Fanfic: Lost Stars | Tema: Harry Styles, 5SOS

Giulia’s POV

                Às vezes a vida parece pregar peças conosco. Ela nos faz pensar que tudo pode dar certo, quando na verdade esta tudo errado. Alguns eventos em nossas vidas nos fazem refletir muito. Eventos como morte, términos, brigas, discussões, doenças e etc. Estava, digamos, iludida com os meus sentimentos. Todas aquelas palavras ditas e repetidas frequentemente, me soaram como punhais e flechas sendo atirados contra mim, acertando diretamente o alvo: meu coração. Por uns 3 dias, quis ficar quieta e tranquila. Andava pelas ruas sem vida apenas pensando o quanto fui humilhada. Já não chorava mais; minhas lágrimas não se davam o trabalho de caírem em vão, pois chorar não mudaria sua opinião.

                Sexta-feira último dia da semana, eu só pensava em ficar em casa. Não queria ver ninguém. Não queria ver meus melhores amigos. Não queria ver meus professores. Não queria ver os vizinhos e a natureza. Definitivamente não queria ver a Hannah e principalmente o Grant. O dia era assim como eu, triste, apesar de que dias tristes me fazem feliz. Caminhava no corredor sem pensar para onde ia e sem querer saber onde, o que eu mais desejava era não encontra-lo. Entrei na minha sala, sentei no lugar mais escondido possível. Não queria que ele e nem ninguém me visse. Enquanto a aula não começava, fiquei lendo Jogos Vorazes, procurando entrar mais no livro do que na vida real. Dez minutos depois, ele chegou. Sentou 3 cadeiras à minha frente. Não sei se ele olhou para mim; eu não olhei. Não me importava, minha maior preocupação era saber quem iria ganhar os Jogos, e obviamente eu sabia que eram Katniss e Peeta.

                No termino da aula, fui diretamente para casa. Fui sozinha. Normalmente a Lari me acompanharia, mas a encontrei na porta:

-Giu?

-Oi.

-Oi. Você quer conversar?

-Não, eu to bem. Vou ver uns filmes, se você quiser ver.

-Ah, obrigada. Mas vou fazer o trabalho do Mr. Henderson.

-Ok então.

-Bom... Te vejo amanhã então!

-Até.

-Tchau Giu.

                Ela me observava enquanto eu entrava em casa.

                Eu realmente queria conversar, mas acho que precisava de mais um tempo sozinha.

Larissa’s POV

                A Giu definitivamente precisava conversar, mas já que ela não quis, preferi não forçar.

                Às vezes me pego perguntando se ela quer ficar sozinha ou se ela está com algo contra mim, pelo fato de né? Talvez não. Às vezes é só coisa da minha cabeça. Entrei em casa e vi o Harry. Fiz a minha rotineira cara de “que decepção” e subi. Fiquei no meu quarto ouvindo músicas e fazendo meu trabalho, quando bateram na minha porta:

-HARRY SAI DAQUI!

-Filha sou eu.

-Ah, pode entrar mãe. (ops)

-Filha seu amigo está na porta e quer falar com você.

-Amigo? Quem?

-O Luke.

-LUKE?!

O LUKE?! NA MINHA PORTA?!

                Ok, hora de explicações.

                Luke é um dos meus melhores amigos e é o menino que eu tenho uma crush desde a sétima série, ou seja, desde que eu entrei no colégio. Eu era extremamente tímida no começo, e não tinha muitos amigos, assim como ele. Um dia no recreio, o empurraram de propósito (típico bullying da sétima serie) e eu fui ajuda-lo:

-Oi.

-Oi.

-Você ta bem?

-Sim... Eles sempre fazem isso.

-Por quê?

-Não sei.

-Hm... Meu nome é Larissa e o seu?

                A partir daí viramos grandes amigos. É incrível como as crianças fazem amizade rápido. Todo dia lanchávamos e almoçávamos juntos. Só fomos ficar na mesma sala quando estávamos na nona série. Ele era meu único amigo. Ele adorava ir em casa. Sempre quando ele ia, montávamos uma cabana de lençóis, almofadas e colchões. Ficávamos por horas conversando, contando histórias e brincando. Nossa brincadeira favorita era pegar um pedaço de papel, furá-lo, ascender uma lanterna e colocar o papel furado sobre a lanterna. Apagávamos todas as luzes, nos refugiávamos na nossa cabana, deitávamos e ficávamos observando as “estrelas”. No dia em que me apaixonei por ele, estávamos olhando as estrelas deitados, e ele segurou a minha mão e disse:

-Lari, nós vamos ser amigos pra sempre ta? Eu te prometo que um dia eu vou te levar para ver as estrelas de verdade.

                Ele nunca realmente cumpriu sua promessa, mas desde aquele dia, eu comecei a ver ele com outros olhos.

                Sai do quarto correndo e desci as escadas. Quando olhei a porta ele estava ali sorrindo como sempre faz:

-Oi Lari!

-Hey Luke! Precisa de ajuda com alguma coisa?

-Sim.

-Diga.

-Eu queria te mostrar uma coisa.

-Ok.

                Fiquei ali em pé esperando, quando ele me puxou pelo braço e me levou pra fora de casa. Entramos no seu carro e saímos.

                Ok, sim eu admito que até cheguei a pensar que ia rolar aqueles beijos de filme dos anos 80, e quando entramos no seu carro eu também achei que ia rolar esses beijos, mas não rolou.

                Fomos direto pra avenida principal, e eu comecei a estranhar um pouco:

-Luke, pra onde você ta me levando?

-Você vai amar.

-Ta, onde?

-Surpresa.

                Eu achei que ele ia me estuprar.

                Ficamos conversando no caminho, e nem percebi para onde íamos. Só comecei a ficar realmente preocupada quando começamos a rir, o que significava que já estávamos conversando a muito tempo. Fiquei ainda mais aflita quando ele entrou em uma ruazinha escura no meio das árvores:

-Luke, você tem certeza que não é um maníaco nem nada, né?

                Ele parou o carro e olhou pra mim.

-Larissa, porque caramba você acha que eu sou um maníaco estuprador? Você não confia em mim? Poxa a gente se conhece já faz cinco anos!

-Eu sei, é que... Sei lá. Ta de noite, e a maioria dos estupros acontecem a noite e...

-Que?! (ele começou a rir)

-Ta, esquece. Eu confio em você.

-Ótimo, porque chegamos.

                Quando olhei para frente não podia acreditar. Estávamos em uma colina onde se podia ver a cidade inteira! O céu era estrelado e brilhava. Ele desceu do carro, abriu a porta do carona, onde eu estava, me puxou até o capô e sentou nele. Ficamos os dois sentados no capô observando o céu, quando ele virou e disse:

-Lembra que eu prometi que ia te levar para ver as estrelas de verdade?

-Luke! (dei um abraço bem forte nele)

                Ficamos observando-as. Não aconteceu nada, além disso, mas eu não me importei. Muito pelo contrario fiquei até mais feliz! Ficamos dando risada e conversando. Fizemos o habitual de dar as mãos. Quando percebi que já era tarde, pedi para ele me deixar em casa:

-Luke, foi incrível! Eu... Nem sei como agradecer, de verdade.

-Fica tranquila!

-Sério, foi incrível!

-Eu que fiz a promessa, não foi?

-Sim.

-Então pronto... Mas, já que você insiste, no nosso próximo encontro você paga a gasolina, ok? (rimos)

                Ele beijou minha bochecha e foi em direção do carro enquanto eu o observava da porta:

-Perai ! Isso foi um encontro?

                Ele sorriu e acelerou.

                Eu também sorri.