Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy
Acariciei seu cabelo macio, murmurando com todo amor que eu tinha por ele, lágrimas escorrendo e pingando no avental que eu usava:
— Você vai ficar bom, Chris. Não demora, amor. Preciso logo de você perto de mim. Temos uma vida inteira pela frente, nossos filhos para criar. Quero ter mais um filho com você. Já pensou? Um irmão para Maju e Lipe? O elo entre eles? Vamos aproveitar muito a vida, querido. Vamos viajar, nos amar, sorrir, passear com as crianças. – Parei, tentando controlar o choro e o queixo que tremia. Encostei de novo meu rosto em sua mão, dizendo baixinho: — Volta logo pra mim.
Fiquei quinze minutos lá, murmurando palavras de amor, fazendo planos, acariciando-o e beijando-o. Passei por um misto de sentimentos, desde raiva por tê-lo ali tão imóvel e indefeso, até uma alegria e um alívio sem igual por não correr mais risco de vida.
Agradeci a Deus, rezei, chorei e ri. Jurei que ficaria perto dele e não quis sair dali, mas sabia que Eduardo também devia estar ansioso para ver o irmão.
— Daqui a pouco eu volto. – Prometi, beijando seu cabelo negro, fitando seu rosto tão amado, doida para ver de novo seus olhos azuis, mas pedindo a mim mesma paciência.
Saí relutante, mas um pouco mais forte. Karine estava lá e logo Eduardo chegou rápido, Tinha ido num shopping ali perto e trouxe sapatilhas confortáveis para mim e um casaco. Agradeci muito, devolvi o paletó dele, as sandálias de Karine e pus minhas coisas novas, ficando encolhida em minha cadeira. A moça era simpática e fez de tudo para me distrair, puxando assunto.
Eduardo voltou minutos depois com o rosto vermelho de tanto chorar, mas sorrindo e afirmando que seu irmão ia melhorar. Depois foi a vez de Karine ver o cunhado. Ficamos nos revezando e sempre que chegava perto de Chris eu beijava seu cabelo e sua mão, onde não tinha nenhum aparelho nem máscara de oxigênio que tomava quase todo seu rosto.
Eu voltava do CTI quando vi os pais de Chris lá, sendo consolados pelo filho caçula e pela nora. Tive muita pena deles, principalmente do pai, que parecia muito envelhecido e acabado em uma cadeira, com a cabeça baixa. A mãe chorava e falava. Ambos eram idosos e não mereciam passar por aquilo.
Parei no corredor, sem saber o que fazer. Eduardo me viu e me chamou:
— Dulce, vem aqui.
O casal me olhou. Aproximei-me devagar. A senhora, ainda chorando, veio me encontrar no meio do caminho e me abraçou forte, dizendo baixinho:
— Obrigada, querida. Edu nos contou tudo, como você foi rápida e providenciou logo a ambulância.
— Não precisa agradecer. – Abracei-a também, lágrimas escorrendo por meu rosto. — Eu amo o Chris. Faria qualquer coisa por ele.
Afastou-se o suficiente para me fitar nos olhos.
— Ele está mesmo bem?
— Sim. O médico disse que vai se recuperar.
— Louvado seja Deus! Vou ver meu filho. – Enxugou minhas lágrimas e depois as suas, dizendo mais confiante: — Vamos sorrir, pois ele está salvo. Agora vá se sentar e descansar um pouco.
E afastou-se rapidamente em direção ao CTI.
Fui até eles um pouco sem graça sob o olhar de Arnaldo Uckermann. Mesmo com a idade, o braço direito ainda com problemas e os cabelos todos brancos, ainda era um homem imponente e com olhar forte, escuro. Indicou uma cadeira a seu lado:
— Sente-se aqui. Por favor.
Eduardo e Karine se acomodaram nas cadeiras do outro lado. Sentei. O senhor não tirava os olhos de mim. Disse baixo:
— Obrigado.
— Não precisa agradecer.
— Preciso.
Olhei para minhas mãos no colo. Sua voz saiu firme, mas enrouquecida pela emoção:
— Nove anos atrás meu filho veio conversar comigo sobre você. Mas, eu nem deixei que falasse. Eu não me informei nada, só saí acusando, me deixando levar pela raiva e pelo egoísmo, por que não aceitava o fato de Christopher querer fazer algo que fosse contra o que tinha me prometido.
