Fanfics Brasil - Night chances 2 e 3 Night chances

Fanfic: Night chances | Tema: AyA


Capítulo: Night chances 2 e 3

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02


Você percebe o quanto está apaixonada por alguém quando conta todos os dias, quantos meses faltam para o show dos seus ídolos. Quando amamos tanto assim, chega a ser torturante essa espera, essa contagem regressiva. Um ano inteiro esperando ansiosamente por esse momento, mas a alegria seria mais completa se tivesse conseguido juntar o dinheiro pro “meet and greet”, porém, meus livros da universidade aumentam seus valores a cada semestre e meu salário não me ajuda muito. Pela primeira vez na vida, acordar cedo não foi uma tortura ou algo que me deixasse irritada pelo resto do dia. Foi uma alegria acordar nessa linda manhã com o celular apitando sem parar: “É hoje, é hoje.” A espera finalmente havia acabado e eu tinha algum tempo antes de ir para o estádio. Ajeitei meu quarto que estava uma verdadeira bagunça e lembro como era bom quando morava na casa dos meus pais, por mais que minha mãe dissesse que não limparia minhas bagunças quando chegava da universidade. Adivinha? Meu quarto estava limpo e arrumado, pronto para meu descanso, mas as coisas mudam quando você passa a morar sozinha, trabalhar e estudar.
— annie… — dulce adentrou no quarto. Puxava uma mala e estava com as chaves do carro em mãos. — Vou viajar com o Robert, sabe, depois daquelas brigas, decidimos tentar pra ver se conseguimos reatar com o namoro. — Minha amiga tinha um sorriso lindo em seu rosto e eu sabia o quanto ela queria que desse certo. dulce é uma colega de universidade, porém cursa Gastronomia e eu curso Direito.
— Boa viagem, dul. — Sorri e abracei minha amiga. — Torcendo por você e pelo Robert porque sei que nessa loucura que vocês insistem em chamar de relacionamento, sei que existe amor e é daqueles de filmes. — Sorri e minha amiga me abraçou fortemente e sussurrou um: “obrigada.” Assim que a dulce saiu em busca de sua felicidade, terminei com a organização do meu quarto e preparei algo para comer porque senão desmaiaria na metade do show. Lavei meu prato e limpei a sujeira que havia feito na cozinha, Deus, como alguém suja tudo para cozinhar um miojo? Ah, mas isso tem uma explicação: sou péssima na cozinha e até que a dulce tentou me ensinar algo, porém não levo jeito e muito menos gosto.

Ah, meu amor, desculpe a minha falta de atenção e que saí com tanta pressa que esqueci de dizer duas coisas:
1- Passei no shopping ontem e comprei umas coisinhas para você ir ao show e capricha, viu? <3 <3
2- Boa sorte no show e que tudo dê certo porque você merece. Queria ser rica e pagar o “meet and greet”, porém me encontro na mesma situação que a sua, mas pensando bem acho que você está BEM melhor, afinal, não é uma consumista doida que compra o shopping inteiro. Ah, meu Deus, começo falando algo e perco o foco, mas voltando ao assunto principal “você”, quero que aproveite ao máximo porque, menina, você esperou 12 meses para esse grande momento. Depois quero todos os detalhes e nunca se esqueça que amo você. “- dul


