Fanfic: Razão vs Emoção - DyC | Tema: Rebelde, Vondy
5 Anos atrás – Cidade do México.
Um céu nublado, um dia triste e sem vida marcava aquela manhã de doze de novembro. Talvez fosse apenas impressão minha, mas senti que seria um péssimo dia pra mim.
Acordei já atrasada, arrumei minhas coisas pro colégio, meu ultimo ano, infelizmente. Mesmo tendo passado por muitos momentos difíceis naquela escola, eu a amava e amava cada segundo que passei lá. Tinha rompido com meu primeiro namorado, um relacionamento de dois anos, na semana passada e desta vez era pra valer. Rodrigo e eu tínhamos historia, ele tinha sido a única pessoa que acompanhou desde o inicio meus problemas familiares e internos. Eu não tinha muitos amigos, só uma, Maite, que também era filha da minha madrinha.
Eu sou uma garota problemática, não do jeito que está pensando, digo, sou problemática em questão de pensamentos, sou confusa, indecisa e meio esquisita, nunca me encaixei bem, sempre achei que meus problemas não importavam pra ninguém, e que a sociedade e a raça humana eram egoístas, e até que eu não estava errada. Meus pensamentos iam um pouco mais alto do que deveriam ir, eu não me importava com futilidades e nada do tipo, era feminista e acreditava cem por cento na igualdade e liberdade de expressão. Ainda sou e acho que sempre vou ser.
Me dava bem com meu namorado porque ele respeitava isso, também concordava com os conceitos feministas, e por isso eu soube que seria difícil superar esse relacionamento.
Ao chegar no colégio, tive uma surpresa péssima, o diretor estava acabando de dar as instruções pro ultimo trabalho do ano, uma espécie de TCA, aqueles de faculdade. E além do mais, sem esse trabalho, não tem como passar de ano no EWS.
Tema: Traumas e Violência.
Tinhamos menos de um mês pra elaborar, que ótimo, tudo que eu precisava.
Depois de algumas aulas, bateu o sinal do intervalo. Fui pra mesa de dentro do refeitório, já que lá fora estava chovendo. Peguei uma maçã que havia trazido e abri um livro sobre música que havia pegado na biblioteca. Sempre quis seguir a carreira da música, e se não, a medicina. Quem sabe alguma das duas seja a ideal. Vi um vulto sentando ao meu lado, me virei e lá estava Maite.
- Olá ruivinha. – Ela sorriu, contente. – Por que não foi me procurar? – Ela abriu a mochila e tirou um pacote de bolacha.
- Oi Mai. Me desculpa, to meio distraída hoje. –Sorri de leve.
- Quando não está? –Ela riu e me ofereceu bolacha. Neguei com a cabeça.
- Hoje o Mane me chamou pra ir pra uma festa na casa do Eddy, vai ser esta noite. – Ela se ajeitou na cadeira e pegou o celular.
- Mas é quinta, não vai poder beber. –Eu respondi, essa garota é meio maluca.
- Relaxa, quem disse que eu vou beber? –Ela sorriu. Procurando alguma coisa no celular. – Enfim, quero saber se você vai comigo, por que sozinha eu não vou.
- Sem chance. –Neguei rápido. – E alias, você vai ter o Mane...
- Ele vai, mas sempre que vamos em festas assim, ele se anima e fica de zoação com os amigos e me deixa de lado. – Fez careta emburrada. – Por favor.
- Não vou ficar de vela, foi mal.
- Ai, sua chata. Eu prometo que não vou te deixar de vela. Por favor, Dulce. –Implorou.
- Vou pensar no seu caso. –Pisquei.
Ficamos conversando até o sinal bater denovo. Éramos de turmas diferentes, ela era do A e eu do B. No fim do expediente de aula, esperei pela Maite pra irmos embora juntas, mas não a vi.
Depois de um tempo, ouvi alguém me chamar. Virei e vi Rodrigo. Como sempre, lindo com suas jaquetas de couro falso preta. Ainda sentia algo muito forte por ele. Devem estar se perguntando o porque de termos terminado... Eu não agüentava mais a indiferença dele, já não havia paixão. Mas eu o amava.
Fui até ele e o ouvi perguntar:
- Vai até a festa do Eddy hoje?
- Acho que não, por quê? –Respondi, receosa.
- Queria muito que fosse... – Olhou nos meus olhos. – Quero estar uma ultima vez com você em uma festa, antes de tudo terminar...
- Já terminou, Rodrigo. –Desviei o olhar.
- Eu sei, mas não se sente mal em não ter uma despedida digna? Pelo menos uma dança, sei la. Um momento nosso, sabe. –Assenti.
- Eu vou. –Olhei pra ele denovo, mordendo o lábio inferior. – Mas só porque vai ser a despedida.
- Claro, entendo. –Sorriu. – Então já vou indo. – Me beijou no rosto.
- Até. – Sorri fraco, ele sorriu devolta e saiu.
Esperei um pouco e Maite veio até mim, disse pra ela que iria ir na festa e ela comemorou. Passamos o resto da tarde escolhendo roupas e acessórios.
Eu estava um pouco mais animada, iria ser bom passar um tempo com Rodrigo pela ultima vez. Acho que vai ser legal, é, vai ser, com certeza. O que poderia acontecer de ruim?
Autor(a): Ruivinha
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Depois de pedir permissão pros meus pais, eu e Maite fomos até a casa de Eddy. Ele era muito rico e sua casa era incrível. As nove horas chegamos, já tinha começado a festa. Procurei Rodrigo a minha volta, não encontrei. - Ele vai vir, gatinha. –Disse Maite, lendo meus pensamentos e depois piscou pra mim. - Eu sei. –Sor ...
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