Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy
Dulce Saviñon
Eu me dei conta que o paraíso existia naquela semana. Não bastasse ter Chris vivo e saudável entre nós depois de tudo que passou, a família dele a nosso favor e Maju e Lipe se dando bem, sem estranhar em nada o fato de estarmos juntos, ainda vivíamos colados sempre que possível, em uma felicidade suprema.
Conversei com Maju de uma maneira leve e fácil, para que ela entendesse que íamos morar com Chris e Lipe. Ela quis saber se seu pai ia junto e falei delicadamente que não. Deu de ombros e voltou a brincar, como se tudo fosse natural demais. Acho que tinha passado tanto tempo longe de Michael e nos últimos dias tão presente na vida de Lipe e da família Saragoça, que se acostumou logo com aquela nova realidade.
Chris também conversou com Lipe e me disse que o filho perguntou onde estava a mãe. Respondeu que ela tinha feito uma coisa muito errada e ia ficar um bom tempo longe. E que agora todos nós moraríamos juntos e seríamos uma família. Quis saber se eu era sua namorada e quando Chris disse que sim, perguntou se Maju seria sua nova irmã. Diante de nova resposta positiva, ele pensou um pouco, acenou sério com a cabeça e falou que ia gostar muito, por que eu e ela éramos boazinhas. E assim as coisas se resolveram.
Eu me dava muito bem com ele. Achava-o um menino lindo e inteligente, educado, carente. Sentia um carinho enorme, uma vontade de protegê-lo e suprir todas as suas necessidades, sabendo o quanto tinha sido machucado por Amélia. Não queria ocupar o lugar da mãe dele, dar uma de melhor que ela. Apenas ser uma figura feminina que estaria presente em sua vida, ajudando a educá-lo, amando-o, sendo amiga e constante. Já me sentia apaixonada por ele. A adorava quando conversava comigo, se aproximava e sorria. Precisava me controlar para não abraçá-lo e beijá-lo toda hora como fazia com Maju, embora não resistisse e de vez em quando tascasse um beijo em sua bochecha ou uma carícia em seu cabelo, o que o deixava um pouco sem graça.
Maju rapidamente se acostumou com Antônio. Virou logo tio Chris pra cá, tio Chris para lá, beijinho estalado quando se encontravam, muita conversa para monopolizá-lo. E rapidamente ele caiu sob seus encantos, aquele homem intenso e controlador sendo levado para onde minha filha queria, apaixonado e sorrindo o tempo todo. E eu me divertia só olhando.
Os pais dele não voltaram para Angra e insistiram para que Chris e Lipe continuassem na cobertura deles e assim foi feito. Eu e Maju voltamos para nossa casa e embora eu convidasse os dois para irem a nossa casa, Chris não aceitou, dizendo que sentiria um ciúme doentio vendo onde eu tinha morado com meu marido. Eu quase contei a ele que Michael estava apaixonado por outro homem, mas era um assunto muito particular e tudo estava corrido demais.
Assim, nos vimos no apartamento dos pais deles, saímos junto com as crianças para jantar fora e andar na praia e no shopping, nos tornamos um quarteto inseparável e feliz.
Na sexta-feira Chris foi chamado à delegacia para contar sua versão dos fatos em sua tentativa de assassinato. Eu já tinha prestado depoimento sobre o telefonema. E ainda na sexta ele recebeu a visita dos pais de Amélia e me contou à noite como foi tudo. Também andava sendo procurado pela tevê e os jornais, mas por enquanto os evitava.
Disse que os dois estavam arrasados, abatidos, Eloísa chorou e se lamentou. Pediram perdão pelo que a filha fez comigo e contaram que ela mesma admitiu. Walmor disse que não ia mais visitá-la nem queria saber dela, mas a mãe não conseguiu abandoná-la de vez, achando que talvez estivesse descontrolada e tivesse problemas mentais. Mas na última visita, mesmo indo lá, a filha se recusou a recebê-la. Estava muito triste com toda a situação e envergonhada. Contaram que nem saíam de casa, cercados por pessoas da mídia e por curiosos. E então fizeram uma proposta: vender a parte da Venere para a Corpórea. Já tinham certa idade e pensavam em apenas descansar. Lavínia também não se interessava pelos negócios. E depois de tudo, a sociedade tinha ficado balançada.
Arnaldo e Chris aceitaram a proposta e conseguiram chegar a um acordo com eles. A compra ia ser feita e seriam os únicos donos do Império. As coisas foram aos poucos se resolvendo.
No sábado saímos para ver casas para comprar, junto com Lipe e Maju. Já tínhamos combinado de olhar três com a imobiliária e de almoçarmos fora. A primeira não gostamos, precisaria de muitas reformas e tínhamos pressa. A segunda ficava contramão para nosso trabalho, gastaríamos muito tempo no trânsito. Mas a terceira foi amor à primeira vista, tanto para mim e Chris quanto para as crianças.