Sorri com a mensagem da minha amiga e corri em direção ao quarto dela para buscar meus presentinhos. Assim que peguei os embrulhos, bati a porta e voltei para o meu quarto para tomar o meu banho. Caprichei na maquiagem, entretanto, não usei nada extravagante porque não gosto. Meus cabelos estavam soltos, lisos como sempre, porém hoje fiz pequenos cachos nas pontas.
— Até que fiquei bonita. — Sorri ao me encarar no espelho pela milésima vez. dulce sabia escolher roupas e muitas vezes acho que ela errou ao escolher Gastronomia e não Moda. Ignorei meus pensamentos e arrumei a minha bolsa, mas como costumava esquecer as coisas, antes de sair de casa, chequei se meu ingresso estava na minha bolsa e caminhei para o estacionamento. Dirigia ao som de “Midnight Memories” que, sem dúvidas alguma, é uma das minhas favoritas do álbum. Alguns amigos me chamam de louca e realmente acreditam que seja louca por amar cinco garotos que não sabem da minha existência, porém cansei de explicar que isso nunca importou porque eu sei que eles existem e os amo. Assim que cheguei ao estádio, procurei pelo estacionamento que não estava tão cheio pois as pessoas costumavam ir de táxi ou até mesmo de ônibus.
— Boa noite. — Um homem educado sorriu e estendeu a mão para que eu lhe entregasse o ingresso. Em seguida, colocou em meu pulso uma pulseira com a cor que representava aonde deveria estar. Com muito sacrifício e algumas horas extras, comprei o ingresso da pista vip e assim que cheguei ao meu lugar, notei que já tinha uma quantidade considerável de garotas de todas as idades. Não teria show de abertura porque seria uma DJ que seria o responsável por animar todos os presentes antes do grande momento: o show. As meninas pulavam, dançavam, tiravam fotos e era lindo vê-las tão felizes assim como eu estava.
— Qual o seu nome? — Uma menina, loira e simpática, disse alto devido ao volume da música.
— Anahi. — Sorri. — E o seu?
— Jane. — Sorriu. — Não parece ter a nossa idade — sorriu — Mas não considere isso algo ofensivo.
— Não tenho mesmo. — Sorri. — Estou com vinte anos, mas o amor pelos meninos só cresce a cada dia. — A menina sorriu e pediu para tirar uma selfie comigo. Já fazia mais de uma hora que o DJ tocava para animar todos, mas a verdade é que não aguentava mais todas aquelas músicas porque precisava vê-los, precisava sentir que, pelo menos uma vez na vida, estive no mesmo ambiente que eles. De repente, a música acabou e todas as luzes foram apagadas e eu sabia o que viria quando as luzes fossem reacesas. Meu coração batia descompassado como se a qualquer momento fosse sair do meu peito e era tanta felicidade que por um momento esqueci como era respirar. A primeira música começou e não conseguia tirar os olhos do meu poncho herreira, não que não olhasse para os outros, porém com ele era mais forte, mais intenso e sentia algo que nunca senti por outro cara. Em um momento achei que o mesmo retribuiu meus olhares, porém, logo, fiz questão de lembrar que aquilo não era uma fanfic e que na certa estava imaginando coisas de tanto que eu leio sobre essas histórias que conhecemos os ídolos no show, se apaixonam e vivem feliz para sempre. Foquei a minha atenção em seus olhos castanhos, seus cabelos emaranhados e seu sorriso destruir de corações. Sem dúvidas alguma, era o melhor show da minha vida e não me arrependi por cada centavo que torrei do meu salário para desfrutar desse momento, entretanto, como tudo que é bom precisa acabar, logo os meninos se despediram e saíram do palco. Era uma confusão de meninas, meninos, mães e eu estava esperando as coisas se acalmarem um pouco para enfim pegar meu carro e ir pra casa dormir mais feliz do que nunca. Quando senti dois braços me puxarem e em seguida, o homem me colocou em seu ombro e caminhava em direção a um lugar desconhecido.
— Você poderia me soltar? — Gritava desde que o homem me colocou em seu ombro e na certa deveria estar puto, ou melhor, muito puto. — Você é surdo ou quê?
— Sério, eu não ganho pra aguentar isso. — O homem resmungou. — Fica quietinha que você vai gostar, ok? Agora me deixa fazer o meu trabalho e cala essa boca porque sua voz é irritante e não aguento mais gritos. — O homem praticamente gritou e me contive, afinal, sendo o que fosse, não poderia fazer nada. Comecei a lembrar tudo que fiz até chegar ao estádio e parei para pensar se tinha feito alguma besteira. Passamos por um corredor e algumas pessoas olhavam sem entender, não era apenas eles que não entendiam nada. Avistei a Lou com a Lux em seu colo e ela sorriu quando me viu no ombro do brutamonte vulgo segurança. Chegamos em uma sala e o homem enfim me colocou no chão.
— Obrigada pela delicadeza. — Debochei enquanto ajeitava minha roupa. — Tenho pena da sua mulher porque imagina o “carinho” que você faz nela? Deve deixar a coitada toda roxa. — Ouvi gargalhadas ao fundo. O homem sacudiu a cabeça e se retirou. Quem seria os infelizes que estavam rindo? Quando me virei, encontrei-os sentados em um enorme sofá, porém por um minuto minhas pernas falharam e eu não conseguia acreditar.
— Oi... — poncho sorriu e se aproximou. Logo os amigos acenaram e se retiraram da sala. — Você deve estar achando tudo...
— Louco, muito louco. — Sorri nervosa e ele apontou para o sofá.
— Gostei de você. — Ele sorriu e olhava dentro dos meus olhos, mas a única coisa que conseguia fazer era viajar em seus olhos castanhos que brilhavam. — Realmente gostei muito de você. — Ele se aproximou perigosamente, deixando suas mãos cada uma de um lado da minha cintura e Deus, não sabia quanto tempo suportaria essa tortura de tê-lo tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Seus lábios procuraram pelos meus e sem hesitar deixei, pediu passagem para a língua e logo cedi. Minhas mãos seguravam firme em seus cabelos e poncho tinha as mãos pousadas em minha cintura. Cessamos o beijo por falta de ar, masherreira continuou com seus carinhos, beijando meu pescoço e dando leves mordidas no lóbulo da minha orelha. Por fim, selou rapidamente nossos lábios e nos olhamos sem entender o que havia acontecido.
— E-e o que foi isso? — Sorri tímida e poncho me olhou com um sorriso doce em seus lábios.
— Isso — selou nossos lábios — É o que quis fazer no exato momento que te vi no meio de todas aquelas meninas, eram bonitas, porém você ganhava de todas. — Sorriu e eu corei.
— Obrigada. — Sorri e me levantei. — Acho melhor ir porque está tarde e…
— Quero sair com você. — Ele despejou as palavras e paralisei no meio do cômodo. Não imaginei que ele iria me fazer esse convite, afinal, pensei que tivesse sido apenas mais uma e o cara me vem com isso? Não conseguia me virar e encarar o poncho, porém senti seus braços em minha cintura e sua respiração em meu pescoço.
— poncho…
— Não aceito não como resposta. — Disse próximo ao meu ouvido e meu corpo inteiro se arrepiou. — Daqui a duas semanas — beijou meu pescoço — Iremos ter uma folga e quero passar o dia com você, ou melhor, a noite, a madrugada e a manhã. — Sorriu malicioso e entendi o recado do herreira.
— Safado! — Gargalhei e me virei para encarar seus olhos castanhos. — Me empresta seu celular — ele entregou e se sentou em uma das poltronas — Pronto! Agora você tem meu número e meu endereço. — Sorri e selei nossos lábios. Os meninos adentraram a sala e nos olharam como se estivessem esperando que fosse embora para encher o poncho de perguntas. Homens falam das mulheres, mas, no fundo, conseguem ser piores do que elas.
— Quer que eu a leve em casa? — poncho sorriu e eu neguei com a cabeça.
— Foi um prazer conhecê-los. — Sorri e sacudi a chave do carro. O segurança me deixou no estacionamento e depois sumiu. Dei partida no carro e pelo horário a rua estava tranquila e rapidamente cheguei em casa. Tomei um banho longo e demorado, me joguei na cama e o sono falou mais alto.




