Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy

Meninas eu tô postando muito para um começo de uma fic ner? haha ñ se acostumem ñ rsrs é que eu quero postar esses capítulos do começo para chegar logo na parte mais interessante da história do casal (O HOT) brincadeiirinha kkk,pq na minha opinião esse começo da história é meio chatinho mas ESSENCIAL para o entendimento.

Então vamos lá para mais alguns capítulos *-*  

Obg meus amores por comentarem: elisama ,mohh_  e Julia( só vi seu comentário agr kk continuando) *----* 

Fiquei imóvel dirigindo, ligado no automático muito tempo até chegar em casa, na Barra da Tijuca. Dulce parecia ter me dopado. Seus olhos brilhantes e seu sorriso lindo não saíam da minha mente embotada.

Eu não era um homem impulsivo. Aos vinte e seis anos, já terminando meu Mestrado e MBA, trabalhando com meu pai na empresa e me destacando cada vez mais, tinha um espírito de liderança muito forte e controlava tudo ao meu redor, sem surpresas. Ter perdido a cabeça por Dulce naquele engarrafamento tinha sido totalmente contrário ao que eu agia em meu dia a dia, assim como as coisas que despertou em mim.Chegava a ser perturbador saber que uma pessoa, uma estranha, pudesse ter tal poder sobre mim. Mas mesmo assim me vi desejando ardentemente que ela cumprisse o que havia dito e me ligasse. Sentia necessidade de estar com ela novamente, como se alguma força motora me impulsionasse.

Quando cheguei à cobertura em frente ao mar em que morava com meus pais e com meu irmão, como era de costume em uma sexta-feira, a minha namorada de quase dois anos me esperava. Quando vi Amélia me dei conta de que, em nenhum momento havia pensado nela. O fato de termos um compromisso havia se apagado completamente da minha cabeça.Sorriu para mim quando entrei na sala, linda e elegante como sempre. Alta, esguia, com pele branca impecável e cabelos loiros lisos, era a imagem de uma moça de vinte e cinco anos impecável, sem um fio de cabelo fora do lugar.

Eu a conhecia há alguns anos e até hoje não conseguia dizer qual o defeito dela ou se possuía algum. Era perfeita, linda, inteligente, educada, séria. Lembrei do sorriso aberto de Dulce, daquela aura de felicidade que a envolvia e cheguei a me surpreender como diferia de mim e de Amélia, sempre tão contidos e polidos.

— Você demorou a chegar. – Ela veio até mim. Usava calça cinza bem cortada e uma blusa de seda creme. A maquiagem era impecável e me ofereceu o rosto para um beijo, como se não quisesse perder o batom nos lábios, desperdiçá-lo com um beijo. Mesmo tendo passado a semana toda sem nos vermos.

Beijei sua face automaticamente, como ela sem muita animação. Terminei de entrar na sala e fui direto ao bar, me servir de um uísque, dizendo:

— Peguei um engarrafamento vindo para cá. Todo mundo na cidade resolveu vir para a Micareta.

— Gente doida. – Balançou a cabeça, voltando ao sofá e se sentando com elegância, cruzando as pernas. — Ficar todo mundo amontoado e suado, cheio de areia de praia, atrás de um trio elétrico. Não dá para entender.

Era realmente impossível imaginar minha namorada e quase noiva em uma Micareta. Mas consegui visualizar Dulce lá, com aquele vestidinho branco e aquele sorriso aberto. Enquanto tomava um gole do uísque, eu pensava que ela devia ser o tipo de pessoa que se divertia com tudo, que sabia aproveitar a vida. Bem diferente de mim e de Amélia.

Não senti culpa por pensar em Dulce estando ali com a mulher com quem tinha compromisso. Era diferente. Como se fossem vidas opostas, pois também fui outro homem naquele engarrafamento desde que a vi. Fui impulsivo, senti coisas que me deixaram surpreso, saí da minha zona de conforto. Quando eu, em meu juízo perfeito, deixaria meu carro luxuoso nas mãos de uma estranha para me enfiar em um carro popular e cantar uma desconhecida?

