Fanfics Brasil - 69° Capítulo ❖Redenção ao Amor❖

Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy


Capítulo: 69° Capítulo

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Christopher Uckermann


Volta pra mim Vem pro meu mundo Eu sempre vou te esperar


Larará! Lararára!


Não sei bem certo Se é só ilusão Se é você já perto Se é intuição E aonde quer que eu vá Levo você no olhar Aonde quer que eu vá Aonde quer que eu vá...


Aquela música do Paralamas do Sucesso tocava no carro quando voltei para casa, como uma ironia a debochar de mim. Eu tinha deixado meus desejos para trás quando saí do apartamento de Dulce, sem argumentos, sabendo que colheria o que plantei quando desde o início não fui honesto. Pensei que teria tempo de acertar tudo. Mas, o destino e o tempo não esperavam por ninguém. Eles seguiam impunes, levando o que estivesse parado no caminho.


E agora eu voltava para casa sozinho, arrasado, sabendo que minha vida seguiria afinal, como eu havia planejado no início e tentado controlar. Eu me direcionava para minha família, meu pai, os negócios, Amélia. Dulce tinha sido como um sopro de vida e de felicidade, uma esperança que não se concretizou, um sonho que eu levaria para sempre comigo.


Eu tinha finalmente desistido, depois de tudo. Depois de ver sua tristeza, de assistir meu pai quase morrer, de ser obrigado a tomar decisões que escapavam da minha vontade. O que sobrava era o vazio. Antes dela eu pensava que sabia o que queria. Agora eu me dava conta de como os dias seriam intermináveis dali para frente. Talvez em algum momento eu a esquecesse ou me conformasse. Mas ali e agora eu só conseguia ver um caminho de trevas.


Dirigi sem parar de pensar nela. Tentava recordar seu sorriso, mas só via seu olhar de tristeza e decepção. A culpa me remoía. Eu quase matei meu pai em um dia e destruí as esperanças de Dulce no outro. Era mais do que indício de como meti os pés pelas mãos naquela história. Tinha tentado me enganar achando que daria um jeito, que controlaria o destino e no final das contas eu é que fui controlado por ele. Eu me sentia de pés e mãos atados, sozinho, preso. E me dei conta de uma lição que eu já sabia: uma mentira nunca poderia ser levada para sempre.


Não sei como cheguei em casa. Partes de mim foram ficando pelo caminho. Eu tive a ousadia de sonhar, de fugir do meu caminho, só para dar a volta e parar no mesmo lugar, cansado, exausto, sem nada. O destino era o mesmo, mas o percurso fez toda a diferença. Eu entraria naquela nova vida sem desejo, sem vontade, sem sonhos. Oco.


Entrei no apartamento silencioso quando já tinha escurecido. Fui direto ver o meu pai, que cochilava enquanto a enfermeira fazia tricô sentada em sua cadeira e minha mãe lia um livro, recostada em sua poltrona. Sorriu para mim, como a garantir que estava tudo bem, vendo apenas parte da minha preocupação e da minha dor. A parte ligada ao meu pai. A outra latejava dentro de mim, mas ninguém podia ver ou sentir. Só eu. Forcei-me a sorrir de volta, sem querer preocupá-la mais ainda. Acenei e saí, como a dizer que voltaria depois.


Fui para minha suíte como um autômato. Imaginei quando aquela sensação de irrealidade e tristeza passariam. Quando eu me acostumaria que minha vida era agora aquela e só aquela, sem mais beijos e amassos no carro com Dulce, sem ouvir sua voz cantando baixinho para mim ou seus dedos correndo em meu cabelo? Devia me conformar. Mas estava difícil.


Amélia estava na suíte, recostada em uma cadeira na mesinha do canto, diante de seu notebook. Parou ao me ver e nos encaramos.


Era estranho, mas eu não sentia culpa por tê-la traído. Nosso relacionamento era tão estéril e sem emoção, que parecia quase normal cada um ter uma vida paralela. Eu não estava nem aí se ela trepava* com outra pessoa. Nosso interesse um no outro era como um negócio, ditado pela necessidade. Antes de Dulce achei isso normal. Agora me indagava como seria passar anos de minha vida ao lado de uma pessoa que me era indiferente.