— Isso é passado. – Falei, virando o rosto para olhá-lo, percebendo como estava abatido, arrasado.
— Mas precisa ser dito. Atrapalhei a vida de vocês.
— O senhor teve um AVC.
— Sim, causado por minha ira, meu egoísmo. Nunca mais toquei no assunto com ele, mesmo vendo que não era feliz. Deixei que minha doença o mantivesse na linha. Não o impedi de casar, de ter filho com uma mulher que não amava, de ser apenas o que queríamos que ele fosse. Sempre foi um bom menino, um bom filho, responsável... – Parou de falar quando sua voz embargou. Apertou os lábios, seus olhos cheios de lágrimas. Contive meu choro também, vendo o quanto sofria, arrependido e preocupado pelo risco que passou em perdê-lo. Continuou: — Eu dizia a mim mesmo que era o melhor para ele. Mas não, era o melhor para mim. E mesmo sabendo disso tudo, quando me procurou pela última vez falando em separação, eu não o apoiei. Que pai faz isso com o próprio filho?
— Não se culpe tanto. – Murmurei.
— Eu sou culpado. E a mulher que tanto insisti para que se casasse, quase tirou a vida dele. Depois de tudo que Eduardo contou, não dá para ter dúvidas disso. O que me faz duplamente culpado.
Estava arrasado, cada ano de sua idade pesando em seus ombros, acabando com ele. Em um impulso, segurei suas mãos e se virou de imediato para mim.
— Então, aceite isso e enterre. Não perca mais tempo, Sr. Uckermann. Seu filho está vivo e o senhor também. Aproveite-o. Diga a ele tudo que não disse, o quanto é importante, o quanto o ama. Não se entregue à sua dor, mas a essa nova alegria que foi Chris ser salvo, por um milagre. Tinha um médico lá, que foi colocado por Deus para salvá-lo.
— E tinha você, que agiu logo e chamou a ambulância. – Ele completou. — E serei eternamente grato por isso.
— Eu faria tudo por ele. Tudo. – Falei com todo meu amor.
— Vejo isso, menina. Se arrependimento matasse...
— Mas não mata. Ensina. – Forcei um sorriso. — Já basta de dor. Chega.
Arnaldo apertou meus dedos com firmeza com sua mão esquerda e acenou com a cabeça.
— Vou acreditar em você. Quero meu filho feliz.
— Ele vai ser.
— Obrigado. – Disse baixinho.
Nora voltou e foi a vez do pai ir ver o filho mais velho. Como estava tão abalado, mancava mais e Eduardo o levou. A senhora tinha voltado chorando e fui buscar um café para ela, enquanto Karine a consolava.
Depois Eduardo voltou com Arnaldo, que tinha o rosto congestionado de chorar e estava furioso.
— Desgraçada! Temos que colocar essa bandida na cadeia!
— E o Lipe? – Nora levou a mão à boca, angustiada. — Ficou lá com ela? Arnaldo, temos que buscar nosso neto!
— Agora! Vamos agora! Quero ver aquela lá me impedir.
— Eu levo vocês. – Disse Eduardo.
Karine insistiu em ficar para me fazer companhia. Eu dizia para ir com o marido e os sogros, que precisariam dela. E nisso chegaram dois casais. Cumprimentaram todo mundo e queriam saber notícias de Chris. Foram carinhosos com Arnaldo e Nora, beijando-os e abraçando-os, tanto o rapaz alto e musculoso de barba negra, quanto o belo loiro de olhos doces, chamando Nora de tia, preocupados com ela.
As lindas moças que os acompanhavam também falaram com eles e vieram até mim. Tive um vislumbre que foram as mesmas que tinham falado comigo perto da ambulância.
— Oi, Dulce. Fico feliz que esteja mais calma agora. – A loira espetacular abraçou-me carinhosa. Eu retribuí, gostando dela de imediato. Sorriu. — Meu nome é Anahi, sou esposa de Poncho, que é amigo desde novinho do Christopher.
— Oi, Anahi.
— Graças a Deus ele está fora de risco! – Exclamou a morena chamativa e voluptuosa, que me estendeu a mão e me fitou com olhar direto. — Sou Maite. Já ouvimos Christopher falar de você. Todo apaixonado.
— Oi, Maite. – Sorri, um pouco vermelha.