CAPÍTULO 2





Nas últimas duas semanas, olho pro meu celular de dois em dois segundos na esperança de ver uma ligação ou uma mensagem, porém desde o acontecido no dia do show, o senhor herreira não deu sinal de vida. Ah, Anahi poente, como você é ingênua em achar que entre milhares ele escolheria você.
— annie, o Robert vai vir almoçar com a gente. — dulce sorria e era impossível não ser contagiada por toda felicidade que minha amiga fazia questão de demonstrar. Assenti que sim e fechei meu livro para organizar a sala que estava uma verdadeira bagunça. dulce preparava algo que na certa estava delicioso porque o cheiro estava me deixando louca.
— dul, vou tomar um banho e depois venho para almoçar com vocês. — Separei uma roupa bem simples e preparei a banheira porque precisava relaxar já que a semana foi puxada no trabalho e na universidade. Já estava há um tempo na banheira quando meu celular começou a tocar sem parar. — dulce, atende, por favor. — Minha amiga não respondeu, mas não ouvi o celular tocar e deduzi que tinha atendido.
—annie, é um tal de poncho e.... — Peguei meu roupão e o vesti de qualquer jeito. Saí do banheiro desesperada e corri em direção a sala. Peguei o celular das mãos da minha amiga e ela olhou sem entender a minha atitude.
— Alô — sorri e me sentei no sofá.
— Desculpe não ligar antes, mas estávamos tão enrolados com os shows e a gravação do novo CD que não tive tempo nem de respirar.
— Sem problemas, lindo. — Sorri e dulce parou o que estava fazendo para prestar atenção. Fofoqueira, sim ou claro?
— Não esqueci do nosso encontro. — Disse sério. — Quero muito vê-la novamente. — Sorriu fraco e ouvi algumas risadas ao fundo.
— Também quero muito rever você. — Minha voz saiu mais doce do que queria e minha amiga gargalhou ao fundo, mas logo fiz questão de tacar uma almofada para que ela conter sua risada.
— Chego pela tarde, mas a noite queria levá-la para passear. — Sabia que ele sorria e mexia em seus cabelos do outro lado da linha. — Passo às 20:00h na sua casa, ok?
— Irei esperá-lo. — Sorri e ele se despediu porque tinha que embarcar. dulce me olhava como quem queria saber tudo, porém corri o mais rápido possível para o banheiro, afinal, estava totalmente ensaboada, mas a ouvia resmungar atrás da porta: “annie, quem é poncho?” “Vocês vão sair?” “annie, pare de me torturar” “Quando você sair desse banheiro não vai escapar de me contar tudo.”
— Anahi poente, pode me contar quem é esse tal poncho?
— Ai, dulce, como você é a lerda. — Bufei. — poncho herreira… Ficamos no dia do show e ele me convidou para sair. — Disse baixo, mas minha amiga escutou e me olhava incrédula.
— E você não me conta nada? — dulce continuava me olhando incrédula.
— A senhorita estava viajando e voltou somente ontem. — Disse séria. — Não queria atrapalhar sua viagem de namoro e dizer: “Sabe o herreira, amiga? Então, peguei e adivinha? Me convidou pra sair.”
— Mas vocês vão aonde? — dulce se sentou ao meu lado, esquecendo das suas panelas e do almoço.
— Ainda não sei, mas ele disse que passa pra me buscar às 20:00h. — Sorri e dulce correu para desligar o forno. Puxou-me pela mão e adentramos no quarto dela. Ela abriu o seu guarda-roupa e olhava fixamente para as roupas e hora ou outra me olhava. Por fim, separou uma blusa de frio, uma calça jeans, botas e um chapéu lindo, e me entregou tudo e entendi o recado, deixando tudo sobre a minha cama. Assim que voltamos para a sala, arrumei a mesa de jantar enquantodulce terminava de preparar o almoço e quando a campainha tocou, era Robert. O cumprimentei e ele adentrou a cozinha agarrando minha amiga. Esses casais…dulce serviu o almoço, nos sentamos na mesa e começamos a saborear uma lasanha que estava maravilhosa. Não fiquei para a sobremesa porque senti que Robert queria um tempo “sozinho” com a dulce e não seria empata transa de ninguém.


