Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy
Olá mores
Quanto tempo hein ! Ainda estão ai?
sorry<3
Amélia Venere
Eu não podia estar em uma cela. Olhava em volta, cercada por grades, pelo lugar fedorento, pelo lugar por onde eu já tinha andado por cada centímetro. Por mais que estivesse sozinha, já que tinha nível superior e meus pais conseguiram um advogado excelente que me garantiu uma prisão especial, aquilo era temporário, só durante o inquérito. Ia depender do juiz se eu seria mantida ali ou jogada em uma cela comum junto com bandidas, mas até então, consegui ao menos aquela regalia.
Mesmo assim, era horrível. Fui criada com luxo e conforto, com banheira de mármore com sais de banho, com jantares regados a champanhe francês e lençóis de seda. Não com aquele buraco. Recusei-me a comer a comida dali e meus pais mandaram para mim, junto com revistas e coisas para me distrair. Mas, nada me faria esquecer ou me livrar da angústia que me dominava.
Na quarta-feira eu já tinha vontade de gritar lá dentro, sufocada e desesperada. Quando fechava os olhos no catre, lembrava das nojeiras que passei na mão de “Treta Chique”, imaginava o que ainda aconteceria comigo naquela prisão, pensava em Christopher se recuperando e com a putinha, que tomaria conta de tudo que era meu.
Era uma grande injustiça. Fiz de tudo para manter o que eu merecia e agora estava lá, no fundo do poço, privada de tudo. E meus inimigos se refestelariam às minhas custas, ririam às minhas costas, usariam o que era meu por direito. E o pior de tudo era que, por mais que eu pensasse, não via como sair dali, como provar minha inocência. Por que eu não era inocente. E por que fui uma burra absoluta quando me deixei levar por minha mania de superioridade, me garantindo que o crime seria perfeito. Burra! Burra! Burra!
Estava furiosa. Eu sentia o ódio me consumir dia e noite, junto com o desespero ao imaginar meus dias assim por anos seguidos. Tinha vontade de gritar e bater em alguém, matar, quando me dava conta que meu nome estava em todos os noticiários e jornais, que as mesmas pessoas que me seguiam como exemplo agora falavam de mim com horror. Que nunca mais, nunca mais mesmo, eu recuperaria tudo que perdi.
Andava pela cela até ficar exausta. E quando parava e sentava na beira do catre, os pensamentos vinham com mais intensidade, a vida da qual fui privada me causando dor, o ódio mais e mais violento quando pensava em Christopher. Ele devia estar morto. Como errei aquela veia? Por que tremi? Por que por um momento vacilei e sofri ao perdê-lo?
Foi o culpado de tudo. Por que não me amou, por que nunca me tocou e venerou como eu merecia, por que deu para a putinha o que devia ser meu. Ele me fez agir impulsivamente, me fez vacilar e errar, me fez ter pressa. Se estivesse morto, ao menos eu teria algo para me vangloriar. Mas assim... o que me restava? Remoer cada dia da minha vida a certeza de que ele era feliz? Que nem por um segundo pensaria em mim? Como eu poderia viver naquele inferno e sabendo daquilo?
Levantei e andei mais, como um animal enjaulado naquele buraco, usando aquela calça laranja grosseira, aquela camiseta branca horrível, sem minhas joias, sem pessoas para me admirarem, sendo chacota.
Quando a guarda se aproximou e disse que eu tinha visitas, meu ódio não se aplacou. Eram meus pais e Lavínia com certeza, mais uma vez ali se lamentando, sem conseguirem acreditar que fui capaz de tudo aquilo, embora as provas fossem esfregadas na cara deles. Ainda se agarravam à ideia de que “Treta Chique” mentiu, de que eu era injustiçada. E eu me cansava de tanta burrice, de tantas lamentações, daqueles três que sempre dependeram de mim para agir tudo e garantir nossa fortuna.
Entrei na sala algemada e me sentei em uma cadeira em volta da mesa, de frente para aqueles três. Minha mãe como sempre
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estava com seu lencinho e olhos lacrimosos, parecendo uma porquinha gorda naquele vestido de mau gosto. Quantas vezes falei de suas roupas e a idiota nunca aprendia. Meu pai, um banana, não sabia o que fazer. Parecia sempre muito decidido a me tirar dali, se recusando a me ver como eu era, esbravejando contra a injustiça. E Lavínia tentava sorrir, ser simpática, amenizar a situação com conversa fiada.
Deixei que falassem, cada um as suas asneiras. Minha fúria era a única coisa que eu ainda tinha. Uma raiva cada vez mais voraz contra aqueles que ainda eram tolos o bastante para se incomodarem comigo. E embora soubesse que precisava deles, também estava cansada de ser obrigada a aturá-los, a olhar em suas caras ridículas e idiotas, sabendo que eu, a melhor deles, a mais esperta, estava ali algemada.
