Fanfic: Boss - Vondy | Tema: Adaptação

Minha respiração formavauma fumaça cada vez que saía dos meus lábios. Até o meu casaco grosso não poderia me proteger do inverno de Chicago. A neve rangia sob minhas botas enquanto eu seguia minha mãe ao longo da calçada em direção ao prédio de tijolos, que abrigava a loja de casamentos mais luxuosa do Centro-Oeste. Roberto seguia de perto logo atrás, era a minha sombra constante. Outro dos soldados do meu fazia a escolta, atrás de minhas irmãs.

As portas giratórias nos levaram ao interior iluminado da loja, e a proprietária e seus dois assistentes imediatamente no cumprimentaram.

- Feliz aniversário, Srta. Saviñon! - disse ela em sua voz melodiosa

Forcei um sorriso. O meu aniversário de dezoito anos era para ser um dia de comemoração. Em vez disso, só queria dizer que eu estava mais um passo mais perto de me casar com Christopher. Eu não o tinha visto desde aquela noite em que ele cortou o dedo de Alessandro. Ele me envioujoias caras nos meus aniversários, natais, dia dos namorados e nos aniversários do nosso noivado; esse foi o máximo de contato que tivemos nos últimos 30 meses. Eu tinha visto fotos dele com outras mulheres na internet, mas a partir de hoje, quando o nosso noivado seria vazado para  a imprensa, pelo menos em público ele não iria exibir mais suas prostitu/tas.

Eu não me iludia  pensando que ele não iria mais dormir com elas. E eu não me importava. Já que ele tinha outras mulheres para se aliviar, eu esperava que ele não pensasse em mim dessa forma.

- Apenas 6 meses até seu casamento, se eu estou bem imformada? - a dona da loja perguntou

Ela era a única pessoa que parecia animada. Nenhuma surpresa, afinal ela iria fazer um monte de dinheiro hoje. O casamento que marcaria a união final da Máfia de Chicago e de Nova York deveria ser um momento esplêndido. O dinheiro era irrelevante.

Inclinei a cabeça. 166 dias até que eu tivesse que trocar uma gaiola dourada por outra. Maite me deu um olhar que deixou claro o que ela pensava sobre o assunto, mas manteve a boca fechada. Aos dezesseis anos e meio, May tinha finalmente aprendido a controlar suas explosões, quase sempre.

A dona da loja nos levou para o provador. Roberto e o outro homem ficaram do lado de fora das cortinas fechadas. Laura e May se sentaram no caro sofá branco enquanto mamãe começou a olhar os vestidos de noiva em exposição. Eu estava no meio da sala. A visão de todos os tules  brancos, sedas, brocados e o que representavam fez um nó na minha garganta. Eu seria uma mulher casada em breve. Citações sobre o amor decoravam as paredes da sala; parecia uma provocação considerando a dura realidade que era a minha vida. O que era o amor, só um sonho bobo?

Eu podia sentir os olhos da proprietária da loja e seus assistentes em mim, e endireitei os ombros antes de me juntar a minha mãe. Ninguém poderia saber que eu não era uma noiva feliz, mas um peão em um jogo de poder. Finalmente a dona da loja se aproximou de nós e nos mostrou seus vestidos mais caros.