Fanfic: Herança de Amor: Quando o Fim Pode Ser o Começo | Tema: Vondy (Evangelica)
OFICINA MECANICA - 200 METRO.
Com um suspiro, Dulce voltou para o carro para pegar sua bolsa. Em seguida se encaminhou para lá. Durante o caminho, conferiu se seu spray de pimenta continuava guardado, pois não saía mais de casa sem ele. E em uma estrada deserta era melhor se prevenir. Infelizmente, duzentos metros de subida não foram muito animadores, mas era melhor do que ficar encalhada na estrada. Aproveitou para apreciar a paissagem.
Dulce ficou meditando se aquilo não era um sinal. Se não era melhor retornar e evitar aquele encontro fatídico. No entanto, se fosse embora naquele momento, se fugisse, jamais teria as respostas para as perguntas que nem ela compreendia.
Enfim, Dulce chegou ao abençoado estabelecimento. Os portões ainda estavam abertos e ela quase beijou o solo de tão grata que ficou. Era uma oficina velha, com muros altos e um portão de ferro azul visivelmente desgastado pelas intempéries. Porém, a primeira vista, não havia ninguém ali na frente para atendê-la. Com cara de nojo, ela constatou que o ambiente necessitava urgentemente de ser lavado com uma mangueira de pressão.
Ainda pensava nisso quando ouviu um barulho, vozes de televisão, e concluiu que os funcionários deveriam estar assistindo. Afinal, era uma tarde de domingo. Dulce imaginou a cara deles quando a vissem entrar ali: uma turista bonita, desamparada e sozinha. Ela era confiante sobre a sua própria aparência. Enquanto todas as suas amigas passaram a adolescência diante do espelho numa angústia mortal encarando seu reflexo, Dulce sempre esteve satisfeita consigo mesma. Forçando os ombros para trás, passou pelo espaço entre dois carros e foi seguindo aquele burburinho. Porém, antes que alguém a avistasse, foi surpreendida com o pulo de um cachorro. Ficou atônita. Um labrador de cor caramelo carimbou seus dois ombros com as patas e em seguida deu-lhe lambidas de Boas-vindas. Tudo aconteceu tão depressa que seu coração disparou com o susto. Mas ao ver o quanto era inofensivo, ergueu as mãos e afagou-lhe as orelhas. Sempre fora apaixonada por animais. Depois de tê-lo acalmado, Dulce viu o animal se abaixar e seguir para trás de um balcão. Imaginou que seu dono estivesse por ali. Deu uma breve espanada no ombro e seguiu para lá. Ao colocar a sua bolsa no balcão, avistou um homem sozinho e concentrado em uma partida de futebol. Reparou que ele tinha cabelos lisos e compridos mais ou menos na altura dos ombros. O mesmo estava de costas e, numa reação instintiva à chegada do cachorro, começou a acariciá-lo com os dedos dos pés descalços.
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Autor(a): rayssa.savinon
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Dulce pigarreou uma vez, porém, não obteve sucesso, pois o homem continuou a ignorá-la. Ele agarrava o controle remoto como se sua vida dependesse daquilo. Ela abriu a boca para falar, mas o grito estrangulado que ele deu a surpreendeu, estalando pelo ar como um chicote. O homem esbravejava para tela, como se o jogador estivesse lhe ouvindo. ...
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