Fanfics Brasil - 64° Capítulo ❖Redenção ao Amor❖

Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy


Capítulo: 64° Capítulo

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Toda a compreensão deles não servia para me aliviar. Fiquei encostado na parede, imobilizado no tempo, como se nada mais fosse funcionar até ter notícias. Não andei impaciente por ali, não sentei mesmo quando insistiram, nem aceitei café ou água. Só fiquei lá.


Pensei em Dulce. Eu sabia que se estivesse ali comigo, me abraçando, me consolando com sua voz melodiosa, tudo seria mais fácil de enfrentar. Ao mesmo tempo, temia pensar nela naquele momento. Pois o que sentia por ela, o que me fazia querer largar tudo, mudar meus planos e minha vida, foi também o ponto de discórdia com meu pai. Era a primeira vez que aquilo acontecia, que nossa amizade e relação era abalada. E foi o bastante para quase matar o meu pai.


O médico se aproximou e senti o coração falhar uma batida. Todos nos aproximamos dele, que começou a explicar:


— O senhor Arnaldo Uckermann teve um AVC Isquêmico, que é um dos mais comuns. Ele está bem, fora de perigo e acordado. Fizemos exames e o prognóstico é bom, a área do cérebro afetada não foi ampla e as consequências podem ser minimizadas com o tempo e o tratamento correto.


— Graças a Deus! – Exclamou minha mãe.


Eu senti um alívio tão grande que parte das minhas forças pareceram me abandonar. Mas respirei fundo e quis saber de tudo:


— Quais consequências foram essas?


— O lado do cérebro atingido foi o esquerdo e isso acabou afetando o lado oposto do rosto, o direito, com uma leve paralisia na boca e nos membros. Em geral isso se reverte, a dificuldade maior fica conseguir um movimento perfeito do braço, talvez essa seja a pior sequela. Não teve afasia, déficit da linguagem ou sensitiva. Aparentemente a memória não foi afetada. Ele vai falar com certa dificuldade devido à paralisia.


— Quanto tempo para ter alta? – Perguntou Eduardo.


— Se tudo continuar estável, amanhã.


— Ele ainda tem riscos? – Indaguei.


— Sim. Devido a idade. – Concordou o médico. — Vai precisar mudar o estilo de vida, se alimentar bem, não se estressar nem se aborrecer. O período de recuperação é difícil e às vezes lento, o que pode causar irritação e depressão. Mas se estes cuidados forem respeitados, ele tiver carinho e compreensão da família e fizer o tratamento correto, pode se recuperar bem e evitar o risco de um novo AVC, que poderia ser fatal.


— Vamos tomar todo cuidado com ele. – Garantiu minha mãe. — O difícil vai ser segurá-lo em casa longe do trabalho. Mas vamos conseguir.


— Em geral, quanto tempo para a recuperação? – Perguntou Amélia.


— Alguns meses. Em casos mais graves, até anos. Mas acredito que em poucos meses ele estará bem, se for bem cuidado e amenizar os riscos.


Eu estava calado então. Senti-me entre a cruz e a espada, pensando o quanto aquilo mudava tudo. Como eu poderia falar em me separar de Amélia e em ficar com Dulce com meu pai daquele jeito? Se ele tivesse um novo ataque, como eu poderia me perdoar? A agonia apertou meu peito.


— Podemos vê-lo? – Indagou minha mãe.


— Sim. Mas, ele pediu para ver o filho primeiro, em particular. Chritopher.


Todos me olharam. Acenei com a cabeça, muito sério, sentindo o peso de toneladas nas costas. Não falei nada ao acompanhar o médico para o luxuoso quarto do hospital.


Foi a pior coisa do mundo ver meu pai naquela cama de hospital, muito pálido e envelhecido recostado nos travesseiros, sua boca entortada para o lado direito como uma careta, seu braço furado por agulhas. E para completar seu olhar para mim, como se o desespero ainda estivesse dentro dele, o medo deixando-o suspenso, a preocupação em cada nuance ao me ver. Soube ali que eu estava preso. Que o destino tinha me preparado uma armadilha. E que escolhas precisariam ser repensadas e feitas.


