Fanfic: A Arte do Coração ♡ AyA | Tema: Ponny

Correu até a mulher, que já havia voltado a andar e sentava no banco, com certeza para aguardar o próximo ônibus. Anahí sentou ao lado dela. Deu uma rápida olhada no pé dela, estava inchado, parecia uma bola, imaginou a dor que poderia estar sentindo.

- Obrigada. – falou sem olhar para Helena.

- Não fiz por você, e sim por Alfonso. Sei que meu filho sofreria se algo acontecesse contigo. – Helena foi sincera, também não olhava para Anahí. A loira assentiu.

- De qualquer forma, muito obrigada. – virou um pouco o corpo e fitou a mulher.

Helena virou-se também e olhou bem nos olhos de Anahí. Sentiu algo estranho, como se ela já tivesse visto aqueles olhos. Aquela mulher que o filho tanto ama tinha um olhar triste, seus olhos eram tão lindos, mas escondiam uma tristeza imensa. Então lembrou-se que ela era filha de Valéria, por um lado sentia pena, por outro muita raiva. Filha da mulher que ela mais odiou na vida, era um pedaço daquele ser humano repugnante e mesquinho que um dia foi sua amiga.

- Eu não quis que Alfonso viesse e olha só... – ergueu as mãos soltando um riso pelo nariz – Parece que era eu que estava predestinada a te salvar. – e então as duas ficaram caladas por um tempo, Anahí estava meio receosa de falar algo.

- Você quer ir a algum hospital, não sei... Deve estar doendo e... – Anahí falou depois de um tempo, ao perceber algumas expressões de dor no rosto de Helena.

- Não se preocupe, estou bem. Já fui medicada, a dor logo passará - Anahí assentiu, queria chorar, abraçar aquela mulher, mas não podia. Alfonso e os irmãos tinham sorte de tê-la como mãe - Você viu quem tentou te atropelar?

- Valéria... – falou em um sussurro, olhando para a rua. Um nó se formou em sua garganta, Anahí segurou com força no banco, com uma mão em cada lado do corpo.

- Sua mãe? - perguntou abismada - Mas como? Ela... Como ela tem coragem de fazer isso com a própria filha?

- Talvez se ela tivesse uma a gente saberia... – a loira olhava para um ponto fixo n a rua e tentava segurar as lágrimas, mas elas caiam, volta e meia ela as secava. 

- Como? – Helena estava chocada, precisava entender o que Anahí estava dizendo.

- Valéria não é minha mãe Helena. - confessou sem receio e Helena franziu a testa - Minha mãe morreu pouco depois que nasci, fui privada te ter uma mãe que me amasse, que estivesse do meu lado. – a voz de Anahí ficou embargada. Sentia uma necessidade enorme de desabafar com alguém, de contar que aquela mulher de cabelos loiros falsificados e olhos num tom oliva nunca foi sua mãe - E o destino me presenteou com uma bruxa...

- Eu sinto muito... – falou com um pouco de dificuldade. Tocou no ombro de Anahí, a loira virou-se e sorriu fraco.

- Não sinta, ninguém nunca sentiu nada sincero por mim, não faz diferença. – falou enxugando novamente as lágrimas, tentando demonstrar que era forte.

- Não diga isso menina! – a repreendeu e se aproximou dela, tocou em suas costas e afagou.

- Eu queria do ter conhecido ela.  Conviver, ter uma mãe do meu lado. – agora Anahí já não controlava as lágrimas, deixava que elas saíssem, não se importando onde estava, se alguém visse. Queria que tudo fosse para o espaço, não sabia o porque mas sabia que podia confiar naquela mulher - Mas eu sempre tive uma madrasta, muito pior do que aquelas dos contos de fadas. – Helena a puxou para um abraço, Anahí não retribuiu. Helena estava com o coração partido, seu instinto maternal gritava por proteção aquela mulher, que agora não passava de uma menina indefesa soluçando de chorar em seus braços - Pelo menos sei que ela se chama Anna... – Anahí sai daquela zona de confronto que estava nos braços de Helena - Anna Vasquez. – sorriu de leve.

Helena arregalou os olhos e quase teve uma sincope. Então olhou novamente para Anahí, minunciosamente e lembrou-se da amiga, parecia vê-la ali a sua frente, com cabelos mais longos e mais claros. Era ela, por isso que conhecia aqueles olhos. O ônibus estacionou, Helena levantou-se. Poderia ficar mais tempo ali, mas queria ir para casa descansar, comprar os remédios e repousar.

- Eu preciso ir.

- Eu te levo! – Anahí levantou também.

- Não é necessário Anahí! – Helena falou impaciente, precisava ir antes que o ônibus saísse. Não teria dinheiro o suficiente para pagar um táxi até em casa.

- Então me deixe pagar o taxi, não permitirei que vá nesse estado de ônibus. – Anahí pediu, tocando no braço de Helena, acariciando, sorrindo ternamente. 

Helena vai mudar a percepção sobre Anahí depois de descobrir que ela é filha da amiga de infancia? hmmm Besos de fuego <3