Fanfic: Príncipe do Crime #Vondy | Tema: Vondy, superação.

Pov´s Christopher

Estava muito frio. E não enxergava nada na imensa escuridão, me sentia só e exposto, como em uma batalha de 100 homens armados contra mim. Bem ao fundo havia uma luz clara, me aproximo hesitantemente, como um anjo uma mulher loira aparece sobre a luz e chama por meu nome: `` Christopher``.

Foi então que me toquei. Aquela não era uma simples mulher de branco, mas sim, minha boa e adorada mãe. Corri até ela, mas algo muito forte me puxava e gritava inumeras vezes `` Mãe!`` `` Mãe!``. De nada adiantava, ela permanecia parada com os braços abertos, prontos para me acolher em um abraço. Mas era inútilmente fraco sobre a sombra que gargalhava ao me agarrar, senti um forte baque em minhas costas e em seguida o chão frio me embalar, um grito estridente ecoa da escuridão morbida.

Passos rapídos atravessam o lugar desconhecido e mãos quentes e macias tocam meu rosto. Abro os olhos encontrando aqueles lindos olhos verdes de minha mãe, carregados de preocupação, como quando eu caí de bicicleta pela primeira vez e ela me fez um curativo. ``Mãe..`` a chamo com a voz entrecortada. ``Sinto tanto a sua falta..`` Ela me interrompe com um sorriso terno. `` Eu te amo meu garotinho. E para sempre irei amar..`` Eu chorava como uma criança, ela me abraça mas logo se afasta.

``Você é um bom menino Christopher. Sei que fará o que é certo.`` Ela diz antes de me deixar sozinho na escuridão. Desesperado grito por seu nome como um louco, me levanto com dificuldade e corro pelo escuro, piso em falso e não encontro mais o chão mas mesmo assim não deixo de gritar por ela.

E assim, desperto em minha cama. Minha respiração totalmente anormal, suava frio. Me levanto exasperado, foi tão real, a presença dela parecia real, sua voz... Tudo. Apesar do sonho conturbado, meu coração estava calmo por a ter visto mais uma vez.

Procuro no frigobar, mas só encontro vodka e whisky. Novidade. Porque será que eu pago esse bando de idiotas mesmo?

Bufei irritado e deixei o quarto. Assim que saí , a música ecoava pelo extenso corredor sem luzes, acompanhada por vozes ensandecidas e eufóricas. Conferi em meu Rolex no pulso, que marcava exatamente 3:53 da manhã. Acredite, muitas pessoas não se importam em passar longas noites e feriados aqui.

Caminho preguiçosamente em direção a porta principal que dava na cozinha, nada modesta recém reformada. Antes de pôr meus pés no fino piso de mármore, ouço vozes e batidas vindas do corredor á esquerda. Tudo o que eu queria era beber a maldita água e voltar para minha cama, mas parece que o universo conspira contra boas e merecidas horas de sono. Suspiro, alternando o olhar para a porta e o corredor. Decidi enfim prosseguir pelo corredor. Empunhei uma barra de ferro que achei sobre a parede esquerda e continuei cautelosamente.

Eram batidas leves e suaves, a voz era fina e irreconhecível, quanto mais me aproximava mais audiveis ficavam. Mas ao chegar no meio e ficar frente a frente com a grande janela com barras de ferro expessas, a batida sumiu, meu coração se acelerou antecipadamente e soube na hora de onde vinha os sons, o intruso era na verdade a clandestina que habitava agora minha vida, sem permissão e sem por quês.

_ Por favor...- A sua doce voz, estava baixa e fraca. Sem nenhum resquício de raiva, apenas tristeza.- Quem eu estou querendo enganar. Eu falhei. Com Daniel, minha mãe... E até mesmo papai.- Diz com falsa irônia. Minunciosamente encosto a cabeça na grande porta de aço para logo escutar seu choro sentido.-

Me senti estranho como se estivesse com pena dessa garota, como se quisesse realmente fazer algo por ela. Me afastei de imediato. Isso não podia acontecer, ela não podia chegar do nada e mudar a minha maneira de pensar. No trajeto, esbarrei nos engradados empilhados ao lado levando tudo ao chão. Inclusive eu, droga!

_ Quem está aí? - Pergunta adquirindo a voz de instinto forte, com coragem inabálavel. Meu coração deu um salto no peito e minha garganta pareceu travar.- Pode me ajudar Fale alguma coisa, por favor  - Já teve aqueles momentos, em que teve que escolher entre o certo e o duvidoso?  Nessa hora me senti entre a cruz e a espada.-

_ C..Caio.- Fechei os olhos com força, me sentindo um imbecil por ter feito isso.-

_ Bom, Caio, você é um deles?  - Pergunta. Pude sentir a hesitação em sua voz.- Quer dizer, você faz parte dessa máfia?

