Fanfics Brasil - 84° Capítulo ❖Redenção ao Amor❖

Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy


Capítulo: 84° Capítulo

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— Obrigada, Chris. Não precisava ter se incomodado. – Apontei para a moça ao meu lado. — Essa é minha amiga Fuzz.


— Como vai? – Apertou a mão dela, seu movimento deixando-o mais próximo. Seu perfume veio em minhas narinas, embriagando-me ainda mais. Estremeci quando ainda assim continuou atento a mim, só a mim, enquanto Fuzz era cumprimentada pelos outros.


Era impossível não sentir a energia viva e pulsante que ondulava entre nós, densa, quente, única. O tempo pareceu deixar de existir. Fiquei tão abalada pelo desejo, pela vontade de chegar mais perto, que lembrei de quando marcávamos de sair no passado e o porteiro avisava que ele estava lá embaixo me esperando. Eu saía do apartamento tão eufórica e feliz que meu coração parecia prestes a pular pela boca. E só tinha sossego quando me jogava nos braços dele e o sentia forte junto a mim. Aí eu sabia que tinha encontrado o meu lugar.


Querer desesperadamente fazer aquilo só me fez ter consciência do impossível e sentir a tristeza vir lentamente dentro de mim.


— Preciso ir. – Eu disse baixinho.


— Não. – Seu tom foi firme, incisivo. Assustou-me um pouco, pois era como se sentisse o mesmo que eu. Completou seco: — Tome um café comigo.


— Não, eu...


— Só um café.


Olhei-o na dúvida. Eu sabia que não devia. Mas só precisava de mais um pouquinho dele. Só mais um pouco para me conformar e seguir em frente. Suspirei, sabendo que cedia.


Fuzz percebeu que eu ficaria e se despediu, dizendo que estava com pressa para outro compromisso. Eu ouvi Chris também falar com Eduardo. Mas estava como que dopada, sem rumo, paralisada. Despedi-me de Fuzz sem saber ao certo o que fazia e o mesmo com Eduardo. Só sei que todos se foram e ficamos só nós dois, o espaço de um cadeira nos separando. Chris puxou-a para mim.


— Sente-se.


— Não posso demorar, Chris.


— Tudo bem.


Acomodei-me e o vi se sentar ao seu lado. Mesmo ambos tentando ser polidos e educados, sentíamos o clima quente e pesado, a tensão que nos engolfava. O garçom veio perto e pediu dois cafés. Parecia calmo, mas a tensão estava lá na forma como cerrava o maxilar e na intensidade com que me olhava.


Ali, ao lado dele, senti como se eu fosse a mesma do passado, sem nove anos nos separando. Lembrei de mim como era, tão ingênua e cheia de esperanças. E me dei conta de que a saudade e dor ainda existiam ali porque amamos demais. Eu amei demais, de uma maneira impossível de esquecer.


As lembranças vinham sem avisar e sem pedir licença. Não parecia real estar ali fingindo que tudo estava bem, quando eu gritava por dentro. Estávamos quietos, mas nossos olhares falavam, discutiam, pediam mais. Mais do que poderiam ter.


Havia um abismo entre nós. Muita coisa tinha acontecido. E Chris foi o primeiro a quebrar o silêncio:


— Não esperava ver você aqui. Fui pego de surpresa.


— Eu também. – Murmurei.


— Já estava aqui quando entrei? – Olhava-me sem piscar.


— Sim. Você estava distraído conversando com os japoneses. – Segurei a bolsa no colo, um tanto sem graça, até mesmo tímida. Nunca nos falamos assim, fingindo que éramos tão educados. Nenhum de nós dois se preocupou com o café que o garçom deixou ali.


Franziu o cenho, parecendo com raiva. Seus olhos passearam com intensidade por meu rosto e contive o ar. Havia tanta coisa ali! Tanta coisa que refletia o que eu sentia! Então baixaram, foram para minha mão esquerda de maneira acintosa, que ficou claro o que queria saber.


Olhei de imediato para sua mão e vi ali a prova de que eu não era nada em sua vida. Fui engolfada pela raiva. Principalmente de mim mesma, por estar ali, por ainda me sentir tão abalada por ele. Doeu fundo. Culpa se juntou aos outros sentimentos, como se não fossem o bastante. Pensei em Jhonny e, mesmo não tendo feito nada errado fisicamente, eu o fiz de outra forma. Desde o momento que vi Chris, nem ao menos pensei em meu casamento.


— Você se casou? – Perguntou diretamente.


— Por quê? – A pergunta foi ácida, refletindo o que eu sentia.


— Por quê? – Chris repetiu, como se não entendesse.


— Você pagou minha conta e provocou esse momento, nós dois sentados aqui sozinhos como velhos conhecidos. Se eu me lembro bem, você seguiu sua vida. Que diferença faz saber se estou casada e outras coisas?


Fui objetiva e direta.


— Não vejo você há muito tempo. Não sei da sua vida.


— E quer saber?


— Quero.


— Tudo bem, Chris. Trabalho como Diretora de RH na mesma empresa em que fiz estágio, a PROVIT, especializada em consultoria e treinamento. Minha vida é uma correria, sempre com muito trabalho. – Tentei ser bem firme e direta, mostrar a ele que segui em frente e não parei nem me privei de nada.


— Ainda mora em Laranjeiras?


— Não, aqui na Barra.


— Você se casou? – Perguntou de novo, muito concentrado, atento.


— Sim. – Disse baixo, fitando seus olhos.