— Como você está? – Ela se levantou, prendendo o cabelo loiro atrás das orelhas.


Forcei-me a reagir. Teria que recuperar o que senti por ela antes de Dulce, que era apenas um gostar silencioso e morno. Precisaríamos daquilo para viver nossa farsa. E ademais, todo resto agora não me preocupava muito. Eu não tinha mais Cecília e queria ao menos preservar o meu pai. Que fosse feita pelo menos a vontade dele, pois eu sinceramente nem sabia mais o que queria.


— Estou bem. – Terminei de entrar no quarto, deixando minhas chaves num aparador, seguindo para pegar uma roupa em meu closet e tomar um banho. Tudo que queria era ficar em paz, quieto e sozinho.


Quando retornei ao quarto, ela estava no mesmo lugar e sorriu para mim.


— Vai ficar tudo bem, querido. Se seu pai não se aborrecer e for poupado, vai se recuperar.


— Eu sei.


Observei-a. Estava sempre ali, disponível, tranquila, funcional. Não desconfiaria que quase a deixei por outra mulher? Se importava tão pouco que nem quis saber? Ou no fundo só fingia que não se importava?


Pela primeira vez, sentindo-me tão diferente do que sempre fui, eu pensei no lado de Amélia. Fiquei olhando-a fixamente e ela me fitou de volta, muito quieta, difícil de definir. E indaguei baixo:


— É isso que você quer?


— Isso o quê? – Tentou sorrir, mas havia algo em seu olhar, um alarme.


— Essa vida que vamos ter. Você e eu estamos aqui em nome de algo maior, da nossa família, não por que estamos apaixonados. É isso que você quer?


Acho que foi a primeira vez que fui totalmente direto com ela. Senti raiva por dentro, de mim mesmo, da farsa em que me envolvi, por ter me deixado emaranhar a tal ponto. Era minha vida e eu não estava vivendo como queria. A fúria fervia lenta bem no fundo, doida para sair e ser extravasada de alguma maneira. Dei-me conta que se não fosse meu pai naquela cama e as responsabilidades que puxei para mim, eu jogaria tudo para o alto e sumiria. Era um momento de revolta, pura e simples.


— É isso, sim, Christopher. – Disse sem vacilar, bem séria. – Essa é a vida que quero para mim.


Calou-se. Não me perguntou se era a vida que eu queria. E de que adiantaria perguntar?


— É a vida que vamos ter. – Falei em tom de finalidade, de desistência. Havia uma frieza estranha dentro de mim. Fui tomar meu banho sem mais uma palavra. Já estava tudo decidido.


Meu pai não ficou bem naquele dia. Sua pressão subiu, estava agitado e com dor de cabeça. Teve que ser medicado e dormiu quase que o dia todo. A preocupação rondava a todos na família e foi uma noite tensa.


Depois que todos se recolheram fui para o escritório adiantar uns documentos que teria que aprontar até na segunda-feira. Estava sem cabeça para me concentrar, mesmo assim lutei com meus demônios, fiquei lá queimando meus neurônios, precisando desesperadamente de algo que me distraísse.


Mas, o tempo todo a minha mente se mesclava de preocupação com meu pai e com Dulce. Ficava com medo dele ter outro AVC, o que possivelmente seria fatal. A culpa me remoía e eu me indagava como ele soube de Dulce. Teria que esperar para averiguar depois. E me culpava também pensando como ela estaria naquela noite, sozinha, arrasada com minha traição. Estava longe dos pais. Teria alguém para cuidar dela, confortá-la?


Peguei o celular e olhei para seu número, doido para ligar. Somente ouvir sua voz, saber se estava bem. Mas sabia que se o fizesse, só pioraria a situação. Quanto antes eu tomasse uma atitude decente, saindo da vida dela de uma vez, mais rápido ela se recuperaria. Querendo ou não eu tinha feito minha escolha. Agora era seguir em frente.


