Fanfics Brasil - 74° Capítulo ❖Redenção ao Amor❖

Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy


Capítulo: 74° Capítulo

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Quem não chorar com esse capítulo merece prêmios :'(


 




Agora escutem essa que nossa rainha DM escreveu *-* 





Era a primeira vez que eu entrava no Copacabana Palace. E apesar da beleza e do esplendor de tudo, não conseguia prestar atenção em nada. A minha sensação era a de estar indo para um funeral e não para um casamento. E realmente era uma morte, do resto dos meus sonhos que teimavam em ficar de pé.


Gastei dinheiro com um belo vestido longo branco com desenhos geométricos pretos, sandálias de salto, penteado em um rabo-de-cavalo chique e maquiagem. Me preparei para assistir ao meu próprio sofrimento. Mas era algo mais forte do que eu, necessário. Sabia que doeria mais do que tudo na vida, talvez mais do que a separação, vê-lo e perdê-lo de novo. No entanto depois eu poderia seguir em frente, testemunha do que tinha acontecido.


Jhonny foi me buscar muito elegante em um terno bem cortado com gravata borboleta. Elogiou minha beleza e, quando entrei no carro, me presenteou com um par de brincos de brilhantes pendurados. Eu o olhei surpresa.


— Não posso aceitar.


— Pode sim, Dul.


Tentei devolver, mas ele insistiu. Por minha companhia, por fazer seus dias no Brasil mais felizes, por nossa amizade. Ao final tive que aceitar e guardei meus brincos pequenos na bolsa, colocando os dele. Agradeci de novo e dei um beijo suave em seu rosto. Corei ao ver o modo como me fitou, com desejo. Eu ainda não podia retribuir. Mas, se aquela noite servisse para me libertar de Jhonny e do que me aprisionava, eu poderia.


Chegamos tarde de propósito. Eu não queria chamar a atenção e já chegar perto da cerimônia. De braço dado comigo, Jhonny me passava força e adentrou no salão de forma discreta. Era luxuoso, a decoração impecável e cheio. Vi que as pessoas começavam a se dirigir ao salão onde a cerimônia se realizaria.


Eu tremia por fora e sangrava por dentro. Passei os olhos a minha volta, buscando-o incansavelmente e com medo. Vi Eduardo ao longe, de braço dado com uma senhora bonita de idade avançada, possivelmente a mãe dele e de Christopher. Só assim para conhecer a sua família, de longe, escondida em um canto fora da passagem.


E foi então que vi Christopher. Meu coração bateu como um louco, minha garganta secou, eu tive vontade de chorar e me rasgar, de gritar e xingar, de correr para ele e obrigá-lo a olhar para mim, a dizer que amava a mulher com quem ia se casar. Mas fiquei muda, paralisada, enquanto a desgraça acontecia toda em meu interior.


Nunca mais você ouviu falar de mim Mas eu continuei a ter você Em toda esta saudade que ficou Tanto tempo já passou e eu não te esqueci Quantas vezes eu pensei voltar E dizer que o meu amor nada mudou Mas o meu silêncio foi maior E na distância morro todo dia sem você saber O que restou do nosso amor ficou No tempo esquecido por você Vivendo do que fomos ainda estou Tanta coisa já mudou, só eu não te esqueci Quantas vezes eu pensei voltar E dizer que o meu amor nada mudou Mas o meu silêncio foi maior


E na distância morro todo dia sem você saber Eu só queria lhe dizer que eu Tentei deixar de amar não consegui Se alguma vez você pensar em mim Não se esqueça de lembrar que eu nunca te esqueci Quantas vezes eu pensei voltar E dizer que o meu amor nada mudou Mas o meu silêncio foi maior E na distância morro todo dia sem você saber Quantas vezes eu pensei voltar E dizer que o meu amor nada mudou Mas o meu silêncio foi maior E na distância morro todo dia sem você saber


Ele estava ainda mais lindo, como se fosse possível. Os cabelos negros bem penteados, o fraque negro deixando seus olhos azuis mais acesos, uma expressão extremamente séria no rosto. Acompanhava um homem bem mais velho, que usava bengala e mancava, seu braço direito amparado pelo filho mais velho. Sim, era o pai dele. Ainda com as sequelas do AVC.


E em meio à raiva e à revolta que não consegui deixar de sentir desde que vi seu convite de casamento, eu senti também uma tristeza infinita. Não apenas por que o perderia para sempre ou por revê-lo depois de tanto tempo naquelas circunstâncias, mas pelo que eu via diante de mim. O amor de um filho por seu pai, expresso no cuidado com que o apoiava, no olhar de preocupação, no passo lento para acompanhá-lo. Acho que foi ali que eu perdoei. Não no sentido de pensar em mais alguma coisa com ele. Mas, de entendê-lo.


Eu estava ali vendo tudo. Clandestina, escondida, num mundo a parte. Tinha sido convidada, mas não queria que me visse. Só ver. Só constatar o que imaginei desde o momento em que abri meus olhos nessa manhã. Não consegui pensar em mais nada além de como Antônio estaria vivendo cada segundo do seu dia.