“Cheguei! Até mais tarde, linda.” poncho xx



Acordei por volta as 18:30h e logo tomei o meu banho relaxante para espantar o sono. Assim que saí do banho, vesti a roupa que a dulce havia separado com todo carinho do mundo. Fiz uma maquiagem bem leve e calcei as minhas botas. Por fim, soltei meus cabelos e fiz pequenos cachos nas pontas e para finalizar, coloquei o chapéu que dulce havia separado. Olhei no relógio e marcava 19:45h, ou seja, tinha pouco tempo para arrumar a minha bolsa e procurar meu celular, porém poncho pareceu imaginar que estava procurando meu iPhone igual a uma louca porque no segundo seguinte ouvi o toque que havia escolhido para ele. Sorri boba e atendi.
— Alô… — sorri e ouvi a sua risada gostosa ao fundo. Tinha barulho de carros e pessoas falando.
— Eu sei que o combinando era às oito e ainda são sete e cinquenta... — Ele não conseguiu terminar porque o interrompi.
— Sem problemas, lindo. — Sorri e peguei minha bolsa. — Já estou pronta e estou descendo, mas aonde você está? — Tranquei a porta e adentrei no elevador.
— Ah, annie, estou aqui na frente do seu prédio. — Sorriu. — Sem querer apressá-la, mas já apressando — sorrimos juntos — Vem o mais rápido que puder porque estou com saudade e quero evitar esses paparazzis chatos. — Podia ver que ele franziu o cenho ao falar dos paparazzis, afinal, esses caras sugam a vida pessoal dos artistas e, tudo bem, compreendo que seja o trabalho deles, entretanto, muitos perdem a noção e acabam se intrometendo em coisas que ninguém deve se intrometer. Assim que passei pela portaria, cumprimentei o porteiro, o mesmo sorriu e apontou para o carro parado em frente ao prédio. De longe avisteiponcho herreira batucando no volante e cantando alguma música que parecia ser animada porque o garoto sorria largamente. Deus, como era lindo e agora poderia ser o meu lindo. Caminhei lentamente até o carro e disquei seu número. Logo sua voz rouca e extremamente sexy soou aos meus ouvidos.
— Ouvi dizer que alguém estava com saudade e que iria me levar pra sair. — Sorri e logo sua risada se fez presente. Ouvi a batida da porta e ouvia passos. Estava de costas, porém ouvia passos em minha direção e juntamente acompanhado por um cheiro maravilhoso. Senti duas mãos agarrarem minha cintura, uma respiração quente em meu pescoço, uma mão passando por de trás do meu cabelo e agarrada em minha nuca.
— Muita — beijou meu pescoço — Muita saudade. — Puxou-me para si, tomando meus lábios em um beijo intenso. Sua língua pediu passagem e logo cedi. Sentia-me como jamais me senti antes. O cara que eu amo me beijando ferozmente, provocando-me arrepios dos pés a cabeça e o melhor de tudo; ele não se importava com quem estivesse vendo ou se teria mil fotos de nós dois. poncho tinha isso de não se importar em desfrutar os momentos por preocupação com ospaparrazis ou o que falariam sobre o ocorrido. Nossas respirações estavam descompassadas, mas poncho trilhava um caminho perigoso com as suas mãos ora na minha cintura e ora em meu bumbum. Deus, mais safado do que ele não existe e por mais que digam que sou retardada, eu amo esse homem exatamente dessa forma. herreira, misto de maldade com doçura. Misto de delicadeza com brutalidade. Misto de apaixonado com um tom levemente safado. Cessamos o beijo eponcho entrelaçou nossas mãos. Ele abriu a porta do carro, me acomodei e alguns segundos depois ele deu partida no carro. Não sabia pra onde iríamos ir porque ele fez questão de guardar esse segredo. poncho dirigia há mais de vinte minutos e minha curiosidade começava a falar mais alto.
— Lindo, aonde iremos? — Sorri e ele sacudiu a cabeça negativamente. — Ah, poncho, pelo menos fala se falta muito. — Fiz bico e ele sorriu. Adentramos numa rua que tinham muitos carros parados e um movimento bem intenso de pessoas chegando e outras indo embora. poncho estacionou o carro e logo abriu a porta, novamente entrelaçando nossas mãos. 
— Chegamos? — poncho sorriu, mas puxou-me pra si e logo caminhávamos juntos em direção ao tal lugar. Podia notar alguns olhares sobre nós, entretantoponcho sussurrou ao meu ouvido: “Fica calma ok? Vão querer alguns autógrafos e fotos, porém depois vão nos deixar aproveitar.” Assenti e logo avistei um enorme parque de diversões. Sabe esses parques que são montados para arrecadar dinheiro para formaturas, instituições de caridade? Então era um desses eventos e Deus, fazia muito tempo em que não vinha a um desses. Meus pais costumavam me trazer quando era pequena e, sem dúvidas, poncho já começou ganhando pontos pelo local escolhido. Ele tirou algumas fotos e deu alguns autógrafos e, em seguida, comprou nossas entradas.
— Amo parque de diversões. — Sorri e o abracei.
— Ah, linda, fico tão feliz que goste. — Sorriu e pegou seu celular. — Selfie, amor? — Fez cara de pidão e me diz como resistir? Não tem como. Assenti que sim e logo poncho colocou na câmera frontal e tiramos algumas fotos, porém pensei que ele guardaria pra si como lembrança, entretanto ele fez questão de postar e com a seguinte legenda: “Linda”. Não resisti e tive que selar nossos lábios. poncho se afastou por alguns minutos e o aguardei sentada em um dos bancos. Seu celular estava em minhas mãos e lia os xingamentos e até mesmo algumas dizendo que shippavam.
— Maçã caramelizada? — Meus olhos brilharam e logo poncho sorriu, entregando-me uma. — Lindo, como você estava adivinhando tantas coisas sobre mim? — Sorri, mordendo um pedaço da maçã que estava deliciosa.
— Somos parecidos e isso facilita muito. — poncho sorriu e entrelaçou nossos braços. Caminhávamos pelo enorme parque e eu sorria das piadas sem graça doponcho. Como comediante, herreira é um ótimo cantor. Depois de alguns metros, encontramos uma barraca de acerte ao alvo e poncho pareceu adivinhar o que eu queria e logo estávamos na barraca.
— Um beijo de boa sorte. — poncho sorriu e selamos nossos lábios. O espírito competitivo estava na alma do poncho porque ele fixou seus olhos castanhos no alvo e não é que ele derrubou de primeira? O homem responsável pela barraca entregou um urso de pelúcia gigante nas mãos do poncho. Ele segurava a pelúcia e sorria tão doce mais tão doce que naquele momento eu fiquei ainda mais apaixonada por aquele garoto. Ali não era poncho herreira o cantor famoso, amado e desejado por milhares de garotas. Ali comigo estava o poncho, doce, engraçado, péssimo comediante, dono dos lábios mais desejados por mim. Entregou-me o ursinho e o agarrei fortemente.
— poncho… — Disse sorrindo e ele me olhou sem entender. — O nome dele — mexi no ursinho e ouvi a gargalhada do poncho. Nossos estômagos gritavam por comida e encontramos uma barraca de cachorro quente, nos sentamos em uma mesa afastada para evitar chamar mais atenção. poncho voltou com uma bandeja com cachorro quentes e latas de refrigerante. Não lembrava que o poncho era tão esfomeado porque enquanto fiquei com um cachorro quente ele comeu QUATRO. Assim que terminamos, decidimos que iriamos em alguns dos brinquedos. Começamos pelo bate bate e gargalhávamos igual a duas crianças. Fomos no carrossel, fizemos um retrato nosso com um retratista que ficava no parque e logo estávamos diante de um brinquedo que não me recordo o nome, entretanto ele é basicamente assim: Uma cabine dupla que vai girando até alcançar o limite máximo de altura e depois simplesmente gira de cabeça pra baixo. Nunca iria nesse brinquedo nem que me dessem todo o dinheiro do mundo.
— poncho! — Gritei quando estava dentro do brinquedo que subia e quase atingia sua altura máxima. Ele gargalhava da minha cara de pânico e naquele momento quis socar aquele lindo rostinho.
— Amor, economize os gritos e xingamentos porque… Melhor espere e verá. — Sorriu e entrelaçou nossas mãos. Quando o brinquedo alcançou a altura máxima, meu coração gelou enquanto poncho continuava com o sorriso em seus lábios. Ah, se não o amasse tanto quanto amo.... poncho pegou seu celular e começou a gravar. Sério isso? De repente o brinquedo começou a girar rapidamente e a sensação de adrenalina invadiu meu corpo.
— EU VOU MATAR VOCÊ — o brinquedo havia virado de cabeça pra baixo e continuava a girar. Na segunda virada de cabeça pra baixo já não gritava ou estava em pânico. Pelo contrário, sorria e me divertia como nunca. Quando o brinquedo virou novamente poncho roubou um selinho rápido e o retribui. O brinquedo parou de girar e se abaixava aos poucos até chegarmos enfim na superfície. Saímos do brinquedo e enquanto caminhávamos estranhei porque poncho estava quieto e com uma carinha nada boa. Será que havia feito algo ou o pior será que ele nunca mais quereria me ver? Mas quando ia perguntar o garoto puxou meu chapéu e colocou tudo pra fora dentro do meu chapéu. Não consegui dizer nada porque no segundo seguinte poncho correu em direção ao banheiro e Deus, era perceptível que ele estava muito envergonhado. Procurei uma barraca de bebidas e comprei uma água mineral. Sentei-me no banco que estava de frente para os banheiros. Minhas mãos suavam frio porque fazia um tempo que poncho adentrara aquele banheiro e até agora nada. Quando estava me levantando para entrar no banheiro e ver o que tinha acontecido, notei sua feição envergonhada se aproximar.
— Desculpe pelo chapéu… — Disse envergonhado e logo me levantei. Não deixaria que ele se sentisse mal ou com vergonha, afinal, o garoto tinha me proporcionado a melhor noite da minha vida e isso poderia acontecer comigo ou qualquer pessoa. Olhei em seus olhos castanhos, passei o polegar sobre o seu rosto e ele fechou os olhos, soltando um sorriso. Entreguei a garrafa de água e logo ele bebeu todo o contéudo.
— Não me importo com esse chapéu idiota — coloquei suas mãos em minha cintura — você não precisa se desculpar porque isso poderia ter acontecido comigo e tenho a certeza que você faria de tudo para que me sentisse bem. — Sorriu e assentiu que sim. — poncho, você me proporcionou a melhor noite da minha vida. — As lágrimas rolavam pelo rosto, mas sentir suas mãos tentando enxugá-las me deu ainda mais vontade de chorar. Quando que imaginei estar assim, com ele tão perto e colando nossos lábios em um beijo que ganhava intensidade a cada segundo. poncho sussurrava ao pé do meu ouvido o quanto me achava linda e quanta saudade sentiu desde do nosso último encontro e eu estava no paraíso.
— Quer namorar comigo? — poncho sussurrou ao meu ouvido e se não fosse por seus braços me segurando, tinha caído porque minhas pernas falharam.poncho me aninhou em seu peitoral e podia ouvir seu coração batendo mais acelerado. Encarei seus olhos castanhos e eles estavam fixos nos meus. Com um simples olhar herreira, fazia o meu corpo inteiro se arrepiar e sentir ainda mais necessidade de ser tocado por ele.
— Sim — sussurrei ao pé do seu ouvido e o senti se arrepiar. — Aceito ser sua — selei nossos lábios — amiga, namorada — selei novamente nossos lábios — sua e demais ninguém. — Finalizei e poncho esmagou seus lábios contra os meus. Era uma verdadeira e deliciosa guerra entre nossas bocas e línguas. E era assim que queria estar todos os dias da minha vida.




