Fanfics Brasil - 95° Capítulo ❖Redenção ao Amor❖

Fanfic: ❖Redenção ao Amor❖ | Tema: Vondy


Capítulo: 95° Capítulo

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Amélia Venere


O silêncio dentro do carro era sepulcral. Felizmente o garoto estava quieto, perto de mim ele sempre ficava. No assento de trás, a Babá olhava pela janela e ele se distraía mexendo no tablete. Christopher  dirigia calado, sério, parecendo cheio de antagonismo. E eu... Ah, eu fervia de ódio por dentro. Muito ódio.


Quem olhasse para mim não saberia dizer o que se passava em meu interior. Eu tinha aquela capacidade de não me alterar superficialmente. Dificilmente alguém veria em mim ódio ou amor. Nem me veria discutir ou alterar o tom de voz. Mas por dentro eu fazia tudo aquilo. Como naquele momento. Eu me sentia rasgar e gritar. Eu tinha vontade de extravasar, mas, juntava minhas energias e as canalizava para não desperdiçar sendo burra e sim agindo, como sempre fiz.


Tinha ficado furiosa ao ver aquela puti/nha no restaurante, surgir do nada como se eu não a tivesse isolado no passado. O que mais me deixava irritada era não ter percebido antes que ela estava de volta. Fui uma imbecil! Enquanto eu achava que tudo continuava na mesma, ela e Christopher  se encontravam pelas minhas costas.


Sim, pois ficou óbvio que tinham um caso. E eu não conseguia esquecer as palavras ofensivas dele de que os filhos deles ainda brincariam muito juntos. Foi um tapa na cara. Um aviso para quem quisesse ouvir que sua intenção era ficar com ela.


Eu não podia acreditar que Christopher  arriscaria tanto. O grupo empresarial era o maior do Brasil e ganhava o mundo. Eu sabia como ele trabalhava e se dedicava, como era inteligente e justo, como era ambicioso. Não largaria tudo por uma putinha. Só se fosse muito burro. Ele pensaria antes nos pais, nos meus pais, no filho, nas famílias dos milhares de empregados que poderiam perder seus empregos. Só precisava ser pressionado no ponto certo.


Mesmo sabendo disso tudo racionalmente, eu tinha medo. Por que notava agora algo nele que não tinha me dado conta: estava diferente. Passou anos se contendo, sendo frio, simplesmente fazendo aquilo para o qual foi destinado. Mas, agora havia uma impaciência em seu olhar e em seus gestos, uma energia diferente, decidida. Como se estivesse a ponto de arriscar tudo. E isso era perigoso.


Eu precisava pensar. Precisava ser mais esperta, pois sabia mais do que ele. Sabia que tinha meu dedo naquela separação. E poderia ter mais. Só não podia perder a cabeça, pois aquela raiva toda estava a ponto de me descontrolar.


Revia na minha mente aquela mulher chegando à mesa, conhecendo a família dele, todo mundo gostando dela e da peste da filha. E eu lá, humilhada, isolada, tendo que fingir que não sabia de nada. Quando eu e a putinha* sabíamos bem que uma estava a par da outra. Deve ter saído de lá vitoriosa, crente que me ganhou. Talvez na batalha. Na guerra, eu queria só ver. Ela não seria páreo para mim.


Chegamos ao prédio em que morávamos e minha mente não parava de trabalhar, buscando os melhores caminhos para aquela situação. Tinha que ficar fria, ser mais inteligente. Mas me sentia a ponto de me descontrolar, pois eu não poderia perder o jogo agora, depois de vencido. Teria que ter uma saída.


Enquanto pegávamos o elevador, eu lancei um olhar rápido a Christopher, percebendo a tensão nele. Coisa boa não vinha dali. Cerrei os lábios e fitei seu reflexo no espelho de fundo, sem que ele percebesse que era observado. Percebi seus cabelos negros, as sobrancelhas franzidas, o ar de determinação. Sua seriedade e beleza mexeram comigo e, mais uma vez, me dei conta das noites que passei esperando por ele na cama, enquanto não vinha. Há bem mais de um mês não encostava em mim. Já estaria se encontrando com a putinha esse tempo todo?


Engoli o bolo em minha garganta e me concentrei. Comecei a achar que eu tinha jogado mal e me precipitado. Nunca o procurei ou demonstrei meu desejo, achando que era superior demais para isso. Ele é que tinha que vir atrás de mim. Talvez se tivesse sido mais sedutora e apaixonada, as coisas fossem diferentes.


E mais: devia ter usado melhor o garoto. Vi que minha frieza e mania de corrigir o Felipe tiravam meu marido do sério, o irritavam. Mas, pouco liguei para isso. Agora achava que devia ter fingido concordar com Christopher  e suportar o moleque. Mas ainda dava tempo de usá-lo a meu favor. Só precisava de calma.


Entramos no apartamento. O menino pediu ao pai para brincar com ele. Eu caminhei para longe, querendo ir para minha suíte, me acalmar e pensar. Mas a voz dura de Christopher  me deteve:


— Eu já vou jogar com você. Mas, primeiro preciso conversar com a sua mãe.


— Tá bom, pai.