_ Não.- Fiquei totalmente surpreso com a rápidez que a palavra deixou minha boca.- Estou preso aqui, como você.- Ela ficou em silêncio por minutos, provavelmente em um debate tentando decidir se confiaria ou não em alguém daqui de dentro. Garota esperta.-

_ É uma droga né ? - Ela suspira, continuo minha encenação para ver até onde consigo ir.- O que eles disseram para você, digo, para te convencer a vir para cá ?- Eu penso por um instante.-

_ Me fizeram uma proposta sobre um restaurante cinco estrelas e como sou de família Italiana, aceitei.- Inventei a melhor história que consegui, o que pareceu funcionar.-

_ Você sente falta deles ?- Pergunta. Paro por um tempo, sentindo o impacto que aquela pergunta me causou. Geralmente, ao me fazerem tal pergunta me sentiria ameaçado e toda a mágoa e rancor que guardo á anos viria a tona. Mas não foi o que aconteceu.-

Depois de um longo suspiro, respondo.

_ De todos, a minha mãe.- Olho para as minhas mãos e encosto na gélida porta.- Ela é a melhor pessoa que pode existir nesse mundo...- Ponderei, encarando a janela sem vida.-

_ A minha também.- Um silêncio se fez entre nós, até ela se pronunciar novamente.- Sabe, ela morreu quando eu tinha 12 anos, mas ela era a pessoa mais especial que tive em minha vida. - ela sorriu de repente,  que desejei tanto estar lá para ver.- Mas não me deixou só. Ela faleceu no parto do meu irmãozinho, eu o amo tanto... O que mais me dói é saber que nunca mais o verei.

Me calei. Não havia palavras a serem ditas diante de sua confissão, me senti culpado por sua dor.

_ Não pense dessa maneira... - Finjo não saber seu nome.-

_ Ah perdão, me chamo Dulce.- Sua voz era tão doce quanto seu nome.-

_ Lindo nome.- Sorri como um idiota, essa garota é como uma droga, viciante e olha que eu estou apenas falando com ela.-

_ Obrigada. Então Caio, conte-me mais sobre você.- Minha história é tão infeliz, que nem mesmo eu gosto de lembrar.-

_ Não há muito o que falar sobre mim, Dulce. Prefiro escutar sua história.- Ela parou um instante.-

_ Bom. Até onde sei sou uma garota comum. Moro em Taubaté, capital de São Paulo. Trabalho desde os meus 14 anos...- Eu a interrompo.-

_ Mas e o seu pai ? - Pergunto curioso.- Desculpe.- Digo ao vê-la se calar repentinamente.-

_ Não tudo bem. Meu pai vive embriagado pela cidade, por isso desmonstra ser o que não é.- Suspirou.-

_ Se não quiser falar, eu..- Ela me interrompe.-

_ Não por mim tudo bem, sério... Ele está assim desde a morte de minha mãe. Ele culpa meu irmão. E por eu sempre defende-lo tem raiva de mim.- Eu analizava atentamente suas palavras, ela parecia tão... arrasada. Não consigo imaginar como alguém teria raiva de um anjo...

Ok, eu admito. Estou agindo feito um pateta, mas realmente ela parecia.

_ Ele só deve estar confuso.- Digo tentando a confortar.- Com toda a certeza ele te ama muito Dulce.

_ É você pode estar certo. O que você faz aqui dentro 

Ela era definivamente muito curiosa.

_ Limpeza.- Digo de pronto, por alguma estranha razão não queria estragar tudo e estava gostando de conversar com ela.- Estava passando quando te ouvi. - Ouço passos vindos do corredor.-

_ Está vindo alguém... Melhor ir Caio, não quero complicar ainda mais sua vida.- Ela diz em um sussurro.- 

_ Voltarei mais vezes para conversarmos.- Digo ao me levantar.- É muito bom estar com você, até mais Dulce.- Ela ri, certamente o som mais agradável que já vi em toda minha vida.-

_ Até.

Deixei o corredor escuro rapidamente. Mas mesmo assim dei de cara com Camille no trajeto.

_ Ucker! O que faz acordado á essas horas ?- Cruzei os braços.-

_ Nada do seu interesse, pode ficar tranquila.-rolei os olhos.- E o que você faz por aqui ?

_ Eu err.. Bem eu..- O que essa velha tá aprontando agora -

_ Bom, presumo que tenha se lembrado de levar comida a novata.

_ Mas o senhor mandou a deixar sem...- Ela protesta.-

_ Não importa. Eu estou mandando você levar para ela. Vai mesmo me contrariar ?- A lhe lanço um olhar inquisidor.-

_ Não mesmo senhor. Vou agora mesmo até lá, pobrezinha, deve estar faminta..

_ Ótimo. Não quero nenhum incômodo amanhã.- Vou caminhando em direção ao quarto.-

_ Sim Ucker.

Eu me sentia completamente diferente. E maravilhosamente bem, é como se eu esquecesse de algo... Dulce. Eu espero que ela faça parte de meus sonhos essa noite. Sou mesmo um babaca por ter a tratado tão mal.

 Olá minhas caras leitoras..

sinto muito pelo tempo sem postagem, mas é com grande honra que volto para mais um capítulo dessa fic que eu amo tanto escrever.

E o verdadeiro motivo por não ter postado mais é que eu conseguia escrever todas menos essa!

Fiquei muito chateada com isso mas graças á Deus pude voltar e continuar essa linda história.

Bjus! 

E aguardo a opnião de vocês, pois sem elas não seria possível estar aqui hoje!!!