Fanfic: Senhor Das Terras Altas FINALIZADA | Tema: AyA, Romance de Época

Depois de uma hora de viagem o contato com o corpo esguio e o cheiro de

Anahi fizeram com que Alfonso sentisse necessidade de distrair-se de alguma maneira.

— Foi a primeira vez que você participou de uma batalha?

— Não — Anahi respondeu, desejando recostar-se nele. — Estive em poucas

lutas e feri um ou dois homens, mas nunca havia matado ninguém. — Ela estremeceu

ao lembrar dos olhos abertos e vazios do homem que matara.

— Ele ia arrancar a cabeça de Simon com a espada.

— Sei disso.—Sentindo frio e dor nas costas pelo esforço de cavalgar sem

encostar-se em Alfonso, Anahi, com cuidado, relaxou um pouco. — Não havia escolha.

Mesmo que ele tivesse atingido Simon, eu teria de matá-lo, pois depois que acabasse

com o rapaz ele viria até mim. — Anahi suspirou e relaxou um pouco mais contra o

peito de Alfonso. — Eu sempre temi hesitar quando essa ocasião se apresentasse.

— Mas não hesitou.

— Não. Deus salve a minha alma. Meu irmão tinha razão. Ao me confrontar com

alguém que quisesse me matar, eu preferiria manter-me viva. Ele dizia também que eu

teria estômago para fazer o que fosse necessário. Eu apenas queria que ele estivesse

certo em como eu me sentiria depois de fazer uma coisa dessas.

— Isso passará. Seu irmão parece ser um chefe sábio. Anahi riu suavemente ao

sentir o cansaço fazer com que seus membros parecessem pesados.

— Nem sempre ele é sábio, mas sabe como nos manter a salvo.

Anahi teve a sensação de que dera uma informação a Alfonso, mas estava

cansada demais para se preocupar. Fora apenas uma pequena informação e ela seria

mais cuidadosa dali em diante para não cair em nenhuma armadilha. Pequenas

informações somadas poderiam dar uma pista segura de quem ela era e de onde

vinha. Depois de descansar, pensaria em tudo que dissera para não se comprometer

com o que poderia dizer a esses homens.

Exausta, fechou os olhos e relaxou. Alfonso sorriu e seu corpo respondeu

imediatamente ao corpo da mulher que descansava, encostada nele. Anahi não era

muito habilidosa em dissimulações. Não sabia esconder a verdade. Ele não precisaria

de ameaças para saber o que queria, apenas tempo. Quando calma, Anahi falava

livremente, incapaz de controlar a língua. Alfonso iria orientar a todos que prestassem

bastante atenção nas palavras dela.

Levaria tempo, mas ele tinha certeza de que, juntando pequenos trechos de

conversa, acabaria sabendo quem ela era e de onde vinha.

Quando passou os braços ao redor da delgada cintura de Anahi para mantê-la

firme na sela, ele sentiu muito prazer. Disse a si mesmo que ficaria feliz ao vê-la partir,

e ignorou a voz interior que o chamava de mentiroso.