FIM

03



Capítulo Um




Janeiro

Encaro minha figura despenteada refletida no espelho e, Deus, quando eu poderia imaginar que universidade e estágio juntos te deixavam com olheiras e um cansaço além do normal? Mesmo sem coragem, fui obrigada a me levantar e encarar um dia cansativo com direito a professores chatos e supervisora, que, na certa, o marido dorme de calças, e adivinha para quem sobra? Para os estagiários, que além de não ganhar um centavo, ainda têm que aturar as crises de uma mulher de meia idade e, com certeza, muito infeliz.

“Estou voltando, amor.” xx - Carter


Sorri e rapidamente me animei. Carter, meu namorado, está viajando a mais ou menos quinze dias e não vejo a hora de vê-lo novamente e enchê-lo de mimos. A verdade é que nosso relacionamento não anda muito bem desde que começamos a morar juntos, há mais ou menos uns oito meses. Carter não consegue, ou melhor, não suporta a ideia que eu seja fã da One Direction. Já tentei diversas vezes explicar que são dois amores diferentes, mas com a mesma importância em minha vida, porém sempre discutimos e ele fica emburrado. Tomei um banho bem demorado e relaxado, porque o dia promete. Em poucos minutos, já estava devidamente vestida e com minha bolsa arrumada. Peguei uma fruta, afinal, não tinha tempo para café da manhã. Caminhei pelo estacionamento e logo avistei o carro do Carter e adentrei o veículo, dando partida poucos minutos depois.
— Bom dia… — sara se sentou ao meu lado com um cara de sono, ou melhor, de quem não dormiu. Na certa minha melhor amiga e cunhada, deve ter ido à uma das festas que são organizadas pelos seus amigos, que não são uma boa companhia, porém todas as vezes que digo isso ela me vem com: 
“annie, você é muito certinha”“Eles são pessoas legais”. Então chega uma hora que cansamos de avisar e deixamos a pessoa tirar suas próprias conclusões e sofrer as consequências.
— Onde foi a festa? — disse baixo, para o professor não reclamar.
— Uma chopada, no campus de Engenharia — minha amiga sorriu e eu apenas franzi o cenho. — Ah, annie, você precisa viver mais, sabe? Tem vinte anos e nunca a vi tomar um porre, ou então ir a uma festa para se divertir e não para tomar conta de mim — gargalhamos juntas, afinal, muitas das vezes eu ia às festas para vigiar as besteiras que ela poderia cometer, mas Carter não gostava que eu frequentasse essas festas, e digamos que acabei aceitando a ideia de não ir.
— Você sabe, o seu irmão não gosta que eu vá — disse séria enquanto anotava as informações que o professor deixava no quadro. Minha amiga não disse mais nada e apenas ficou quieta. Estudávamos no período matutino, porém só tínhamos tempo de comer algo e ir para o hospital universitário para nosso estágio. As aulas passaram tão rápidas que, quando percebi, já estava no restaurante do shopping almoçando com a minha melhor amiga. Quando chegamos ao hospital, para variar, a enfermeira chefe estava de mal humor. Troquei minhas roupas e coloquei meu jaleco para mais um dia daqueles, que te deixa louca para chegar em casa, tomar um banho e dormir para esquecer de tudo. Hoje era o dia em que ficávamos responsáveis pelos exames de sangue e me partia o coração quando uma criança chorava por causa da agulha, mas era o meu trabalho e nada daquilo era para o mal, e sim para o bem.

