Fanfics Brasil - 78° Capítulo ❖Redenção ao Amor❖

Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy


Capítulo: 78° Capítulo

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Não estava tão tranquila quanto queria parecer. Mesmo mais velha, talvez mais comedida, sua expressão era transparente. Havia nervosismo e até mesmo certo incômodo em seu jeito. Seu olhar passou por meu rosto e vi ali algo de saudoso, de intenso, de angústia. Mas tentou disfarçar e fitou meu irmão:


— Eduardo, quanto tempo...


— Dulce, acredita que não reconheci você? Está mais velha e mais linda. Falei para Christopher que a conhecia de algum lugar. – Sorriu e a beijou na face. — Como vai?


— Bem. E vocês? – Olhou dele para mim.


Eu estava mudo, imóvel, abalado pelas emoções que me golpeavam sem dó. Não conseguia simplesmente fingir que éramos conhecidos que se encontram casualmente. Eu pensei nela por 9 anos e a guardei dentro de mim como o bem mais precioso. Não a ver não me obrigou a esquecê-la. E agora me sentia totalmente perdido.


O que eu poderia responder a ela? Que nunca mais vivi bem? Que apenas passei pela vida por nove anos, sendo feliz só quando via algo que me lembrava dela? Que cumpri todas as minhas obrigações, me tornei mais frio e duro, mais cruel e fechado, por que não estava comigo para me ensinar a querer ser diferente?


— Tudo bem. - Disse Eduardo. E como eu continuava mudo, olhando fixamente para ela, se encarregou de ser educado e apresentá-la aos japoneses.


Enquanto sorria e falava com eles, eu só me dava conta dos detalhes. Coisas que se perderam com o tempo em função de lembranças maiores dela, das quais me agarrei como um náufrago à última boia. O formato pequeno de sua orelha que apareceu quando pôs o cabelo para trás, a mão com dedos finos e delicados, um sinal que tinha no braço.


E então, como se não estivesse o bastante abalado, outras lembranças mais vívidas vieram, saudosas e dolorosas, pois não podiam mais ser alcançadas. O modo como me beijava, o formato dos seios* pequenos, sua voz melodiosa cantando pra mim, o modo como era simpática com todo mundo. Quis agarrar aquilo tudo quase com desespero, dando-me conta mais do que nunca do quanto me fizeram falta.


Vivi todos esses anos com uma memória, forçando-me a acreditar que seria assim para sempre. E agora, como eu poderia viver com a lembrança dela tendo-a visto novamente? Sendo tão real, tão ela, tão minha, como sempre quis? Sentia-me desnorteado, sem chão.


 


Em algum recanto da minha mente percebi que Eduardo e os japoneses a convidavam para almoçar conosco e ela recusava, apontava para outra mesa e uma mulher que tinha acabado de chegar lá e acenava para ela. Então consegui me livrar de parte daquele estado, ao notar que se afastaria, que eu a perderia novamente.


— Fique. – Falei baixo, em tom de comando, sem piscar.


Na mesma hora me olhou. Os outros também. Vi um leve tremor percorrê-la, uma emoção intensa no seu olhar, mas disfarçou logo com um sorriso.


— Minha amiga está me esperando para almoçar. Mas foi bom rever você. Vocês.


Soube que não poderia deixá-la ir. Mesmo tendo buscado por ela com o olhar em muitos lugares, como a esperar um encontro casual como aquele, eu nunca voltei a procurá-la de verdade depois daquela despedida de solteiro. Pois sabia que só de vê-la minha determinação iria toda pelos ares. Deixei o tempo e o destino agirem. E agora, quando menos esperava, eles a colocavam de volta no meu caminho.


Fui mal educado, pois não me despedi quando me olhou e acenou. Contive-me ao máximo para não segurá-la ao se encaminhar para outra mesa e trocar beijinhos com a amiga, sentando-se. Por que eu não me reconhecia mais. Eu voltava a ser o Christopher passional e intenso do passado, não o cara frio que tomou o lugar dele. Eu me perdi dentro de mim, chocado e abalado, a ponto de fazer uma loucura.


