Fanfic: A Arte do Coração ♡ AyA | Tema: Ponny

Abraçada ao travesseiro, Anahí sorriu ao lembrar-se do primeiro dia que o viu na sala de aula, há dois anos atrás, enquanto estavam iniciando o terceiro semestre. O amava, mas não poderiam ficar juntos. Ele merecia alguém melhor, e não uma garota ignorante, petulante e insuportável como ela. Além de não se achar merecedora do amor daquele homem maravilhoso, tinha a diferença enorme de classes sociais. Ele nunca a aceitaria. Enxugou a lágrima que escorreu pela face, não choraria mais. Precisava continuar sendo forte e voltar a adotar aquela postura fria e arrogante de antes, mas com ele no seu caminho era difícil. Toda vez que o via sentia como se suas pernas fossem duas gelatinas. E quando ele a abraçava e sussurrava coisas em seu ouvido, desejava morrer.

Levantou-se num impulso ao lembrar de que tinha combinado de se encontrarem na biblioteca da faculdade para iniciar o trabalho que a professora deginecologia e obstetrícia havia solicitado a turma que fizessem em duplas. Anahí havia decidido fazê-lo sozinha, mas Hilda, a professora não permitiu. Era obrigatório que fossem em duplas. Sabendo da personalidade difícil e forte de Anahí, ela quem escolheu a dupla devido aos comentários que corriam pelos corredores da faculdade. Todos ali sabiam que a única pessoa que conseguia se aproximar de Anahí era Alfonso. Por mais que ele recebesse insultos, pancadas persistia em ficar perto da loira. Antes de sair foi barrada pela mãe, que coo sempre a insultou. Era assim todos os dias quando as duas se cruzavam, o que resultava em Anahí sair de casa furiosa.

- Minha vida está em um constante alerta sísmico! – disparou Anahí irritada, jogando a bolsa sobre a mesa assim que chegou a biblioteca.

- Como? – Alfonso questionou confuso.

- Como se fosse um terremoto! – rolou os olhos fazendo uma careta.

Sentou-se e soltou o ar pela boca. Apoiou a cabeça sobre as mãos e esfregou o rosto com as mesmas. Ele havia ganhado um pouco de confiança e por algumas vezes sentia-se a vontade com o moreno e comentava algo, sem dar muitos detalhes. Alfonso a olhou intrigado, aguardando que ela falasse mais sobre o assunto. Desde aquele dia em que ela chegara revoltada, chutando a porta e arremessando o celular, de uma coisa ele tinha certeza: Anahí tinha algum problema e ele iria ajuda-lo.

- Ficou louco? – Eddy questionou apavorado – Fica longe dessa garota, ela é encrenca na certa...

- Porque?

- Alfonso, ela não deixa que ninguém chegue perto dela, é estupida, metida, fresca, arrogante, chata, autoritária, prepotente, aud...

- Linda, maravilhosa, perfeita... – o interrompeu com um sorriso bobo nos lábios.

- Não se engane com aquela carinha de anjo... Ela é uma espécie de lobo e pele de cordeiro!

Por mais que o alertassem, ele não desistiria dela, nunca, jamais. Desde que seu olhar se cruzou com o dela, soube que Anahí era a mulher de sua vida, aquela que o deixaria de quatro por ela, literalmente. E era assim que ele se sentia. Por ela era capaz de tudo e ele sabia que Anahí era uma pessoa incrível e com um coração enorme. Por trás daquela mascara e personagem que ela fingia ser, havia uma pessoa maravilhosa, encantadora. E ele já havia presenciado várias vezes isso.

- Tudo bem se quiser adiar o trabalho...

- Não, já adiamos demais. Vamos logo acabar com isso! – disse abrindo o caderno.

- Any? – ela ergueu o olhar e o encarou, olhos nos olhos – Sabe que pode contar comigo... – tentou para descobrir algo. Anahí suspirou.

- Poncho, por favor... Se não quiser que eu seja estupida e arrogante contigo, não me questione sobre minha vida pessoal e o inferno da minha casa! – disparou irritada.

- Eu só quero ajudar e...

- Me ajudará muito se ficar calado e na sua!

- Uma dica novato... Não se mete na minha vida, fica longe de mim e na sua! – lembrou as palavras dela do primeiro dia em que se viram, a imitando.

- Fica a dica! – piscou a ele com um sorriso no canto dos lábios.

Alfonso gargalhou alto e logo Anahí o acompanhou.

- Silêncio! – Albertina repreendeu, com o dedo indicador sobre os lábios.

- Desculpa Tina! – Anahí pediu com um biquinho.

Alfonso a olhou encantado. Ali ao seu lado agora estava aquela menina doce que ele tanto ama, que o deixa louco com essa mudança repentina de humor. Anahí é seu encaixe perfeito, sua metade da laranja, totalmente o seu oposto. Ela é rica e ele pobre, uma diferença enorme de classes sociais. Sentia-se mal com isso, queria ter um pouco mais de dinheiro para poder ser bem visto. Em breve isso mudaria, quando ele se formasse. Ai a teria para ele, custe o que custasse.