Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy
Oi Mores ><
Voltei *-*
Amélia Venere
Você é maluca Você é malina Você é malandra Só não é massa e
você magoa e você massacra e você machuca
Você mata!
Tudo estava devidamente planejado. O buffet contratado era um dos melhores e tinha preparado pratos e sobremesas especiais, embora eu duvidasse que alguém chegasse a experimentá-los. Só os petiscos e bebidas, esses sim seriam apreciados. Mas o jantar... Esse nunca se consolidaria. Pelo menos não completamente.
Eu me sentia exultante. Era tão inteligente que me surpreendia até onde minha mente era capaz de ir. Tive menos de uma semana para preparar tudo e não via falhas. Era o que dava ser superior à maioria. Enquanto alguém menos provido de neurônios partiria para algo básico, eu fiz todo um teatro. Mesmo que alguém desconfiasse, como provar? Seria impossível. Sem assassinato, não teria culpado. Ponto.
A internet hoje em dia era uma mão na roda. A pessoa podia pesquisar e encontrar uma receita de um torta do tempo da vovó, uma música que não escutava há muito tempo ou até mesmo uma maneira de matar outra pessoa sem deixar vestígios. Impressionante. Eram tantas opções que dava até para escolher. Eu uni duas e disso não havia jeito de escapar.
Não estava tão calma quanto quis aparentar. Tive uma trabalheira danada e ainda teria. Tive que avisar a portaria do prédio para liberar a entrada de três carros: O primeiro do mestre cuca do buffet, que chegaria mais cedo. O segundo com o resto do pessoal do buffet. O terceiro da moça contratada para a limpeza. Já estava tudo acertado. É claro que, daqueles três, só o segundo era autêntico. O primeiro era do homem que precisei contratar. E que já estava devidamente escondido dentro do meu apartamento. E o terceiro ainda seria usado. Essa parte estava toda certa.
Arrumei-me com esmero. Fui fria o tempo todo. Só vacilei quando saí da minha suíte toda elegante e encontrei Antônio se servindo de uísque na sala. Ele me olhou de maneira penetrante, séria, fria. Parecia dizer que sabia que eu aprontava algo e que estava preparado. Vacilei um pouco. Senti o coração disparar e as mãos suarem. Mas, me forcei a ficar mais calma.
Christopher podia estar desconfiando. Isso era normal, afinal eu concordara com tudo muito rápido e exigira aquele jantar. Sabia que por ele não haveria nada. Mas, queria se livrar tão desesperadamente de mim sem pôr a guarda do filho em risco, que preferia pagar para ver. E foi com isso que contei.
No entanto, ele nunca imaginaria tudo. Nunca. Era demais para a mente de qualquer pessoa. Eu o pegaria aí e pelo fato de conhecer bem os seus hábitos. Afinal, nove anos não eram brincadeira. E de um jeito ou de outro ele cairia em minha armadilha.
— Boa noite. – Sorri e terminei de entrar na sala.
Não me respondeu. Continuou a me encarar, tomando um gole do uísque. Fitei seus olhos azuis e fui envolvida por um certo desespero ao me dar conta de que não os veria mais abertos. Tive vontade de gritar furiosa que a culpa era dele, de me justificar. Mas continuei calada, consumida pelo ódio, pela dor que ele me obrigava a sentir. Desgraçado! Tudo podia ser tão fácil!
Admirei-o em silêncio. Seria um desperdício. Se eu pudesse escolher, não faria nada daquilo. Iria para a cama com ele, até poderia suplicar se quisesse. Desde que ficasse comigo e esquecesse aquela ideia absurda de divórcio. Mas, não! Foi se meter de novo com a putinha*, foi me olhar daquele jeito cada vez mais frio, com desprezo. Então ia ver. Ia saber do que eu era capaz. Para ficar sozinha, eu ficaria à minha maneira, de acordo com os meus termos.
A campainha tocou e não esperei a empregada surgir. Eu mesma fui abrir, sob o olhar desconfiado dele. Eu queria ser uma boa anfitriã e também espalhar mais um pouco daquela notícia sutil que usei para convidar minha família e a dele: de que Christopher estava meio esquisito e um pouco triste. Isso me serviria mais tarde.
