Fanfics Brasil - Cap 52 - Eu preferiria não ter de fazer isto. Para Sempre - Os imortais (ADAPTADA)

Fanfic: Para Sempre - Os imortais (ADAPTADA) | Tema: vondy


Capítulo: Cap 52 - Eu preferiria não ter de fazer isto.

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Christopher mora em um condomínio fechado. Detalhe que Riley se esqueceu de contar. Talvez porque um enorme portão de ferro e um pequeno batalhão de seguranças uniformizados não sejam nenhum obstáculo para ela. Então, para mim também não vão ser.


Sorrindo para a moça à portaria, abro a janela do carro e digo:


— Bom-dia. Meu nome é Megan Foster. Jody Howard está me esperando. Ela confere a tela do computador e procura pelo nome que acabei de ver na terceira linha da lista de pessoas com permissão para entrar.


— Deixe isto em sua janela — diz e sai da cabine para me entregar um crachá amarelo com a palavra VISITANTE e a data escritas. — Só um lembrete: é proibido estacionar no lado esquerdo das ruas; pare apenas no direito.


Atravesso o portão e sigo adiante, rezando para que ela não note quando passo direto pela rua de Jody, seguindo para a casa de Christopher.


Estou quase no topo de uma colina quando leio o nome seguinte em minha lista de ruas e dobro duas vezes à esquerda, chegando ao final do quarteirão. Só quando estaciono o carro é que percebo a loucura que acabei de fazer.


Quer dizer, que espécie de psicopata eu sou? Quem, em sã consciência, pensaria em convocar a irmã morta para espionar seu namorado? Por outro lado, minha vida não tem nada nem remotamente normal; então, por que meus relacionamentos seriam diferentes? 


Ainda no carro, procuro acalmar a respiração, apesar das cambalhotas que meu coração dá e do suor que encharca minhas mãos. E quando observo a limpa, organizada e abastada vizinhança, percebo que não poderia ter escolhido dia pior para me infiltrar no maldito condomínio.


Em primeiro lugar, o dia está lindo e ensolarado, o que significa que as pessoas estão todas fora de casa: pedalando na rua, passeando com o cachorro ou trabalhando no jardim.


Assim fica difícil espionar. Além do mais, como até agora só me preocupei em chegar aqui, não tenho a menor ideia sobre o que fazer em seguida; em nenhum momento arquitetei um plano.


Não que isso vá fazer alguma diferença. Quer dizer, na pior das hipóteses, o que pode acontecer? Christopher me pega no flagra e confirma que sou uma louca? Depois do ataque de carência que dei hoje na cozinha ele decerto já sabe disso.


Finalmente desço do carro e sigo para a casa dele, a última de uma rua sem saída com palmeiras e gramados impecáveis. Mas procuro não dar nenhuma bandeira do que estou fazendo: ando com a maior naturalidade do mundo, como se tivesse todo o direito de estar aqui, e de repente me vejo diante da enorme porta dupla de Christopher, sem saber o que fazer.


Dou um passo para trás e examino as janelas. Todas estão fechadas. E mesmo sem saber o que vou dizer, crio coragem, toco a campainha, controlo a respiração e espero alguns minutos.


Nenhuma resposta, então toco outra vez. Nada. Tento a maçaneta, mas a porta está trancada. Então volto à rua, contorno a casa e, olhando ao redor para ver se não há vizinhos por perto, entro pelo portão lateral que dá para os fundos.


Esgueirando-me junto das paredes, mal olhando para a piscina com cascatas, ou para o jardim, vou direto para uma porta de vidro, que, obviamente, também está trancada.


Estou a ponto de desistir e voltar para casa quando ouço uma vozinha na cabeça, dizendo: A janela, perto da pia. Na mosca: a tal janela está entreaberta, o bastante para que eu passe os dedos pela fresta e termine de abri-la.


Apoio minhas mãos no peitoril e uso toda a minha força para subir e me pôr para dentro. Agora é oficial: invadi a casa de Christopher.


Sei que não devo continuar. Não tenho nenhum direito de fazer isto. O mais correto seria dar o fora daqui e voltar correndo para o carro, retornar à segurança e ao aconchego de minha própria casa enquanto é tempo. Mas a mesma vozinha de antes insiste em que eu continue, e, uma vez que cheguei até aqui, vamos lá, vejamos onde isso vai dar.


Dou uma olhada pela cozinha, ampla e vazia; pelo escritório, vazio também; pela sala de jantar, sem mesa nem cadeiras; pelo banheiro, com apenas um sabonete e uma toalha preta, e durante todo esse tempo fico pensando que Riley estava coberta de razão: o lugar está totalmente vazio, mas de um jeito diferente; parece abandonado, chega a dar arrepios.