Entrei e o médico nos deixou a sós. Tive vontade de chorar ao ver seu estado, ao sentir a culpa me remoer, mas era machão demais para isso. Lamentei por dentro, ao parar ao lado de sua cama e apoiar a mão em seu braço. Sabia que devia algo a ele, para diminuir sua angústia. Falei baixo:


— Fique tranquilo, pai.


— V... Vo...


Tentou balbuciar, mas era difícil, exigia muito esforço.


— Não se preocupe com nada. Precisa se acalmar para ficar bom logo.


— V... Vo... cê... – Insistiu, ficando vermelho. Eu o conhecia e sabia que não desistiria até saber o que queria. — Vai ... fa... zer...


— Não vou fazer nada. – Garanti, pois não tinha outra solução e eu precisava acalmá-lo. — Tudo continua igual. Não vou me separar de Amélia.


Ele fechou os olhos por um momento. Vi o alívio em seu relaxamento, na agonia que se abrandou. Mas eu continuei agoniado, arrasado, sentindo-me sozinho. Abriu os olhos e acenou com a cabeça, como se me agradecesse.


Não fiquei com raiva dele. Eu entendia sua preocupação, não só com o futuro da empresa e com seus sonhos, que também tinham se tornado meus. Em sua cabeça, estava me protegendo quando me mantinha seguro, na escolha garantida. Ele não conhecia Amélia nem sabia dos meus sentimentos por ela. Naquela história, ela era vista por ele apenas como um problema, um atraso. E que com o tempo eu veria isso.


Estava tudo muito claro. Mas no momento eu não podia arriscar sua saúde e sua vida. Nunca me perdoaria se fizesse isso. Eu estava encarcerado naquela situação e cada passo dali para frente deveria ser bem pensado.


— Fi... lho.


— Sim, pai...


— Te... a... mo...


Senti um bolo na garganta, uma tristeza infinita misturada ao amor que tinha por ele e que eu sabia ser recíproco. Meu pai queria que eu entendesse que me amava, que queria me proteger, que lutava por mim. Apertei seu braço e sorri, para dizer que entendia.


— Eu sei. Amo o senhor também. Agora me prometa que vai ficar bom logo. Que vai fazer de tudo para se recuperar.


Acenou com a cabeça. Balbuciou:


— S... Sim.


— Vou chamar os outros aqui. Mamãe está nervosa.


E quando todos entraram, eu fiquei lá, quieto, pensando em Dulce.


Olhei para Amélia, no meio da minha família, a mulher que para todos era a certa para mim. Eu tinha passado aquele dia esperançoso, querendo vê-la e terminar com aquele relacionamento que não me bastava mais. E como tudo tinha mudado em poucas horas. Senti como se eu tentasse nadar contra a correnteza, mas ela me arrastasse cada vez mais.


Ficamos no hospital e foi permitido que uma pessoa passasse a noite ali com meu pai. Minha mãe insistiu em ficar e voltei para casa ao lado de Eduardo no carro, enquanto minha ainda noiva ia sentada atrás.


Não conseguia pensar direito nem tomar nenhuma decisão quanto a Dulce. Eu sabia que tinha que ser honesto com ela, que não poderia enganá-la para sempre nem sustentar aquela mentira.


Mas ainda não estava pronto para deixá-la. Talvez houvesse uma solução.


Meu pai poderia se recuperar e aos poucos entender como ela era importante para mim. Bastaria conhecê-la para compreender isso. Eu ia esperar até a noite seguinte, quando encontraria com ela. Até lá teria que decidir muita coisa.




Quem odeia o pai do Uckermann levanta a mão \o/


(velho do meu nojo)


Amanhã se eu ñ sair posto pra vcs amores


Bjs da ally :*



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Autor(a): Ally✿

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 442



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  • taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11

    ei cade vc vem finalizar a web..

  • gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32

    Finaliza a web!! GoxxxTo tanto

  • taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53

    ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .

  • anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57

    ally cade vocee

  • cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32

    Leitora nova! Por favor continua

  • vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34

    AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS

  • millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10

    Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(

  • isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39

    continua

  • julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29

    Continua

  • millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44

    Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final


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