Fanfic: Razão vs Emoção - DyC | Tema: Rebelde, Vondy

Atualmente – Cidade do México.

  Despertei as nove da manhã, era sábado. Hoje era exatamente dia doze de novembro. Fazia cinco anos da morte de Rodrigo. Diferente daquele dia infelizmente inesquecível pra mim, hoje era um dia ensolarado.

 Todo ano, dona Dominica, mãe de Rodrigo fazia uma homenagem ao filho, em uma igreja católica que eles freqüentavam. Eu admito que fui apenas no primeiro ano, a dor não me deixou acompanhar por mais tempo, ela era sentida como se fosse recente dentro de mim...

 No dia treze de novembro de cinco anos atrás, eu acordei no hospital. Eu tinha drogas no sangue. O pior? Foi o namorado de Maite que havia colocado. Ele a dopou também, mas seus planos sujos foram interrompidos por causa dos assassinatos que aconteceram. Logicamente ele e Maite terminaram e ele passou apenas uma noite na prisão. Sobre os culpados do assassinato, eu havia contado tudo que vi, inclusive que os culpados eram a banda que tocou na festa, mas ninguém acreditou depois de fazer a investigação, pois de acordo com eles eu não estava “apta” pra reconhecer ninguém. A banda não foi procurada, pois as provas não os tornavam suspeitos, que absurdo, não?

Meus dias foram difíceis, mas consegui ficar bem com ajuda de psicólogos, apesar de tudo. Não teve um fim para aquela investigação, e deixaram em aberto, como se não fosse nada. É revoltante, mas é o que aconteceu.

Hoje em dia vou fazer vinte e dois anos, comecei a faculdade de medicina, mas não fiquei por mais de um ano, tranquei e vim pro mundo da música, não estou tão bem assim, mas entrei em uma banda que está começando a crescer. Meus pais não curtiram a idéia.

Lógicamente, eu trabalho com algo mais pra me manter. Em uma loja de instrumentos musicais. Tenho um apartamento pequeno, mas que tem tudo que eu preciso. Enfim...

Hoje eu decidi ir a homenagem dele, depois de tanto tempo. Acho que é o certo a se fazer, alias, não da pra fingir que nunca aconteceu. Foi difícil essa decisão, passei a semana pensando se iria ou não.

Fui até a cozinha e preparei café. Comi um pouco e fui tomar um banho. A cerimônia começava as onze, exatamente a hora que fiquei pronta. Cheguei lá onze e quarenta.

Ao descer do carro e entrar, senti minhas pernas tremerem, ver sua foto me trazia lembranças... Uma lagrima escorreu e eu rapidamente a limpei. Sempre li que chorar muito por um ente querido falecer, dificulta a passagem dele pro outro mundo, por isso evitava chorar.

Já sua mãe, estava em prantos. Coitada, não deve ser nada fácil perder o filho, suspirei. Alguns colegas meus de colégio iam todo ano. Meus pais às vezes, e outros parentes e amigos dele. Fui até ela, que estava junto do pai de Rodrigo, que tinha o mesmo nome e sua irmã mais velha, Jane. Cumprimentei todos com um abraço, eles me agradeceram por eu ir e eu fui me sentar em um dos grandes bancos da igreja.

Fiquei cabisbaixa, olhando em volta. Queria que tudo tivesse sido diferente, que ele ainda estivesse entre nós, sorrindo e sendo o mesmo idiota que sempre foi.

A cerimônia começou, terminou depois de uma hora. Confesso que não consegui ficar sem chorar. Sai pra fora da igreja, respirei fundo e olhei pros lados.

Havia duas pessoas me observando, dois homens. Um de cabelos castanhos e um meio grisalho. Estranhei, nunca havia visto nenhum dos dois. O mais velho parecia estar contando um segredo pro mais novo, pois falava baixo e olhando pros lados. Depois, os dois pareciam muito aflitos, minha mirada se cruzou com a deles algumas vezes, decidi deixar pra lá e fui me despedir de Dominica. Quando voltei, não os vi mais.

Fui até meu carro e de la fui direto pra casa, precisa de outro banho pra tirar esse clima de cemitério.

Eu ainda tentava ser forte.

Cheguei em casa, tomei meu tão desejado banho e fui procurar uma coisa em uma das minhas caixas. Depois de abrir varias, finalmente achei um envelope. Abri, sorrindo. Tirei um anel de dentro e uma carta.

Li.

Hoje eu sei que quem me completa é você

Sei também que é assim que quero viver todos meus dias.

Obrigado Dulce, por ser tão importante pra mim.

Te amo. Rodrigo.

E junto, o anel com a pedrinha azul, era tão lindo.

Não foram muitas palavras, mas era o suficiente pra me fazer suspirar.

Guardei devolta, antes que lagrimas voltassem a escorrer, depois, resolvi sair pra almoçar.

Liguei pra Anahí, minha colega de trabalho e melhor amiga atualmente, ela já sabia de tudo que havia acontecido. A chamei pra almoçarmos, e fui buscá-la pra depois irmos pro restaurante. 

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