Fanfics Brasil - 51° Capítulo ❖Redenção ao Amor❖

Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy


Capítulo: 51° Capítulo

666 visualizações Denunciar


Isso me fazia lembrar, enquanto dirigia, de uma música do Ney Matogrosso. Parecia descrever como eu me sentia, às vezes como um “viajante”. Um covarde de mim mesmo, prisioneiro da vida que tive até então, das responsabilidades com as quais eu convivia e valorizava, além das esperanças de uma nova vida diferente. Quem era eu em meio aquilo tudo, se não me decidia? Se me via preso ainda, acorrentado ao meu destino e aos meus desejos?


Eu me sinto tolo como um viajante Pela tua casa, pássaro sem asa, rei da covardia E se guardo tanto essas emoções nessa caldeira fria É que arde o medo onde o amor ardia Mansidão no peito trazendo o respeito Que eu queria tanto derrubar de vez


Pra ser teu talvez, pra ser teu talvez Mas o viajante é talvez covarde Ou talvez seja tarde pra gritar que arde no maior ardor A paixão contida, retraída e nua Correndo na sala ao te ver deitada Ao te ver calada, ao te ver cansada, ao te ver no ar Talvez esperando desse viajante Algo que ele espera também receber E quebrar as cercas que insistimos tanto em nos defender


Sempre fui racional, mas agora minhas ações também se baseavam em desejos. Eu ainda tinha cercas erguidas em volta de mim. Não eram decisões fáceis a tomar para alguém que, como eu, aprendeu desde cedo a controlar e tomar a frente, a ser exemplo, a me colocar como responsável por tudo. Se fosse meu irmão, nem ligaria para nada. Ia deixar todo mundo esperando em minha casa, meus pais, Ludmila e sua família, e ia sair assobiando para viver sua vida.


Como eu poderia ser feliz com Dulce assim, sabendo que esmaguei sonhos, que decepcionei meus pais, que pisei em tudo que construí? Já havia diversos acordos firmados e lavrados entre meu pai e Walmor Venere, muito dinheiro conectado e em jogo, em andamento, só esperando meu casamento pra se firmar de vez. E não era apenas dinheiro e poder. Eram esperanças e sonhos de duas famílias, eram outras tantas famílias que lucrariam com aquele empreendimento, salários que aumentariam, novos empregos que surgiriam. Era muita coisa por trás a ser pesada e analisada. Tinha puxado a responsabilidade de tudo aquilo para mim e agora me sentia amordaçado por ela.


Estava muito irritado. Quando falei com Dulce mais cedo ao telefone, ela notou e quis saber por quê. Pus a culpa nos negócios, quando era muito mais a me corroer. E agora, indo para a casa dela, ainda não conseguia relaxar. Parei o carro em frente ao seu prédio e respirei fundo, tentando aproveitar aquele momento, pois só a veria agora no domingo. Mas a tensão continuava lá, presa dentro de mim.


Ela nunca me convidava para subir. Acho que só o faria quando confiasse em mim o bastante para conscientemente me chamar dentro de sua casa e ter uma noite de amor completa comigo. E eu nunca toquei naquele assunto, pois era contido por meus próprios demônios e por saber que ainda estava preso em outra vida. Eu, o viajante de dois mundos e de mim mesmo. Um pássaro sem asas.


Apertei o volante, com cenho franzido, raiva borbulhando dentro de mim. Queria me controlar antes de sair do carro ou ligar para ela avisando que eu estava ali. No entanto, Dulce  já saía do prédio e vinha dar a volta no carro para entrar do lado do carona. Olhei-a, sem ação, mudo.


Estava linda como sempre, usando sandálias rasteiras, saia curta e camiseta. Mas não era só isso. Era aquele sorriso imenso no rosto, os olhos brilhando, os cabelos soltos balançando. Enquanto eu me rasgava em dúvidas e lutas internas, ela curtia a vida, aproveitava cada segundo.


Trazia um potinho na mão e uma colher de sobremesa. Achei estranho, mas já pulava dentro do carro despejando alegria e calor sobre mim, trazendo vida, pulsando, espalhando uma energia nova e vibrante. Fechou a porta, fixou ao brilhantes olhos castanhos em mim e falou animada:


— Olha o que eu fiz para você!


Eu apenas a olhei, maravilhado com o fato de tudo mudar tão rápido tão logo ela entrou ali. Até o ar que eu respirava virou outro, mais puro e perfumado, aliviando meus pulmões e a pressão em meu peito. Desci os olhos ao potinho e percebi o que era. Mousse de maracujá. Minha sobremesa preferida em toda vida. O engraçado era que eu nunca tinha falado com ela sobre aquilo.


Em cima do potinho, tinha um pequeno pedaço de papel e li claramente: “Esqueça os problemas e seja feliz”.


Encontrei seus olhos sorridentes. Senti um baque por dentro, o coração batendo mais forte, a respiração se descompassando. Dulce nunca se cansava de me atingir e de me surpreender. Era por isso que eu ficava cada vez mais louco por ela, que parecia derrubar minhas defesas, deixar um homem forte e autossuficiente como eu se sentindo um garoto diante dela.


— Não gostou? – Indagou, sem deixar de sorrir. — Senti que estava chateado no telefone e achei que isso podia te animar.


— Como sabia? – Minha voz saiu baixa, rascante.


— Sabia o quê? Que estava irritado?


— Que mousse de maracujá é minha sobremesa preferida.


— Chris, das vezes que saímos para jantar, essa é a sobremesa que você pede. Nunca te vi pedir outra coisa. Então achei que gostasse muito.


Fitei seu sorriso, seu rosto, seu olhar. Continuava lá, segurando o potinho, feliz por estar comigo. Dei-me conta que ninguém nunca tinha se preocupado em me olhar tão intensamente àquele ponto. E como por um milagre toda minha angústia e preocupação se foram, saíram de mim, substituídos pelas emoções que só ela despertava em mim, aquela felicidade que me contagiava e me fazia esquecer todo o resto.


Fiquei emocionado, ainda mais conectado e ligado a ela. Todos os problemas deixaram de ter importância e tive novamente a certeza de que ali era o meu lugar.


Amélia nunca tinha feito uma mousse para mim. O máximo que tinha feito era reclamar que comer a mesma coisa sempre era aborrecido. Não me oferecia um doce nem um café. Nada. Como se o fato de termos empregada anulasse todo o prazer de um agrado. E eu, como ela, estava acostumado com isso. Mas é claro que Dulce era diferente.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Ally✿

Este autor(a) escreve mais 3 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Ergui as mãos e segurei seu rosto com firmeza, trazendo-a para mim sem delicadeza, movido por meus instintos mais arraigados e profundos. Beijei sua boca com tudo, me pondo inteiro ali, sem qualquer vacilação. Enfiei a língua em sua boca em um misto de entrega e paixão, que se avolumavam e rodopiavam dentro de mim. Queria rugir e rosnar co ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 442



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11

    ei cade vc vem finalizar a web..

  • gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32

    Finaliza a web!! GoxxxTo tanto

  • taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53

    ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .

  • anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57

    ally cade vocee

  • cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32

    Leitora nova! Por favor continua

  • vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34

    AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS

  • millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10

    Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(

  • isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39

    continua

  • julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29

    Continua

  • millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44

    Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais