Fanfics Brasil - 21° Capítulo ❖Redenção ao Amor❖

Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy


Capítulo: 21° Capítulo

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Mas naquele momento, senti-me preso. Uma isca das minhas próprias ambições, um prisioneiro de mim mesmo, pois sentia como se meu caminho já estivesse traçado há muito tempo e eu não tivesse mais autonomia. Não sei por que aquela sensação, pois sempre fui um participante ativo de tudo aquilo. Sabia de minhas capacidades e o que seria necessário para alcançar meus objetivos.


Além de tudo, queria ver meus velhos curtindo a vida. Já estavam em uma idade avançada e meu pai só se desligaria de tudo quando eu sentasse na cadeira da presidência e fosse o todo poderoso não só da CORPÓREA quanto da VENERE. Um homem casado, o líder de um grupo econômico maciço, o herdeiro e criador de um império.


— Obrigado, pai. – Falei simplesmente, dando-me conta mais do que nunca das minhas responsabilidades. Sempre as aceitei e as quis com minhas ambições. Eu tinha um foco e nada me demovia de alcançá-lo. Mas naquele momento eu as senti pesar sobre mim, muito.


— O que eu disse é verdade. – Ele se recostou em sua cadeira, compenetrado, sem se desviar de mim. — Queria ter tido você bem mais jovem, para poder ver tudo que vai fazer por nossa empresa.


— O senhor vai ver, pai.


— Será? Estou com 73 anos, garoto. A coisa está começando a ficar puxada pro meu lado. A idade não perdoa ninguém. – balançou a cabeça e sorriu. — Sua mãe anda me cobrando a aposentadoria mais do que nunca. Sabe os sonhos dela, de nos mudarmos para Angra e aproveitar um resto de vida tranquilo e sem problemas.


— Vocês vão ter isso. – Garanti.


— Sim, vamos. – Sorriu, orgulhoso. — Sabe que nunca consegui me desgrudar daqui. São muitas responsabilidades e obrigações. Famílias inteiras dependem de nós para sobreviver e sinto muita alegria de sermos justos, pagarmos salários decentes, investir em nosso pessoal. A única pessoa que me faz ter vontade de deixar tudo é você, Christopher, pois sei que vai fazer ainda melhor do que eu.


— Quê isso... – Eu sacudi a cabeça, um pouco sem graça. Sabia que ele me amava, sentia orgulho e depositava em mim suas esperanças, mas estava especialmente emocionado naquele dia e aquilo mexia comigo.


— Mas é verdade. – Sorriu. — Lembro quando trazia você e Eduardo aqui, ainda pequenos. Seu irmão odiava, ficava louco para voltar logo para seus amigos e brincadeiras. Mas você andava por aqui como se já fosse dono de tudo, prestando atenção, fazendo perguntas, observando e aprendendo. Nasceu com esse tino, esse dom. E isso, aliado à sua determinação, me faz ter certeza de que transformará nossa empresa em algo nunca visto. Quando colocar nossa primeira filial fora do Brasil, eu posso morrer em paz.


— Não diga isso.


— A vida é assim, meu filho. Seu casamento com Amélia é fundamental para isso(EU ODEIO O PAI DO CHRISTOPHER parei rs). Fico feliz em ver que se dão bem, que ela é tão centrada e dedicada quanto você. Unindo nossa fortuna ao de Walmor, seremos imbatíveis. Você terá o mundo em suas mãos.


Não senti a mesma euforia como antes toda vez que falávamos sobre aquilo. Nunca tive dúvidas e meu caminho estava traçado. Mas naquele momento apenas ouvi, como se falássemos de um estranho. Controlador como eu era, desde novo tinha estabelecido minhas metas e as seguia sem me desviar. Meu casamento para dali a dois anos era uma meta, realmente necessária para alcançar o que eu queria. O sonho que tinha sido do meu pai e agora era meu.


Só havia um porém naquilo tudo. Eu não podia querer outra coisa. Qualquer vírgula ou ponto de interrogação colocaria tudo a perder. E minha cabeça estava cheia demais por Dulce para pôr uma dúvida ali, que era: eu estava quase noivo, tinha quase que lavrado um compromisso de casamento, com o apoio de duas famílias e duas empresas. Era esse meu objetivo desde sempre, unir o matrimônio ao Império que eu almejava mais do que tudo construir. O único problema era aquela moça sorridente e feliz que surgiu em meu caminho de repente e que enchia minha vida de uma luz que nunca conheci. Ela estava se tornando necessária e isso era perigoso.


Eu sabia que tinha que abrir mão de Dulce. Pensei comigo mesmo que poderia ter bons momentos perto dela e seguir meu caminho. Não queria magoá-la. Seria apenas divertimento para ambos, pois a atração entre nós era avassaladora, única, não podia ser ignorada. O que eu não contava era que se fixasse tanto em meu pensamento e em minha pele, a ponto de me distrair, de já acordar pensando nela. Eu estava alerta. Percebendo que aquilo poderia ganhar dimensões maiores, fora do meu controle. E isso fugia de tudo que planejei para mim.


Não estava com ela para usá-la. Mas por que mexia comigo como nenhuma outra mulher. Eu tinha separado bem Dulce de Amélia, pois uma era prazer e a outra compromisso e obrigação. No entanto, as dúvidas e a culpa começavam a me espetar. Por que não era só um caso passageiro e leve. Estávamos envolvidos. E eu tinha plena consciência de que não acabaria bem.


Não queria magoar Dulce. Ela mesma já deixara claro que tinha sido magoada e eu já a estava enganando, tendo compromisso com Amélia. Por alguma razão, trair minha namorada de quase dois anos não me incomodava. O que tínhamos era algo até mesmo frio, um acordo tácito, um compromisso interessante para ambos. Nunca deixei de estar com outras mulheres quando me interessava, claro que discretamente ou em lugares longe do que nosso pessoal frequentava, como o clube Catana.


Ocasionalmente eu ia lá com meus amigos Poncho e Christian. E conhecia alguma mulher. Uma transa quente, onde eu extravasava meu lado mais agressivo e animal, dominador. Não com chicotes como Christian, nem em orgias desenfreadas como Poncho, mas simplesmente usando meu instinto e minha personalidade mais do que controladora. Era mandão, autoritário e gostava de ter uma mulher submissa, mesmo que muitas vezes elas não tivessem consciência disso, confundindo minha dominação com desejo. Mas eu sabia. E eu acabava tenho-as do jeito que eu queria, fazendo tudo que eu quisesse.


Uma vez Christian e eu conversamos sobre o que era ser um Dom. Ele era sadomasoquista assumido e frequentava o Catana mais do que Poncho ou eu, especializando-se na arte de dominar. Era engraçado, pois de nós três sempre foi o mais romântico e calmo, o príncipe do grupo. Poncho e eu costumávamos pegar no pé dele por causa disso. E no entanto, era o que mais gostava das práticas do Catana, de uma veia violenta.


E ele me disse algo que não esqueci. Que eu era um Dom. Respondi que não. Apesar de gostar do jogo de dominação e até de certos objetos uma vez ou outra, não me prendia a regras do BDSM. Mas então Christian retrucou que era algo mais intrínseco, como ele. Sentia dentro de si que nasceu para aquilo. E que eu era um Dom perigoso, pois usava minha autoridade na cama como na vida, era algo intrínseco, mais forte do que eu. A mulher se rendia sem precisar de muito esforço meu.


Isso me fez pensar de novo em Dulce. Ela não se rendia de todo. Conscientemente me dizia não, mas seu corpo contava outra estória. Sabia que se eu insistisse, seria minha. Eu poderia dominá-la. Mas a questão era mais complicada. Não queria fazer isso por dois motivos: Não suportaria vê-la chateada e arrependida depois, por ainda não estar preparada; e também por que no fundo eu sabia que a enganava, que estava comprometido com Amélia, e de alguma forma me conter até ela dizer sim era como mostrar que eu não era um canalha tão grande assim. Que me importava com o que queria. Ao menos eu pensava assim.


Seria difícil resistir ao desejo absurdo e devorador que despertava em mim. Mas enquanto dissesse “não” conscientemente, eu me controlaria para não assustá-la e não perdê-la. E enquanto isso teria outra forma de extravasar aquele desejo louco que se mesclava a muito mais.


Estava perdido em pensamentos e só voltei a realidade quando ouvi a voz divertida do meu pai:


— Vá aproveitar sua tarde, estudar, fazer o que quiser. Amanhã te espero aqui prontinho para continuar aumentando nossos lucros.


Eu o fitei e sorri.


— Pode deixar. Então, estou indo.


Nós nos despedimos e saía do escritório sem culpa. Devia ser umas duas horas da tarde e eu nunca saía cedo. Mas naquele dia eu me dei aquele luxo. Não pela conquista da filial. Por Dulce.



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Autor(a): Ally✿

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Mal cheguei dentro do meu carro, tirando o paletó e a gravata, eu liguei para ela. — Christopher... – Disse meu nome com aquela voz doce, feliz. Isso bastou para animar o meu dia. Ao fundo dava para ouvir uma música tocando. Acho que nunca mais poderia ouvir alguma MPB sem pensar nela. — Oi, Dulce. Está se divertindo aí? &mda ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 442



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  • taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11

    ei cade vc vem finalizar a web..

  • gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32

    Finaliza a web!! GoxxxTo tanto

  • taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53

    ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .

  • anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57

    ally cade vocee

  • cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32

    Leitora nova! Por favor continua

  • vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34

    AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS

  • millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10

    Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(

  • isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39

    continua

  • julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29

    Continua

  • millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44

    Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final


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