Larguei o celular na mesa e apoiei os cotovelos ali e o rosto nas mãos. Tudo parecia negro à minha frente, sem luz e sem cor, sem alegria. Eu teria que dar um jeito de parar de pensar nela ou me torturaria até não suportar mais. Sentia tudo se avolumar dentro de mim em uma angústia terrível, desalentadora. Dulce não saía um segundo sequer da minha mente. Era um lembrete constante do que perdi, por minha própria culpa.


— Isso que eu chamo de tristeza.


Ergui a cabeça e me deparei com Eduardo parado na entrada do escritório. Terminou de entrar e fechou a porta atrás de si. Na hora me ajeitei ereto na cadeira, escondendo como me sentia. Mas a cara dele era de quem já tinha visto. Puxou uma cadeira e se sentou à minha frente.


— Papai agora está bem, dormindo e com a pressão estabilizada. Vai dar tudo certo. – Disse, também abatido com aquilo tudo.


— Vai, sim. – Afirmei, embora não tivesse mais certeza de porra nenhuma.


Eduardo me analisava detidamente. E foi direto ao ponto:


— Você contou para ele? Da Dulce? Por isso está assim?


— Ele já sabia. – Falei baixo.


— Como?


— Não quis me dizer.


— O velho é esperto. Deve ter sentido você esquisito e mandou averiguar. – Suspirou. — Que merda! Mas cara, a culpa não é sua.


— Como não é minha? – Olhei-o irritado. — Fiz todo mundo acreditar que seria o responsável pela família e pelos negócios, que me casaria com Amélia e uniria as duas empresas. Papai depositou todas as suas esperanças nisso e está idoso. Tomou um susto quando eu quis desistir.


— Você disse a ele que ia desistir?


— Por que acha que ele passou mal?


— Que merda! – Sacudiu a cabeça, consternado. — Cara, sempre te falei para não entrar nessa. Eu via a pressão em cima de você desde garoto, as cobranças, os sonhos sendo depositados. Nem teve tempo de criar seus próprios sonhos. Até conhecer a Dulce. E todo mundo estava tão acostumado a ter você resolvendo tudo, assumindo tudo, que ninguém pensou no que você realmente queria.


Eu fiquei parado, recostado em minha cadeira, olhando para meu irmão. Era um boa vida irresponsável, não levava nada a sério. Mas, era o único que parecia realmente me ver, saber como eu me sentia. Que apesar de ser o herdeiro, o homem que tomaria conta de tudo, era só um homem. Com minhas fraquezas, meus erros e meus sonhos.


Senti-me ainda mais arrasado, como se estivesse nu perante ele. Odiava minhas fraquezas, minha falta de controle e minha vontade de jogar tudo para o alto e fugir. Eram só isso mesmo, desejos guardados dentro de mim, amargurados. Pois no fundo eu agiria como minha responsabilidade exigia. Como o futuro chefe da família.


— E Dulce? – Ele perguntou.


— Ela já sabe.


— Sabe do papai?


— Não. Sabe que tenho um compromisso sério com Amélia e que a enganei.


— Você contou para ela?


— Umas amigas da faculdade comentaram que um de nós dois era noivo. Ela me chamou em seu apartamento querendo saber qual de nós. Quase suplicou para que eu dissesse que era você. Mas não tinha mais volta.


— Que merda! – Sacudiu a cabeça. — Mas, explicou tudo? Que estava a fim dela, que tinha muita pressão em cima de você, que papai teve um AVC por que você ia largar tudo por ela?


— De que adiantaria? – Falei com raiva. — Fazê-la ficar com pena de mim? Talvez com esperanças, enquanto eu continuo preso a isso tudo? Já não basta o que fiz com ela?


— Cara, mas ela merece saber. Vai pensar que foi só um casinho e...


— Não vai mudar nada. – Disse, cansado demais, passando a mão pelo cabelo. — Chega, Eduardo.


— Como assim, chega? Não acredito que vai desistir tão fácil!


— Porra, o que quer que eu faça? Que saia de casa e peça Dulce em casamento, enquanto papai morre? Como vou viver feliz assim? Tá maluco?


— Hei, calma! Sei que agora não dá. Espere o coroa melhorar, aí conversa com ele com calma e...


