Fanfics Brasil - 83° Capítulo ❖Redenção ao Amor❖

Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy


Capítulo: 83° Capítulo

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Ela era tudo pra mim. Ocupou um lugar que ninguém conseguiu desde Christopher. Só quem tinha filho podia entender o que era aquilo, aquele amor incondicional e maior que tudo, aquela alegria permanente só por ver um sorriso do filho ou ouvir uma palavrinha dele. Maju foi meu bálsamo e meu alívio, minha companheira e amiga. Minha felicidade completa.


Jhonny não se sentiu tão tocado. Talvez fosse aquele seu lado inglês que era meio frio e que trocava um beijo por um aperto de mão. Ele olhava para nós duas com encanto e estranheza, muitas vezes como se fôssemos de outro mundo. É claro que amava a filha, mas não era muito de afagos e carinho, era mais seco. Aprendi que nossas culturas eram bem diferentes e que não fazia de propósito. A vida dele em primeiro lugar eram os negócios. Acho que éramos apenas um complemento.


Aquilo com o tempo começou a me incomodar. A distância física e emocional. Conversei muito com ele, mas Jhonny era ocupado e requisitado e viajava muito. Eu me preocupava com Maju, porque a menina gostava dele, mas tinha se acostumado com suas ausências. Às vezes não parecia que ela se dava conta que Jhonny era seu pai. Quase não perguntava dele, como se fosse um amigo distante. E aí começaram as dúvidas de mãe.


Se fiz escolhas certas. O que aquilo faria com ela no futuro, quando entendesse melhor tudo. Se valia a pena viver em uma farsa. Pois não era realmente um casamento. Era uma vida a dois com minha filha e com visitas de Jhonny. Para viver assim, talvez fosse melhor separar. Por que quando casei, foi pensando em ter uma família de verdade.


Eu ainda gostava dele. Era um homem bom. Na cama, apesar de não ser exatamente fogoso, se preocupava comigo, tinha carinho, era atencioso. Gostava de fazer sexo com ele, embora nem sempre chegasse ao orgasmo. Mas, ficar longe tanto tempo era ruim. Eu era jovem e muitas vezes sentia falta de um homem perto de mim, de mais paixão, de vida. Aquilo não era tudo e até eu deixaria de lado, mas a solidão, somada ao resto, cobrava seu preço. E eu só esperava Jhonny voltar daquela viagem para ter uma conversa com ele.


Muitas vezes imaginava como seria minha vida com Christopher. Os amassos com sexo* oral no carro e na cachoeira foram os momentos mais intensos e prazerosos da minha vida. Eu me roía de ciúmes e raiva sabendo que fazia tudo aquilo com a esposa, que outra mulher usufruía dele, do que quis tão desesperadamente para mim. Lutava contra aqueles pensamentos, mas nos momentos de solidão, quando meu corpo ardia e tinha necessidades, eu pensava naqueles momentos, não nos meus de casada. Isso me causava culpa, mas era sempre mais forte do que eu. Era algo visceral, intenso, louco, que vinha das entranhas.


Agora estava ali, naquele restaurante, imobilizada olhando para o homem que foi o mais importante da minha vida e que, com toda minha luta, nunca esqueci. Não dava para acreditar que era Christopher. Que eu o via tão perto, depois de tanto tempo.


Pensei em fugir antes que me visse. Sair, para seguir minha vida em frente. Cheguei a me levantar, peguei meu celular, joguei na bolsa e coloquei-a no ombro, tremendo, angustiada e nervosa. Dei alguns passos, mas então parei, com raiva. Eu não tinha por que me esconder. Não era mais uma menina boba e ingênua. Era uma mulher de 29 anos, casada e com filha, realizada profissionalmente. Quanto tempo eu levaria me escondendo, com medo de Christophere? Talvez se eu o encarasse, se eu o enfrentasse, conseguisse tirá-lo daquele lugar permanente em que tinha se estabelecido.