Apesar de não ficar exatamente perto de tudo, também não era longe, em Vargem Grande. Era um casarão imitando estilo de fazenda em uma grande chácara cercada de árvores e verde, com piscina e até um pequeno Haras. O dono queria passar até os quatro cavalos que ainda tinham lá, pois estava de mudança para outro país. Nossos filhos ficaram loucos com tanto espaço, com os cavalos mansos, com as árvores largas e com balanços pendurados.
Eu me apaixonei pelo casarão cor de palha com telhas de barro amarelas, chão de lajotas, varandão cercando tudo cheio de jarros de plantas, redes de renda prontas para um bom descanso. Seria vendida toda decorada e mesmo depois querendo dar os meus toques, amei exatamente como estava. Era extremamente linda e confortável, parecia um lar de verdade, aconchegante, quente, um sonho.
Enquanto Maju e Lipe corriam pela varanda, parei ali olhando em volta encantada, enquanto o corretor falava das vantagens da casa e Chris acenava com a cabeça. Aproximou- se de mim, observando-me. E tão logo o corretor parou de falar, ele disse decidido:
— Vamos ficar com ela. – Segurou minha mão.
Eu o olhei de imediato, arregalando um pouco os olhos.
— Mas Chris... Nem discutimos sobre tudo e...
— Para que discutir? Você está obviamente apaixonada pela casa. E olha para as crianças.
Olhei. Os dois riam se balançando na rede, já descalços e suados de tanto que tinham corrido, falando e se divertindo sem parar. Voltei a fitar seus olhos azuis sorrindo, feliz, sem poder acreditar. Murmurei:
— E você?
— Se estão felizes, o que mais posso querer?
— Mas, gostou da casa?
Fiquei na expectativa, ansiosa. Ele sorriu meio de lado e acenou a cabeça, entrelaçando os dedos nos meus.
— Adorei.
— Está falando sério? É nossa Amor?
— É.
— Ah! – Eu me joguei nos braços dele, rindo e ele me apertou forte, enquanto o corretor sorria todo satisfeito.
No domingo fomos cedo para Conceição de Macabu, onde finalmente eu apresentei Chris aos meus pais e meu irmão Paulinho de quase dez anos. Eu já tinha ligado para eles e estavam a par de tudo: do meu divórcio, da tentativa de assassinato de Antônio, de que ficaríamos juntos. Já o conheciam de nome desde nove anos atrás. E foi a hora de se conhecerem pessoalmente.
Foi melhor do que pensei. Minha mãe o achou lindo e se apaixonou por Lipe de imediato. Meu pai, depois de uma conversa após o almoço com ele, já parecia um conhecido de longa data. E eu me senti realizada, feliz, no meio deles, em paz. Passamos um dia tranquilo, onde meus dedos ficaram quase o tempo todo nos de Chris e trocamos olhares e sorrisos. Tudo parecia perfeito, se encaixando, se acomodando.
Voltamos para o Rio e enquanto Lipe e Maju cochilavam cansados no banco detrás e Chris dirigia prestando atenção no trânsito à noite, eu fiz o que adorava: busquei uma música para tocar, entre as tantas que ele tinha ali para escolher. Começou Contigo Aprendi, cantada por Gal Costa.
Sorri comigo mesma, pois era perfeita e linda. Deixei-a para tocar e recostei a cabeça no encosto, satisfeita, relaxada, mais feliz do que uma pessoa poderia ficar enquanto olhava para Chris e o admirava. Sorriu para mim meio de lado e suspirei, com vontade de cantar aquela música para ele. Mas fiquei em silêncio, apenas ouvindo-a e sentindo-a, sabendo que a ouvia também. Foi perfeita para fechar um fim de semana maravilhoso, onde passado e presente se encontraram.
Contigo aprendi Que existem novas dimensões da alegria Contigo aprendi A conhecer todas as minhas fantasias Aprendi Que uma semana dura mais de sete dias Que há coisas lindas que eu ainda não sabia Felicidade foi contigo que aprendi A ver a luz na face escura dessa lua Contigo aprendi Não há presença que eu trocasse pela tua Aprendi Que um beijo pode ser mais doce e mais profundo Que, se amanhã eu for embora deste mundo As coisas boas foi contigo que eu viviContigo aprendi Que eu só nasci no dia em que te conheci....
Autor(a): Ally✿
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Comentários da Fanfic 442
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taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11
ei cade vc vem finalizar a web..
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gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32
Finaliza a web!! GoxxxTo tanto
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taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53
ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .
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anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57
ally cade vocee
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cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32
Leitora nova! Por favor continua
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vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34
AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS
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millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10
Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(
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isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39
continua
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julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29
Continua
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millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44
Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final