Fanfics Brasil - 80° Capítulo ❖Redenção ao Amor❖

Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy


Capítulo: 80° Capítulo

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Que diabos eu estava fazendo?


Se nossa vida já tinha sido complicada antes, imagine agora, com todos os problemas do passado acrescidos de casamentos e filhos? Onde eu estava com a cabeça?


O problema não era a cabeça. Era aquela agonia atroz, aquele sentimento de perda, de desespero ao me ver sozinho naquele restaurante, sabendo que Dulce estava tão perto e tudo que deixei escapar.


Eu tinha conseguido me conter e seguir sozinho por nove anos por que sua lembrança me acalentou. Agora sua presença tomava conta de tudo, me alertava do precipício do qual eu queria me jogar, balançava minhas estruturas e mostrava quão frágil era o meu equilíbrio.


Estava fora de mim, sem chão e sem eixo.


Como podia uma pessoa errar tanto na vida? Eu nunca deveria ter me casado com Amélia, nem por empresa nem pelo meu pai. Tentei ser certo, tentei evitar catástrofes e ferrei com a minha vida. Eu joguei Dulce nos braços de outro homem. Era ele quem tinha tudo que eu queria, era ele o pai da filha dela, para ele Dulce sorria e se dava. E eu não estava suportando aquela dor.


Paguei os cafés intactos e saí do restaurante muito diferente do que quando entrei ali. Minha realidade era agora bem mais dura de suportar, o peso nos ombros parecia de toneladas, tudo uma farsa, cada dia da minha vida uma mentira. A infelicidade que se mantinha apenas na superfície agora se derramava toda dentro de mim. Tirando meu filho, todo o resto não tinha mais importância.


Meus pais estavam bem idosos e viviam mais em Angra do que aqui. Eduardo casou e se mudou. Cada um viveu sua vida como quis. Eu fiz um Império. Eu era um dos homens mais ricos e poderosos do Brasil. Expandi os negócios para fora. Era um líder nato, respeitado por todos. E não sabia mandar nem na minha própria vida.


Meu andar era firme ao sair e seguir para o estacionamento, onde um luxuoso Bentley negro me esperava. Igor, o motorista, abriu a porta para mim. Agradeci com um aceno de cabeça e me sentei, calado, mudo, sozinho. Como me senti boa parte desses 9 anos.


Foi difícil me concentrar nos negócios pelo resto da tarde. Fiz o que tinha que fazer, mas com minha cabeça e meu coração cheios de Dulce. Pesquisei na internet sobre a empresa que ela trabalhava, PROVIT, separando o número e o telefone. Era loucura, eu tinha que esquecê-la, mas sabia que não ia conseguir. Pelo menos agora eu sabia onde ela estava.


Voltei para a cobertura tríplex que havia comprado há uns cinco anos na Barra, luxuosa ao extremo. Amélia tinha se encarregado de contratar decoradores e nem quis saber das escolhas que fez. Mas toda vez que entrava naqueles espaços brancos e estéreis, parecia que era um hospital. Não havia cor nem luz, só aquela elegância gelada.


Tudo era silencioso. Atravessei os longos corredores de chão brilhante e, antes de ir para minha suíte, segui para o quarto de Lipe. Entrei sem bater. Ele estava sentado no carpete sobre almofadas, junto com a babá Silvana, jogando X-BOX. Um pouco de alívio me engolfou e segui até ele.


— Pai! Estou ganhando a Silvana! Quer jogar comigo? – Ele voltou os olhos azuis idênticos aos meus para mim, esperançoso. Já era quase oito horas da noite e eu estava cansado, ainda mais depois do desgaste emocional daquele dia. Mas deixei minha maleta em uma cadeira e me aproximei.


— Claro, está jogando o quê? Oi, Silvana.


— Oi, seu Christopher. – A senhora sorriu e se levantou, dando-me espaço. — Vou lá ver o jantar do Lipe e já volto.


Ela saiu e sentei ao lado dele. O garoto se empenhava em manter o controle, girando de um lado para outro, até que perdeu de vez.


— Corrida de carros! – Explicou e, como de costume, se debruçou e me deu um beijo no rosto. Seus olhos tinham se iluminado ao me entregar o outro controle. — Qual você vai escolher?


— O de sempre. – Despenteei seu cabelo escuro, com carinho, recostando-me na cama.