O café da manhã, os últimos presentes chegando, as flores embelezando cada canto do apartamento, o almoço leve, o banho demorado, o ritual de se preparar para aquele momento. Na minha dor, no meu desespero, Christopher se preparava para mim. Queria vê-lo, queria ver a cena. Na verdade, na verdade mesmo, eu não acreditava que aquilo estava acontecendo. Eu precisava ver para crer.


Não segui o instinto para chegar ali. Eu segui a dor. Ela me guiou até aquele hotel chique em Copacabana, ela me fez ficar pronta e arrumada, ali de braço dado com Jhonny como qualquer uma das convidadas elegantes daquela noite. Mas me sentia invisível. E ali eu o vi.


Tão lindo! Minha razão era nada frente a tudo que senti. Foi físico, foi emocional. Meu sangue gelou e desse jeito circulou pelo meu corpo, gelando cada parte da minha carne. Minhas mãos tremeram. O nó que se formou em minha garganta foi tão forte que lágrimas vieram aos olhos. E ainda me impediu de respirar, quanto mais falar. A respiração ficou pesada, difícil, arrastada. Me senti sozinha em um mar de gente e mesmo com o apoio do braço de Jhonny ao meu lado. A dor era só minha. 


Senti um desejo quase insano de gritar para que Christopher olhasse para mim quando passou pela nave central, ajudando seu pai. Mas meu corpo travado não deixou. Eu queria pensar, mas só sentia, como em carne viva. Vi como as pessoas se acomodavam para ver a cerimônia, mas continuei isolada quase na saída do salão amparada por Jhonny. Não me escondia, mas também não me mostrava. E enquanto isso Christopher e sua família iam para a frente do altar, seguidos pelos parentes da noiva e pelos padrinhos. Mas, eu só conseguia reparar nele.


Tudo foi preparado. O pai foi colocado junto de sua mãe e Christopher foi para seu lugar. Não sorria. Não parecia feliz. Nunca o vi tão fechado e sério, parecia em um velório, não em seu casamento. Então seus olhos penetrantes passaram em volta lentamente, como se sentisse que era observado e quisesse saber a origem. Claro que muita gente olhava para ele. Mas sua expressão, sua intensidade, era de quem farejava mais.


Tive medo que me visse. Encostei-me à parede e havia um arranjo de flores bem na frente, perto de mim. Jhonny me olhou com pena e murmurou:


— Vamos embora, Dul.


— Preciso ver tudo.


Ele não disse mais nada. A Marcha Nupcial começou a tocar. Mordi os lábios e voltei à minha posição inicial. Ergui o queixo. Olhei para frente. E dei de cara com a noiva alta, loira e linda, que vinha com o pai, preparada para entrar. Nossos olhares se encontraram e na hora ela estacou, a surpresa em seu rosto deixando claro que me conhecia, que sabia de mim. Mais uma prova de que tinha me mandado aquele convite.


Não conseguiu disfarçar de imediato o pânico, a palidez. Tinha me mandado o convite para tripudiar, para gritar “VENCI!”, mas nunca tinha esperado que eu o usasse. E agora sentia medo. De quê? Que eu fizesse um escândalo e atrapalhasse o seu casamento? Ou de que Christopher me visse e desistisse de tudo?


Encarei-a bem séria, sem pena. Recuperou-se logo, fingiu não me ver, mas manteve-se atenta ao voltar a andar. Estava tensa e preocupada. E foi assim que avançou em direção a Christopher no altar.


O resto aconteceu como em câmera lenta, um filme que se repetiria em minha mente incansavelmente nos anos seguintes. As palavras do padre, a voz grave de Christopher dizendo sim e enfiando uma estaca no meu peito, as lágrimas internas que derramei, o beijo do casal que agora iniciaria uma nova vida e uma nova família. Ele e outra mulher. Não eu.


— Vamos. – Pedi baixinho, pois o casal já se preparava para voltar e eu não queria ser vista nunca mais por ele. Pelo homem que amei e perdi, e chorei e sofri.


— Sim.


Jhonny me acompanhou para a saída. Fui de braço dado com ele, sem chorar na frente de ninguém, sem abaixar a cabeça. Mas só eu sabia como me sentia.


Ao chegarmos na entrada, eu não aguentei e olhei para trás, a última vez. Os noivos terminavam seu percurso vindo do altar. E na distância imensa do salão ornamentado e das pessoas que estavam prestes a se meter na frente, eu fitei os olhos azuis de Christopher. E ali, na penumbra do inconveniente, ele me viu. Mas já era tarde demais. Morri e renasci. Virei as costas e saí, em busca de um novo destino.


 



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Autor(a): Ally✿

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 442



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  • taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11

    ei cade vc vem finalizar a web..

  • gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32

    Finaliza a web!! GoxxxTo tanto

  • taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53

    ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .

  • anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57

    ally cade vocee

  • cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32

    Leitora nova! Por favor continua

  • vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34

    AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS

  • millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10

    Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(

  • isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39

    continua

  • julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29

    Continua

  • millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44

    Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final


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