Fanfic: RE:viver para além da cova | Tema: zombie
Em uma madrugada fria de sexta-feira as 0:6 algo tinha-me despertado. Abrindo os olhos ainda dormentes vejo uma luz branca com as bordas azulada que atravessava a minha janela e inundava o meu quarto com o seu brilho. Sonolento encostei-me a cabeceira tentando entender a origem daquela radiação misteriosa.
– Talvez seja um fogo-de-artifício e eles estejam celebrando alguma coisa – (pensei).
Levantei – me da cama e fui andando até a janela para ver o quê que estava acontecendo, era madrugada de lua nova e para o meu espanto a avenida estava as escuras para uma cidade que nunca dorme. A noite encontrava-se tranquila e todos os prédios estavam completamente escuros.
- Acho não há electricidade – sussurrei olhando para os grandes prédios
As ruas estavam um breu, parecia uma cidade fantasma, não se ouvia buzinas dos carros, barulho de festas, gente gritando e soltando palavrões. Apenas aquela luz recheando o céu e preenchendo o meu rosto com o seu brilho calmo e sereno, transmitindo a sensação de tranquilidade. Era algo que eu já procurava há muito tempo “ paz ” com tantos problemas que eu venho a ter nesses últimos dias.
Viver sozinho com a irmã no hospital, o trabalho e pagar as intermináveis contas. Eu estava precisando nem que for por um mísero segundo esquecer todos os problemas.
Contudo, mesmo que eu queira, eu não posso esquece-los! A minha irmã é tudo que eu tenho, só enfrentando e resolvendo os problemas alcançarei a verdadeira paz que tanto almejo. Após terminar a linha de pensamentos reparo que a luz havia cessado, dou um leve suspiro em desilusão e decido voltar para cama, foi então que ouvi alguém batendo a porta da entrada freneticamente, dirigi-me até a ela.
- Quem é?
- Abre essa porta garota! – Falava uma voz feminina
Reconheci logo, é a Emmily minha amiga e vizinha do lado, mas o que ela fará aqui a estas horas? Quando abri a porta ela entrou em um pulo e logo fechou, reparei que estava exausta, respirando fundo e com um ar ofegante, ela estava usando um gorro vermelho, uma camisola preta de mangas compridas com uma calça de ganga e umas botas pretas.
- Porque que você demorou a abrir a porta? Eu ia morrendo!
- Primeiro: eu não sou uma garota! E segundo: cadê o pedido de desculpas por me incomodar a estas horas? – Realmente estava incomodado
- Deixa isso para mais tarde, nós temos que ir buscar a tua irmã ao hospital!-
- Porquê? O quê que aconteceu?
- Aquela doença propagou aqui na cidade e parece que a capital inteira não tem energia.
- Isso é sério? Mas eu vi nas noticias que a doença estava sobre contr-
- Sobre controlo uma ova! – Exclamou interrompendo-me – os policiais não estão conseguindo lidar com a situação e recomendaram ficar em casa, fechar as portas e as janelas, até parece que nunca viram aqueles filmes de terror sobre zumbi.
- Emmily por vezes tu exageras nas coisas, eu tenho a certeza que já estão a resolver esse problema.
- Ahhh garota inocente, você ainda não percebeu que nem os telemóveis estão funcionando? Eles também cortaram a comunicação, para que os outros países não saibam da situação, além disso aquelas coisas estão atacando a rua “ São Paulo ” e não tarda nada chegarão aqui, nós temos que ir pegar a sua irmã!
A Emmily gosta tanto da minha irmã que já é considera como membro da família, entretanto ela esta sempre brincando com coisas sérias e zoando todo mundo mas desta vez eu podia sentir o terror em sua cara e aflição em suas palavras. É verdade que ouve relatos que havia uma doença que fazia com que as pessoas cometessem actos de canibalismo, mas isso só acontecia nas zonas rurais do estado, achei que fosse apenas algo psicológico e que era uma questão de tempo para lidarem com a tal doença, contudo se a praga alastrou até aqui é porque a coisa é seria, tudo que eu menos quero no mundo é que a Nami passe por outro tormento, pelo menos eu tenho que ir vela.
- Vamos Emmily – em um tom firme abro a porta determinado a partir…
- Oh senhor armando em durão, vai de pijama? – Ela começou a dar gargalhadas me deixando com vergonha, tinha esquecido completamente que ainda estava de pijama, ou parte dele já que eu estava com a parte de cima descoberta.
- cla- claro que não! – Exclamei envergonhado.