— Ah, aquele carrão sempre me ganha! – Reclamou, mas estava animado. Eu sabia que era uma criança muito solitária, passava o dia todo na escola e depois em casa com a babá. Amélia nunca tinha tempo para ele, um dos motivos de quebrarmos a frieza um com o outro e andarmos discutindo ultimamente. E eu trabalhava demais. Tentava compensar quando estava em casa, mas nunca era o bastante para um garoto que nem tinha seis anos ainda.


Jogamos juntos e Lipe riu, querendo ultrapassar meu carro na pista e capotando, enquanto saltitava e se entortava todo do meu lado.


— Ah, assim não vale, pai!


Eu sorri, mais relaxado, a companhia dele me fazendo bem. Perguntei como foi seu dia na escola e deu de falar, reclamando de um colega que andava implicando com ele, mas elogiando outros amigos.


Jogamos juntos mais dois jogos, até que Silvana voltou chamando-o para jantar. Reclamou, não queria ir. Era sempre assim, Liper se agarrava aos momentos que tínhamos juntos até não poder mais. Só se conformou quando eu disse que também tinha que tomar banho e depois que jantasse tudo e eu também, voltaria para mais uma rodada.


Afastou-se e fui para minha suíte. Praticamente desde o início do casamento eu e Amélia tínhamos quartos separados e contíguos. Usávamos a porta de ligação apenas quando eu ia até ela transar e isso era cada vez mais raro de acontecer. A última vez tinha sido há mais de trinta dias.


Nunca fomos apaixonados. O sexo foi mais para aliviar o corpo e depois para providenciar um herdeiro, o último laço que faltava entre as duas famílias. Depois foi se espaçando e nunca conversamos sobre isso. Ela se portava como a esposa perfeita e funcional, administrava a casa, vivia como modelo de socialite que todas as outras queriam seguir, era organizadora dos chás de caridade. Tinha um consultório, mas era mais status, se dizendo médica. Há muito não exercia a profissão e deixava tudo nas mãos de colegas, apenas ganhando seu dinheiro da sociedade da clínica.


O que me irritava nela e cada vez me fazia mais perder a paciência era sua falta de tempo para nosso filho. Era fria e distante dele. Pouco se importava se estava em casa ou na escola. E cada vez mais eu o sentia triste, se isolando, fugindo dela. Na hora de cobrar era ótima. Queria que fosse como um robozinho, sempre impecavelmente arrumado e educado, comendo de garfo e faca, para pousar de família perfeita quando éramos vistos em público. Eu já estava cansado daquela merda.


Nunca me enfrentava diretamente quando eu chamava sua atenção sobre aquilo ou me irritava. Sorria, escutava, concordava. Mas não mudava em nada suas atitudes. Assim, eu me via cada vez mais furioso e querendo estar longe dela. Sexo nem mais por obrigação. Não encostava um dedo nela. Eu me satisfazia com amantes ocasionais ou no Catana. E assim nós seguíamos com a nossa família perfeita.


Tirei o paletó no quarto e pensei novamente em Dulce. Eu duvidava que ela fosse fria com a filha. Devia encher a menina de abraços e carinho, fazer a vida da filha e do marido um paraíso com sua luz e seu calor.


Terminei de desabotoar a camisa, cheio de ciúmes e abatido, cansado, perturbado demais. Minha vida era uma merda e eu me atolava de vez agora nela, mais ainda, sabendo que foi o que escolhi e tudo que perdi.


Não consegui mais parar de pensar em Dulce. Ela havia renascido dentro de mim com força total, saído do lugarzinho onde consegui mantê-la sob controle por todos aqueles anos. E agora se esticava e esparramava dentro de mim, tomando até o que eu não podia dar. Tomando tudo.


E eu sabia que agora minha vida seria um inferno ainda maior do que tinha sido.


 




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BESOS DA ALLY *-*



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Autor(a): Ally✿

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 442



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  • taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11

    ei cade vc vem finalizar a web..

  • gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32

    Finaliza a web!! GoxxxTo tanto

  • taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53

    ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .

  • anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57

    ally cade vocee

  • cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32

    Leitora nova! Por favor continua

  • vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34

    AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS

  • millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10

    Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(

  • isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39

    continua

  • julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29

    Continua

  • millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44

    Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final


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