Fanfics Brasil - 70° Capítulo ❖Redenção ao Amor❖

Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy


Capítulo: 70° Capítulo

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Dulce Saviñon


Eu perco o chão, eu não acho as palavras Eu ando tão triste, eu ando pela sala Eu perco a hora, eu chego no fim Eu deixo a porta aberta Eu não moro mais em mim


Eu perco a chaves de casa Eu perco o freio Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio Onde será que você está agora?


Eu passei o sábado na cama. Tinha pensado em ir para casa, buscar refúgio em meus pais e no amor que tinham por mim. Era o final de semana em que eu tinha combinado de não visitá-los, pois eu e Christopher íamos para Teresópolis. Foram dias contando as horas e os minutos para chegar logo sábado e estar com ele feliz,realizada, amada. Tudo em vão. Eu estava sozinha e arrasada, sofrendo mais do que um dia julguei possível na minha vida.


Tinha chorado tanto que minha cabeça latejava e meu rosto estava inchado, dolorido. Só me arrastava da cama para ir ao banheiro e voltar. A dor era atroz, pior do que tudo que já vivi, latente e intensa como se queimasse dentro de mim sem descaso.


Eu me sentia em cacos, alquebrada, vazia, oca. Christopher não saía da minha cabeça, sua voz, seu olhar, aquela despedida. Não entendia como fui tão burra, como não vi os sinais. Eu me deixei enganar. E o pior de tudo é que tinha acreditado que ele gostava de mim, mesmo que nunca tivesse se declarado. Eu também não me declarei e o amava com todas as forças.


Ele saberia que eu o amava tanto? Que amava os beijos, os toques, as carícias, as conversas, as músicas que ouvimos juntos, os shows a que fomos, os sorrisos que trocamos? Que eu amava seu jeito dominador de me pegar e intenso de me beijar? Que eu adorava ouvir a sua voz e olhar em seus olhos azuis? Que eu amava cada parte dele como se fosse minha?


Eu nunca falei isso pra ele. Nunca disse o quanto ele era importante na minha vida, não em palavras. Assim como Christopher nunca disse nada disso para mim. Mas o que tivemos, mesmo mudo, foi tão grande, tão potente, que as palavras não se fizeram exatamente necessárias. Ou assim eu pensei, até ver que não o conhecia de verdade. Que fui enganada e ferida, principalmente por acreditar que era recíproco uma coisa que só vinha de mim.


Tudo era ainda muito recente para ser analisado em sua complexidade, mas as lembranças com ele vinham e iam sem descanso, como se martelassem dentro de mim, tentando me alertar que eram falsas, quando as sentia tão verdadeiras. Eu podia ser uma burra, uma tola por pensar assim, mas ainda sentia Christopher comigo e aquela maldita conexão.


O modo como descobri tudo e como vi minhas esperanças irem ao chão foi feio e duro. Foi cruel e desleal. Ele não me preparou para o abandono. Não me deu indícios. Não deixou subtendido. Foi um golpe duro e rápido, exatamente quando eu me preparava para a entrega total, para minha maior felicidade. O tombo foi grande e agora eu não conseguia me levantar.


Nunca chorei tanto na minha vida. Foi um sábado de sofrimento e de agonia, onde lembrei de tudo que vivemos e me fiz perguntas sem fim. Por quê? Essa era a questão. Por que alguma coisa não batia ali. Eu não conseguia vê-lo como um mulherengo safado que só quis se aproveitar de mim. Teve todas as chances de me usar. Se queria sexo ou se sentir machão, poderia ter conseguido. Então, por que se controlou? Por que me olhou daquele jeito, como se eu fosse tudo em sua vida? Por que me acariciou como se fosse uma pedra preciosa e rara? Qual era seu objetivo em tudo aquilo? Eu não sabia.


No domingo, me forcei a reagir. No fundo, eu não era de me entregar à dor, por pior que ela fosse. Havia sempre um sopro de vida e esperança dentro de mim, me impulsionando e me levantar e seguir. E foi o que fiz.


Arrumei a casa como nunca fiz antes. Dei faxina em tudo, ocupada, cansando ao máximo o corpo para distrair a mente. É claro que não consegui. Christopher continuou lá com sua presença maciça dentro de mim, atormentando-me com uma dor pungente, maior do que tudo. Mas, segui com a vida. Tomei banho, comi, tentei estudar à noite. Mesmo assim dormi muito mal.


Ir à faculdade na manhã seguinte foi um alívio. Eu poderia me distrair, sair daquele inferno em que havia mergulhado, reagir. Mas o tempo todo a dor e a angústia me corroíam e latejavam.


Quando a aula acabou, por volta da hora do almoço, saí desanimada. Andei pelo corredor entre vários outros jovens, mas me sentindo sozinha. Era desalentador querer reagir e me sentir ainda tão arrasada, tão dolorida e magoada.


Um rapaz se aproximou e ergui os olhos. Parei de imediato ao fitar um rosto conhecido.


— Oi, Dulce.


Olhei em volta com o coração disparado, esperando ver Christopher. Mas Eduardo estava sozinho. Quando fitei de novo seus olhos castanhos, ele disse:


— Desculpe vir assim sem avisar. Peguei com Amanda as informações de como te encontrar. Podemos conversar?


— Acho melhor não. – Falei com uma firmeza na voz que desmentia o modo como me sentia. — Se veio falar do seu irmão...


— Por favor. Entendo que esteja magoada e com raiva dele. E até de mim, pois eu sabia de tudo e não falei nada. Mas, apenas me dê um minuto da sua atenção.


Eu não queria ouvir nada. Não tinha condições. No entanto, parecia sincero e preocupado, até um pouco abatido. Acabei acenando com a cabeça.


— Tudo bem. Mas, não posso demorar.


— Tá.


Fomos até uma lanchonete no andar em que eu estudava e nos acomodamos em volta de uma mesa. Eduardo pediu dois sucos, enquanto eu aguardava calada, imóvel. Só então apoiou os braços na mesa e me fitou nos olhos. Foi direto:


— Eu sabia que isso não ia dar certo. Na verdade, fiquei surpreso quando vi Christopher com você naquele restaurante da Lagoa. Não que ele não tivesse pulado a cerca antes. O noivado com Amélia é tão estéril que com certeza já o fez. Mas para sexo. Não para sair com uma garota e ficar de mãos dadas.


— Não quero saber disso. – Falei agoniada. O nome Amélia me fez lembrar da linda loira ao lado dele nas fotos que vi no google do ano passado. Então era ela mesma. E estavam juntos há um bom tempo.


Fiquei mais chateada ao saber que costumava trai-la. Me senti mais suja, só mais uma. Queria sair dali, mas Eduardo disse logo:


— Acho que me expressei mal.


— Não quero falar de Christopher.


— Sei que não. Que está magoada. Mas por favor, me escute só um pouco. Vai entender aonde quero chegar.


— Foi ele que pediu que você viesse aqui?


— Christopher? – Eduardo riu sem vontade. – Ele me daria uma bifa se soubesse!


Fiquei quieta, cansada demais para falar. Resolvi escutar e então sair.


— Somos de uma família rica e tradicional, nossa empresa é bem grande no país. Meus pais eram loucos por filhos, mas por algum motivo tiveram que fazer muito tratamento para engravidar. Quando Christopher nasceu, minha mãe tinha 45 anos e meu pai 47. Eu nasci dois anos depois e foi complicado, ela e eu quase morremos no parto. Resumindo, fui uma criança adoentada e Christopher sempre foi forte, sério, decidido. Foi natural se tornar o alvo dos meus pais para ser o herdeiro de tudo. Claro que eu teria a minha parte, mas sem tanta responsabilidade.


Eu ouvia uma história que Christopher nunca me contou. Ainda era doloroso ficar ali ouvindo falar dele, mas continuei calada.