— Livres! — sara comemorou e não pude deixar de sorrir. — Vai aprontar o que no final de semana, cunhadinha? — ela digitava algo em seu iPhone.
— Vou preparar um café e enfiar a cara no livro de anatomia — disse séria e ela me olhou incrédula. — Gatinha, na segunda-feira terá prova e, com certeza, o senhor Jk irá nos separar, ou seja, nada de colas, então aconselho a senhorita a pelo menos abrir o livro para tentar estudar — minha amiga gargalhava e assentia negativamente. Nos despedimos e ela adentrou seu carro, dando partida logo em seguida. E eu fiz o mesmo, e dirigia tranquilamente em direção ao meu apartamento e torcendo para Carter já ter chegado de viagem, porque hoje eu preciso ser mimada. Adentrei o estacionamento do meu prédio e, quando passei pela portaria, cumprimentei o porteiro e ele apenas sorriu. Adentrei o elevador e procurei em minha bolsa as minhas chaves e quando as encontrei, a porta do elevador se abriu. Girei a chave na maçaneta e avistei a mala do Carter na sala e não pude deixar se sorrir.
— Amor? — joguei minha bolsa no sofá e caminhei em direção ao quarto. — Que saudade, eu… — paralisei quando o vi observando o meu guarda-roupa. Ele estava novamente mexendo nos recortes que guardava dos meninos, algumas fotos e uma carta que havia escrito assim que virei fã. — Carter! — gritei e ele finalmente me encarou, e seus olhos estavam vermelhos; sim, ele estava chorando, mas não conseguia entender o porquê. Tudo bem, sou fã da One Direction; sim, eu sou. Porém, amo o meu namorado de verdade e ele representa algo muito importante na minha vida.
— Amor! — ironizou e continuou a mexer nas coisas. — Olha isso: “Você me faz a mulher mais feliz do mundo só por existir…” Ah, por favor, o cara nem te conhece e você escreve uma coisa dessa. Nem para mim, que sou o seu namorado, moro contigo e estou do seu lado todos os dias, você nunca escreveu algo assim — franziu o cenho e permaneceu com a feição chateada.
— Carter, o que você está fazendo? — tentei me aproximar, mas ele se afastou quando percebeu que eu estava chegando perto e aquilo doeu como se fosse uma facada me atingindo em cheio.
— Olhe pra essas coisas — apontou para o guarda-roupa. — Não aguento mais ser a segunda opção na sua vida, porque sempre a coloquei acima de tudo. Pelo amor de Deus! Você tem vinte anos e não dezesseis, então acho que está na hora de crescer e deixar esses idiotas serem idolatrados por adolescentes — ele gritava e agia da mesma forma como em todas as nossas brigas, e sempre pelo mesmo motivo.
— Calma, por que nunca o coloquei como segunda opção na minha vida — aumentei meu tom de voz assim como o mesmo havia feito. — Pelo contrário, por você, eu já abri mão de muitas das minhas vontades para satisfazer as suas. Porque você faz questão de jogar na minha cara que eu tenho que crescer, mas, meu amor, jamais, repito, jamais deixei algo interferir em nosso relacionamento — gritava e as malditas lágrimas rolavam pelo meu rosto. — Mês passado, depois de muito tempo, eles fizeram um show aqui em Londres e vou refrescar a sua memória… Eu deixei de ir ao show para acompanhá-lo em uma viagem para Liverpool, por que era aniversário de um amigo e você queria ir. Ou seja, você não tem a capacidade de perceber que não ir ao show foi algo que me deixou muito triste, entretanto eu abri mão por você, para te ver feliz, e agora você me vem com isso? Por favor, muda o disco, porque esse já está batido — ironizei. Caminhava de um lado para o outro e eu estava com tanta raiva, porque se tem algo que odeio é quando as pessoas não valorizam nossos esforços para vê-los felizes.
— Tá vendo? Você arrisca o nosso relacionamento por cinco pessoas que nunca olharão para você, e se olharem, falarão:“mais uma louca para completar a coleção” — ironizou e aquilo me magoou de verdade, nunca tinha sido tão rude comigo; afinal, é meu sonho, caramba.
— Por favor, pode parar de criancice? — gritei. — Você é um homem e, infelizmente, não vem tendo atitudes de um, ultimamente.
— Eu ou eles? — pela primeira vez desde que adentrei no cômodo, ele me olhou.
— Não… Você não está me fazendo essa pergunta — sacudia a cabeça negativamente. — Carter, são dois amores diferentes, e você… — ele não me deixou terminar e se retirou do quarto, porém o acompanhei. Homem nenhum vira as costas e me deixa falando sozinha.
— Acabou! — sua voz firme me atingiu em cheio, e perdê-lo nunca se quer chegou a ser uma possibilidade em minha vida. Namorávamos há mais de cinco anos e não conseguia me imaginar sem ele, afinal, Carter foi o meu primeiro namorado, meu primeiro homem, e agora estou vendo ele sair da minha vida. — Vou levar essa mala, que nem tive tempo de desfazer, por favor, mande o resto das minhas coisas pela sara — segurou firme sua mala, mas eu o puxei para mim e olhei em seus olhos.
— Carter… Eu amo você — as lágrimas rolavam pelo meu rosto e ele não se comoveu. No segundo seguinte ele se afastou, deixou as chaves em cima da mesa e, por fim, pegou as malas e foi embora. Quando ouvi o barulho da porta sendo fechada, meu coração sentiu uma dor que jamais pensei em sentir. Não conseguia odiá-lo, mesmo que nunca tenha entendido o que eu sinto pelos meninos, porém perdê-lo doía, e com o Carter passei os melhores e piores momentos da minha vida. Tudo bem, vivíamos brigando e sempre pelo mesmo motivo, porém jamais pensei que uma das nossas brigas terminaria com ele terminando tudo e seguindo sua vida longe de mim. E eu me permiti chorar, porque, naquele dia, acabou um capítulo muito importante da minha vida. 





Capítulo Dois




Fevereiro

Dia dos namorados, o dia onde as pessoas comemoram, trocam presentes, vão jantar e acabam a noite enrolados no lençol, sentindo o calor de seus corpos unidos. Porém, esse ano será diferente, por que Carter não estava brincando no dia em que saiu do meu apartamento e terminou tudo. Ele não voltou ou simplesmente pediu uma nova chance. Ele seguiu com a sua vida e eu me obriguei a seguir com a minha, afinal, não adianta nada ficar em casa me entupindo de chocolate e listando tudo que poderia ter feito para evitar. Não tinha pra quem ligar, mandar um cartão ou simplesmente uma mensagem especial. Então, me arrumei colocando roupas bem agasalhadas e decidi que faria algo que há muito tempo não fazia: “me divertir”. E eu decidi que iria caminhando e, se fosse preciso, pegaria um táxi para chegar ao local, que eu ainda não sabia. Acabei parando em um pub próximo ao meu apartamento e pedi uma dose dupla de vodka, e fazia um tempo em que não sentia esse sabor, mas não me contive com uma dose e pedi mais uma.