Fixei o olhar em minha irmã com seus cabelos pintados de ruivo, lembrando que levou a porcaria do médico que salvou a vida de Antônio. E como se fosse o cúmulo, ela me provocou, ela cutucou a onça com vara curta quando comentou:
— Meu namorado André mandou lembranças. Sabe que Christopherfoi vê-lo hoje em seu consultório, Lud? Foi agradecer por ter salvado sua vida e também...
— Não quero saber da merda do seu namorado, muito menos de Antônio. – Falei entredentes, tremendo.
— Ah, desculpe... – Ficou sem graça, piscando, corando. — Eu apenas...
— Apenas é uma tapada, uma burra. Nunca se toca de nada?
Pareceu surpresa com minha agressividade. Minha mãe segurou o braço dela, como se pedisse para ficar quieta que eu estava nervosa. E eu estava. Estava puta, cada vez mais fora de mim. Recostei na cadeira, olhando-os com nojo.
— Eu quase consegui. – Disse baixo, entredentes. Quando me encaram assustados, senti um estranho prazer, um divertimento
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mordaz. Sorri. — Christopherera para estar morto agora. Eu seria dona de tudo. E nunca mais teria que suportar vocês.
— Minha filha... – Meu pai começou.
— Não estou louca.
— Mas...
— Você sempre foi um medroso. Se não fosse eu com o casamento, insistindo para que Christopheradministrasse e aumentasse nossa fortuna, até hoje estaria naquela mesmice, acomodado, satisfeito em sua mediocridade.
Ficou pálido, chocado. Apontei para minha mãe, com desprezo.
— Vocês dois. Não sei como pude nascer de um casal tão limitado! Se querem saber, o que ainda estão fazendo aqui? Não preciso de vocês para nada! Tenho meios de bancar um ótimo advogado! E sinceramente, estou cansada de olhar para a cara de vocês, de ouvir tanta asneira! E você... – Apontei para Lavínia, com asco. — É como eles. Idiota! Que desperdício seria casar com Antônio! Nunca chegaria nem perto de tudo que consegui!
— Querida... – Lavínia estava confusa.
— Que querida nada! Não sou querida de vocês! Nunca gostaram de mim, me suportam por que sempre tomei conta de tudo, sempre levei vocês nas costas. E querida... – Ironizei minha irmã. — Sabe quem fez todo mundo saber que transava com sua professora? Eu! Por que esses daí queriam te casar com Antônio. Sacrilégio, meu Deus!
— Mas... – Parecia horrorizada.
— Amélia... – Minha mãe suplicou.
— Não estou maluca! É verdade! São uns inúteis! Não preciso de vocês para nada! Sou rica! Sou inteligente! E prefiro olhar para as paredes do que ter que perder meu tempo aqui! – Levantei de supetão, furiosa, olhando para a guarda do lado de fora e gritando: — Quero sair daqui! A visita acabou!
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— Filha, você está nervosa! – Minha mãe se levantou, chorosa. — Perturbada! Não foi você que fez essa maldade toda...
— Maldade? – A guarda entrou e veio segurar meu braço. Mas ainda despejei: — Eu fiz o que tinha que fazer, o que vocês nunca tiveram coragem, não por que são bons, mas por que não tem inteligência para tanto. Mas escutem bem, o assassinato não se concretizou! Sou ré primária, em pouco tempo to fora daqui! Já viram rico ficar na cadeia no Brasil? O primeiro crime é de graça! E não teve nenhum crime!
— Vamos logo. – A guarda me puxou.
Mas, pela primeira vez desde que cheguei ali, consegui me divertir vendo a cara dos meus familiares para mim. Como quis dizer tudo aquilo naqueles anos! E agora eu me sentia vitoriosa, livre, solta. Dei uma risada.
— Façam o favor: podem se recolher em sua ignorância e me deixar em paz! Não voltem aqui! Vão viver a vidinha de vocês, pois tenho muito mais com o que me preocupar! Essa sou eu! Amélia Venere Saragoça. Vou sair daqui ainda. E podem escrever: Não vou procurar vocês.
Eles não conseguiram dizer nada. Estavam pálidos, boquiabertos, fitando-me como se não pudessem crer no que eu dizia. E enquanto a guarda me levava, eu comecei a rir, sem conseguir parar.
Autor(a): Ally✿
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 442
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taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11
ei cade vc vem finalizar a web..
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gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32
Finaliza a web!! GoxxxTo tanto
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taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53
ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .
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anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57
ally cade vocee
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cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32
Leitora nova! Por favor continua
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vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34
AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS
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millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10
Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(
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isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39
continua
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julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29
Continua
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millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44
Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final