Fanfic: Para Sempre - Os imortais (ADAPTADA) | Tema: vondy
— Riley... do que exatamente você está falando? — pergunto.
Minha vontade é de voltar no tempo e recomeçar esta manhã a partir do zero.
— É que... bem, a Ava falou que...
— Ava? — Meus olhos praticamente saltam das órbitas.
— É. A vidente, lembra? Da festa de Haloween. Aquela que podia me ver.
Balanço a cabeça e finalmente abro a porta, olhando sobre os ombros para dizer:
— Sinto muito decepcioná-la, mas essa Ava é uma pilantra. Uma charlatã. Uma trambiqueira! Você não tem que dar ouvidos ao que ela diz. A mulher é doida!
Mas Riley dá de ombros e olha pra mim:
— Mas ela disse um monte de coisas interessantes...
Riley parece tão aflita e preocupada que me disponho a dizer o que for preciso para acalmá-la.
— Olhe só. — Dou uma rápida espiada pelo corredor, mesmo sabendo que minha tia já saiu para trabalhar. — Não quero mais ouvir falar sobre Ava. Digo, se você quiser continuar se encontrando com ela, mesmo depois de tudo o que eu disse, tudo bem, não posso fazer nada. Mas acorde: essa mulher não conhece a gente. Não tem o direito de andar por aí julgando os outros nem muito menos o fato de nos encontrarmos. Essa vidente de araque não tem nada a ver com nossa vida. O que a gente faz é problema nosso, só nosso. — Vejo que Riley continua de olhos arregalados, os lábios ainda trêmulos, e está quase chorando. Meu coração por pouco não se parte ao meio. — Olhe, realmente preciso ir — sussurro. — Você vem ou não?
— Não — ela diz, tão birrenta quanto antes.
Então respiro fundo, balanço a cabeça e bato a porta atrás de mim.
Como o Christian foi esperto o bastante para não me esperar, hoje chego sozinha à escola. O sinal já tocou, mas Christopher ainda está no estacionamento, esperando ao lado do carro, na segunda melhor vaga depois da minha.
— E aí? — ele diz, e inclina-se diante de minha janela para receber um beijo.
Mas eu só pego minha mochila e saio às pressas rumo ao portão.
— Sinto muito por termos nos perdido ontem — ele explica, correndo a meu lado. — Liguei pro seu celular, mas você não atendeu.
Chegando ao portão, sacudo as grades de ferro o mais forte que posso, mas elas nem se mexem. Fecho os olhos e apoio a testa nelas, sabendo que já e tarde demais e não há nada que eu possa fazer.
— Você recebeu meu recado?
Deixo o portão e caminho rumo ao prédio da secretaria, antevendo a bronca terrível que vou levar não só pelo atraso de hoje, mas também pelas aulas que matei ontem.
— Que foi que deu em você? — pergunta, segurando minha mão e me fazendo derreter. — Achei que a gente tivesse se divertido, que você tivesse gostado de nosso programa. Não gostou?
Encosto no murinho de tijolos do prédio e exalo um suspiro, mole feito uma gelatina, completamente indefesa.
— Ou estava apenas sendo condescendente comigo? — Ele aperta minha mão, os olhos suplicando por um mínimo de compreensão.
Estou a ponto de ceder, a poucos segundos de morder a isca, quando me desvencilho da mão dele e me afasto, assolada pelas lembranças de ontem: o telefonema de Maite, o sumiço repentino de Christopher na autoestrada.
— Você sabia que a Drina também estava na Disney? — digo, e imediatamente percebo como pareci mesquinha. Mas, agora que comecei, melhor terminar. — Por acaso tem algo que eu deveria saber? Algo que você precise me contar? — Crispo os lábios, já me preparando para o pior.
Mas ele apenas olha fundo em meus olhos e diz:
— Não estou interessado na Drina. Só em você.
Baixo o rosto, querendo acreditar, desejando que fosse tão simples assim. Mas quando ele toma minha mão outra vez percebo que é mesmo simples, pois todas as minhas dúvidas logo vão embora.
— Agora vem a parte em que você diz que também só se interessa por mim — ele acrescenta, ainda me encarando.
Não sei ao certo o que dizer; meu coração bate tão forte que tenho certeza de que Christopher pode escutá-lo. Demoro demais, e o momento passa, já não cabe dizer mais nada.
Então, Christopher passa o braço em minha cintura e me conduz de volta ao portão.