— Boa noite — deixei o dinheiro sobre o balcão —, pode ficar com o troco — sorri e o rapaz agradeceu. Arrastei meu corpo para fora do pub e adentrei um táxi, que havia acabado de chegar, deixando pessoas próximas ao pub. Pedi que o motorista me levasse ao Canary Wharf Ice Rink, lembro que frequentava quando era mais nova e até cheguei um dia sonhar em ser uma patinadora profissional, mas isso, graças a Deus, não levei adiante.
— Obrigada! — Sorri educada e entreguei o dinheiro nas mãos do taxista. Enfrentei uma pequena fila, que estava repleta por casais apaixonados, mas rapidamente comprei meu ingresso e adentrei ao local. Continuava o mesmo, e tão lindo quanto a época em que frequentava. Mas como nem tudo são flores, cometi o pequeno erro de não me lembrar que, por ser dia dos namorados, com certeza, seria a noite dos casais. Ótimo, Anahi poente. Caminhei em direção ao banco onde me sentava todas as vezes que vinha patinar com as minhas amigas da escola.
— Posso me sentar aqui? — uma voz rouca se fez presente e automaticamente ergui a cabeça para encará-lo. Piscava e esfregava meus olhos. Não, não podia, ou melhor, não era ele. poncho herreira não estaria em uma pista de patinação no dia dos namorados.
— Deus, eu juro que só foi uma dose de vodka ou duas… — disse, meio confusa.
— Você é engraçada! — poncho sorriu de uma forma doce e se sentou ao meu lado.
— Puta que pariu! Eu estou muito doida e batizaram minha vodka com algo muito forte, porque poncho herreira está falando comigo… — gargalhava e podia ouvir que ele fazia o mesmo.
— Muito engraçada! — seu sorriso era ainda mais lindo assim, de perto. — Não batizaram sua bebida, doidinha — sorriu —, sou eu mesmo — não deixava de me encarar com seus olhos castanhos mel.
— O que você está fazendo aqui? — a curiosidade estava estampada em minha pergunta.
— Comprei um par de ingressos, mas as coisas não saíram como planejei — coçou os cabelos.
— herreira tomou um toco? — gargalhei e ele não deixou de sorrir.
— Olha quem fala… Sozinha no dia dos namorados e curtindo a noite dos casais, mas com uma pequena diferença:sozinha.
— Obrigada por me lembrar que meu ex-namorado terminou comigo, um mês antes do dia dos namorados e eu me esqueci completamente que no dia dos namorados acontecem a noite dos casais, ou seja, vim parar em um ambiente para pessoas acompanhadas quando eu estou sozinha — sorri.
— Não sei quem está pior, mas acho que sou eu, porque seu namorado terminou com você um mês antes do dia dos namorados e a minha quase namorada que resolveu que não era o cara certo no dia dos namorados? — ele sacudia a cabeça e naquele momento eu tive a certeza que poderia estar na merda, mas meu querido herreira, com certeza, sem sombra de dúvidas, estava pior. Na verdade, ele era assim, sempre com alguém, mas, ao mesmo tempo, sozinho, e custo acreditar que um dia irie vê-lo casado. Passamos tanto tempo conversando e eu não conseguia parar de rir, porque ele era muito mais engraçado do que eu pensava. Compramos hambúrgueres e refrigerantes, comemos sentados em uma mesa ao fundo e ele contava que não conseguia se envolver com alguém por mais de dois meses, mas que sentia vontade de mudar isso, porque sentia que estava na hora de entrar em um relacionamento. E eu acabei contando o motivo que levou as crises em meu antigo relacionamento e ele se desculpou umas mil vezes, porém depois de explicar incontáveis vezes que a culpa nunca foi e nunca será dele ou de um dos meninos.
— Quer patinar? — poncho sorriu e os castanhos mel dos seus olhos estavam com um brilho tão diferente.
— Acho melhor não — assenti negativamente. — Tem muito tempo que não sei o que é calçar um patins, imagine patinar.
— Ah, mas você vai, sim — poncho sorriu. — Que número você calça? — neguei com a cabeça, mas ele não me pareceu que desistiria tão fácil. — Não tem problema, é só eu fazer isso — levantou um dos meus pés para olhar a numeração e, em seguida, caminhou em direção ao balcão. Voltou alguns minutos depois já com um par de patins em seus pés e outro em suas mãos. Abaixou e, com todo carinho do mundo, tirou minhas botas e colocou os patins em meus pés.
— Tanto tempo que não pratico que acho que acabei esquecendo — caminhava com dificuldade, confesso, com um pouco de medo de cair e passar vergonha na frente todas aquelas pessoas. Entretanto, poncho segurava firme em minhas mãos e me conduzia até a pista, onde já se encontravam muitos casais.
— annie, que tal começarmos com os movimentos básicos? — assenti que sim e ele ficou em uma das pontas da pista. — Pense que eu sou algo que você quer muito, mas tem que ser algo que você realmente queira, então venha para buscar o seu desejo — meu corpo inteiro se arrepiou, por que meu desejo estava minha frente, com os braços abertos prontos para me envolver com um abraço quente e então, tomei coragem e deslizava sobre o gelo mesmo com medo, mas quando cheguei até onde herreira estava, eu o abracei fortemente.
— Consegui! — sorri e ele não conteve seu sorriso tão doce. Nos sentíamos como profissionais e hora ou outra arriscávamos um movimento mais arriscado ou então uma dança ao som de algo que o DJ tocava. Deus, tinha tanto tempo que não conseguia me divertir dessa forma. Na verdade, meu ex-namorado sempre me induziu a estudar vinte quatro horas do meu dia, porém mesmo sendo necessário, sentia falta dele me incentivar a me divertir e relaxar um pouco. E o poncho, me conhecendo a menos de quatro horas, me incentiva a arriscar movimentos, a dançar, sorrir e me divertir como há muito tempo não fazia. De repente, aquele que Carter jurou nunca olhar pra mim estava me fazendo um bem que o mesmo em todo esse tempo não conseguiu. E poncho demonstrava o mesmo com todos seus sorrisos e sua feição tão feliz. Vivíamos em mundos totalmente diferentes, porém ambos sofríamos com sobrecarga, a pressão e com nossas felicidades sendo tratadas como último plano quando, na verdade, deveríamos nos preocupar em sermos felizes e depois com o resto.