Acho que nem pensei. Não sei o que me moveu. Só virei e fui até onde ele estava com os outros homens, de pé perto do buffet. Cada passo que eu dava para perto era uma pontada a mais no peito, era a saudade gritando e ao mesmo tempo a determinação exigindo uma solução. Eu sentia meu destino prestes a mudar e achei que precisaria daquela catarse. Não só sair de um casamento solitário, mas também de um amor do passado que ainda me continha.


Vi seu sorriso meio de lado. Foi a primeira coisa que me encantou nele quando o vi pela primeira vez, ao sair do carro da minha amiga naquele engarrafamento. E as palavras saíram da minha boca como se tivessem vida própria, como um recomeço não estipulado:


— Você tem o sorriso mais bonito que eu já vi na vida.


Christopher se virou para mim devagar. Pareceu ficar paralisado quando seus olhos azuis encontraram os meus. Eu me afoguei neles, nele todo ali tão perto de mim, sua presença e seu cheiro familiares me dominando, fazendo doer cada canto do meu corpo e da minha alma. Contive a respiração. Dei-me conta que não estava pronta para aquilo, que devia sim ter ido embora, pois os sentimentos eram mais fortes do que eu.


— Eu sabia que conhecia você.


A voz de Eduardo me salvou, me tirou da agonia e da dor que eu tinha me embrenhado. Voltei à realidade, me obriguei a reagir, a fingir, a não mostrar tanto o que latejava dentro de mim. Os anos, os estudos na área de psicologia, tinham que me servir para alguma coisa, ao menos para um controle de tantas emoções. E então Christopher murmurou com uma carga tão forte de saudade, de lembranças, como se as trocássemos ali:


— Dulce...


Apenas meu nome, mas foi duro ouvir. Lamentei por tudo que perdemos, por tudo que não tínhamos mais. Mas, me mantive o mais firme possível. Sorri, tentei ser forte:


— Oi, Chris.


Não estava tão tranquila quanto queria parecer. Havia nervosismo abalando minhas estruturas, me fazendo tremer por dentro. Saudade, dor e angústia me corroíam dolorosamente. Mas, tentei disfarçar e busquei algo seguro, que pudesse repor meu equilíbrio. Fitei seu irmão:


— Eduardo, quanto tempo...


— Dulce, acredita que não reconheci você? Está mais velha e mais linda. Falei para Christopher que a conhecia de algum lugar. – Sorriu e me beijou na face. — Como vai?


— Bem. E vocês? – Olhei para ele com carinho, mas não consegui me concentrar. Como se não suportasse ficar longe de Chris, voltei minha atenção toda para ele.


Estava mudo, imóvel, sem piscar. Toda aquela intensidade que nunca vi nos olhos de outra pessoa estavam fixas em mim. Quase desfaleci de tanta saudade. Tive vontade de perguntar tudo sobre ele, de rir e de brigar, de fazer tudo que não fiz aqueles anos todos, mas apenas o olhei.


— Tudo bem. – Eduardo respondeu. E quando me apresentou aos japoneses, eu sorri e falei com eles sem nem ao menos saber o que fazia. Convidaram-me para almoçar, mas então eu só pensava em fugir dali. Não era forte o bastante para ficar perto de Antônio depois de tudo.


Eu queria enfrentar tudo aquilo. Até mesmo precisava. Tinha necessidade de me libertar de vez daquele passado que ainda me aprisionava, embora eu tivesse lutado sempre contra ele. Mas, o nervosismo e os sentimentos absurdos que Chris ainda despertavam em mim não permitiam.


Foi com alívio que vi Fuzz chegar, como minha tábua de salvação. Acenei para ela e disse a eles que minha amiga me esperava. Quase saía correndo dali, quando Chris disse em voz baixa e dura:


— Fique.


Na mesma hora eu o olhei. Havia aquele tom de comando do passado, quando bastava usar para eu me sentir querendo obedecer. Sempre me surpreendi com o poder que tinha sobre mim. Tremi sem controle, abalada e nervosa, principalmente por que quase concordei, hipnotizada e emocionada. Mas lutei e disfarcei logo com um sorriso.


— Minha amiga está me esperando para almoçar. Mas, foi bom rever você. Vocês.


