Fanfic: Para Sempre - Os imortais (ADAPTADA) | Tema: vondy
Ela revirou os olhos e fez que não com a cabeça, plantando as mãos na cintura enquanto se dobrava de tanto rir.
— Tudo bem, deixe pra lá. — Esborrachei a cabeça no travesseiro, pensando que, apesar de morta, minha irmã estava brincando com fogo. — Então, como é do lado de lá? — perguntei, disposta a não brigar. — Quer dizer... Você está... vivendo no céu, não está?
Riley fechou os olhos e estendeu a palma das mãos como se estivesse equilibrando algo. De repente, do nada, uma pintura se materializou ali, bege, desbotada, com uma elegante moldura dourada. Erguendo-me da cama outra vez, examinei de perto a paisagem retratada no quadro: uma praia de areia dourada e águas muito azuis, cercada por penhascos tortuosos e árvores florescendo; ao longe, a silhueta embaçada de uma pequena ilha.
— E por que você não está lá agora? — perguntei.
Mas ela não disse nada. Apenas sacudiu os ombros e sumiu, juntamente com a pintura. Por conta de muitos ossos quebrados, uma concussão, uma hemorragia interna diversos hematomas e cortes, entre eles um talho bastante profundo na testa, fiquei hospitalizada por mais de um mês, toda engessada e quase sempre sedada. Portanto, coube a Sabine toda a chatice de esvaziar nossa casa, providenciar os enterros e empacotar meus pertences para a mudança que estava por vir. Ela pediu que eu listasse tudo aquilo que queria levar comigo. Tudo o que deveria ser transplantado da vida perfeita que eu tinha em Eugene, Oregon, para a vida nova e assustadora que passaria a ter em Laguna Beach, Califórnia. Mas, exceto por algumas roupas, eu não queria levar nada. Não seria capaz de suportar tantos lembretes de tudo o que havia perdido; além do mais, uma caixa idiota cheia de tralhas jamais traria minha família de volta.
Durante todo o tempo em que fiquei confinada naquele quarto branco e insípido recebi visitas regulares de um psicólogo: um residente sempre embrulhado no mesmo suéter bege, com uma prancheta nas mãos, excessivamente preocupado. E que sempre começava nossa conversa com a mesma pergunta imbecil, querendo saber como eu vinha lidando com minha “perda profunda" (palavras dele, não minhas), para depois tentar me convencer a subir para o quarto 618, onde rolavam sessões de aconselhamento pós-traumático.
Nem morta eu participaria de algo assim. Nem morta eu me juntaria a um bando de pessoas angustiadas, esperando minha vez de contar a história do pior dia de minha vida. Em que isso poderia ajudar? Por que eu me sentiria melhor só por confirmar algo que já sabia: que não só fui a única responsável pelo que aconteceu à minha família, como também fui bastante estúpida, bastante egoísta e bastante preguiçosa para perder tempo, demorar e, assim, adiar minha ida para a eternidade?
Sabine e eu não falamos muito durante o voo de Eugene para Laguna Beach. Fingi que estava quieta por causa da tristeza e das dores no corpo, mas, para falar a verdade, precisava apenas de um pouquinho de distanciamento. Sabia do conflito de emoções que rolava na cabeça da minha tia. Por um lado, ela queria desesperadamente tomar a atitude certa; por outro, não conseguia parar de perguntar a si mesma: Por que eu? Quase nunca me pergunto isso. Em geral, penso: Por que eles, e não eu? Mas também não queria correr o risco de magoar Sabine. Depois de tudo o que ela havia feito por mim, assumindo minha tutela e providenciando uma casa legal para me receber, eu não poderia deixar que ela nem sequer suspeitasse de que todo o trabalho e todas as boas intenções haviam sido em vão, e que não faria a menor diferença caso ela tivesse me abandonado num orfanato pulguento qualquer.
O trajeto do aeroporto até a nova casa se resumiu a uma imagem embaralhada de sol, mar e areia. E quando Sabine me levou para o quarto no andar de cima, passei os olhos rapidamente pelo cômodo e balbuciei alguma frase equivalente a um muito obrigada.
— Sinto muito por ter de deixar você aqui sozinha — ela disse, obviamente ansiosa para voltar ao espaço organizado e seguro do trabalho, onde nada lembrava o mundo fragmentado de uma adolescente traumatizada. E tão logo ela saiu, eu me joguei na cama, afundei o rosto entre as mãos e desandei a chorar.
Até que alguém disse:
—Ah, tenha dó, olhe pra você! Por acaso já deu uma boa olhada neste lugar? Viu a TV de tela plana, a lareira, a banheira que faz bolhas? Alô-ou?