— Reaja, cara. – Eduardo disse baixo, passando por mim. — Os japas estão sem entender nada.


Consegui respirar. Consegui tirar os olhos de Dulce e fitar meu irmão e os japoneses, que se serviam do buffet.


Fui até eles como um autômato. Não sei o que coloquei no prato. Voltamos à mesa e sentei de novo, mas meus olhos foram para ela, conversando e sorrindo com a amiga. O garçom nos serviu, todos começaram a comer, falaram comigo. Era uma reunião importante, mas não me concentrei em nada.


Felizmente Eduardo resolveu ficar sério e tomou sozinho as rédeas daquele almoço, por que eu não servia mais para nada. Eu só olhava para Dulce. Nada dela me escapou. Seu sorriso, as pernas, os cabelos soltos. Fiquei fascinado quando o garçom se aproximou da mesa delas e Dulce falou com ele, sorriu. Vi o homem sorrir de volta e pude visualizar direitinho ela perguntando o nome dele, como fazia antes. Não tinha mudado nada.


Estava bem e feliz. Isso me alegrou e desesperou ao mesmo tempo. Eu a queria assim, não se tornando mais dura ou amarga. E parte da minha culpa diminuía com isso. Mas imaginar que superou tão bem, que viveu feliz longe de mim, parecia gritar que não fui tão importante. Por que nunca a esqueci e nunca mais fui o mesmo sem ela. Era duro ter diante dos olhos a pessoa que poderia ter feito minha vida tão diferente.


Foi uma tortura para mim estar tão perto e tão distante. Deixei Eduardo decidir tudo com os japoneses, que vieram de longe para serem nossos franqueadores. Não comi nem bebi. Nem sei se respirei. Eu só a vigiei o tempo todo e em nenhum momento se virou para olhar para mim. Pelo contrário, conversava com a amiga, sorria e fazia umas caras engraçadas enquanto mostrava a ela algumas coisas em um tablete. Acabaram rindo alto, atraindo os olhares de muitos executivos acostumados a falta de alegria daqueles almoços sem graça.


Continuei naquela obsessão, até que meu irmão comentou:


— Christopher, cara, disfarça um pouco. Os japoneses não estão entendendo nada. Você nem comeu, não deu uma palavra.


— Cuide deles. – Não o olhei.


— É o que estou fazendo. Mas já resolvemos tudo aqui. Vamos embora? – Havia um quê de pena em sua voz, mas ignorei. Naquele momento eu não podia me concentrar em nada além de Dulce.


Quando as vi pedir a conta, chamei o Metre e solicitei que a conta delas fosse inclusa na minha e disse que as avisasse que tinha sido gentileza da minha mesa. Ela teria que vir falar comigo. Eduardo me olhava e sabia que eu estava além do meu limite. Falou baixinho comigo:


— Vê bem o que vai fazer, cara. Já passou muito tempo.


Não respondi. Observei o garçom falar com elas. Dulce ficou um momento imóvel, então se virou para mim devagar, com as sobrancelhas franzidas. Seu ar jovial e feliz não estava mais lá. Havia certo medo em seu olhar e soltei o ar, vendo que não era tão imune à minha presença como quase me fez acreditar. Disse algo para a amiga.


Tinha enrolado uma echarpe colorida nos ombros e pescoço, por que o ar condicionado do restaurante era sempre muito forte por receber pessoas de terno. Estava sedutora e muito elegante. Meu corpo reagia a ela, aceso, o desejo fazendo meu corpo ferver. Inúmeras vezes sonhei em fazer amor com Dulce durante aqueles anos e nenhuma fo/da, antes ou depois, se equiparou ao que despertou em mim quando ficamos juntos. Tinha sido um amor interrompido sem se consumar. Suspenso tanto tempo.