Nenhum livro, nenhuma foto, nenhum objeto pessoal. Nada além do assoalho de madeira escura, das paredes brancas, dos armários vazios e de uma geladeira repleta daquele líquido estranho que Christopher está sempre bebendo. Na sala de televisão, vejo a TV de tela plana que Riley mencionou, uma poltrona reclinável que ela não mencionou, além de uma pilha grande de DVDs estrangeiros cujos títulos não sei traduzir. Em seguida, paro ao pé da escada, e mais uma vez cogito ir embora, acreditando já ter visto mais que o suficiente. Mas acabo cedendo ao inexplicável impulso de subir.


Apoio-me no corrimão e levo um susto logo no primeiro degrau, que range sob meus pés — um rangido estridente e inusitadamente alto, em razão do espaço vazio. Mesmo assim sigo adiante e, chegando ao andar de cima dou de cara com a tal porta que Riley encontrou trancada. Mas que agora está entreaberta.


Insegura, fico esperando que a vozinha em minha cabeça dê alguma dica sobre o que fazer, mas só o que ouço é o coração retumbar enquanto empurro a porta à minha frente. E ele por muito pouco não vem à boca quando vejo o que está do outro lado: um cômodo de tal modo requintado e grandioso que parece ter vindo direto do Palácio de Versalhes.


Ainda à porta, lentamente corro os olhos pelo cenário ao meu redor: as finas tapeçarias nas paredes, os tapetes antigos, os lustres de cristal, os candelabros dourados, as pesadas cortinas de seda, o sofá de veludo, a mesa de tampo de mármore, os livros antigos em cima dela. Nos lambris das paredes, uma infinidade de quadros com moldura folheada a ouro, todos retratando Christopher em trajes de diferentes séculos. Num desses quadros, ele monta um cavalo branco, espada de prata à cintura, e veste exatamente a mesma casaca com que apareceu na festa de Haloween.


Aproximando-me para ver melhor, examino o ombro da casaca em busca do furo que, na festa, em tom de brincadeira, ele atribuiu ao fogo de artilharia. Fico aterrorizada por localizar o pontinho esgarçado no pano. Pasmada, perguntando a meus botões que truque endiabrado poderia ser esse, deslizo os dedos pela tela até alcançar a pequena placa de bronze logo abaixo dela:


CHRISTOPHER ALEXANDER LUÍS CASILLAS VON UCKERMANN, MAIO DE 1775


No quadro ao lado, meu coração dispara quando vejo um Christopher serio embrulhado num terno escuro e sóbrio, cercado de pinceladas azuis, a placa informando:


CHRISTOPHR ALEXANDER UCKERMANN, RETRATADO POR PABLO PICASSO EM 1902


E no seguinte, espirais de textura grossa formam a silhueta de


CHRISTOPHER LUIS CASILLAS, RETRATADO POR VINCENT VAN GOGH


E por aí vai: as quatro paredes estão inteiramente cobertas por retratos de Christopher, sempre assinados por grandes mestres da pintura.


De joelhos bambos e olhos arregalados, afundo meu corpo no sofá de veludo, tonta com a infinidade de explicações que tento fabricar, cada uma mais ridícula que a outra.


Depois de um tempo, pego o livro mais próximo e abro na primeira página, em que se lê:


Para Christopher Alexander Luís Casillas Von Uckermann. Assinado por Wil iam Shakespeare.


Jogo o livro no chão e pego o seguinte, O morro dos ventos uivantes, dedicado a Christopher Alexander e assinado por Emily Brontë.


Todos os livros estão dedicados a Christopher Alexander Luís Casillas Von Uckermann, ou Christopher Alexander, ou apenas Christopher. Todos assinados por autores já mortos há mais de um século.


Com o coração batendo a mil e as mãos trêmulas, fecho os olhos e procuro trazer a respiração de volta ao normal, dizendo a mim mesma que tudo não passa de uma grande brincadeira, que Christopher é um maluco fanático por história, um colecionador de antiguidades, um falsificador que exagerou na dose. Talvez esses quadros façam parte de um patrimônio de família, passado de geração a geração ao longo dos anos, herdado por avôs, bisavôs e tataravôs homônimos de Christopher e fisicamente muito parecidos com ele.


Mas quando olho novamente em torno de mim, o frio que sinto na espinha me coloca frente a frente com a verdade incontestável: esses quadros e objetos não são meras antiguidades de um colecionador, muito menos simples heranças. São objetos pessoais de Christopher, o tesouro que ele vem colecionando ao longo dos anos.


Ainda tonta e trêmula, levanto do sofá e volto cambaleando para o corredor, sentindo-me agitada, instável, louca para sair daquele quarto sinistro, daquele mausoléu sufocante e repulsivo, daquela casa medonha que mais parece uma cripta. Minha vontade é de ficar o mais longe possível daquele lugar e nunca mais, sob hipótese alguma, colocar os pés ali outra vez.


Mas assim que desço as escadas ouço um grito estridente e assustador, seguido de um gemido longo e abafado. Sem pensar, corro de volta para o andar de cima, seguindo na direção do som até o final do corredor, e irrompo no ultimo quarto, onde encontro Christopher esparramado no chão, as roupas rasgadas e o rosto salpicado de sangue, enquanto Maite se debate e geme sob o peso do corpo dele.