Eu parei, me sentindo gelada. Não esperava que Christopher  fosse tão rápido. Pensei que pensaria no assunto, remoeria, pesaria e só então falaria comigo. Fiquei nervosa, o que só aumentou meu ódio. Não queria me desequilibrar. Lutei muito para isso, para ser superior aos passionais e emocionais. Eu era funcional, fria, inteligente. Estava me desconhecendo naquela mulher que começava a se sentir acuada.


Virei com calma estudada e encontrei seus olhos tão azuis fixos nos meus.


— Quer falar comigo, Christopher?


— Sim. Vamos ao escritório.


— Podemos deixar para depois? – Forcei um sorriso. — Estou cansada e com uma dor de cabeça enjoada.


— Serei breve.


Silvana foi para o quarto com Felipe. Vi que meu marido não desistiria da conversa e me senti acuada. Não estava preparada. Mas, não recuaria. Já me preparava para a guerra e afiava as minhas espadas ao caminhar para o escritório e ser seguida por ele.


Pensei rapidamente minha linha de defesa e entendi que precisaria de aliados, pessoas que ficariam ao meu lado e poderiam me ajudar a pressionar Christopher. Como meu pai e o pai dele. Como o garoto, se fosse bem usado.


Entramos e fui sentar elegantemente em um sofá. Christopher  ocupou uma poltrona quase em frente e nos olhamos nos olhos.


Um arrepio percorreu minha coluna. Além da raiva, senti algo que me desconcertou. Havia um desejo não satisfeito dentro de mim. Percebi que tinha lutado contra ele todos esses anos, não achando digno de mim querer muito um homem, ser dominada. Eu era inteligente demais para isso.


No entanto, Christopher tinha algo que me atraía. Não era amor. Era uma coisa mais seca e ao mesmo tempo viciante. Eu queria passar o resto da minha vida na posição atual de mulher rica e admirada, na esposa de Christopher Uckermann, que não era só rico e de uma família tradicional. Era muito rico, muito bonito e másculo,muito inteligente. Tinha uma mente brilhante para os negócios e era admirado pelos homens e desejado pelas mulheres. E era meu marido.


Tive muita raiva das noites em que passei querendo-o e que me deixou esperando. Travamos uma luta silenciosa e nunca dei o braço a torcer, nunca pedi uma migalha da sua atenção. Mas quando ele vinha, quando abria a porta do meu quarto e entrava, fixando aqueles olhos penetrantes em mim, eu fazia tudo que ele queria.


Nunca neguei que me fodesse na vagina, na boca ou no ânus. Nunca disse não quando bateu em minha bunda, nos seios ou na cara. Nem quando me fez ficar de quatro no chão e me comeu dizendo que eu era uma cadela. Nessas horas eu não era fria. Eu me deixava escravizar e usar, sabendo que tinha um lado dele bem dominador e depravado. Como era possível Christopher não enxergar isso, não ficar viciado? Pois várias vezes que transamos eu gostei tanto que esperei um bis no dia seguinte. Mas, então Christopher  chegava e nem ligava para mim. Às vezes só ia me procurar dias ou semanas depois, como se aquilo não tivesse sido nada para ele. E eu fingia também que não estava nem aí.


Mas agora ali, olhando-o, dei-me conta que me manteve com migalhas todo aquele tempo. Me jogava um pouco e me deixava faminta o resto do tempo. Senti tanta raiva que precisei respirar várias vezes e contar até dez. Achei sempre que era dona da situação e agora entendia que Christopher  ditou quase todas as regras. Vivemos de acordo com o que ele estipulou e não eu. A única coisa que fez por mim e que eu quis foi se casar e assim me colocar no topo da sociedade. De resto, me tratou como uma estranha. E eu achei que era assim que eu queria. Mas, não era.


Senti certo desespero, pois entendi que nada que eu fizesse ali o impediria de falar. Mas isso só me fez ter ainda mais força e vontade de lutar. Eu assumiria as rédeas dali para frente.


— Eu quero o divórcio, Amélia.



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Autor(a): Ally✿

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 442



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  • taina_vondy Postado em 08/06/2016 - 09:59:11

    ei cade vc vem finalizar a web..

  • gaelli Postado em 30/04/2016 - 23:38:32

    Finaliza a web!! GoxxxTo tanto

  • taina_vondy Postado em 24/04/2016 - 14:24:53

    ei cade vc vem aqui finalizar a web.... .

  • anni.vondys Postado em 15/04/2016 - 15:18:57

    ally cade vocee

  • cmsvondy Postado em 22/03/2016 - 23:31:32

    Leitora nova! Por favor continua

  • vondyvida Postado em 10/03/2016 - 11:32:34

    AH COMO EU AMO ESSA FIIIIIC! QUE LINDEZA *-* finalmente a Amelia teve o que merecia HSUAUSHAUSHUS

  • millamorais_ Postado em 29/02/2016 - 23:33:10

    Por dells muie aparece aquiiiiii já são mais de duas semanas sem capítulos novos :'(

  • isauckermann Postado em 28/02/2016 - 22:30:39

    continua

  • julliana.drew Postado em 21/02/2016 - 04:42:29

    Continua

  • millamorais_ Postado em 14/02/2016 - 11:17:44

    Céus Ally, tanta emoção. Eu tou lendo no trabalho e já chorando rsrsrs, tão lindos, tão quentes contínua gatinha, nem acredito que já estamos já reta final


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