— Aconteceu alguma coisa, Christopher?

A voz bem modulada de Amélia penetrou minha consciência preenchida por imagens de Dulce. Deixei o copo vazio no balcão e retornei à sala, fitando-a, dizendo secamente:

— Nada. Por quê?

— Não sei. Parece preocupado. Problemas na empresa? Ou na faculdade? – Seus olhos de um verde escuro, que de longe pareciam castanhos, eram contidos como sempre. Me dei conta que, como o resto dela, se mantinham sempre amenos, calmos.

— Não, tudo bem.

Amélia era filha de Walmor Venere, um empresário de sucesso que havia enriquecido no ramo de cosméticos e produtos de higiene populares em Minas Gerais, expandindo-se aos poucos para outros estados. Era amigo de muitos anos do meu pai, que tinha uma empresa maior no mesmo ramo, só que com produtos de mais qualidade e caros. O acordo deles era de unir as duas empresas e criar um grande império, coisa que estava caminhando para acontecer. Eu e Amélia completávamos aquele laço, como todos esperavam. Todo mundo sabia que não tinha jeito, era namoro de casamento.

Ela não era a filha mais velha e sim Lavínia. Mas esta era muito inconstante e os pais não a levavam a sério, depositando suas confianças na filha inteligente e educada que era obediente e sabia seu papel na sociedade, aceitando-o com passividade. Assim, lá estávamos nós.Tinha sido algo quase natural nosso envolvimento, pois no final das contas nos dávamos bem e não havia motivos para não permanecermos juntos, pelo contrário. Eu e ela queríamos aquela união, que simbolizava a junção de anos de amizade e esperanças de nossos pais e a fusão econômica que criaria um dos maiores impérios do Brasil. Fui criado para assumir tudo e aquilo estava tão entranhado em mim como respirar ou comer para sobreviver.

Eu era muito ambicioso e controlador. Tinha um faro natural para os negócios, uma personalidade de liderança que fazia com que me obedecessem, uma inteligência acima da média. Desde que comecei a trabalhar com meu pai como um dos diretores da CORPÓREA, tinha aumentado o lucro da empresa e a expandido. Eu era o orgulho da minha família, o tão esperado herdeiro, em quem eles depositavam todos os seus sonhos. E incorporava aquele papel, pois eu o queria. Eu precisava daquela sensação de poder, de tomar a frente e agir, de saber que era a ponta da pirâmide e tinha a palavra final. Meu irmão dizia que eu era arrogante, que me achava o dono da razão. E estava certo. Nada me afastava do meu caminho, da minha meta. Nada.

Meu irmão mais novo, Eduardo, não precisava fazer sacrifício nenhum. Tinha nascido dois anos depois de mim, de um parto bem difícil e quase morreu. Teve problemas de saúde nos primeiros anos de vida e sempre foi visto como o mais fraquinho, aquele que precisava de cuidados constantes. Enquanto eu, desde pequeno muito inteligente, tornei-me o sonho dos meus pais. Era uma responsabilidade com a qual aprendi a conviver e incorporei à minha vida.

Quando nasci, eles já tinham certa idade. Minha mãe 45 anos e meu pai 47. Vinham fazendo tratamento há muitos anos, sem sucesso. Quando desistiram e começaram a pensar em adoção, ela engravidou de mim. Fui querido e almejado desde ainda bebê. Tornei-me os sonhos e esperanças deles, o filho sempre elogiado pela inteligência e beleza, o garoto que se destacava entre osoutros, o líder nato. Eu era a paixão da vida deles, eu e meu irmão, mas de formas diferentes. Cada um à sua maneira e até agora ambos ficamos satisfeitos com nossos papéis.