Não esperei resposta de ninguém, muito menos dele. Acenei e me afastei, obrigando-me a dar um passo de cada vez quando queria sair correndo. Meu coração disparava, minha alma doía, a vontade de chorar era insuportável. Mas continuei sorrindo, mesmo quando cumprimentei Fuzz e me sentei em volta da mesa.


Forcei-me a olhar para ela, a prestar atenção no que dizia, mas estava cheia por Chirstopher. Seus olhos penetrantes, sua expressão séria, seu cheiro único e seu corpo másculo tomavam todos os meus sentidos. Respirei fundo, pedi a Deus que me ajudasse. E disse à minha amiga:


— Querida, desculpe. Pode repetir?


— O que você tem, Dul? Está esquisita!


— Nada. – Forcei um sorriso.


Só eu sabia como me sentia abalada, atingida, dolorida. Mas, lutei com unhas e dentes para não demonstrar. Mesmo quando senti o tempo todo o olhar de Chris sobre mim, eu não o olhei. Eu consegui comer, beber, sorrir, ver fotos em um tablete. Conversei com o garçom quando veio nos atender. Fui coerente e aparentemente normal. Aparentemente. Pois o tempo todo eu só pensava nele, eu só queria olhá-lo e fazer isso sem parar, até sentir que parte daquela saudade toda cedia.


Quando pedimos a conta, devia ter sentido alívio, mas, meu coração estava apertado. Por que eu sabia que sairia dali e não veria mais Chris, sabe-se por mais quantos anos. Talvez para sempre. Era o certo, eu já devia ter me acostumado com isso. Mas ainda faltava dizer tanto. Faltava uma despedida melhor. Como? Eu não sabia. Só estava perdida e abalada demais para ter pensamentos certos e coerentes.


O garçom voltou com a conta paga e nos disse que foi cortesia da mesa de Chris. Fiquei gelada, imóvel, sabendo que fez aquilo para que eu falasse com ele de novo, antes de ir. E o pior é que eu sentia necessidade daquilo também, como se uma força nos puxasse de um para o outro o tempo todo. Então virei devagar para ele, com medo do que sentia, do que desejava.


Encontrei seus olhos fixos em mim, como eu sabia que estariam. Tudo se revolucionou em meu interior. Em meio ao restaurante movimentado, parecia ter só nós dois. Tive tanta vontade de ouvir sua voz, de estar com ele só um pouco, conversando, matando a saudade! Era um desejo insano, mas premente, doído, forte.


— O que houve, Dul? – Indagou Fuzz.


— Um amigo pagou nossa conta. Preciso agradecer. – Falei baixo.


— Tudo bem.


Nós nos levantamos e nos aproximamos da mesa dele. Minhas pernas estavam bambas, a barriga contorcida, todo corpo alerta, quente, vivo. Seus olhos me chamavam. Nervosismo e desejo me engolfaram quando se ergueu elegante e másculo, fechando o botão do paletó, me devorando sem precisar dizer nenhuma palavra.


Aquela conexão nos ligava e atraía. Finalmente entendi que nem o tempo nem a distância poderiam suplantar aquilo. Era mais forte que tudo. Mas, não significava que não podia ao menos tentar lutar contra ela.


Parei ao lado da mesa, nervosa, sentindo meu rosto arder. Mas mesmo assim tentei ser só educada:



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Autor(a): Ally✿

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— Obrigada, Chris. Não precisava ter se incomodado. – Apontei para a moça ao meu lado. — Essa é minha amiga Fuzz. — Como vai? – Apertou a mão dela, seu movimento deixando-o mais próximo. Seu perfume veio em minhas narinas, embriagando-me ainda mais. Estremeci quando ainda assim continuou atento a mim, só ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 442



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  • taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11

    ei cade vc vem finalizar a web..

  • gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32

    Finaliza a web!! GoxxxTo tanto

  • taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53

    ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .

  • anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57

    ally cade vocee

  • cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32

    Leitora nova! Por favor continua

  • vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34

    AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS

  • millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10

    Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(

  • isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39

    continua

  • julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29

    Continua

  • millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44

    Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final


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