— Concurso para escolher o casal mais apaixonado da noite — o DJ falava animado e percebia os casais ouvindo atentamente. — Então, o casal que representar melhor esse movimento — apareceu um vídeo de um casal famoso no mundo da patinação —, leva o título do casal mais apaixonado da noite — o homem sorriu e logo começaram os primeiros casais e tudo era engraçado, porque os tombos eram as melhores partes.
— Mais algum casal? — o DJ repetiu umas duas vezes.
— Nós! — poncho gritou e todas nos encaravam. Na certa, perceberam o dono da voz e se perguntavam o que ele estava fazendo com aquela garota em um lugar tão comum. — Vem, annie — suas mãos me puxaram e me conduziu até o meio da pista.
— poncho, ainda dá tempo de desistir — sussurrei —, faz muito tempo que eu não patino, ou seja, não acho uma boa tentarmos algo tão arriscado — ele sorriu e me puxou pela mão para iniciarmos o tal movimento. Como eu previa, adivinha, o movimento não deu certo e nos levou diretamente para o chão. Senti uma pontada em meu pé e, quando olhei pro lado, poncho reclamava de uma dor em seu braço. Os responsáveis por atender alguns dos clientes quando ocorresse de alguém se machucar chegaram e nos levaram para uma área reservada para os primeiros atendimentos.
— Então, senhorita poente — a enfermeira disse enquanto enfaixava minha perna do tornozelo até metade do meu pé —, alguns dias sem pisar, porque torceu o tornozelo, ok? — ela sorriu e assenti que sim, mas minha preocupação era oponcho, afinal, ele não poderia se machucar ou então como faria com os compromissos da banda? A culpa é minha, porque não contive sua ideia totalmente louca.
— E o senhor herreira — a enfermeira analisava o local onde ele alegava dor —, não é nada de sério, apenas pela queda, mas vou receitar um remédio e aconselho a ficar com essa faixa por uns dois dias, ok? — ela sorriu e poncho assentiu positivamente. Ele sorria, mas era louco, porque quase se arrebentou todo e estava sorrindo como uma criança quando faz arte.
— Você veio como? — poncho sorriu e se juntou a mim no banco.
— Vim de táxi, por quê? — sorri.
— Ah, poderia oferecer uma carona, mas digamos que estou sem poder dirigir, então, vou ter que ir de táxi — ele sorriu e eu depositei um beijo em sua bochecha. Não sei por que, mas eu sentia necessidade em agradecer; mesmo com os imprevistos, ele tornou esse dia que tinha tudo pra ser o pior, o melhor. — Ah, mas vou querer vir nesse lugar todo dia se você me encher desses beijos — seus olhos castanhos mel brilhavam.
— Obrigada por me proporcionar uma noite tão maravilhosa — abracei-o fortemente e senti o seu perfume maravilhoso.
— Eu que agradeço por me fazer companhia, ainda mais uma companhia maravilhosa, assim como você — seu sorriso safado fez com que meu rosto passasse para um tom bem vermelho devido à vergonha.
Conversamos por alguns minutos, porém a noite estava fria e precisávamos de nossas casas, ou melhor, nossas camas quentes e uma boa noite de descanso. Combinamos de dividir o mesmo táxi, porque poncho morava a algumas quadras depois do meu prédio, então não teria problema nenhum. Durante o percurso, que não seria tão longo, apoiei minha cabeça no ombro do poncho e seu polegar percorria meu rosto, me causando uma das melhores sensações que alguém já me proporcionou.
— Obrigada pela noite maravilhosa — sorri e depositei um beijo em sua bochecha, porém poncho desceu do carro dando a volta e abrindo a porta para mim.
— Não posso carregá-la — apontou para o braço —, entretanto, faço questão de ajudá-la — ele pediu ao taxista que esperasse e se abaixou, para que eu me apoiasse em seu braço que não estava enfaixado. Foi a cena mais engraçada de se presenciar, o porteiro não conteve a risada. Adentramos o elevador e, quando chegamos ao meu apartamento, me bateu uma tristeza, porque ali seria o pior momento da noite: a despedida.
— Não sei como agradecer por essa noite maravilhosa — sorri e ele me abraçou fortemente.
— Eu sei como ambos agradecermos — se aproximou cada vez mais e podia sentir nossos hálitos se misturando. Nossos lábios foram unidos, nossas línguas travavam uma guerra, que não me importaria de repetir muitas e muitas vezes. Sua mão livre estava pousada em minha cintura e minhas mãos afagavam seus cabelos emaranhados.
— Obrigada — sussurrei próximo ao seu ouvido. Continuávamos abraçados e não queríamos perder esse contato tão maravilhoso.
— Aceitaria jantar comigo? — sussurrou próximo ao meu ouvido.
— Sim! — imitei seu gesto e o mesmo selou nossos lábios várias vezes seguidas antes de se despedir e adentrar o elevador. Quando deitei em minha cama, não contive o sorriso largo que se formava em meu rosto, e o melhor era que esse sorriso era o mais verdadeiro possível. A certeza que eu tenho é que não importa quem saia da minha vida, sempre terei meu poncho herreira em meu coração e nada vai fazer com que o esqueça. Seu sorriso salvou meu mundo por diversas e incontáveis vezes. Todas as noites, fechava os olhos e sentia seus braços envoltos ao meu corpo. E assim que sempre me lembrarei dele, com o mesmo sorriso e a mesma felicidade. Podem se passar trinta, quarenta anos, eu iria amá-lo com a mesma intensidade. 


FIM.


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Autor(a): Anna Uckermann

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • jessica_ponny_steerey Postado em 21/10/2015 - 18:21:21

    Continua <3


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