— Achei que você não pudesse falar — retruquei assim que virei o rosto e deparei com Riley, que, aliás, usava um moletom rosa da Juicy, um par de tênis dourados da Nike e uma peruca fúcsia, dessas que a gente vê em bonecas chinesas de porcelana.
— Claro que posso falar, não seja ridícula — ela disse, e revirou os olhos.
— Mas das outras vezes...
— Eu só estava zoando você, algum problema? — Ela passeava pelo quarto enquanto falava, passando a mão sobre minha escrivaninha, dedilhando o iPod e o laptop novinhos em folha que Sabine havia deixado ali. — Mal posso acreditar que você agora tem tudo isso. Não é justo, caramba! — ela exclamou as mãos plantadas na cintura, as sobrancelhas franzidas. — Pior, você não está nem aí! Quer dizer, você já viu essa varanda? Pelo menos pensou em dar uma olhada nessa vista?
— Não quero saber de vista alguma — eu disse, cruzando os braços diante do peito e fulminando minha irmã com o olhar. — Está difícil engolir essa de que você aprontou comigo, fingindo que não podia falar. Riley simplesmente riu e disse:
— Deixa de drama, vai. — Ela atravessou o quarto, abriu as cortinas e tentou destrancar a porta de vidro que dava para a varanda.
— E onde é que você descolou essas roupas? — perguntei, examinando-a da cabeça aos pés, ressuscitando nossa velha rotina de briguinhas bobas e mágoas intermináveis. — Porque, primeiro, você aparece com minhas coisas e, agora, está usando essas peças de marca. Sei que mamãe nunca comprou um moletom da Juicy pra você.
Ela riu.
— Por favor, como se eu ainda precisasse da permissão da mamãe, quando posso simplesmente abrir o armário celestial e tirar de lá o que me der na telha. E sem pagar nada! — acrescentou, esboçando um sorriso.
— Sério? — perguntei, meus olhos se arregalando e pensando que aquilo parecia um ótimo negócio.
Mas Riley não fez mais que balançar a cabeça e apontar para a varanda.
— Ande, venha dar uma olhada em sua nova vista.
Obedeci. Levantei-me da cama, enxuguei os olhos com a manga da blusa e, passando direto por minha irmã, fui rumo à varanda com seu piso de mármore, meus olhos arregalados com o que vi diante de mim.
Por acaso isso é uma piada? — perguntei. A paisagem à minha frente era uma réplica exata do quadro com moldura dourada que Riley havia me mostrado no hospital. Mas quando virei para trás ela já havia partido.
Autor(a): umasonhadora
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Foi Riley quem me ajudou a recuperar a memória. Recontando histórias de nossa infância, relembrando a vida que levávamos, os amigos que tínhamos, até que tudo voltou à tona. Também foi ela quem abriu meus olhos para a bela vida que passei a ter no sul da Califórnia; ao vê-la tão empolga ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 63
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Candy_Von Uckermann Postado em 18/03/2016 - 04:23:03
Cooooontinua por favor ' ♥♥♥♥ Se possível faz uma maratona ^-^ ♡
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Duplicata Vondy Postado em 11/03/2016 - 20:59:37
gata comecei a ler sua fanfic e to amando, logo eu me atualizo pra lacrar nos comentários
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Duplicata Vondy Postado em 11/03/2016 - 20:58:54
Olá vc curti fanfic de The Vampires Diáries, eu quero trazer a série pro Fanfics Brasil, então to fazedno uma fanfic muito boa Delena, e o melhor é que ta começando agora, não tem muito cap pra ler, então se vc não curti repassa pra alguém que lê fanfic e assiste a série...Beijos, vou colocar o link acima okayyy http://fanfics.com.br/fanfic/52782/alguem-para-amar-delena-the-vampires-diaries
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niih_vondy Postado em 16/12/2015 - 11:14:59
Volta pra nós minha sonhadora,você faz falta,ou ao menos dê notícias,por favor! Espero que você esteja bem,e estarei te esperando aqui. Te adoro muito,volte logo <3
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niih_vondy Postado em 16/12/2015 - 11:13:24
Ei abor,onde você está,hum? Sinto saudades da sua fic,mas acima de tudo sinto saudades da sua interação com as leitoras.
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LaPersefone Postado em 11/12/2015 - 15:59:20
CADÊ VOCÊ COM O SEGUNDO LIVRO? FAZ ISSO COMIGO NÃO :(
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LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:27:45
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LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:27:30
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LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:27:05
N
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LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:26:49
I