Fanfic: Jardim de Rosas | Tema: Original, Gay, Romance, Rosas

Alto, magro, pálido, gentil, bonito, olhos azuis, e longos cabelos loiros. Grão-Duque Anthony Michaelis III!

- Por que tão surpreso Akira? - Tomava chá com uma elegância de berço.

- Não entendo o porquê de estar contra o rei e a meu favor...

- Por que o rei sempre foi um sádico e você é a vitima. – Levou um bolinho a minha boca.

Já aceitava com mais calma os gestos de carinho dele, não fazia muitas horas que eu estava sobre os cuidados dele. Ele era muito delicado e fazia de tudo para não me ofender com o que eu sofri, mas mesmo assim o sofrimento continuava toda a vez que eu me lembrava de que mesmo que meu corpo estivesse sendo curado por ele ainda era um brinquedo.

- Por favor, fique deitado e deixe-me cuidar de você. – Se sentou do meu lado com os curativos.

- Eu sei que você quer cuidar de mim e te agradeço por isso, mas não há motivo do por que de fazer isso. – Não conseguia olha-lo diretamente.

- Não. – Deitou do meu lado. – Eu já tenho 32 anos nesse mundo, mas nunca irei entender o que você passou em apenas 15. Só que eu não vou permitir que o que passou roube sua vida, pois no final de tudo você é apenas um garoto.

Como poderia já ter tanta idade? Senti-me olhando ele que estavam deitados com uma camisa fina de seda branca e uma calça preta, os cabelos cobriam o corpo todo e os azuis deixavam cada vez mais sua aparecia incomum pra mim.

- Por que esta me olhando assim?

- Você não pode ter 32 anos...

- Por quê?

- É jovem e boni... – Travei escondendo-me nos cobertores de vergonha. “Como poderia dizer isso a ele!”

- Isso é lisonjeiro vindo de você. – Sorria como criança e empolgou-se me abraçando e colocando-se em pé comigo em meus braços. – Mas eu tenho 32 anos a caminho de 33 em uns alguns meses.

Aquilo pra mim era uma forma de mal. Sabia que o que ele estava fazendo eram carinho e alegria, mas os outros já o fizeram comigo para me amarrar no telhado e fazer comigo o que bem entendessem. “Eu sei que você vai adorar o que tenho pra esse corpinho frágil e essa pele de seda!”, “Não precisa chorar, eu sei que gosta do que eu faço com você!”.

- Não! Eu odeio! – Doeu muito quando eu caí sentado no chão. – Fica longe de mim! Eu não quero sexo!

- O que esta havendo?

- Saia de perto de mim... Eu não sou seu brinquedo... – A mão envolta do meu corpo. – Saia de cima de mim! – Os cabelos longos e loiros... – Anthony.

Eu estava apenas delirando de medo, aquele era apenas o Anthony. Olhava-me assustado, mas mesmo assim não deixou de me dar carinho. Anthony não poderia existir, era completamente diferente mesmo sendo de tão alta patente na hierarquia inglesa.

Estava enlouquecendo pelo meu trauma. Anthony estava tentando me fazer esquecer os horrores que eu já havia passado, mas a cada toque da mão de um homem fazia com eu me lembrasse de tudo. Os fios do cabelo loiro sempre me faziam lembrar de que aquele era o meu salvador e o homem ao qual devia minha liberdade. Minha cabeça estava piorando a cada momento.

- Desculpe por ter que abraçado. – Devolveu-me para a cama com cuidado. – Eu não quis te assustar eu juro.

- Tudo bem. – Devia minha liberdade a aqueles olhos azuis, mas algumas coisas não estavam muito claras. – Se você não sabia que eu estava sendo estuprado lá, como você foi armado com uma espada tão grande?

-... – Ficava travado e sua voz era de esconder algo.

- Você esta mentindo pra mim? – As lagrimas continuavam. – Meu sangue esta naquele quarto. Fui violentado a minha infância toda...

- Eu juro que não sabia. – Colocou-se aos meus pés. – Eu apenas soube o que havia lá quando voltei de uma viajem a Áustria há duas semanas. Cheguei atordoado e por causa da chuva fiquei em um castelo a uns quilômetros daqui e ouvi uma conversa entre o conde e a condessa.

- Sobre casa de sexo...

- Sim. – Deitou a cabeça no meu peito. – Falavam sobre uma forma de sexo mais intenso e que adoravam ver. – Enjugou minhas lagrimas. – E me convidaram para ir ver, mas como eu não sabia o que era mostraram-me fotos.

- De mim sendo...

Antes que eu pudesse continuar ele me abraçou com um carinho que eu nunca havia sentido em toda a minha existência. Secou por completo minhas lagrimas e deu um leve beijo na testa.

- Eu fui atrás de você o mais rápido que eu pude. – colocou o lençol sobre mim. – Perdoe-me por ter demorado tanto.

Aquilo foi se tornando cada vez mais aconchegante e adorável estar naquele lugar seguro. O sono foi me tomando e as palavras já não saiam e os braços eram como um casulo para o meu corpo que já não doía mais. Anthony era muito mais do que um mero Grão-Duque.