Vi sua reação. Ficou claro que aquilo mexeu com ele. Quis sentir prazer com aquilo, por que Chris nunca poderia imaginar como tinha doído ele casar com outra mulher e me deixar para trás. No entanto, não consegui. Quando nos olhamos, havia um mar de dor e tristeza entre nós.


— Quem é ele?


— É um inglês que estabeleceu suas empresas e lojas no Brasil há alguns anos. Tem outras espalhadas pelo mundo. Minha vida é uma loucura, às vezes vamos para a Inglaterra, essa coisa de dupla nacionalidade acaba fazendo tudo ser mais corrido. – Queria falar normalmente, mas não o olhava.


— Quem é ele? – Repetiu e soube que queria um nome, um rosto.


— Talvez o conheça de nome. Jhonny Parker, dono das lojas LOOK.


Ficou claro que sabia quem era. Rígido, sua respiração estava mais pesada, o maxilar mais duro, o cenho franzido. Irritei-me, pois não tinha o direito de se incomodar nem de sentir nada. Não foi ele que se casou primeiro?


— E seu casamento, como vai? Vi uma ou duas vezes reportagem sobre você. Fiquei feliz ao ver que conseguiu expandir as empresas para fora do país. E que tem um filho. – Deixei claro que seguiu bem sua vida sem mim.


Chris suavizou um pouco ao falar do filho:


— Sim, ele tem cinco anos. Felipe, meu pequeno Lipe.


Fiquei mais nervosa, abalada. Estava sendo doloroso demais. Em meus sonhos mais secretos tinha imaginado, no passado, como seria ter um filho dele. Pelo jeito que falou do menino, o amava e era um bom pai. A mulher e ele desfrutavam daquilo. Assim como eu desfrutava de Maju. Não havia nossos filhos, mas a minha e o dele.


— Você tem filhos? – Perguntou de repente.


Eu baixei o olhar. Estava ficando cada vez mais difícil e doloroso. Quando o olhei de novo, acenei com a cabeça:


— Uma menina. Vai fazer quatro anos. Maria Júlia, minha princesa Maju.


Vi como ficou abalado. Por algum motivo, achou que eu ia negar.


Havia um peso entre nós, uma realidade que talvez não estivéssemos ainda prontos para enfrentar. Lembrei de Eduardo dizendo que Chris largaria tudo para ficar comigo e só não o fez por que o pai teve um AVC. Se era assim, talvez ainda guardasse mais do que apenas um pensamento para mim. Não podia fingir que não notava o modo como me olhava, a tristeza, o desejo e a saudade que parecia passar dele para mim e vice versa.


E foi aquilo que me assustou, a conexão que continuava forte entre nós, os desejos mais intensos do que nunca, que o tempo apenas alimentou como brasa, mas que agora incendiava de novo. Tive medo, um medo absurdo de me queimar, pois o perigo estava ali, nos rondando, buscando só uma oportunidade.


E só tive uma saída, pois não confiava em mim mesma: fugir.


Olhei desesperadamente para o relógio de pulso e me levantou de repente.


— Preciso ir, Chris.


— Dulce. – Ele se levantou também.


— Foi bom ver você, Chris. – Tentei me despedir de maneira educada, como se nada acontecesse, mas ele parecia saber e deu um passo a frente, dizendo baixo:


— Não vá.


Arregalei os olhos, com o coração disparado e a vontade arrasadora de ficar. Quis gritar a ele que eu nunca quis ir, que me obrigou e que agora era tarde demais. Quando fez menção de segurar meu braço, praticamente dei um pulo para trás, arquejando, demonstrando pavor no olhar. Sacudi a cabeça, como para convencer a mim mesma.


— Não. Adeus.


— Dulce.


Fugi. Tinha chegado mais longe do que poderia suportar. Virei as costas e praticamente corri para fora do restaurante. Para longe da tentação, do desejo e do amor, que não tinham mais espaço na minha vida. E que mesmo depois de 9 anos eu ainda não me encontrava preparada para enfrentar.


Abri a porta de casa e fui direto em busca da minha filha. Encontrei-a onde sabia que estaria, no quintal dos fundos, correndo e brincando com Suzilei, a babá que estava conosco há mais de dois anos. Havia uma relação íntima e especial entre mim e Maju, além do fato de sermos mãe e filha e nos amarmos sem limites. Era um entrosamento de almas, perfeito e único, inigualável.


— Mãe! – Gritou animada, levantando-se do gramado onde brincava de casinha. Estava de short, camiseta e descalça. Correu para mim e me abaixei para pegá-la no colo, cheia de amor,apertando-a contra mim, beijando os cachos cor de mel do seu cabelo.


Senti alívio e parte da minha angústia se foi, só de sentir Maju em meus braços. Era sempre assim. Ela tinha o poder de afastar meus demônios e também o faria com aquele demônio de olhos azuis que tinha reaparecido em minha vida.


Beijei-a e lutei contra as lágrimas que ardiam meus olhos, pois apesar de tudo, sentia a saudade apertar de novo meu peito. Depois de ver Chris, de falar com ele, de saber que todos os sentimentos continuavam lá quase que invencíveis, seria mais uma luta empurrá-lo de novo para o canto das lembranças.




Amanhã tem algo muito esperado hein


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Besos da ALLY ><



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Autor(a): Ally✿

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 442



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  • taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11

    ei cade vc vem finalizar a web..

  • gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32

    Finaliza a web!! GoxxxTo tanto

  • taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53

    ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .

  • anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57

    ally cade vocee

  • cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32

    Leitora nova! Por favor continua

  • vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34

    AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS

  • millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10

    Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(

  • isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39

    continua

  • julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29

    Continua

  • millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44

    Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final


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