— Tudo bem. Leve o tempo que quiser. Não temos pressa, muito menos prazo de validade. — Christopher ri de si mesmo e acrescenta: — Mas agora você precisa ir pra sua aula.
— Mas a essa hora a gente tem de entrar pela secretaria — retruco, olhando de soslaio para ele. — O portão está trancado, lembra?
— Dulce, o portão não está trancado — ele diz, balançando a cabeça. — Você não viu?
Tentei abrir, mas estava trancado! — lembrei a ele.
— Não confia em mim? — pergunta, rindo.
Olho para ele, sem saber o que responder.
— O que isso pode lhe custar? Mais alguns passos? Mais uns minutinhos de atraso? Olho em dúvida para o prédio da secretaria, depois balanço a cabeça e resolvo ceder.
Voltamos juntos ao portão, que inexplicavelmente está aberto.
— Mas eu vi! E você viu também! — exclamo, sem a menor ideia de como isso pôde acontecer. — Sacudi as grades com toda a força, e elas nem se mexeram!
Com toda a calma do mundo, Chistopher dá um beijinho em meu rosto e me conduz para dentro, rindo ao dizer:
— Agora vá. E não se preocupe. O sr. Robins faltou de novo, e a substituta está tão perdida quanto antes. O caminho está livre.
— Você não vem? — pergunto, voltando à carência de sempre, ao jeitinho grudento que tanto detesto.
Mas ele apenas dá de ombros e diz:
— Sou emancipado. Faço o que quiser.
— Sim, mas... — Paro de repente, percebendo que o número de telefone não é a única informação que me falta a respeito de Christopher. Mal conheço o garoto. É muito estranho: como ele consegue me deixar assim tão bem, como se eu fosse uma garota normal outra vez, quando tudo relativo a ele é tão anormal?
Já estou a alguns passos de distância quando enfim me lembro de que ele ainda não explicou o que aconteceu na autoestrada. Mas, antes que eu possa fazer qualquer pergunta, Christopher já está novamente a meu lado, segurando minha mão enquanto diz:
— Meu vizinho ligou. Os irrigadores de meu jardim tinham disparado e o gramado estava alagando. Pisquei os faróis, mas vi que você estava no telefone, achei que não devia incomodar.
Olho para nossas mãos entrelaçadas. Uma delas, bronzeada e forte; a outra, pálida e fraca. As mãos de um casal bastante improvável.
Autor(a): umasonhadora
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— Agora vá. A gente se vê mais tarde, prometo. — Christopher sorri e tira uma tulipa de trás da minha orelha. De modo geral, procuro não ficar relembrando minha vida antiga. Tento não pensar na casa, nos amigos e na família que tinha, na pessoa que eu costumava ser. Mas, apesar do talento que adquiri para r ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 63
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Candy_Von Uckermann Postado em 18/03/2016 - 04:23:03
Cooooontinua por favor ' ♥♥♥♥ Se possível faz uma maratona ^-^ ♡
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Duplicata Vondy Postado em 11/03/2016 - 20:59:37
gata comecei a ler sua fanfic e to amando, logo eu me atualizo pra lacrar nos comentários
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Duplicata Vondy Postado em 11/03/2016 - 20:58:54
Olá vc curti fanfic de The Vampires Diáries, eu quero trazer a série pro Fanfics Brasil, então to fazedno uma fanfic muito boa Delena, e o melhor é que ta começando agora, não tem muito cap pra ler, então se vc não curti repassa pra alguém que lê fanfic e assiste a série...Beijos, vou colocar o link acima okayyy http://fanfics.com.br/fanfic/52782/alguem-para-amar-delena-the-vampires-diaries
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niih_vondy Postado em 16/12/2015 - 11:14:59
Volta pra nós minha sonhadora,você faz falta,ou ao menos dê notícias,por favor! Espero que você esteja bem,e estarei te esperando aqui. Te adoro muito,volte logo <3
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niih_vondy Postado em 16/12/2015 - 11:13:24
Ei abor,onde você está,hum? Sinto saudades da sua fic,mas acima de tudo sinto saudades da sua interação com as leitoras.
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LaPersefone Postado em 11/12/2015 - 15:59:20
CADÊ VOCÊ COM O SEGUNDO LIVRO? FAZ ISSO COMIGO NÃO :(
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LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:27:45
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LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:27:30
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LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:27:05
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LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:26:49
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