até os meus e suas mãos deslizaram para a minha cintura enquanto as minhas afagavam seus cabelos.
Sem dúvida beijá-lo era a melhor coisa do mundo. O melhor beijo do mundo. Nossas línguas travavam uma guerra entre si e meu coração parecia que a qualquer momento sairia do meu peito de tamanha a alegria. Um jantar que até então era algo impossível, mas que fui surpreendida ao vencer o concurso. Um ex-namorado que tentou acabar com a noite maravilhosa, mas o ignorei. Fiz o que queria ter feito desde que encontrei poncho herreira segurando um buquê de rosas vermelhas e sorrindo de lado.
Autor(a): Anna Uckermann
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