Eduardo e Karine levaram Nora e Arnaldo para buscar Lipe, ainda mais depois que Anahi contou que tinha tentado tirar o menino de lá e Amélia não deixou.
Fui apresentada a Poncho e Christian e os dois foram muito simpáticos comigo, mas depois ficaram discutindo quem ia primeiro ver Chris. Maite declarou, tomando a dianteira:
— Tá resolvido, eu vou.
— Vai nada! – O marido a segurou. — Tem que ser um de nós, que somos os amigos mais antigos.
Enquanto eles se resolviam, Poncho saiu praticamente correndo na frente, como uma criança disputando corrida. Christian murmurou um palavrão. Anahi acabou sorrindo, seguida por Maite. E eu me senti relaxar mais, à vontade.
Conversamos e fizeram várias perguntas, desde tudo que o médico João Pedro Valente falou do estado de Chris até como tínhamos nos conhecido nove anos atrás, as duas achando uma graça ele ter largado o carro com a amiga para sentar ao meu lado naquele engarrafamento.
Poncho voltou tentando disfarçar a emoção, mas com os olhos vermelhos. Christian se levantou de imediato e disse:
— Babaca.
Mas, ao passar perto do amigo pareceu se comover e deu um tapa amistoso em seu ombro.
Conversamos mais e rapidamente eu já me sentia íntima deles. Agradeci a Deus por, além de tudo, Chris ter amigos como aqueles.
Liguei para casa e Suzilei disse que Maju já estava dormindo e que era para eu não me preocupar, que ficaria tomando conta dela. Morava com a gente e sábado de manhã ia para casa, só voltando na segunda-feira às nove horas. Eu agradeci, sabendo que de manhã teria que ir embora.
Christian também voltou emocionado e então foi a vez de Maite e depois de Anahi. Fui de novo ver Chris, falei com ele, beijei-o cheia de amor. Quando voltei à recepção, insistiram em me levar em casa, mas eu não conseguiria dormir longe dele. Quando viram que eu ficaria de qualquer jeito, conseguiram um leito para mim em um dos quartos vagos naquele andar. Era um hospital luxuoso e fiz questão de pagar, mas já tinham resolvido tudo.
Prometeram voltar no sábado de manhã, quando então eu teria que ir para casa ficar com Maju. Nos despedimos e eles se foram.
Eduardo me ligou e disse que Lipe estava com eles na casa dos pais. Amélia tentou convencer todos que Chris tentou se matar e foi rechaçada. Arnaldo disse muita coisa para ela e a ameaçou, caso se recusasse a deixar Lipe sair ou tentasse alguma maldade. E prometeu colocá-la na cadeia. Ainda emendou:
— Eu e meu pai já falamos com uns investigadores que conhecemos, que já tinha sido contratado por Chris para juntar provas contra Amélia, para mostrar como é uma mãe fria e negligente. Agora ele ficará na cola de Amélia, para ver se ela deixa algum furo e nos leva ao comparsa. Essa mulher vai pagar por tudo, Dulce.
— Espero que sim.
Não dormi naquela noite. Voltei ao quarto, pois não podia ficar direto no CTI. Sentava no sofá na penumbra, rezava por Chris, recordava cada momento com ele, sonhava com todos que viriam. A todo momento as lágrimas vinham quando o imaginava enforcado em uma corda. Mas logo me controlava e pensava de novo nas alegrias que ainda teríamos. E a cada oportunidade, eu voltava para perto dele.
Só voltava a respirar normalmente, a ser eu mesma, quando o olhava vivo e segurava sua mão.
Depois de tudo aquilo soube que nada mais poderia nos separar.
Autor(a): Ally✿
Este autor(a) escreve mais 3 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Dulce Saviñon No sábado de manhã o quadro de Chris era o mesmo. Eu não queria sair de perto dele, mas tinha que ir para casa, pois minha filha precisava de mim. Quando os pais dele chegaram cedinho com Eduardo, expliquei a situação e disse que daria um jeito de voltar mais tarde. Nora segurou minha mão no lado de fora do CTI, ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 442
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11
ei cade vc vem finalizar a web..
-
gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32
Finaliza a web!! GoxxxTo tanto
-
taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53
ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .
-
anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57
ally cade vocee
-
cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32
Leitora nova! Por favor continua
-
vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34
AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS
-
millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10
Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(
-
isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39
continua
-
julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29
Continua
-
millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44
Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final