Como eu esperava, eram meus pais e Lavínia, com um namorado. Mais um desconhecido. Franzi os lábios com desagrado ao ver que o homem branco e baixinho usava jeans e tênis para um jantar formal. E a doida da Lavínia tinha pintado o cabelo de um ruivo berrante e usava short com sapato alto. Só matando! Lamentei não ter me livrado dela há muito tempo. Desde que tinha se divorciado de Jaime, só se metia em confusão e gastava o dinheiro da família. Se não fosse eu para pensar em nossos bens, estariam todos ferrados.
Escondi meu desprezo e minha irritação atrás de um sorriso.
— Mãe, pai, Lavínia... – Ofereci o rosto para um beijos, deixando-os entrar no hall. Sorri educadamente para o baixinho, enquanto minha irmã apresentava-o animadamente:
— Esse é meu namorado André David. E minha poderosa irmã Amélia! – Piscou o olho com lente de contato verde para mim.
— Como vai? – Não fiz questão de apertar sua mão. Calculei que fosse algum tipinho vulgar, como os últimos que ela tinha arrumado. Um era técnico em eletricidade, o outro garçom e o terceiro desempregado. Aquele ali devia ser outro vagabundo.
— Tudo bem, filha? – Indagou minha mãe, ansiosa. — Estou sem saber o que esperar desse jantar. Alguma coisa entre você e Christopher?
— Mãe, ele não está bem. Mas depois a gente conversa.
— Não está bem como? – Indagou meu pai preocupado.
— Ah, pai... – Suspirei. — Anda fechado, triste, muda de opinião a toda hora. Não diga nada. Só observe. Vai me entender.
— Pode deixar.
Eu os levei para dentro. É claro que Christopher se aproximou e os cumprimentou, educado com todos. E nisso a campainha tocou de novo. Era Eduardo com Karine. Escondi meu desagrado, pois odiava aquela peste do irmão dele, que entrou com aquele sorriso odioso, sendo bem irônico:
— Você abrindo a porte, Amélia? Esse jantar deve ser mesmo muito importante! Aliás, parabéns.
— Parabéns pelo quê? – Indaguei fria.
— Você mais uma vez criando moda. Jantar de separação! Quem já pensou numa coisa dessas?
— Fique quieto, Edu. – Karine balançou a cabeça, sem graça. Beijou minha face. — Não ligue para ele, querida.
— Mas, o que falei demais?
— Entrem, por favor.
Todos pareciam ter combinado de chegar ao mesmo tempo. Menos os pais de Antônio, que resolveram ficar em Angra. Recebi Poncho e Anhahi, Christian e Maite, com um sorriso polido, embora não achasse a presença deles ali necessária. Só a família. Mas como Christopher os chamou, resolvi acatar. Afinal, seriam mais testemunhas.
— Oi, Amélia, tudo bom? – Anahi era a mais simpática ali, embora eu soubesse que não éramos amigas. Estava linda como sempre, loira, escultural, seus olhos prateados brilhando. No fundo eu sempre a tinha invejado um pouco.
— Claro, querida. – Sorri e troquei beijinhos, virando-me para a morena sensual que me fitava atentamente. Nunca tínhamos nos bicado e trocávamos poucas palavras. Nunca gostei do modo como me olhava, como se me visse por dentro. — Maite, que prazer tê-la aqui!
— Amélia. – Acenou com a cabeça.
Cumprimentei Christian e Poncho, dando um suspiro meio exagerado, dizendo a eles como se estivesse um tanto triste:
— Sei que não é um jantar de alegria, mas fico feliz que tenham vindo. Christopher vai precisar da força de vocês.
— Da nossa força? – Maite franziu o cenho. — Mas, por quê?
— Uma separação é sempre difícil. – Dei de ombros. — Ainda mais que o pai está sendo contra ele e nem vem ao jantar. Sabem como Christopher é ligado ao pai.
— Eles vão acabar se entendendo. – Disse Poncho, passando o braço em volta da cintura da esposa, fitando-me.
Todos eles me olhavam e fiquei irritada ao perceber que não pareceram muito impressionados com a possível tristeza de Christopher. Fiquei furiosa imaginando se meu marido já não teria ido comemorar a separação com eles. Mas mesmo assim insisti, de maneira quase triste:
— De qualquer forma, é sempre difícil. Mas entrem, por favor. Fiquem à vontade.
— Obrigado, Amélia. – Christian agradeceu.
Eu os segui, possessa, mas escondendo bem o jogo. Aqueles quatro iam sair dali chorando naquela noite. Só eu daria risada, principalmente por ser a mais esperta de todos. E então me livraria deles para sempre. Sem Christopher ali, não precisaria suportá-los.
O jantar estava completo, todos na sala sendo servidos por garçons do buffet com bebidas e petiscos. Mantive minha atenção ligada a Christopher, como se tivesse um radar para ele, embora não o olhasse diretamente. Também percebi que estava atento a mim e que seus amigos pareciam igualmente desconfiados. Fiquei incomodada com Maite, que não disfarçava. A cada vez que a fitava, ela estava me encarando friamente.
Puta* desgraçada! Ia ficar na minha cola? Que ficasse! Não me impediria de nada. Depois ia ver o quanto foi burra em me subestimar. Talvez não acreditasse em todo teatro, mas, isso era problema dela. Não poderia provar nada nem me atingir. Nem parente ela era. Aquela puta* com chicote! Ridícula!
Ignorei-os ao máximo. Fui a anfitriã perfeita, mas sem chegar muito perto de ninguém, mantendo sempre um ar de fragilidade e certa tristeza. Christopher também estava tenso, mais sério que o habitual. Assim, o clima era pesado, estranho, aumentando a sensação que eu queria. Minha mãe já passava o lencinho na boca, demonstrando sua curiosidade e nervosismo. Meu pai ficava olhando em volta de cenho franzido. Eduardo sorria e conversava, mas sacava o clima no ar. Os únicos ignorantes eram Lavínia e o tal de André, que sorriam e conversavam animadamente no sofá. Hora ou outra se ouvia a gargalhada dela, que pareciam encantar o baixinho.
Passei a mão no bolso da calça elegante, conferindo as chaves do carro e o celular ali. E circulei entre eles, percebendo que a tensão só crescia com o decorrer do tempo. Tive vontade de dar uma grande gargalhada, nervosa. Mas me contive. Continuei como uma mártir prestes a ir para o sacrifício.
Por volta das oito e meia, anunciei o jantar. Todos foram para a imensa mesa e se acomodaram. Os garçons trouxeram os pratos e os espalharam sobre o tampo de madeira coberto com toalha de linho e enfeitado com jarros cheios de lírios. A conversa era quase nula. Christopher estava na minha frente em uma cabeceira, muito sério, muito calado. Pela primeira vez na noite eu o fitei diretamente.
Meu peito doeu. Eu o observei em sua plenitude, como uma despedida. Gravei cada parte dele na mente e lamentei verdadeiramente. “Eu não queria assim”, disse a mim mesma. Eu o queria sob meu julgo, aos meus pés, me adorando. Tolo! Idiota! Egocêntrico filho de uma puta*! Sempre lutando contra mim, sempre me mantendo afastada dele, como se eu fosse doente e pudesse contaminá-lo. Agora ele ia ver. Estaria nas minhas mãos, como sempre quis. E por minhas mãos morreria.
Sem querer, pensar em sua morte trouxe lágrimas aos meus olhos. Soube que era o momento, pois estava de verdade tomada pela emoção. E o silêncio foi sepulcral quando falei com voz embargada:
— Um minutinho da atenção de vocês. Tenho um comunicado a fazer.
Autor(a): Ally✿
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Todos me olhavam. Mas, eu sentia o de Christopher parecendo penetrar em minha pele, chegando a doer dentro de mim. Lamentei o que me obrigava a fazer. Mas não recuei. Meus olhos estavam marejados, quando os passei em volta pelos rostos conhecidos, dizendo com tristeza evidente: — O motivo deste jantar é comunicar a vocês, parentes e amigos que semp ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 442
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taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11
ei cade vc vem finalizar a web..
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gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32
Finaliza a web!! GoxxxTo tanto
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taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53
ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .
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anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57
ally cade vocee
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cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32
Leitora nova! Por favor continua
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vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34
AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS
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millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10
Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(
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isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39
continua
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julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29
Continua
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millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44
Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final