Fanfic: Herança de Amor: Quando o Fim Pode Ser o Começo | Tema: Vondy (Evangelica)
Dulce pigarreou uma vez, porém, não obteve sucesso, pois o homem continuou a ignorá-la. Ele agarrava o controle remoto como se sua vida dependesse daquilo. Ela abriu a boca para falar, mas o grito estrangulado que ele deu a surpreendeu, estalando pelo ar como um chicote. O homem esbravejava para tela, como se o jogador estivesse lhe ouvindo. Dulce suspirou, já vira aquela cena muitas vezes com seus amigos: rapazes cegos e surdos para qualquer coisa que não fosse a partida.
Irritada por estar sendo ignorada, Dulce a deu um grito do balcão. Diante dos seus olhos incrédulos, o homem limitou-se a erguer um dedo indicando que a mesma esperasse. Sua reação foi um misto de risada com suspiro, aquilo só podia ser brincadeira. Injuriada, ela rangeu os dentes e catou sua bolsa no balcão. Porém, antes de sair, ainda disse:
– Devia pôr o cachorro pra trabalhar. Pelo menos, ele recebe os clientes na entrada. E por sinal, com muito mais educação
O homem virou o rosto para ela. Em seguida, ainda praguejando,
colocou-se de pé. Olhando-a de frente com as pernas afastadas, como
se estivesse posicionando-se para um combate. O sol do final da tarde penetrava pela claraboia e se espalhava iluminando seu rosto, acentuando um maxilar duro e um par de olhos cor de âmbar. Seu cabelo era escuro e brilhante, com fios escorridos e sem penteado definido. As pontas eram claras pelo sol. Suas sobrancelhas eram grossas e seus cílios eram negros, longos e espessos. Havia uma harmonia indescritível nos seus traços. Percebeu também umas discreta covinhas. Como se Deus o tivesse selado com um toque de perfeição. Ele apoiou as duas mãos nos quadris. Usava um jeans que tinha partes iguais de manchas e buracos. Sua blusa tinha um tom de verde-musgo, salpicada por rajadas de tinta e outra coisa que parecia ser óleo. Obviamente, fazia uns três dias que ele decidira não fazer a barba, e parecia que tinha menos de tinta anos.
Nunca em sua vida Dulce havia se sentido atraída por um sujeito tão rude e com uma aparência tão desleixada. Até àquela hora. Porém, ela se recusou a se entregar à fantasia ridiculamente clichê, apenas pelo fato de estar frente a frente com um homem tão esguio, alto e viril, que segurava o controle da tevê com uma mão obviamente comprida, emendada em um pulso visivelmente forte, abençoada com uns dedos largos, talvez ligeiramente áspera.
– Planeja ficar aí muito tempo ou vai me dizer o que veio fazer?
Pega de surpresa, Dulce voltou os olhos para televisão. Não esperava por uma pergunta num tom tão rude. Diga alguma coisa, ela gritou em pensamento, tentando ardentemente se lembrar do que veio fazer.
– Planeja ficar aí muito tempo ou vai me dizer o que veio fazer?
Pega de surpresa, Dulce voltou os olhos para televisão. Não esperava por uma pergunta num tom tão rude. Diga alguma coisa, ela gritou em pensamento, tentando ardentemente se lembrar do que veio fazer.
Dul - Meu... er... meu carro pifou a alguns metros daqui. Não sei o queaconteceu. Queria saber se você podia...
XXX - Não funcionamos no domingo. Ele a interrompeu. Com uma cara atordoada, Dulce piscou.
Dul - Mas... eu ... o portão...
XXX - Deixei aberto porque estava calor, só vim aqui para ver essa bosta de jogo. Um homem tem direito a ver o jogo sozinho, não é?
Dulce apertou os lábios com força, subitamente enervada com
aquele tom. Quem, diabos, aquele caipira achava que era para ignorar
um cliente naquela oficina no meio do nada? Muito menos se dirigindo. à ela com aquele palavreado esdrúxulo? Mentalmente, ela revolveu examinar suas opções:
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Autor(a): rayssa.savinon
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