— Dulce! — ele grita e rapidamente fica de pé, empurrando-me para trás quando começo a chutar, a esmurrar e a morder, numa tentativa desesperada de alcançar minha amiga.


— O que você fez com ela? — grito. Olhando para os dois, noto o rosto pálido de Maite, os olhos revirando na órbita, e percebo que não tenho tempo a perder.


— Dulce, fique calma, por favor — ele diz, tranquilo e seguro demais para alguém que acabou de cometer uma atrocidade qualquer.


— O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? — berro outra vez, redobrando a força dos chutes e dos murros, esperneando e usando toda a força que consigo, mas não sou páreo para Christopher.


Ele me segura com apenas uma das mãos enquanto se defende com a outra, sem ao menos piscar.


— Dulce, por favor, deixe-me explicar — diz, desviando-se de meus chutes furiosos.


Vendo minha amiga estatelada no chão, sangrando profusamente, contorcendo-se de dor, tenho um estalo e me dou contador isso ele não queria que eu viesse aqui!


— Não é nada disso. Você está completamente equivocada. Tudo bem, eu não queria que você visse isto, mas não é o que você está pensando.


Christopher me ergue no ar como se tivesse nas mãos uma boneca de pano; apesar de meus golpes incessantes, não exibe no rosto uma única gota de suor.


Mas estou pouco me lixando para ele. Aliás, para mim também. Só quero saber da Maite, cujos lábios estão ficando roxos e a respiração cada vez mais fraca.


— O que você fez com ela? — insisto, encarando-o com todo o ódio de que sou capaz. — O que você fez com ela, seu monstro?!


— Dulce, por favor, escute — ele suplica.


Apesar de toda a raiva e de toda a adrenalina, ainda sinto o formigamento quentinho que as mãos dele provocam em minha pele, e luto intensamente para ignorar essa sensação. Gritando, esperneando e chutando, tento feri-lo nas partes mais vulneráveis, mas nunca acerto o alvo, pois Christopher é muito mais rápido que eu.


— Você não pode ajudá-la, confie em mim. Só eu posso agir.


— Você não está ajudando a Maite, está matando! — grito.


Ele faz que não com a cabeça e com uma expressão de cansaço no olhar sussurra:


— Não é nada disso.


Tento me desvencilhar outra vez, mas sem sucesso: nada posso contra Christopher. Então desisto. Deixo o corpo amolecer e fecho os olhos, dando-me por vencida. E penso: Pronto.


Acabou. Chegou minha hora.


Mas tão logo Christopher me solta no chão dou o chute mais forte que posso, desta vez acertando o alvo, e saio correndo ao encontro da Maite. Quando tomo a mão dela para sentir o pulso, vejo dois buraquinhos ensanguentados no centro da tatuagem medonha e, desesperada, suplico para que ela se mantenha firme, que continue respirando. E tiro o celular do bolso a fim de ligar para a emergência.


Mas Christopher surge por trás, arranca o telefone de minha mão e diz:


— Eu preferiria não ter de fazer isto.



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Autor(a): umasonhadora

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niih_vondy e LaPersefone: agora o bicho vai pegar!!!   ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Quando acordo, vejo que estou em meu quarto, deitada ao lado de Sabine. Em seu rosto, uma expressão de alívio; nos pensamentos, só preocupação. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 63



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  • Candy_Von Uckermann Postado em 18/03/2016 - 04:23:03

    Cooooontinua por favor ' ♥♥♥♥ Se possível faz uma maratona ^-^ ♡

  • Duplicata Vondy Postado em 11/03/2016 - 20:59:37

    gata comecei a ler sua fanfic e to amando, logo eu me atualizo pra lacrar nos comentários

  • Duplicata Vondy Postado em 11/03/2016 - 20:58:54

    Olá vc curti fanfic de The Vampires Diáries, eu quero trazer a série pro Fanfics Brasil, então to fazedno uma fanfic muito boa Delena, e o melhor é que ta começando agora, não tem muito cap pra ler, então se vc não curti repassa pra alguém que lê fanfic e assiste a série...Beijos, vou colocar o link acima okayyy http://fanfics.com.br/fanfic/52782/alguem-para-amar-delena-the-vampires-diaries

  • niih_vondy Postado em 16/12/2015 - 11:14:59

    Volta pra nós minha sonhadora,você faz falta,ou ao menos dê notícias,por favor! Espero que você esteja bem,e estarei te esperando aqui. Te adoro muito,volte logo <3

  • niih_vondy Postado em 16/12/2015 - 11:13:24

    Ei abor,onde você está,hum? Sinto saudades da sua fic,mas acima de tudo sinto saudades da sua interação com as leitoras.

  • LaPersefone Postado em 11/12/2015 - 15:59:20

    CADÊ VOCÊ COM O SEGUNDO LIVRO? FAZ ISSO COMIGO NÃO :(

  • LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:27:45

    A

  • LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:27:30

    U

  • LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:27:05

    N

  • LaPersefone Postado em 24/11/2015 - 13:26:49

    I


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