Quis sentir culpa por me sentir daquela maneira, excitado, nervoso, abalado, cortejando uma mulher que não era mais minha não só com desejos sexuais, mas com sentimento. Como sempre foi com ela. Mas, não sentia culpa. Tudo que sentia por Dulce parecia certo, perfeito. Todo o resto é que estava errado.


Ela se levantou com a amiga e ambas se aproximaram da mesa. Seu olhar encontrou o meu e fiquei ainda mais mexido, meu coração bateu forte, o nervosismo aumentou. E o te/são também. Tive o desejo louco e insano de me erguer, jogá-la sobre uma das mesas e beijá-la ali mesmo, tocando-a, amando-a com um desespero que chegava a causar dor física.


Fiquei de pé e tive que fechar o botão do meu paletó, senão ia passar vergonha com minha ereção. Todo meu corpo estava ligado a ela, aquela conexão mais viva do que nunca, a atração violenta e os sentimentos antigos se mesclando dentro de mim.


Parou ao lado da mesa, um pouco nervosa, com as bochechas coradas. Sabia que era uma atitude minha e me fitou, dizendo:


— Obrigada, Christopher. Não precisava ter se incomodado. – Apontou para a moça bonita a seu lado. — Essa é minha amiga Fuzz.


— Como vai? – Apertei a mão dela, mas minha atenção continuava toda em Dulce. A outra moça cumprimentou Eduardo e os japoneses, que se levantavam também.


Dulce me olhou. Uma energia viva e pulsante ondulou entre nós, densa, quente, única. O tempo pareceu deixar de existir.


Prendeu o ar e eu não parei de fitá-la de modo penetrante. Não conseguia, não podia.


— Preciso ir. – Disse baixinho.


— Não. – Meu tom foi firme, incisivo. Assustou-se um pouco e completei: — Tome um café comigo.


— Não, eu...


— Só um café.


Olhou-me na dúvida. E suspirou. Vi que cederia com um suspiro e algo dentro de mim exultou, pois não podia despedir-me ainda.


A amiga percebeu e se despediu, dizendo que estava com pressa para outro compromisso. Eu disse a Eduardo, sem tirar meus olhos dos de Dulce:


— Daqui a pouco volto ao escritório.


— Certo. Dulce, foi um prazer te reencontrar.


Ela sorriu e os dois trocaram beijos e palavras carinhosas. Despediu-se também dos japoneses e eles se afastaram. Ficamos só nós dois, o espaço de um cadeira nos separando. Cerrei o maxilar para me conter, para travar tudo que gritava dentro de mim e não assustá-la. Puxei a cadeira para ela.


— Sente-se.


— Não posso demorar, Chris.


— Tudo bem.


Acomodou-se e me sentei ao seu lado. Mesmo ambos tentando ser polidos e educados, sentíamos o clima quente e pesado, a tensão que nos engolfava. O garçom veio perto e pedi dois cafés. Sentia-me nervoso e excitado, mais do que se fosse fechar um negócio com lucros de milhões. Muito mais.



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Autor(a): Ally✿

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Escutem *-* Como vai você? Eu preciso saber da sua vida Peça a alguém pra me contar sobre o seu dia Anoiteceu e eu preciso só saber Como vai você ? Que já modificou a minha vida Razão de minha paz já esquecida Nem sei se gosto mais de mim ou de você Vem, que a sede de te amar me faz melhor Eu quero amanhecer ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 442



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  • taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11

    ei cade vc vem finalizar a web..

  • gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32

    Finaliza a web!! GoxxxTo tanto

  • taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53

    ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .

  • anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57

    ally cade vocee

  • cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32

    Leitora nova! Por favor continua

  • vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34

    AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS

  • millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10

    Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(

  • isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39

    continua

  • julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29

    Continua

  • millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44

    Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final


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