— E provoco outro AVC. Enquanto isso a Dulce fica sentadinha em casa esperando por mim. – Eu me levantei, nervoso, sufocado. — Fui egoísta a esse ponto. Logo que tudo aconteceu, pensei que essa seria uma saída, ganhar tempo até tudo se acalmar e poder ficar com ela. Mas é besteira! Não tem tempo nenhum. Tem escolhas e eu tenho duas. Fico com ela e arrisco perder meu pai, ou desisto dela de vez. É até bem simples.


— Ainda não aceito isso. Tem que ter outro jeito!


Eu me irritei com a insistência dele e o olhei emburrado, pu/to. O ódio dentro de mim, a sensação de revolta, era tão grande, que eu queria descontar em alguém. Mas então vi que estava preocupado. Talvez o único se importando comigo. E a raiva se abrandou, virou só desânimo. Vazio.


— Você vê a vida como uma farra, irmão. Acha que sempre dá para ter um jeitinho. Mas tem coisas que não são assim. É preto no branco e acabou. Minha história com Dulce foi assim. Começou errada e baseada em uma mentira. Não podia terminar diferente.


— Christopher...


— Chega. Estou muito cansado. Foi um dia difícil.


— Você está se deixando manipular. Eu amo nosso pai, me preocupo com ele, mas o que está fazendo é chantagem.


— É, ele teve um AVC de propósito só para me sacanear! Pelo amor de Deus, Eduardo! – Sacudi a cabeça, contrariado.


— Mas tá tudo errado... – Parecia inconformado.


Eu dei alguns passos e parei perto dele. Apoiei a mão em seu ombro com carinho, pois sabia que queria me ajudar. Mas não havia o que se fazer. Disse baixo:


— Obrigado. Só saber que está ao meu lado, já adianta. Agora deixa tudo isso para lá. As peças já foram mexidas e o jogo encerrado. Com o tempo tudo se ajeita.


— Ainda acho que deveria conversar com Dulce.


— Não ia adiantar. O melhor para mim e para ela é aceitar as coisas como são. – Dei um tapa amistoso em seu ombro e me afastei.


Eduardo não disse mais nada.


Eu fui para o quarto de hóspedes, pois não podia nem me imaginar dividindo a cama com Amélia. Ia demorar um pouco até tirar Cecília da minha pele e poder olhar ou encostar em outra mulher. Mesmo essa mulher sendo a minha futura esposa.




 Respondendo *-*


dulceeuckersempre: Os dois sofrendo é de cortar o core :`( continuando 


millamorais_: Eles não conversam mais :( mas tipo ainda vai demorar um pouco pra terminar a 1 fase e eles parecem de boa pq ao contrário de outras histórias a Dul continua doce e alegre do jeito q ela é e ela descobre umas coisas q faz ela perdoar ele :)

 


niih_vondy:  nananinanão tem terminar de ler a sofrência kkkk calma q ainda tem umas coisinhas pra acontecer antes de ir pra segunda haha

 


Duda Uckermann: Vamos sofrer um pouco ainda more kkk Ah ñ Dudinha discordo de vc a Amélia tem muita culpa no cartório viu tu vai ver Christopher tem um pouco de culpa por se deixar manipular pelo pai e o pai dele pq é um egoista de merda que só pensa em dinheiro e foda-se a felicidade do filho NOJENTO argh enfim felizes pra sempre ainda tá longe mas vai ter muito hot viu haha

 


liaa: continuando :( *-*


 

taina_vondy: Oie amore eu tenho outra mas ela eu só vou começar em janeiro mas já tem o link com a sinopse e pra vcs irem favoritando *-* quero ver vc lá hei? besos

aqui o link

http://fanfics.com.br/fanfic/51334/o-deputado-vondy-adaptada

 



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Autor(a): Ally✿

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 442



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  • taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11

    ei cade vc vem finalizar a web..

  • gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32

    Finaliza a web!! GoxxxTo tanto

  • taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53

    ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .

  • anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57

    ally cade vocee

  • cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32

    Leitora nova! Por favor continua

  • vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34

    AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS

  • millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10

    Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(

  • isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39

    continua

  • julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29

    Continua

  • millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44

    Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final


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