Dirigi-me até o quarto, abri a porta do meu guarda-fato e sem procurar muito tiro uma camisa azul escura, um casaco preto e umas calças de ganga escura. Nem reparei o tipo de tenis que estava tirando e logo eu já estava preparado para partir. A Emmily fez um pequeno elogio mas não dei muita importância, peguei alguns dos meus itens na banca e sai do apartamento, fui até o elevador e reparei que não estava funcionando então tivemos que descer as escadas e ao descer tinha-me apercebido de uma coisa.
- Espera Emmily
- O que foi?
- Como é que vamos para o hospital “ boa vida “ sem carro? É muito longe e não podemos andar por aí sabendo que tem gente tentando nos comer…
A Emilly fechou os punhos levantou o braço direito e ergueu o polegar – não se preocupe não iremos a pé – terminou as suas palavras com um sorriso perturbador
Preferi ignorar e continuar a descer as escadas, chegando na recepção pude ver que o local estava pouco iluminado, apenas tinha algumas lanternas acesas iluminando, a recepção estava lotada e havia varias pessoas na entrada do prédio, entre eles residentes e não residentes, umas com ferimentos graves outras chorando com horror em seus olhos, crianças sozinhas e outras acompanhadas, agonia e desespero dominava o local.
Em questão de minutos já havíamos deixado a recepção. A avenida estava mergulhada nas trevas, os edifícios e as lojas aparentavam não ter sinal de vida, as ruas estavam um caos, havia carros por todo lado, papéis voando por aí e algumas pessoas no chão, nós estávamos indo em direcção casa da família da Emmily.
- A 1h atrás estava uma catástrofe neste lugar, como é que você consegue dormir e não ouvir o tumulto que tinha aqui?
- Eu estava muito cansado do último trabalho, e do vestibular que nós fizemos
- E decidiu hibernar? – Ela falou com tom de ironia
- Isso agora não importa...
Quando entramos na casa eu tinha ficado na sala por enquanto que ela tinha ido para cozinha, voltou com uma mochila as costas e que pelos vistos estava bem recheada pela forma robusta que aparentava.
- Vamos?
Respondi acenando com a cabeça, fomos garagem e a Emmily abriu a porta, foi aí que vi uma coisa que me deu pavor, era a mota da Emmily, eu odeio aquela mota. Ela viu minha expressão de desagrado, em um abafo seco sussurrou no meu ouvido:
- Ela estava-te esperando - deixando uma pequena risada escapar
- Você sabe que eu odeio essa mota, não espera, eu não odeio essa mota, eu odeio a forma como diriges a mota!
- Qual é? Não temos escolhas e nem tempo para ficar discutindo agora menina – então ela jogou o capacete e eu agarrei, subiu na mota e a ligou, olhou para mim e deu dois tapas no banco para eu subir, senti um leve arrepio por ver aquela cena de dejavu, mas deixei o medo de lado e decidi montar.
- Não vais usar um capacete?
Ela apenas deu um sorriso e logo acelerou, foi tão repentino que tive que a segurar pela barriga, Eu podia jurar que eu vi a roda da frente levantando e fomos pela estrada fora, não demorou muito e já estávamos a caminho do hospital, de acordo com os meus cálculos chegaríamos dentro de 1h e poucos minutos.
Já estávamos na estrada a 8 minutos e podia ver se de tudo. Nos primeiros dois minutos nada acontecia, tudo estava calmo e a única coisa que cortava o silêncio era o barulho da mota, mas depois de algum tempo a coisa ficava cada vez mais insana, em algumas ruas as lojas estavam sendo arrombadas e havia pessoas atacando umas as outras e correndo por todos os lados em meia escuridão que estava sendo quebrada pelos faróis da mota, podia facilmente dizer-se que a multidão encontrava-se em pânico, pelo grito de desespero que omitiam.
A Emilly aparentava estar calma e acelerava cada vez que presencia-se aquilo mas nós ao passar pela quinta avenida havíamos batido em algo que nos jogou para trás fazendo a mota avançar um pouco e cair rodopiando no chão, o que tinha-nos feito cair era uma corrente que estava presa a dois postes, a Emilly e eu tivemos uma queda violenta, fiquei um pouco zonzo e dorido pela queda já que ela tinha aterrado por cima de mim, ouvindo com dificuldade o chiado metálico da mota que ainda rodopiava rastejei pela estrada gelada para ver se a Emmily estava bem, pela sua cara adormecida percebi que ela estava desmaiada foi quando ouvi alguns passos pesados a minha frente, virei-me mas a imagem estava destorcida apenas os faróis rodopiando revelavam um pouco o tamanho do ser, quando a mota finalmente tinha parado com os faróis bem a frente iluminando o sujeito criando um enorme sombreamento foi aí que eu percebi que estávamos em perigo.
Fim
Autor(a): mwangole
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