— Meu pai é bem exigente. E tem sonhos de fazer nossa empresa ganhar o mundo. Sozinho é difícil, mas tem um amigo que é empresário em um ramo parecido e começaram a sonhar juntos em formar um grande império. Acontece que já são idosos. Ambos precisam de um líder inteligente, um herdeiro, alguém que tenha o mesmo objetivo que eles. Meu irmão, claro. Ele foi criado para isso.


Parou um pouco e tomou um gole do suco. Fitou-me e continuou:


— Tudo ficaria ainda mais perfeito se as famílias se unissem também. Assim Christopher foi empurrado para a filha do amigo do meu pai. A Amélia. Se eles tivessem se conhecido fora desse contexto, nunca teriam nada. É um relacionamento frio, sem emoção. Em nome dos negócios e das famílias. Sempre tentei alertar Christopher a cair fora desse compromisso, estava na cara que não gostava dele nem era feliz. Mas se deixou levar e emaranhar cada vez mais nessa armadilha. Ele gosta da sensação de ter o poder e tem verdadeiro tino comercial. Fez nossa empresa avançar rapidamente nos poucos anos em que trabalha lá.


Eu não conseguia deixar de prestar atenção. Eduardo suspirou.


— Por isso te falo que sexo ele até arranjava por fora. Nunca foi nada descarado, mas com uma mulher daquela fica difícil manter a linha. Demonstra menos emoção do que um peixe, embora para mim seja só fachada para uma mulher fria e ambiciosa. Mas, deixa isso pra lá. Acontece que ele conheceu você. Quando o vi em sua companhia naquele restaurante, de mãos dadas, todo feliz, nem acreditei. Nunca vi meu irmão assim, Dulce. Juro por Deus que não é mentira. Ele ficou de quatro por você.


— Ele me enganou. – Falei baixo, magoada.


— Eu sei. Devia ter sido honesto desde o começo, mas, acho que pensou que ia ser só um caso a mais. Vocês se divertiriam juntos até não dar mais certo e pronto. Afinal, ele já tinha a vida organizada do outro lado. Acontece, que ele gostou mesmo de você. Foi se envolvendo e a mentira pesou cada vez mais. Até que acabou se decidindo. Escolheu ficar com você. Na quinta-feira chamou Amélia para conversar e terminar tudo. E depois ia contar para nosso pai. Você pode imaginar a tragédia grega.


Eu nem conseguia respirar. Estava arrepiada, sem saber se devia acreditar em Eduardo. Nada aquilo mudava o fato dele ter me enganado e traído. Mas esclarecia que não me iludi tanto quando achei que gostava de mim. Pelo menos um pouco.


— Você entende, Dulce? Christopher tinha sido preparado para uma coisa e queria isso. Até conhecer você. Ele ia desistir de tudo, mesmo sabendo que meu pai e minha família seriam contra. Escolheu você. Mas então... – Se calou e balançou a cabeça,chateado. — Meu pai ficou mais nervoso do que era esperado. E isso não é mentira minha. Pode procurar na internet, tem notícias lá sobre isso.


— Sobre o quê? – Murmurei.


— Meu pai e Christopher discutiram. O velho é um homem antigo, tinha colocado todas as esperanças dele no meu irmão. E não foram poucas. Imagina como ele ficou. Passou muito mal e teve um AVC.


Fiquei imobilizada, pálida. Sem poder crer naquilo. Na mesma hora meu peito se confrangeu em dor e imaginei o desespero de Christopher.



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Autor(a): Ally✿

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— Mas ele... – Balbuciei. — Christopher correu com ele para o hospital. Felizmente sobreviveu, mas ficou com o lado direito paralisado e ainda sofre riscos de ter um novo AVC. Também, já tem 73 anos, o que aumenta os riscos. O médico disse que ele não pode se aborrecer, nem ser contrariado. E pode demorar meses, até mais ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 442



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  • taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11

    ei cade vc vem finalizar a web..

  • gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32

    Finaliza a web!! GoxxxTo tanto

  • taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53

    ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .

  • anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57

    ally cade vocee

  • cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32

    Leitora nova! Por favor continua

  • vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34

    AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS

  • millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10

    Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(

  • isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39

    continua

  • julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29

    Continua

  • millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44

    Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final


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